Cresce a expectativa de uma definição dos rumos da guerra na Ucrânia por parte do presidente russo, Vladimir Putin. A proximidade das comemorações do Dia da Vitória, em 9 de maio, pressiona Moscou a apresentar resultados da empreitada na Ucrânia, enquanto a região separatista da Moldávia entra em alerta para expansão da guerra para além das fronteiras ucranianas. Após recuar suas tropas do norte da Ucrânia e dos arredores da capital da Kiev, a Rússia anunciou a segunda fase do que classifica como “operação militar especial” no país vizinho, concentrando as forças sobre as regiões das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. Transnístria: região separatista pró-Rússia pode delimitar alvos do Kremlin A região separatista pró-Rússia da Moldávia, a Transnístria, sofreu uma série de atentados na semana passada, gerando acusações de provocação de ambos os lados do conflito russo-ucraniano. E com isso, veio o temor de a guerra se expandir para a Moldávia, país que faz fronteira com a parte ocidental da Ucrânia. O governo da Moldávia atribuiu os ataques a "forças internas que buscam provocar uma guerra e desestabilizar a situação". A chancelaria russa, por sua vez, classificou os incidentes como atos de terrorismo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também se pronunciou, acusando Moscou pelas explosões na região da Moldávia. Segundo ele, a Rússia estaria tentando desestabilizar a região e arrastar outros países para a guerra com a Ucrânia. A Moldávia é uma ex-república soviética de 2 milhões e meio de habitantes, localizada entre a Ucrânia e a Romênia, e que pleiteia uma vaga na União Europeia. A Transnístria é uma região separatista do país, onde há um grupo operacional de tropas russas, implantado no território desde o colapso da União Soviética. As principais ações da força-tarefa são uma missão de paz e a proteção de depósitos militares. Os temores na região cresceram depois que um general russo disse que a ofensiva do Kremlin visava criar um corredor terrestre através do sul da Ucrânia até a Transnístria. Durante o anúncio da segunda fase da operação russa na Ucrânia, em 22 de abril, o comandante interino do distrito militar central da Rússia, major-general Rustam Minnekaev, declarou que a tomada de controle do sul da Ucrânia forneceria a Moscou "outra saída para a Transnístria". De acordo com ele, "houve casos de opressão da população de língua russa" na região separatista. :: Rússia muda de estratégia na Ucrânia, mas paz ainda pode estar longe :: O cientista político Pavel Usov, em entrevista ao Brasil de Fato, observa que os incidentes na Transnístria são tentativas de provocações que visam, de alguma forma, “desconectar possíveis subdivisões da Ucrânia com o Leste da Europa para romper as defesas” ucranianas. Ou seja, segundo ele, a tática de Moscou prevê reforçar uma cisão entre as regiões pró-Rússia e as fronteiras ucranianas. De acordo com Usov, as provocações na região da Moldávia são um desdobramento do controle que a Rússia pretende estabelecer em territórios pró-Rússia para contornar fracassos de dominar regiões mais amplas da Ucrânia no começo do conflito. O cientista político acrescenta que a estratégia militar russa tem como meta de curto prazo demonstrar um sucesso parcial na guerra em curso na Ucrânia. O prazo seria o feriado do Dia da Vitória, em 9 de maio. “Eu não acredito que até o dia 9 de maio, independente da intensidade dos confrontos no leste da Ucrânia, será possível tomar completamente o território das regiões de Lugansk e Donetsk, e o que testemunha isso são as tentativas de provocações na direção de Transnístria nos últimos dias”, afirma Usov. Soldados ucranianos supervisionam armamento estadunidense em Kiev; os EUA concentram 39% do orçamento militar global, segundo dados do SIPRI de 2021 / AFP “Eu não vejo hoje nenhuma prerrogativa para o alcance de êxitos mínimos. em nenhum plano. Êxito seria a tomada de amplos territórios com grandes cidades, antes de tudo no leste da Ucrânia e o estabelecimento de corredores da região de Kherson até a Transnístria, isto seria um programa mínimo [da estratégia russa]”, completa. Já o cientista político e ex-presidente do Conselho de Ministros de Lugansk, Marat Bashirov, ao falar com o Brasil de Fato, reconheceu que a operação militar russa ocorre “de maneira lenta”, mas afirma que isso se deve ao fato de que Putin “deu a ordem aos militares russos para que protejam ao máximo a população civil”. “Por isso vem sendo realizada a preparação de artilharia para ataques aéreos sobre agrupamentos de combatentes identificados, é verificado se ali existe uma população civil, se ela está coberta, então somente depois disso há a determinação de que as nossas tropas podem entrar no território com o apoio do equipamento pesado”, argumenta. De acordo com Bashirov, se determinado território continua resistindo, “as tropas param novamente, recuam, estabelecem um cerco, e começa o processo de novo”. 