A distribuição eletrônica dos elementos de transição, ou elementos das chamadas famílias B da tabela periódica, apresenta como principal característica o fato de seus integrantes possuírem os subníveis d ou f como mais energéticos.
Os elementos representativos apresentam os subníveis s e p como sendo os mais energéticos de suas distribuições eletrônicas. Vale lembrar que os elementos de transição são divididos em dois grupos, os de transição interna e os de transição externa. Essa divisão está ligada diretamente com o subnível mais energético apresentado na distribuição desses elementos, como veremos a seguir. Distribuição eletrônica dos elementos de transição externa Os elementos de transição externa são todos aqueles que ocupam o 4º, 5º, 6º, e 7º períodos das famílias B (de I a VIIIB), localizados no corpo principal da tabela periódica, como podemos observar na imagem abaixo:
Independentemente do elemento, a distribuição de um elemento de transição externa sempre termina no subnível d, conforme cada um dos exemplos a seguir. Vale ressaltar que a única diferença existente na distribuição eletrônica dos elementos de transição externa está no nível em que o subnível d se encontra, já que no diagrama de Linus Pauling existem as opções 3d, 4d, 5d e 6d. 1º Exemplo: Distribuição do cobre O cobre apresenta número atômico 29, o que corresponde a 29 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do cobre finda em 3d9, o que o caracteriza como um elemento de transição externa. 2º Exemplo: Distribuição do tungstênio O tungstênio apresenta número atômico 74, o que corresponde a 74 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do tungstênio finda em 5d4, o que o caracteriza como um elemento de transição externa. 3º Exemplo: Distribuição do rutênio O rutênio apresenta número atômico 44, o que corresponde a 44 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do rutênio finda em 4d6, o que o caracteriza como um elemento de transição externa. Distribuição eletrônica dos elementos de transição interna
Os elementos de transição interna são todos aqueles localizados nas séries dos lantanídeos e actinídeos, pertencentes, respectivamente, ao 6º e 7º períodos da família IIIB. Cada série apresenta 14 elementos químicos. A distribuição eletrônica dos elementos de transição interna sempre termina no subnível f, independentemente de qual elemento, com uma ressalva: os lantanídeos terminam em 4f e os actinídeos terminam em 5f, conforme podemos ver nos exemplos a seguir.
1º Exemplo: Distribuição do cério O elemento cério apresenta número atômico 58, o que corresponde a 58 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do cério finda em 4f2, o que o caracteriza como um lantanídeo. 2º Exemplo: Distribuição do térbio O cúrio apresenta número atômico 65, o que corresponde a 65 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do térbio finda em 4f9, o que o caracteriza como um lantanídeo.
1º Exemplo: Distribuição do urânio O urânio apresenta número atômico 92, o que corresponde a 92 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do térbio finda em 5f4, o que o caracteriza como um actinídeo. 2º Exemplo: Distribuição do férmio O elemento férmio apresenta número atômico 100, o que corresponde a 100 elétrons, resultando na seguinte distribuição:
Podemos notar que a distribuição eletrônica do férmio finda em 5f12, o que o caracteriza como um actinídeo. Se analisarmos a distribuição eletrônica de determinado átomo no diagrama de energia (ou diagrama de Pauling) é possível ‘prever’ duas questões referentes à localização do elemento desse átomo na Tabela Periódica: o período e a família. Consideremos primeiramente o período: Por exemplo, considere o caso de quatro elementos de diferentes períodos: · Be (Z = 4): A ordem geométrica da distribuição eletrônica do berílio é: 1s2 / 2s2. Veja que foram preenchidos 2 níveis, portanto, o berílio é do 2º período. · Na (Z = 11): A ordem geométrica da distribuição eletrônica do sódio é: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s1. Nesse caso, foram preenchidos 3 níveis, portanto, o sódio é do 3º período. · As (Z = 33): A ordem geométrica da distribuição eletrônica do arsênio é: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d10 / 4s2 4p3. Foram preenchidos 4 níveis, então o arsênio é do 4º período. · I (Z = 53): A ordem geométrica da distribuição eletrônica do iodo é: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d10 / 4s2 4p6 4d10 / 5s2 5p5. Foram preenchidos 5 níveis, então o iodo é do 5º período. Agora consideremos como podemos descobrir a família do elemento: Veja como isso ocorre em cada um dos grupos de elementos mencionados acima: · Elementos Representativos: Esses elementos são aqueles que pertencem às famílias: 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17 e 18. Eles também são chamados de elementos típicos ou característicos e em tabelas ainda não atualizadas eles correspondem aos elementos que estão nas colunas A (IA, IIA, IIIA, IVA, VA, VIA, VIIA, VIII A). Sempre que o elétron mais energético estiver em um subnível s ou p, ele será um elemento representativo. Além disso, a soma dos elétrons que foram preenchidos no nível mais externo, nos mostra qual é sua respectiva família. Veja como isso ocorre: · Família 1: Todos possuem 1 elétron no último nível de energia. Exemplos: 1H: 1s1 → Apesar de não ser um metal alcalino, o hidrogênio aparece na tabela na família 1, porque ele possui 1 elétron na sua última e única camada. 3Li: 1s2 / 2s1 11Na: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s1 19K: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 / 4s1 37Rb: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d10 / 4s2 4p6 / 5s1 55Cs: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d10 / 4s2 4p6 4d10 / 5s2 5p6 / 6s1 87Fr: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d10 / 4s2 4p6 4d10 4f14 / 5s2 5p6 5d10 / 6s2 6p6 / 7s1 Dessa forma, podemos concluir que a configuração eletrônica dos elementos desse grupo termina com ns1 (n = 1 a 7). Isso nos ajuda a ver que há então uma generalização para os outros grupos ou famílias: · Família 2: Todos possuem 2 elétrons no último nível e a configuração eletrônica termina em ns2. · Família 13: Todos possuem 3 elétrons no último nível e a configuração eletrônica termina em ns2 np1. · Família 14: Todos possuem 4 elétrons no último nível e a configuração eletrônica termina em ns2 np2. · Família 15: Todos possuem 5 elétrons no último nível e a configuração eletrônica termina em ns2 np3. · Família 16: Todos possuem 6 elétrons no último nível e a configuração eletrônica termina em ns2 np4. · Família 17: Todos possuem 7 elétrons no último nível e a configuração eletrônica termina em ns2 np5.
Os elementos de transição são os que ficam nas famílias de 3 a 12, sendo que os de transição externa são os que ficam expostos (externos). Nas tabelas antigas os elementos de transição ocupam as colunas B. Eles possuem o elétron mais energético em um subnível d incompleto. A sua configuração eletrônica termina em ns2 (n-1)d (1 até 8). Veja dois exemplos, cujas configurações estão agora na ordem de energia: 28Ni: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d8 39Y: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1
São aqueles elementos que ocupam o grupo 3 da Tabela Periódica, mas que ficam internos e, para vê-los, puxamos uma linha repetindo os períodos 6 e 7 abaixo da tabela. O período 6 é denominado de série dos lantanídios, e o 7 é a série dos actinídios. Os elementos de transição interna possuem o elétron mais energético do átomo no estado fundamental em um subnível f incompleto. A sua configuração eletrônica termina em ns2 (n - 2)f (1 até 13). Exemplo com configuração eletrônica em ordem de energia: 57La: 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f1. Por Jennifer Fogaça Graduada em Química |