O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)



No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas. Foi com o desenvolvimentourbano ligado às funções comercial e industrial – digamos modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ouensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que, profissionalmente, tem uma atividade de professore erudito, em resumo, um intelectual – esse homem só aparecerá com as cidades.

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.

O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no texto evidencia o(a)

  1. apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.
  2. relação entre desenvolvimento urbano e divisão do trabalho.
  3. importância organizacional das corporações de ofício.
  4. >progressiva expansão da educação escolar.
  5. acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.


A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelaslucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricase os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da RevoluçãoIndustrial Inglesa e as características das cidades industriais do início do século XIX?

  1. A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para alivre-iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
  2. O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
  3. A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.
  4. A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e daarquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.
  5. O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.


No período 750-338 a.C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, queeram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro daGrécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado.No período 1200-1600 d.C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios dequinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essascidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanquespara a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.

Folha de S.Paulo, ago. 2008 (adaptado).

Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes pois:

  1. as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.
  2. as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas.
  3. as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.
  4. os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.
  5. as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.


A mais profunda objeção que se faz à ideia da criação de uma cidade, como Brasília, é que o seu desenvolvimento não poderájamais ser natural. É uma objeção muito séria, pois provém de uma concepção de vida fundamental: a de que a atividadesocial e cultural não pode ser uma construção. Esquecem-se, porém, aqueles que fazem tal crítica, que o Brasil, como praticamente toda a América, é criação do homem ocidental.

PEDROSA, M. Utopia: obra de arte. Vis – Revista do Programa de Pós-graduação em Arte (UnB), vol. 5, n. 1, 2006 (adaptado).

As ideias apontadas no texto estão em oposição, porque

  1. a cultura dos povos é reduzida a exemplos esquemáticos que não encontram respaldo na história do Brasil ou da América.
  2. as cidades, na primeira afirmação, têm um papel mais fraco na vida social, enquanto a América é mostrada como um exemplo a ser evitado.
  3. a objeção inicial, de que as cidades não podem ser inventadas, é negada logo em seguida pelo exemploutópico da colonização da América.
  4. a concepção fundamental da primeira afirmação defende a construção de cidades e a segunda mostra, historicamente, que essa estratégia acarretou sérios problemas.
  5. a primeira entende que as cidades devem ser organismos vivos, que nascem de forma espontânea, e asegunda mostra que há exemplos históricos que demonstram o contrário.


A antiga Cidade Livre foi idealizada por Bernardo Sayão, em 1956, para ser um centro comercial e recreativo para os trabalhadores de Brasília. Ganhou esse nome porque lá era permitido não só residir como também negociar, com isenção detributação. A perspectiva era de que a cidade desaparecesse com a inauguração de Brasília. Com isso, os lotes não foramvendidos, mas emprestados em forma de comodato àqueles interessados em estabelecer residência ou comércio. A partir de1960, os contratos de comodato foram cancelados e os comerciantes, transferidos para a Asa Norte. Os terrenos desocupados foram invadidos por famílias de baixa renda. Em 1961, o governo, pressionado pelo movimento popular, cria oficialmentea cidade com o nome de Núcleo Bandeirante.

CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em Brasília. Revista Brasileira de História, n. 47, 2004 (adaptado).

Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade social comum nas cidades brasileiras associada à dificuldade de ter acesso:

  1. às áreas com lazer gratuito.
  2. ao mercado imobiliário formal.
  3. ao transporte público eficiente.
  4. aos reservatórios com água potável.
  5. ao emprego com carteira assinada.


Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da modernizaçãoque se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito PereiraPassos, entre 1902 e 1906. "O Rio civilizava-se" era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielasescuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade.OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio.

In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.).O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a):

  1. substituição de vielas por amplas avenidas.
  2. impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.
  3. ideal de civilização acompanhado de marginalização.
  4. sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.
  5. projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.


A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, suportam serseparadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se dealiviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz.

ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: S. da Costa, 1981.