9 de Maio: Putin pode definir rumos da guerra? Estes desdobramentos acontecem às vésperas do Dia da Vitória, em 9 de maio, importante feriado nacional em que os russos comemoram a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda guerra Mundial. A data também tem sido usada como um instrumento político por Vladimir Putin A expectativa é que o pronunciamento do presidente russo indique os rumos da nova fase da estratégia russa e apresente vitórias da operação militar, hoje concentrada na região de Donbass, no leste ucraniano. O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, declarou anteriormente à rádio LBC que "não ficaria surpreso" se Putin dissesse que a Rússia está agora "em guerra com nazistas de todo o mundo" e anunciasse a necessidade de um recrutamento em massa. :: Guerra na Ucrânia e boicote à cultura russa: pacifismo ou russofobia? :: De acordo com Wallace, o presidente russo pode abandonar o termo "operação especial" e declarar uma guerra em grande escala, já que ele disse anteriormente que as hostilidades na Ucrânia estão se transformando em uma "guerra por procuração" e "há nazistas não apenas na Ucrânia, mas também na Otan". Representantes do Ministério da Defesa e do gabinete presidencial da Ucrânia também citaram a possibilidade da Rússia adotar uma mobilização em massa, nenhuma das fontes apresentou evidências para comprovar a suposta estratégia do Kremlin. Ao comentar a possibilidade de um anúncio oficial de guerra e uma mobilização em massa na Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na última quarta-feira (4) que todas as alegações da mídia ocidental sobre este tema “são absurdas”. O líder separatista de Lugansk, Marat Bashirov, observou que as comemorações do 9 de Maio deste ano terão uma particularidade diretamente relacionada à guerra na Ucrânia. O ato "Marcha dos Imortais", na qual a população faz uma passeata carregando retratos de parentes vítimas da Segunda Guerra Mundial, desta vez terá participantes carregando retratos dos militares russos que combateram durante o conflito na Ucrânia. Outro cenário que pode se apresentar no dia 9 de Maio é o anúncio de certos êxitos da operação militar russa, considerando que a segunda fase da operação previa um “total controle” sobre as regiões das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. De acordo com o cientista político Abbas Galyamov, Putin pode anunciar durante a parada militar que as tarefas da "operação especial" foram concluídas - as Forças Armadas da Ucrânia foram derrotadas e a segurança de Donbass foi garantida. Em texto publicado nas redes sociais, Galyamov argumenta que, caso haja o anúncio da conclusão das tarefas da operação militar, “a Rússia estará pronta para interromper as hostilidades” e, se Kiev concordar, “seus representantes serão convidados para a mesa de negociações”. “Se não, a Rússia forçará a Ucrânia à paz com a ajuda de armas nucleares táticas”, acrescenta o analista. “A opção descrita está longe de ser perfeita, mas todo o resto - incluindo a mobilização em massa - na minha opinião, é ainda pior [...] Aqui há pelo menos algumas chances de restaurar o status quo e rastejar de volta com perdas mínimas”, completa. Edição: Thales Schmidt Este artigo ou se(c)ção trata de um conflito armado recente ou em curso. Guerra Russo-Ucraniana[43] (em ucraniano: російсько-українська війна, transl. rosiisko-ukrainska viina) é um conflito contínuo e prolongado que começou em fevereiro de 2014, envolvendo principalmente a Rússia, forças pró-russas e, Ucrânia; concentrada na península da Crimeia e partes do território de Donbas, que são internacionalmente reconhecidas como parte do território ucraniano. As tensões entre a Rússia e a Ucrânia explodiram especialmente de 2021 a 2022, quando ficou claro que a Rússia estava considerando lançar uma invasão militar da Ucrânia. Em fevereiro de 2022, a crise se aprofundou e as negociações diplomáticas para subjugar a Rússia falharam; isso aumentou quando a Rússia moveu forças para as regiões controladas pelos separatistas em 22 de fevereiro de 2022.[44][45][46] Intervenção militar da Rússia na Ucrânia Conflitos pós-soviéticosMapa do território da Ucrânia Controle ucraniano Ocupação russa Data 27 de fevereiro de 2014 (de facto)[1] – presente Local República da Crimeia, Oblast de Kherson, Bacia do Donets, Ucrânia[2]Situação Em andamento
