Livro usado, higienizado, em muito bom estado, sem anotações, capa e miolo íntegros; 174 páginas POR QUE FAZEMOS O QUE FAZEMOS? Aflições vitais sobre trabalho, carreira e realização Bateu aquela preguiça de ir para o escritório na segunda-feira? A falta de tempo virou uma constante? A rotina está tirando o prazer no dia a dia? Anda em dúvida sobre qual é o real objetivo de sua vida? O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella desvenda em Por que fazemos o que fazemos? as principais preocupações com relação ao trabalho. Dividido em vinte capítulos, ele aborda questões como a importância de ter uma vida com propósito, a motivação em tempos difíceis, os valores e a lealdade a si e ao seu emprego. O livro é um verdadeiro manual para todo mundo que tem uma carreira mas vive se questionando sobre o presente e o futuro. Recheado de ensinamentos como 'Paciência na turbulência, sabedoria na travessia', é uma obra fundamental para quem sonha com realização profissional sem abrir mão da vida pessoal. Sobre o autor Mario Sergio Cortella, filósofo, com mestrado e doutorado em Educação pela PUC-SP, na qual é docente desde 1977. Escreve regularmente artigos em revistas e jornais de circulação nacional e participa de programas de televisão e rádio como âncora, debatedor e comentarista. Consultor e conferencista nas áreas de Filosofia, Ciências da Religião, Ética e Responsabilidade Social, Educação e Gestão do Conhecimento em universidades, redes de ensino, organizações da sociedade civil e empresariais. É autor, entre outros livros de : A Escola e o Conhecimento, Nos Labirintos da Moral, Não Espere pelo Epitáfio : Provocações Filosóficas.
Em entrevista exclusiva, o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella, conhecido por tratar de temas sociais contemporâneos à luz da filosofia, defende que é possível ; e aconselhável ; conciliar felicidade e trabalho. Autor de 33 livros, ele esteve em Brasília para palestra no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), com capacidade para 2.500 pessoas, em 21 de agosto. O evento, promovido pela plataforma Doos, teve apoio do Correio Braziliense. Na ocasião, o expoente do pensamento brasileiro falou sobre a seguinte pergunta: qual é a tua obra? O questionamento é baseado em livro homônimo, no qual Cortella defende a substituição do conceito de trabalho como algo penoso pela realização de uma obra. Esta foi a primeira palestra do filósofo desde que ele fraturou o joelho direito. Por causa disso, foi obrigado a dar uma pausa na intensa rotina de palestras. ;Retornei depois de 60 dias, foi minha primeira viagem de avião desde que comecei a usar cadeira de rodas e muletas;, conta. O curitibano voltará ao DF para nova palestra em outubro. Confira conversa com o pensador sobre trabalho: FelicidadeUma das coisas mais ruins é as pessoas imaginarem que precisam abrir mão da felicidade no trabalho. Mas também é desejar apenas felicidade no trabalho. São duas ilusões. O trabalho é uma circunstância da vida, a carreira é a maneira de fazê-lo, e a felicidade se apresenta e se ausenta em vários momentos. Não há felicidade sem esforço quando você pensa em carreira. Existe felicidade sem esforço quando você está passando e sem fazer nada, exceto virar o rosto, vê um pôr do sol no cerrado, daqueles magníficos na reta do horizonte. No que se refere à carreira, a felicidade tem que ser um horizonte, mas não é um território no qual se ande o tempo todo. Há pessoas que dizem algo estranho: ;Quero fazer só o que eu gosto;. A gente chama isso de hedonismo, a procura do prazer contínuo. Para que alguém faça só o que goste, terá que fazer muitas coisas de que não gosta. Por exemplo, gosto demais de dar aula, mas não gosto de corrigir prova ; aliás, conheço poucos professores que gostam de fazê-lo. Gosto de cozinhar, mas não acho prazeroso lavar toda a louça na sequência. Isso significa que, quando me envolvo numa atividade, sei que há coisas de que não vou gostar, mas o que eu quero é a obra, isto é, o resultado. A carreira tem exatamente essa condição. A felicidade aparece como consequência e não como processo. Prazer Aristóteles dizia que o prazer do trabalho aperfeiçoa a alma. Uma das coisas mais gostosas é ter a capacidade de tirar uma fruição, um gosto daquilo que se faz. É importante fazê-lo não apenas com a intenção de um retorno pecuniário, mas especialmente com alegria de fazê-lo. A gente encontra em várias atividades pessoas com prazer imenso. Sempre digo que uma fórmula para pensar internamente ; mas não diga ao patrão ; é que, quando você gosta demais de fazer algo, faria até de graça. Sentido da vida x Meio para um fim
