O que é coagulo na cabeça

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Desde que os primeiros relatos sobre a formação de coágulos sanguíneos em pessoas imunizadas contra a Covid-19 apareceram, muitas dúvidas surgiram na população. Países como Alemanha, Itália, França e Holanda chegaram a suspender temporariamente a aplicação da vacina Oxford/AstraZeneca até que houvesse uma manifestação clara das autoridades de saúde sobre o assunto.

Nessa quarta-feira (7/4), o comitê de segurança da Agência de Medicamentos Europeia (EMA, na sigla em inglês) confirmou a relação entre o efeito adverso e o imunizante, exigindo que a fabricante inclua o risco de formação de coágulos na bula da vacina. A agência analisou 86 eventos deste tipo na União Europeia e no Reino Unido e, entre eles, estão casos de 18 pacientes que faleceram após complicações causadas pelos coágulos.

Até aqui, entretanto, os eventos são considerados extremamente raros, pois a vacina já foi aplicada em cerca de 200 milhões de pessoas no mundo. E a indicação, tanto da agência europeia como da Organização Mundial de Saúde é que a vacinação prossiga.

Tipos de coágulos

Os relatos analisados pela agência europeia compreendem 62 casos de coágulos no cérebro e 24 de trombose no abdômen. Segundo Alexandre Giovanini, cirurgião vascular e endovascular do Hospital Santa Lúcia, no caso de coágulos cerebrais, os principais sintomas são: dor de cabeça intensa e, em alguns casos, sinais relacionados ao acidente vascular cerebral (AVC).

“O sangue chega no cérebro e tem dificuldade para descer por causa da formação dos coágulos. Ele fica represado e o paciente sente muita dor”, detalha o médico.

Já a trombose no abdômen se manifesta com distensão da barriga, náuseas, vômitos, diarreia e forte dor abdominal, principalmente, após as refeições. Nos dois casos, o diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica e com exame de tomografia.

Mais sobre o assunto

Os casos mais comuns de trombose venosa, no entanto, estão relacionados à formação de coágulos nos braços e nas pernas. Os sintomas envolvem dor, edema e inchaço, com a região com aparência arroxeada e a musculatura mais rígida.

O diagnóstico é feito com o exame ecodoppler, um ultrassom direcionado para o estudo vascular, que faz uma análise do fluxo sanguíneo, verificando se ele está rápido, lento ou se há a formação de coágulos nas artérias e veias.

“Em geral, até 90% dos casos acometem pernas e braços. Tromboses de cérebro e barriga são mais raros, porém são mais graves”, detalha Giovanini.

Os coágulos são relativamente simples de tratar, mas precisam ser diagnosticados o quanto antes. Neste sentido, o médico insiste para que as pessoas estejam atentas  aos sinais.

Tratamento

Os casos mais simples são tratados com anticoagulantes por alguns meses, fazendo com o próprio organismo dissolva os trombos. Nos casos mais graves, como a trombose intracerebral e intra-abdominal, são indicados os trombolíticos –remédios mais fortes que dissolvem os coágulos, porém com risco de sangramento – ou a trombectomia, um procedimento que aspira os coágulos com um cateter para restaurar o fluxo sanguíneo.

“O risco de trombose venosa associada à vacinação é mínimo, e a população não deve temer ser vacinada por este motivo. O prejuízo que o coronavírus pode provocar para as pessoas, com insuficiência pulmonar e renal, internação prolongada, com risco de morte e sequelas neurológicas, é muito maior do que o risco de tomar uma vacina e ter uma trombose, que tem tratamento e, na grande maioria dos casos se manifesta em casos leves”, aconselha Giovanini.

Em comunicado sobre o assunto divulgado nesta quarta (7/4), a OMS pede que as pessoas imunizadas e os profissionais de saúde fiquem atentos para os sintomas de coágulos sanguíneos nos primeiros 20 dias após a aplicação do imunizante.

Pessoas com falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos (dor de cabeça forte e visão borrada), ou que apresentam pequenos pontos de sangue debaixo da pele na região onde a vacina foi aplicada devem procurar atenção médica com urgência.

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Resumo da notícia

  • O modelo Paulo Zulu precisou tratar dois coágulos no cérebro após bater a cabeça em um acidente doméstico
  • A batida fez com que ele desmaiasse 12 dias depois; só então, após exames, ele detectou o problema
  • Após bater a cabeça, é importante observar os sinais cognitivos da pessoa e não deixá-la dormir para o caso não se agravar
  • Em caso de sonolência ou problemas para andar e falar, o recomendado é buscar ajuda médica imediatamente

O que parecia ser um simples acidente doméstico se tornou algo mais sério na vida de Paulo Zulu. O modelo revelou ao programa Domingo Espetacular que sofreu um desmaio no início do ano por conta de dois coágulos em seu cérebro. As lesões foram causadas por uma batida na cabeça — Zulu estava terminando de calibrar o pneu do carro quando atingiu um telhado de concreto.