Após os protestos do Euromaidan e a subsequente remoção do presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovych em 22 de fevereiro de 2014, e em meio a agitação pró-Rússia na Ucrânia, soldados russos sem insígnias assumiram o controle de posições estratégicas dentro do território ucraniano da Crimeia. Em 1 de março de 2014, o Conselho da Federação da Federação Russa adotou por unanimidade uma resolução para fazer uma petição ao presidente russo Vladimir Putin para usar a força militar na Ucrânia.[47] A resolução foi adotada vários dias depois, após o início da operação militar russa no "Retorno da Crimeia". A Rússia então anexou a Crimeia após um referendo local amplamente criticado que foi organizado pela Rússia após a captura do Parlamento da Crimeia, cujo resultado foi a adesão da República Autônoma da Crimeia à Federação Russa.[48][49][50] Em abril, manifestações de grupos pró-Rússia na área de Donbas, na Ucrânia, se transformaram em uma guerra entre o governo ucraniano e as forças separatistas apoiadas pela Rússia das autodeclaradas "repúblicas populares" de Donetsk e Luhansk. Em agosto, veículos militares russos cruzaram a fronteira em vários locais do oblast de Donetsk.[51][52][53][54] A incursão dos militares russos foi vista como responsável pela derrota das forças ucranianas no início de setembro.[55][56] A maioria dos membros da comunidade internacional[57][58][59] e organizações como a Anistia Internacional[60] condenaram a Rússia por suas ações na Ucrânia pós-revolucionária, acusando-a de violar o direito internacional e violar a soberania ucraniana. Muitos países implementaram sanções econômicas contra a Rússia, indivíduos ou empresas russas.[61] Em fevereiro de 2019, 7% do território da Ucrânia foi classificado pelo governo ucraniano como territórios ocupados temporariamente pelos russos.[62] Ver artigos principais: Euromaidan e Revolução Ucraniana de 2014 A Ucrânia foi tomada por distúrbios quando o presidente Viktor Yanukovych se recusou a assinar um acordo de associação com a União Europeia, em 21 de novembro de 2013.[63] Um movimento político organizado conhecido como 'Euromaidan' exigia laços mais estreitos com a União Europeia, bem como a destituição de Yanukovych.[64] Este movimento acabou por ser bem-sucedido, culminando na Revolução de Fevereiro de 2014, que removeu Yanukovych e seu governo.[65] Instabilidade pós-revoluçãoVer artigo principal: Protestos pró-russos na Ucrânia em 2014 Na sequência da destituição do presidente Yanukovych em 23 de fevereiro, protestos de ativistas pró-russos e anti-revolução começaram na região majoritariamente russófona da Crimeia.[66] Estes foram seguidos por manifestações em várias cidades do leste e do sul da Ucrânia, incluindo Donetsk, Luhansk, Kharkiv e Odessa. Crise da CrimeiaVer artigos principais: Crise da Crimeia de 2014 e Anexação da Crimeia à Federação Russa A partir do dia 26 de fevereiro, à medida que os protestos apertavam na Crimeia, homens armados pró-russos gradualmente começaram a tomar o poder sobre a península.[67] A Rússia afirmou inicialmente que esses militantes uniformizados, chamados de "homenzinhos verdes" na Ucrânia, eram "forças de autodefesa locais".[68] No entanto, eles mais tarde admitiriam que estes eram, de fato, soldados russos sem insígnias, confirmando os relatos de uma incursão russa na Ucrânia.[69][70][71][72][73][74][75] Em 27 de fevereiro, o edifício do parlamento da Crimeia foi tomado pelas forças russas. Bandeiras russas foram hasteadas sobre estes edifícios, e um governo pró-russo autodeclarado afirmou que iria realizar um referendo sobre a independência da Ucrânia.[76] Na sequência deste referendo não reconhecido internacionalmente, que foi realizado em 16 de março, a Rússia anexou Crimeia em 18 de março. Guerra em DonbassVer artigo principal: Guerra Civil no Leste da Ucrânia Desde o início de março de 2014, manifestações de grupos pró-russos e anti-governo ocorreram nos oblasts ucranianos de Donetsk e Luhansk - que em conjunto formam o comumente chamado "Donbass" - na sequência da revolução ucraniana de 2014 e do movimento Euromaidan. Estas manifestações, que se seguiram a anexação da Crimeia pela Federação Russa, e que faziam parte de um grupo maior de protestos pró-russos simultâneos em todo o sul e leste da Ucrânia, escalaram para um conflito armado entre as forças separatistas das auto-declaradas República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk, e o governo ucraniano.[77][78] Antes de uma mudança dos principais líderes em agosto,[79] os separatistas eram liderados principalmente por cidadãos russos.