Princípios da Educação Popular em Saúde

https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.16.16613.032

Este artigo, derivado de uma pesquisa qualitativa, apresenta a organização pedagógica de um Curso de Formação e Aperfeiçoamento de Educadores Populares em Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), com vistas a verificar, nesse planejamento, a presença dos princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS). A PNEP-SUS está fundamentada nas concepções teórico-metodológicas da Educação Popular inspiradas na Pedagogia Crítica e na obra de Paulo Freire. A análise realizada identificou os seguintes princípios: Diálogo; Construção compartilhada do conhecimento; Amorosidade; Problematização; Construção do projeto democrático e popular; Convivência não hierarquizada; e Emancipação, os quais orientavam o planejamento das atividades didáticas do curso. O estudo evidenciou que estratégias de Educação Popular em Saúde, fundamentadas na obra freireana, podem promover a participação popular, a gestão participativa, o exercício do controle social e o cuidado em saúde.

Palavras-chave: Educação Popular em Saúde. Paulo Freire. Pedagogia Crítica.

Pedagoga, atua como docente no ensino na saúde. Educadora Popular pela Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) e Especialista em Educação em Saúde Mental Coletiva pelo Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EDUCASAÚDE) da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI/UFRGS), Doutora em Informática na Educação (PPGIE/UFRGS) e Pós-doutora em Ensino na Saúde pelo Programa de Pós-graduação em Ensino na Saúde (PPGENSAU/UFCSPA). Investiga o efeito da modulação das tecnologias da informação e comunicação para a cognição em diferentes domínios e instituições, especialmente na interface educação e saúde, abordando temas que envolvem a narrativa, a produção de subjetividade, a ética, a estética e a política. Tem experiência com a orientação e a supervisão pedagógica no ensino básico e no ensino superior e na formação docente de professores, tutores e preceptores para o exercício no ensino na saúde.Tem experiência na orientação e supervisão pedagógica, no planejamento didático, avaliação e homologação de materiais educacionais nas modalidades presencial e EaD. Temas de Interesse: Biologia da Cognição, Epistemologia, Filosofia da Ciência, Educação Popular, Pedagogia crítica, Psicologia da Educação, Didática do Ensino Superior e Ensino na Saúde.

Pedagoga. Mestre em Educação e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul.

Pós-doutorando em Educação pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) no Programa de Pós-Graduação em Educação, linha de pesquisa em Educação, Linguagem e Tecnologia.Pós-Doutor em Design (Tecnologia e Educação) pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). Doutor em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS - PPGIE CAPES 7). Mestre em Linguística Aplicada com foco em Linguagem, Interação e Tecnologia pela Universidade do Vale do Rio do Sinos (UNISINOS - PPGLA CAPES 5). Graduação em Letras-Inglês pela UNISINOS. Atualmente realiza pesquisa no PPG Design (UniRitter) voltada à Educação Bilíngue de Surdos, quanto ao uso de aplicativos de tradução automática em sala de aula, na perspectiva da Aprendizagem Móvel. É membro-pesquisador do Núcleo de Estudos em Subjetividade, Tecnologia e Arte. (N.E.S.T.A). Colaborador nos cursos de especialização ? Mídias na Educação (Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação (CINTED) - e extensão - Núcleo de Informática na Educação Especial (NIIE - UFRGS) - na formação de professores da rede pública quanto a práticas educacionais, sob o viés da tecnologia. É parecerista das revistas RENOTE (Revista Novas Tecnologias na Educação) e INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: teoria e prática, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Temas de interesse: Linguística Aplicada; Linguística Textual; Teorias do Texto; Tipos de Discurso; Interacionismo Sociodiscursivo (ISD); Ensino-Aprendizagem de Línguas; Escrita na Tela; Teoria da Complexidade; Sistemas Adaptativos Complexos; Ensino a distância (Ead); Teoria Sociocultural; Cultura Visual; Informática na Educação; Design de Interface; Usabilidade; Design Responsivo; Ambientes Virtuais; Metodologias Ativas; Ensino Híbrido; Mineração Textual; Tecnologias Acessíveis; Aplicativos Tradutores de Línguas; Educação de Surdos; Ensino Bilíngue (Português-Libras).