A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um objetivo de talideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em:

  1. Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas.
  2. Subverter a hierarquia social / centralização monárquica.
  3. Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas.
  4. Controlar a exploração econômica / unificação monetária.
  5. Questionar a ordem divina / Reforma Católica.


Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada entre parentese vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Poisnada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provaçãoaterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido.

DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).

Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houveum processo de

  1. mercantilização das crenças religiosas.
  2. transformação das representações sociais.
  3. disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
  4. diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
  5. amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.


Sou uma pobre e velha mulher,Muito ignorante, que nem sabe ler.Mostraram-me na igreja da minha terraUm Paraíso com harpas pintadoE o Inferno onde fervem almas danadas,Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.

VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos católicosmedievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de

  1. refinar o gosto dos cristãos.
  2. incorporar ideais heréticos.
  3. educar os fiéis através do olhar.
  4. divulgar a genialidade dos artistas católicos.
  5. valorizar esteticamente os templos religiosos.


A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), quenão se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito emlíngua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossívelentender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.

GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender a:

  1. continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média.
  2. necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático.
  3. oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica.
  4. importância da independência da investigação científica pretendida pela igreja.
  5. inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza.


Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfi-co, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentandoconquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.

SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

O texto apresenta um espírito da época que afetou também a produção artística, marcada pela constanterelação entre

  1. fé e misticismo.
  2. ciência e arte.
  3. cultura e comércio.
  4. política e economia.
  5. astronomia e religião.


Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidadeera de ser limitada por portas e por uma muralha.

DUBY, G. et al. Séculos XIV-XV. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença.São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elasassumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com

  1. o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
  2. a migração de camponeses e artesãos.
  3. a expansão dos parques industriais e fabris.
  4. o aumento do número de castelos e feudos.
  5. a contenção das epidemias e doenças.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à:

  1. ideia de progresso.
  2. concentração do capital.
  3. noção de sustentabilidade.
  4. organização dos sindicatos.
  5. obsolescência dos equipamentos.


Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava como se segue. A produção, quese encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantaçõesaté aquele momento. Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão,como reflexo das grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior parafinanciar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e ocrédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas.

(FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado).

Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a):

  1. atração de empresas estrangeiras.
  2. reformulação do sistema fundiário.
  3. incremento da mão de obra imigrante.
  4. desenvolvimento de política industrial.
  5. financiamento de pequenos agricultores.


Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade,e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso – todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente.

(SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência a:

  1. melhoria da qualidade da produção industrial.
  2. redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
  3. permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
  4. >diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
  5. ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.


O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foia consciência de classe e ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária,diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe anecessidade da mobilização permanente.

HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária.Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionáriasobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que

  1. a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego.
  2. a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários.
  3. a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para osoperários.
  4. o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aosnovos tempos industriais.
  5. a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas emfavor dos direitos trabalhistas.


A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelaslucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricase os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da RevoluçãoIndustrial Inglesa e as características das cidades industriais do início do século XIX?

  1. a facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados paraa livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
  2. o desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
  3. a construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.
  4. a grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e daarquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.
  5. o alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.


O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve momentos de maior intensidade e, ao que tudoindica, atualmente passa por uma desaceleração no ritmo de crescimento populacional nos grandes centros urbanos.

BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos regionais.Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).

Uma causa para o processo socioespacial mencionado no texto é o(a)

  1. carência de matérias-primas.
  2. degradação da rede rodoviária.
  3. aumento do crescimento vegetativo.
  4. centralização do poder político.
  5. realocação da atividade industrial.


A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda generalizada nospreços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante foi a crise financeira detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque.

Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado).

Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de incentivo à

  1. industrialização interna para substituir as importações.
  2. nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise.
  3. venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores.
  4. entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas.
  5. abertura de linhas de fi nanciamento especial para empresas do setor terciário.


A cidade

E a situação sempre mais ou menos,Sempre uns com mais e outros com menos.A cidade não para, a cidade só cresceO de cima sobe e o de baixo desce.CHICO SCIENCE e Nação Zumbi.