[80] Paramilitares russos são relatados por constituírem de 15% a 80% dos combatentes.[80][81][82][83][84] Entre 22 e 25 de agosto, a artilharia e o pessoal russo, o qual a Rússia chamou de "comboio humanitário", foram relatados por terem cruzado a fronteira com o território ucraniano, sem a permissão do governo ucraniano. Os cruzamentos foram relatados como tendo ocorrido tanto em áreas sob o controle de forças pró-russas como em áreas que não estavam sob seu controle, como a parte sudeste do Oblast de Donetsk, perto de Novoazovsk. Estes acontecimentos seguiram ao bombardeio de posições ucranianas do lado russo da fronteira ao longo do mês anterior.[85][86][87][88][89] O Chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia Valentyn Nalyvaichenko afirmou que os acontecimentos de 22 de agosto foram uma "invasão direta a Ucrânia por parte da Rússia".[90] As autoridades ocidentais e ucranianas descreveram esses eventos como uma "invasão furtiva" da Ucrânia pela Rússia.[89] Como resultado desta, os insurgentes recuperaram grande parte do território que haviam perdido durante a ofensiva militar anterior do governo. Um acordo para estabelecer um cessar-fogo, o chamado Protocolo de Minsk, foi assinado em 5 de setembro de 2014.[91] As violações do cessar-fogo de ambos os lados são comuns, mas este tem sido mantido, no entanto. Em meio à solidificação da linha entre o território insurgente e ucraniano durante o cessar-fogo, senhores da guerra assumiram o controle de porções de terra do lado dos insurgentes, levando a mais desestabilização.[92] Em 2015, com os combates no leste da Ucrânia se intensificando, denúncias cada vez mais veementes apontavam que a presença militar russa no país aumentou, além de seu apoio aos separatistas. Putin foi acusado pelo ocidente de tentar desestabilizar a Ucrânia e de tentar anexar o leste daquela nação pela força.[93] Em 2016, a OSCE reportou diversas movimentações militares de soldados e equipamentos, provavelmente russos, na região de fronteira e próximo a Donetsk, alertando uma nova escalada das tensões.[94][95] Em setembro deste mesmo ano, um soldado russo, Denis Sidorov, se rendeu às forças ucranianas em Shirokaya Balka e em seu interrogatório supostamente detalhou o sistema de ajuda dos russos para os rebeldes em Donetsk.[96] Em 25 de novembro de 2018, no Estreito de Querche, navios de guerra russos dispararam contra três embarcações ucranianas, capturando-as logo em seguida.[97][98] No dia seguinte, a 26 de novembro, parlamentares ucranianos apoiaram a proposta do presidente Petro Poroshenko de declarar lei marcial (por 30 dias) na região costeira da Ucrânia e na fronteira com a Rússia, como resposta ao incidente.[99] Eleições na UcrâniaVer artigo principal: Eleição presidencial na Ucrânia em 2014 Em meio à crise prolongada, várias eleições foram realizadas em toda a Ucrânia. A primeira eleição realizada desde a destituição do presidente Yanukovych foi a eleição presidencial de 25 de maio, que resultou na eleição de Petro Poroshenko como presidente da Ucrânia. Na região de Donbass, apenas 20% das seções eleitorais foram abertas devido às ameaças de violência por parte dos insurgentes separatistas pró-russos.[100] Das 2 430 seções eleitorais previstas para a região, apenas 426 permaneceram abertas para votação.[100] Como a guerra no Donbass prosseguia, as primeiras eleições parlamentares pós-revolucionárias na Ucrânia foram realizadas em 26 de outubro de 2014.[101] Mais uma vez, os separatistas impediram a votação nas áreas em que controlavam. Eles realizaram as suas próprias eleições, não reconhecidas internacionalmente e em violação ao processo de paz do Protocolo de Minsk, em 2 de novembro de 2014.[102] Embora compatíveis com o acordo de paz na visão dos rebeldes.[103] Efeitos da criseMilitares russos guardam uma antiga base militar ucraniana em Perevalne, durante a crise na Crimeia, em 2014. A crise teve muitos efeitos, tanto nacionais como internacionais. De acordo com uma estimativa de outubro de 2014 pelo Banco Mundial, a economia da Ucrânia encolheu 8% durante o ano de 2014 como resultado da crise.[104] As sanções econômicas impostas à Rússia pelas nações ocidentais contribuiu para o colapso do valor do rublo russo e para a crise financeira russa resultante.[105] A guerra no Donbass provocou uma escassez de carvão na Ucrânia, uma vez que a região de Donbass era a principal fonte de carvão para usinas de energia em todo o país. Além disso, a Usina Nuclear de Zaporizhia foi forçada a desligar um dos seus reatores após um acidente. A combinação destes dois problemas provocou apagões em toda a Ucrânia no mês de dezembro de 2014.