Achando a minha obra O ponto de partida para transformar o trabalho numa obra com sentido é a recusa a uma vida que seja banal, fútil, inútil, superficial. Para identificar se está nesse tipo de situação, a pessoa precisa refletir. Por que faço o que faço? Por que faço o que faço como faço? Por que deixo de fazer? Não são respostas automáticas. É preciso pensar para, aí, sim, identificar se o que faz é algo que resulta numa obra que o eleva ou se é algo que o chateia e diminui. Por isso não é tão difícil saber. Todas as vezes que você tem desejo de continuar fazendo, mesmo cansado ou cansada, são bons sinais. Há uma diferença e sempre digo que a principal forma de identificar se uma atividade é uma obra ou mero emprego é perceber se você está cansado ou estressado. Cansaço resulta de esforço intenso. Estresse resulta de um esforço que você não quer fazer.Por que faço o que faço? Vida com propósito é decisiva. Cada vez mais, temos uma geração que chega desejando um trabalho, no qual tenha um retorno não apenas financeiro. Que seja, acima de tudo, coberto por alguma razão para que se faça aquilo. Hoje em dia, há muitos negócios novos, principalmente no campo da tecnologia, que são higiênicos ; no sentido da capacidade de ação ; e que tragam retorno que vai além do financeiro. Por causa do esgotamento de alguns modelos de existência que os mais jovens identificam nos mais idosos (como nossos cansaços e resmungos), há, sim, nas novas gerações uma intenção de ter um trabalho com maior significância e que não se resuma a ser só ;fonte de renda; e que seja especialmente ;fonte de vida;.Crises A palavra ;crise;, em sânscrito, vem da ideia de purificar: guardar aquilo que serve e descartar o que não serve. Há momentos na vida em que a existência fica tão aguda em termos de dores, cansaços e tédios, que a gente começa a imaginar que é necessário, para ir adiante, deixar algumas coisas para trás e levar outras. A crise não é necessariamente negativa, só é negativa quando a pessoa não consegue dar a ela um caminho positivo, isto é, quando sucumbe à crise. Quando você faz da crise um momento de balanço em que, num tropeço, ganha energia para ir adiante, se torna algo importante. Hoje, as pessoas se perguntam mais ;por que faço o que faço?;, pois temos uma vida extremamente marcada pela competitividade e pelo adensamento de pessoas em disputa de lugares. Então, há momentos em que a gente se questiona: quando vou ser feliz? Nessa hora, a crise vem à tona.Cumprir regras A disciplina organiza a liberdade. Uma pessoa ou um lugar indisciplinados ficam aprisionados pelas condições que não são controladas, isto é pelo acaso. A disciplina ordena o uso da liberdade, mas uma empresa não pode, de maneira alguma, esgotar as pessoas que ali estão. É preciso ter compreensão que uma atividade intensa cansa, mas não pode estressar. A flexibilização que algumas organizações estão estruturando é um sinal de inteligência estratégica. Não é para dar moleza às pessoas, apenas é para não levá-las à ruptura. Se a gente exige em excesso daqueles que conosco estão, sem dúvida, o resultado será uma fratura da condição de trabalho mais adiante.Liderança O bom líder não se serve do poder, ele serve. Quem não tem essa percepção, não é líder, é chefe. Hitler não foi líder, foi chefe. O mau líder não existe: ou não chegou a ser líder ou já o foi e deixou de sê-lo. A chefia é uma hierarquia, a liderança é uma atitude. Não é só talento, algo que vem pronto. Se você observar grandes atletas, como o recém-aposentado Bolt, não se pode dizer que eles têm só talento, pois precisam treinar todos os dias de maneira insana. Por isso, a liderança não é um dom que baixa sobre nós. Ao contrário, é uma construção, marcada por intenção e dedicação.
Compartilhamento Há três grandes problemas atitudinais no mundo corporativo: não ensinar o que se sabe; não perguntar o que se ignora; e não praticar o que se ensina. Isso acontece porque nós somos muito individualistas. Os dois piores ditados são ;cada um por si, Deus por todos; e ;cada macaco no seu galho;. As pessoas precisam começar a entender com mais força que a humanidade só sobreviveu porque, em muitos momentos, a regra foi ;um por todos e todos por um;. Se der tempo, a humanidade vai ser capaz de ir nessa direção. Mas poderá não dar tempo. Dois terços das espécies que já existiram deixaram de existir. Nossa espécie não é invencível nem imortal. Não é boa decisão continuarmos nessa escolha homicida ; ou, como costumo dizer, biocida, que assassina a vida em várias de suas manifestações. Nesse sentido, as pessoas precisam se formar e formar as novas gerações para que elas tenham generosidade mental, coerência ética e humildade intelectual. Evento em outubro Mário Sérgio Cortella virà a Brasília novamente em 23 de outubro para palestra no Hípica Hall sobre os reflexos da família no mundo corporativo. Ingressos: a partir de R$ 200. Informações: www.eventim.com.br. Evento Mário Sérgio Cortella virà a Brasília novamente em 23 de outubro para palestra no Hípica Hall sobre os reflexos da família no mundo corporativo. Ingressos: a partir de R$ 200. Informações: www.eventim.com.br. Perfil Inspirações: Monteiro Lobato Leia R$ 39,90 Pensar nos faz bem ; volumes 1, 2, 3 e 4Editora: VozesQuatro livros R$ 99 |