In: Da lama ao caos. Rio de Janeiro: Chaos; Sony Music, 1994 (fragmento).

A letra da canção do início dos anos 1990 destaca uma questão presente nos centros urbanos brasileirosque se refere ao(à)

  1. déficit de transporte público.
  2. estagnação do setor terciário.
  3. controle das taxas de natalidade.
  4. elevação dos índices de criminalidade.
  5. desigualdade da distribuição de renda.


O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se a si mesmo e, alémdisso, por partes. Vende em leilão 8, 10, 12, 15 horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário dasmatérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista.

MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a implementação do sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao

  1. desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
  2. aumento da produção rural, que fixou a população nesse meio.
  3. desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
  4. aumento populacional das cidades associado ao re gime de servidão.
  5. desenvolvimento da produção urbana associado às relações servis de trabalho.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

As novas tecnologias foram massificadas, alcançando e impactando de diferentes formas os lugares. A ironia proposta pela charge indica que


o acesso à tecnologia está

  1. vinculado a mudanças na paisagem.
  2. garantido de forma equitativa aos cidadãos.
  3. priorizado para resolver as desigualdades.
  4. relacionado a uma ação redentora na vidasocial.
  5. dissociado de revoluções na realidade socioespacial.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

A discussão levantada na charge, publicadalogo após a promulgação da Constituição de 1988, faz referência ao seguinte conjunto de direitos:

  1. Civis, como o direito à vida, à liberdade deexpressão e à propriedade.
  2. Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância.
  3. Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável.
  4. Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressãoreligiosa.
  5. Políticos, como o direito de votar e ser votado, à soberania popular e à participaçãodemocrática.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

Uma pesquisa da ONU estima que, já em 2008,pela primeira vez na história das civilizações, amaioria das pessoas viverá na zona urbana. Ográfi co ao lado mostra o crescimento da população urbana desde 1950, quando essa populaçãoera de 700 milhões de pessoas, e apresenta umaprevisão para 2030, baseada em crescimento linear no período de 2008 a 2030.


De acordo com o gráfico, a população urbanamundial em 2020 corresponderá, aproximadamente, a quantos bilhões de pessoas?

  1. 4,00.
  2. 4,10.
  3. 4,15.
  4. 4,25.
  5. 4,50.


O consumo da habitação, em especial aquela dotada de atributos especiais no espaço urbano, contribui para o entendimentodo fenômeno, pois certas áreas tornam-se alvos de operações comerciais de prestígio com a produção e/ou a renovação deconstruções, diferente de outras porções da cidade, dotadas de menor infraestrutura.SANTOS, A. R. O consumo da habitação de luxo no espaço urbano parisiense.

Confins, n. 23, 2015 (adaptado).

O conceito que define o processo descrito denomina-se

  1. escala cartográfica.
  2. conurbação metropolitana.
  3. território nacional.
  4. especulação imobiliária.
  5. paisagem natural.


A configuração do espaço urbano da região do Entorno do Distrito Federal assemelha-se às demais aglomerações urbanas eregiões metropolitanas do país, onde é facilmente identificável a constituição de um centro dinâmico e desenvolvido, onde seconcentram as oportunidades de trabalho e os principais serviços, e a constituição de uma região periférica concentradora depopulação de baixa renda, com acesso restrito às principais atividades com capacidade de acumulação e produtividade, e aosserviços sociais e infraestrutura básica.

CAIADO, M. C. A migração intrametropolitana e o processo de estruturação do espaço urbano da Região Integrada de Desenvolvimento doDistrito Federal e Entorno.
In: HOGAN, D. J. et al. (Org.). Migração e ambiente nas aglomerações urbanas. Campinas: Nepo/Unicamp, 2002.

A organização interna do aglomerado urbano descrito é resultado da ocorrência do processo de

  1. expansão vertical.
  2. polarização nacional.
  3. emancipação municipal.
  4. segregação socioespacial.
  5. desregulamentação comercial.