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DA SILVA SPOHR, F.; PARISE BRANDALISE DALSOTTO, M.; CORREA, Y. Educação Popular e Pedagogia Crítica: os princípios pedagógicos freireanos na formação de Educadores Populares em Saúde. Práxis Educativa, [S. l.], v. 16, p. 1–19, 2021. DOI: 10.5212/PraxEduc.v.16.16613.032. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/16613. Acesso em: 3 jun. 2022.

v. 16 (2021): Publicação contínua

Dossiê: Paulo Freire (1921-2021): 100 anos de história e esperança

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Princípios da Educação Popular em Saúde

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A Educação Popular caracteriza-se por uma forma de educar horizontal, dialógica, que res- peita os saberes dos educandos e tem como princípios a ética, a solidariedade e a transformação social.

A Educação Popular é uma educação comprometida e participativa orientada pela perspectiva de realização de todos os direitos do povo. ... Sua principal característica é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino.

Por seu trabalho na educação e sua visão de que a consciência crítica e ativa precisa ser despertada, Paulo Freire foi também defensor dos professores. Ele acreditava que o papel do professor ia além do ensinar, pois para ele o ato de ensinar está diretamente relacionado ao de aprender.

A Educação popular nasceu fora da escola, no seio das organizações populares, mas seus princípios e sua metodologia, com bases emancipatórias, tiveram uma repercussão tão grande na sociedade que acabaram cruzando fronteiras e os muros das escolas, influenciando práticas educativas, tanto as que acontecem nos espaços ...

Articulada aos movimentos de base, a Educação Popular foi e é muito importante no processo de conquista do direito à saúde. ... Além disso, a educação popular reforça a indissociabilidade entre educar e cuidar, atos que devem estar comprometidos com a formação humana e com a construção de um mundo livre da opressão.

A Educação Popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios das populações, de modo geral, sobretudo daquelas cujo acesso à educação foi negado em função da condição de exclusão social, em particular.

Articulada aos movimentos de base, a Educação Popular foi e é muito importante no processo de conquista do direito à saúde. ... Além disso, a educação popular reforça a indissociabilidade entre educar e cuidar, atos que devem estar comprometidos com a formação humana e com a construção de um mundo livre da opressão.

Qual a importância de Paulo Freire para a educação brasileira e para outras nações?

Paulo Freire, reconhecido como Patrono da Educação Brasileira pela Lei Nº 12.612, de 13 de abril de 2012, é uma figura emblemática na luta contra a opressão e pelo desenvolvimento da criticidade do pensar e merece, portanto, a rememoração de seus ideais, mais atuais do que nunca.

A educação popular nasceu fora da escola, no seio das organizações populares, mas seus princípios e sua metodologia, com bases emancipatórias, tiveram uma repercussão tão grande na sociedade que acabaram cruzando fronteiras e os muros das escolas, influenciando práticas educativas, tanto as que acontecem nos espaços ...

A Educação Popular é definida como uma filosofia da educação, uma pedagogia, uma práxis e também um campo de saberes e práticas. Ela tem origem em movimentos sociais que insurgiram na América Latina contra os processos de colonização e os governos autoritários na segunda metade do século 20.

  • Falar sobre Educação Popular é compreender e aceitar conflitos que promovem uma nova era na ação pedagógica é se embasar em uma ideia acalentada como a ideal.

  • A Educação Popular não se restrige pelos contextos, busca caracterizar os contextos em que ela precisa ser trabalhada, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições socioeducativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos.

  • Coloca ainda este autor que a educação popular é distinta da educação tradicional por duas circunstâncias: a) não é uma educação imposta, já que se baseia no saber da comunidade e incentiva o diálogo; e b) possui uma relação horizontal entre educador e educando.

  • A educação popular também pode ser considerada como um método de educação, desde que sejam valorizados os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes (BRANDÃO, 1984).