[106] A proposta de um novo gasoduto para a Turquia, com uma capacidade anual em torno de 63 bilhões de metros cúbicos (BCM), levará o gás natural para a Europa contornando completamente a Ucrânia como um centro de transporte tradicional para o gás russo.[107] Crise em Donbass em 2021-2022Ver artigo principal: Crise russo-ucraniana (2021–presente) Em finais de 2021, a Rússia começou a fazer movimentações ao longo da fronteira ucraniana. O governo ucraniano então pediu que seu país fosse incluído na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para evitar a invasão. Em 19 de dezembro, o governo dos Estados Unidos se disse pronto para iniciar conversações com o governo russo para discutir as "ações da Rússia". Washington então não acreditava que Putin fosse invadir o território ucraniano, mas o presidente Joe Biden advertiu que se isto acontecesse, haveria duras sanções econômicas.[108][109] No dia 14 de janeiro, no entanto, o secretário de imprensa do Pentágono, John F. Kirby, disse que a Rússia havia enviado “um grupo de agentes” para a Ucrânia para fomentar um pretexto para outra invasão daquele país. Ele também disse que o Governo Biden ainda acreditava que havia espaço para resolver a situação com diplomacia. Naquela altura, a Rússia exigia que a Ucrânia não se tornasse membro da OTAN.[110] No dia 17 de janeiro seguinte, senadores dos EUA visitaram Kiev e declararam que as sanções “não serão destinadas apenas à Rússia em diferentes direções, incluindo a econômica, mas também contra suas indústrias extrativas, contra Vladimir Putin e lideranças que podem estar envolvidas no incentivo à crise na Ucrânia.” Jeanne Shaheen, representante do Partido Democrata, disse também que: "queremos ser francos com Vladimir Putin. Estamos procurando maneiras de trazê-lo à justiça e ele deve entender que esta é uma questão com a qual o Congresso, a administração Biden e nossos aliados estão lidando, por isso temos uma frente unida contra qualquer esforço de Putin e da Rússia para invadir a Ucrânia."[111] No dia 21 de janeiro, os EUA enviaram uma carga de armas e munições para a Ucrânia e outros países, como Estônia, Letônia e Lituânia, ex-membros da extinta União Soviética e atualmente membros da OTAN, disseram que fariam o mesmo.[112][113] No dia 24 a OTAN enviou aviões e navios de guerra para a região e neste mesmo dia os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália retiraram as famílias de funcionários de suas embaixadas na Ucrânia.[112][114][115] Invasão militar da UcrâniaVer artigo principal: Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 Estragos em Kiev causados ataque de mísseis russos durante a invasão de 2022 Em 21 de fevereiro de 2022, o governo russo alegou que o bombardeio ucraniano havia destruído uma instalação de fronteira e alegou que havia matado cinco soldados ucranianos que tentaram atravessar o território russo. A Ucrânia negou estar envolvida em ambos os incidentes e os chamou de operação de bandeira falsa.[116][117] No mesmo dia, o governo russo reconheceu formalmente os autoproclamadas República Popular de Luhansk e República Popular de Donetsk como países independentes, de acordo com Putin não apenas em suas áreas controladas de fato, mas nos oblasts ucranianos como um todo,[118] e Putin ordenou que tropas russas, incluindo tanques, entrassem nas regiões.[119][120] Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin ordenou a invasão do leste da Ucrânia.[121] Outros bombardeios contra edifícios, bem como bombardeios ocorreram na região, ocorreram.[122] Mais bombardeios de edifícios e bombardeios ocorreram na região.[123] O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy declarou lei marcial em toda a Ucrânia.[124] Sirenes de ataque aéreo também foram ouvidas em toda a Ucrânia durante a maior parte do dia.[125] Guerra cibernéticaNo mês de fevereiro de 2022 o coletivo Anonymous declarou guerra contra a Rússia pela invasão da Ucrânia[126][127][128], o grupo fez uma série de ataques contra sites governamentais do país. A Rússia foi acusada por especialistas[129] pela desestabilização de sites governamentais da Ucrânia[130][131]. A empresa de segurança Kaspersky entrou na mira dos governos dos Estados Unidos e Alemanha, os países acusam a empresa de ter relações com o governo Russo e de possíveis envolvimentos com ataques virtuais contra os países da Europa e Norte Americano, o governo Americano colocou a Kaspersky na lista de banimentos e a Alemanha recomendou que empresas do seu país não utilizem o software da empresa[132][133][134].
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