Trata-se de um gigantesco movimento de construção de cidades, necessário para o assentamento residencial dessa população, bem como de suas necessidades de trabalho, abastecimento, transportes, saúde, energia, água etc. Ainda que orumo tomado pelo crescimento urbano não tenha respondido satisfatoriamente a todas essas necessidades, o território foi ocupado e foram construídas as condições para viver nesse espaço.

MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001.

A dinâmica de transformação das cidades tende a apresentar como consequência a expansão das áreasperiféricas pelo(a):

  1. crescimento da população urbana e aumento da especulação imobiliária.
  2. direcionamento maior do fluxo de pessoas, devido à existência de um grande número de serviços.
  3. delimitação de áreas para uma ocupação organizada do espaço físico, melhorando a qualidade de vida.
  4. implantação de políticas públicas que promovem a moradia e o direito à cidade aos seus moradores.
  5. reurbanização de moradias nas áreas centrais, mantendo o trabalhador próximo ao seu emprego, diminuindo os deslocamentos para a periferia.


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A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), quenão se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito emlíngua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossívelentender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.             

GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender a

  1. continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média.
  2. necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático.
  3. oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica.
  4. importância da independência da investigação científica pretendida pela igreja.
  5. inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza.



Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.    

CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em

  1. expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
  2. oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
  3. ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
  4. explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
  5. explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.


Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem humana – transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”

CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).

A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a

  1. refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem.
  2. legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta.
  3. relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal.
  4. legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal.
  5. fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos.



TEXTO I

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

TEXTO II

É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se

  1. retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
  2. questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
  3. investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
  4. buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e. encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.



Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (c. 90-168 d.C.) afirmou a tese do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais planetas. A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que


  1. Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem mais antigas e tradicionais.
  2. Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo inspirado no contexto político do Rei Sol.
  3. Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente incentivada pelas autoridades.
  4. Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica e científica da Alemanha.
  5. Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser testada e generalizada.


Um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de televisão. A maioria desses estudos diz respeito às crianças – o que é bastante compreensível pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possíveis implicações desse comportamento para a socialização. Dois dos tópicos mais pesquisados são o impacto da televisão no âmbito do crime e da violência e a natureza das notícias exibidas na televisão.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

O texto indica que existe uma significativa produção científica sobre os impactos socioculturais da televisão na vida do ser humano. E as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a essas influências, porque

  1. codificam informações transmitidas nos programas infantis por meio da observação.
  2. adquirem conhecimentos variados que incentivam o processo de internação social.
  3. interiorizam padrões de comportamento e papéis sociais com menor visão crítica.
  4. observam formas de convivência social baseadas na tolerância e no respeito.
  5. apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis.



Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a distorção da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem “distorcidos”.

Engordamos quando somos gulosos. É o pecado da gula que controla a relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para emagrecer é preciso fazer as pazes com a dita-cuja, visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta.

FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-requisito. Disponível em: http//gnt.globo.com.Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).

O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos, que tem como consequência

  1. a aplicação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.
  2. a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.
  3. o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.
  4. a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter.
  5. o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.


Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.

MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3.
São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado).

Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que

  1. o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
  2. o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.
  3. a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.
  4. a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. e. a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.


Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com supostos “ganhos distributivos” (a informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de ”espelhamento“.

   SODRÉ, M. Disponível em: http://alias.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).

A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza

  1. a prática identitária autorreferente.
  2. a distância política democratizante.
  3. a produção instantânea de notícias.
  4. os processos difusores de informações. e. os mecanismos de convergência tecnológica.


A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, É. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na

  1. vinculação com a fi losofi a como saber unifi cado.
  2. reunião de percepções intuitivas para demonstração.
  3. formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
  4. adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.
  5. incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.


Lei n. 601, de 18 de setembro de 1850 - D. Pedro II, por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil: Fazemos saber, a todos os nossos súditos, que a Assembleia Geral decretou, e nós queremos a Lei seguinte:  Art. 1o Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra. 

Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2014 (adaptado).