Zulu imaginou que a batida não era grave e cuidou apenas do inchaço. Mas, 12 dias depois, desmaiou e precisou de socorro médico. Foi quando descobriu que havia dois pequenos coágulos no cérebro em decorrência do acidente.

Acidente provocou hemorragia

De acordo com o Feres Chaddad, professor titular de Neurocirurgia da Unifesp e chefe da Neurocirurgia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o mais provável é que o impacto da cabeça no telhado tenha criado um hematoma subdural — uma hemorragia no cérebro, o que levou à formação dos coágulos e que ainda pode provocar inchaço no órgão.

"Se a lesão for pequena, ela muitas vezes pode passar desapercebida", afirma o especialista. "No entanto, dependendo de onde ela está localizada, pode causar alterações motoras, cognitivas e sensitivas, como problemas de memória, fala confusa, sonolência e desmaios", explica.

Isso porque a hemorragia gera uma pressão dentro do crânio que pode afetar as funções cerebrais. Foi o que aconteceu com Zulu, que teve um desmaio muito semelhante a uma crise epiléptica (que tem como manifestação física a convulsão) e acabou ficando com estado de consciência alterado por 12 horas.

De acordo com Chaddad, o tratamento é feito com anticonvulsivos para evitar uma nova crise, já que é uma situação que assusta muito tanto o paciente como a família.

É recomendado também evitar dirigir enquanto se recupera (já que a pessoa pode "apagar" nesse período) e ainda repouso para garantir que o cérebro se recupere.

"A recomendação é acompanhar a regressão dos coágulos com exames de imagem, como a tomografia e ressonância magnética", avalia o médico.

E não pode dormir?

Infelizmente, não dá para saber quando uma pancada na cabeça é mais séria. Por isso, o mais recomendado é ficar atento aos sinais cognitivos da pessoa: se está alerta ou sonolenta, se está falando e se há algum problema motor (como algum lado do corpo paralisado).

Se houver alguma alteração, é preciso buscar ajuda médica o quanto antes para avaliar o quadro. "Importante manter a pessoa consciente, ou seja, não deixar ela dormir após o trauma, para que o quadro não se agrave", explica o Chaddad.

Ele lembra ainda que a formação ou não de um inchaço no local— o famoso "galo — não indica maior ou menor gravidade da pancada. "Essa lesão acontece do crânio para fora e afeta a pele, a musculatura", diz. "O que ele teve, além do 'galo', foi uma lesão no cérebro", afirma.

O coágulo de sangue é um aglomerado de sangue que mudou de seu estado natural líquido para um estado gelatinoso ou semissólido. A coagulação é uma resposta natural do corpo, e acontece para o organismo parar de perder sangue em determinado vaso danificado. Um coágulo imóvel, geralmente, não apresenta risco nenhum ao portador, mas se o coágulo se mover, pode ir parar em outros lugares do corpo e apresentar sérios riscos à saúde.  

O que causa o coágulo de sangue?

A coagulação é uma resposta natural do corpo, por isso após qualquer rompimento ou lesão em algum vaso do corpo, coágulos serão formados para cessar o sangramento. No entanto, os coágulos de sangue podem ser decorrentes de outras condições de saúde, como: o uso de determinados medicamentos, síndrome antifosfolípide, arteriosclerose e aterosclerose, terapia de reposição hormonal (testosterona), trombose venosa profunda, histórico familiar de coágulos sanguíneos, infarto, arritmia cardíaca, obesidade, insuficiência cardíaca, gravidez, embolia pulmonar, tabagismo, cirurgia, entre outras. 

Quais são os sintomas do coágulo de sangue?

Existem diversos tipos de coágulos de sangue, por isso os sintomas variam de acordo com o tipo do coágulo, por exemplo: trombose venosa profunda (TVP) é o nome de um coágulo que se forma em uma das principais veias do organismo e tem como sintomas dor, calor, vermelhidão e rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo; o coágulo de sangue na perna ou no braço apresenta os sintomas inchaço, dor, sensação de calor e descoloração avermelhada; o coágulo de sangue no coração apresenta sintomas como dor, sensação de peso no peito, tontura, falta de ar e ataque cardíaco; coágulo de sangue no abdômen apresenta sintomas como dor intensa e inchaço; coágulo de sangue nos pulmões (embolia pulmonar) pode apresentar sintomas como súbita falta de ar, dor no peito, palpitações ou ritmo cardíaco acelerado, problemas respiratórios e tosse com sangue. 

Quais são as formas de tratamento do coágulo de sangue?

O coágulo de sangue tem cura e o tratamento é feito com medicamentos anticoagulantes utilizados sob prescrição médica. Nos casos em que  há complicações, o tratamento dependerá do tipo do coágulo e da complicação que ele causa ou causará. 

A Rede D’Or possui hospitais espalhados por 6 estados brasileiros. Todas as instituições possuem selos de qualidade nacionais e internacionais, como o que é oferecido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que são uma garantia de excelência no atendimento hospitalar.

Ao todo, são mais de 80 mil médicos das mais diversas especialidades, disponíveis para auxiliar no tratamento e no diagnóstico de condições diversas.

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