Considerando a conjuntura histórica, o ordenamento jurídico abordado resultou na

  1. mercantilização do trabalho livre.
  2. retração das fronteiras agrícolas.
  3. demarcação dos territórios indígenas.
  4. concentração da propriedade fundiária. e. expropriação das comunidades quilombolas.


O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S.Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).

A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento que promove a

  1. expansão da fronteira agrícola.
  2. remoção de populações nativas.
  3. superação da condição de pobreza.
  4. valorização de identidades coletivas.
  5. implantação de modernos projetos agroindustriais.


Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola, com a humanização e a mecanização do espaço geográfico, uma considerável mudança em termos de produtividade: chegou-se, recentemente, à constituição de um meio técnico-científico informacional, característico não apenas da vida urbana, mas também do mundo rural, tanto nos países avançados como nas regiões mais desenvolvidas dos países pobres.  SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.

Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).

A modernização da agricultura está associada ao desenvolvimento científico e tecnológico do processo produtivo em diferentes países. Ao considerar as novas relações tecnológicas no campo, verifica-se que a

  1. introdução de tecnologia equilibrou o desenvolvimento econômico entre o campo e a cidade, refletindo diretamente na humanização do espaço geográfico nos países mais pobres.
  2. tecnificação do espaço geográfico marca o modelo produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem transferir gradativamente as unidades industriais para o espaço rural.
  3. construção de uma infraestrutura científica e tecnológica promoveu um conjunto de relações que geraram novas interações socioespaciais entre o campo e a cidade.
  4. aquisição de máquinas e implementos industriais, incorporados ao campo, proporcionou o aumento da produtividade, libertando o campo da subordinação à cidade.
  5. incorporação de novos elementos produtivos oriundos da atividade rural resultou em uma relação com a cadeia produtiva industrial, subordinando a cidade ao campo.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao

  1. elevado preço das mercadorias no comércio.
  2. aumento da demanda por produtos naturais.
  3. crescimento da produção de alimentos.
  4. hábito de adquirir derivados industriais.
  5. uso de agrotóxicos nas plantações.


Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.

  CAETANO, M. O valor de cada gota. Globo Rural, n. 312, out. 2011.

A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de

  1. monitoramento da produção.
  2. valorização do preço da terra.
  3. correção dos fatores climáticos.
  4. divisão de tarefas na propriedade.
  5. estabilização da fertilidade do solo.


O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.


O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

  1. significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
  2. representava para as populações do Alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
  3. significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrifi cavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
  4. representava a possibilidade de o faraó organizar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que vieram a engrandecer o Egito.
  5. significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.


A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

   CARDOSO, C. F. A cidade-Estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

Nas cidades-Estado da Antiguidade clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

  1. controle da terra.
  2. liberdade de culto.
  3. igualdade de gênero.
  4. exclusão dos militares.
  5. exigência da alfabetização.


O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a Ágora tinha por função:

  1. agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
  2. permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
  3. constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
  4. reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
  5. congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.


A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de Roma.

CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma antiga, pois possibilitou que os plebeus

  1. modifi cassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
  2. exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
  3. conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
  4. ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
  5. reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.


Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos.

GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, no 36, 2010 (adaptado).

A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição,

  1. provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando assim graves problemas socioambientais, que se adensarão com a continuidade da cultura do consumo desenfreado.
  2. produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em lixões.
  3. multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas grandes cidades.
  4. estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos resíduos tecnológicos.
  5. possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados por instituições da sociedade civil ou pelo poder público.


Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor – mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade: nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade.

 BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade.
São Paulo: Cia. das Letras, 1986 (adaptado).

O texto apresenta uma interpretação da modernidade que a caracteriza como um(a)

  1. dinâmica social contraditória.
  2. interação coletiva harmônica.
  3. fenômeno econômico estável.
  4. sistema internacional decadente.
  5. processo histórico homogeneizador.


As águas das precipitações atmosféricas sobre os continentes nas regiões não geladas podem tomar três caminhos: evaporação imediata, infi ltração ou escoamento. A relação entre essas três possibilidades, assim como das suas respectivas intensidades quando ocorrem em conjunto, o que é mais frequente, depende de vários fatores, tais como clima, morfologia do terreno, cobertura vegetal e constituição litológica. 


A preservação da cobertura vegetal interfere no processo mencionado contribuindo para a:

  1. decomposição do relevo.
  2. redução da evapotranspiração.
  3. contenção do processo de erosão.
  4. desaceleração do intemperismo químico.
  5. deposição de sedimentos no solo.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

A leitura dos dados revela que as áreas com maior cobertura vegetal têm o potencial de intensificar o processo de:

  1. erosão laminar.
  2. intemperismo físico.
  3. enchente nas cidades.
  4. compactação do solo.
  5. recarga dos aquíferos.


O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor não tiver o devido cuidado de combater causas, relacionadas a vários processos, tais como: empobrecimento químico e lixiviação provocados pelo esgotamento causado pelas colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da água que se infiltra no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos com as colheitas. Os nutrientes retirados, quando não repostos, são comumente substituídos por elementos tóxicos, como, por exemplo, o alumínio.

LEPSCH, I. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002 (adaptado).

A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte consequência para o solo agricultável:

  1. Elevação da acidez.
  2. Ampliação da salinidade.
  3. Formação de voçorocas.
  4. Remoção da camada superior.
  5. Intensificação do escoamento superficial.


Trata-se da perda progressiva da produtividade de biomas inteiros, afetando parcelas muito expressivas dos domínios subúmidos e semiáridos em todas as regiões quentes do mundo. É nessas áreas, ecologicamente transicionais, que a pressão sobre a biomassa se faz sentir com muita força, devido à retirada da cobertura florestal, ao superpastoreio e às atividades mineradoras não controladas, desencadeando um quadro agudo de degradação ambiental, refletido pela incapacidade de suporte para o desenvolvimento de espécies vegetais, seja uma floresta natural ou plantações agrícolas.  CONTI, J. B. A geografia física e as relações sociedade/natureza no mundo tropical.

Novos caminhos da geografia. São Paulo: Contexto, 1999 (adaptado).

O texto enfatiza uma consequência da relação conflituosa entre a sociedade humana e o ambiente, que diz respeito ao processo de

  1. inversão térmica.
  2. poluição atmosférica.
  3. eutrofização da água.
  4. contaminação dos solos.
  5. desertificação de ecossistemas.


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Segundo Aristóteles:Na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos nãodevem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios – esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com asqualidades morais –, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas.

(VAN ACKER, T. Grécia: a vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.)

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:

  1. possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer épocafi quem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
  2. era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
  3. estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
  4. tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicadoàs atividades vinculadas aos tribunais.
  5. vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempopara resolver os problemas da cidade.


A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

(HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.)

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles

  1. entravam em conflito.
  2. recorriam aos clérigos.
  3. consultavam os anciãos.
  4. apelavam aos governantes.
  5. exerciam a solidariedade.


Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas.Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, eenquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, oerigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.

(MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.)

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiaveldefine o homem como um ser:

  1. munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.
  2. possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
  3. guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
  4. naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
  5. sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.


Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra:

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)


  1. a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.
  2. a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público esem a vestimenta real, o privado.
  3. o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder político.
  4. o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outrosmembros da corte.
  5. a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado escondeos defeitos do corpo pessoal.


Após a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU, em 1948, a Unesco publicou estudos de cientistas de todo o mundoque desqualificaram as doutrinas racistas e demonstraram a unidade do gênero humano. Desde então, a maioria dos próprioscientistas europeus passou a reconhecer o caráter discriminatório da pretensa superioridade racial do homem branco e a condenaras aberrações cometidas em seu nome.

SILVEIRA, R. Os selvagens e a massa: papel do racismo científico na montagem da hegemonia ocidental. Afro-Ásia, n. 23, 1999 (adaptado).

A posição assumida pela Unesco, a partir de 1948, foi motivada por acontecimentos então recentes, dentreos quais se destacava o(a)

  1. ataque feito pelos japoneses à base militar norte-americana de Pearl Harbor.
  2. desencadeamento da Guerra Fria e de novas rivalidades entre nações.
  3. morte de milhões de soldados nos combates da Segunda Guerra Mundial.
  4. execução de judeus e eslavos presos em guetos e campos de concentração nazistas.
  5. lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki pelas forças estadunidenses.


O movimento negro unificado (MNU) distingue-se do Teatro Experimental do Negro (TEN) por sua crítica ao discurso nacional hegemônico. Isto é, enquanto o TEN defende a plena integração simbólica dos negros na identidade nacional “híbrida”, o MNUcondena qualquer tipo de assimilação, fazendo do combate à ideologia da democracia racial uma das suas principais bandeirasde luta, visto que, aos olhos desse movimento, a igualdade formal assegurada pela lei entre negros e brancos e a difusão do mitode que a sociedade brasileira não é racista teriam servido para sustentar, ideologicamente, a opressão racial.COSTA, S. Dois Atlânticos: teoria social, antirracismo, cosmopolitismo.

Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado).

No texto, são comparadas duas organizações do movimento negro brasileiro, criadas em diferentes contextos históricos: o TEN, em 1944, e o MNU, em 1978. Ao assumir uma postura divergente da do TEN, o MNU pretendia

  1. pressionar o governo brasileiro a decretar a igualdade racial.
  2. denunciar a permanência do racismo nas relações sociais.
  3. contestar a necessidade da igualdade entre negros e brancos.
  4. defender a assimilação do negro por meios não democráticos.
  5. divulgar a ideia da miscigenação como marca da nacionalidade.


“Não à liberdade para os inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes.

HÉRITIER, F. O eu, o outro e a tolerância. In: HÉRITIER, F.; CHANGEUX, J.-P. (org.)
.
Uma ética para quantos? São Paulo: Edusc, 1999 (fragmento).

A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e aintolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Éticapara a estruturação política da sociedade contemporânea?

  1. Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
  2. Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
  3. Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
  4. Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
  5. Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.


TEXTO I

Mais de 50 mil refugiados entraram no território húngaro apenas no primeiro semestre de 2015. Budapeste lançou os “trabalhos preparatórios” para a construção de um muro de quatro metros de altura e 175 km ao longo de sua fronteira coma Sérvia, informou o ministro húngaro das Relações Exteriores. “Uma resposta comum da União Europeia a este desafio daimigração é muito demorada, e a Hungria não pode esperar. Temos que agir”, justificou o ministro.

Disponível em: www.portugues.rfi.fr. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).

TEXTO II

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) critica as manifestações de xenofobia adotadas pelogoverno da Hungria. O país foi invadido por cartazes nos quais o chefe do executivo insta os imigrantes a respeitarem as leise a não “roubarem” os empregos dos húngaros. Para o ACNUR, a medida é surpreendente, pois a xenofobia costuma serinstigada por pequenos grupos radicais e não pelo próprio governo do país.

Disponível em: http://pt.euronews.com. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).

O posicionamento governamental citado nos textos é criticado pelo ACNUR por ser considerado um caminho para o(a)

  1. alteração do regime político.
  2. fragilização da supremacia nacional.
  3. expansão dos domínios geográficos.
  4. cerceamento da liberdade de expressão.
  5. fortalecimento das práticas de discriminação.


O racismo institucional e a negação coletiva de uma organização em prestar serviços adequados para pessoas por causa desua cor, cultura ou origem étnica podem estar associados a formas de preconceito inconsciente, desconsideração e reforçode estereótipos que colocam algumas pessoas em situações de desvantagem.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

O argumento apresentado no texto permite o questionamento de pressupostos de universalidade e justificaa institucionalização de políticas antirracismo. No Brasil, um exemplo desse tipo de política é a

  1. >reforma do Código Penal.
  2. elevação da renda mínima.
  3. adoção de ações afirmativas.
  4. revisão da legislação eleitoral.
  5. censura aos meios de comunicação.


Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamentepodem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando queremempreender suas viagens.J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux.

1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800.São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de

  1. gosto pela aventura.
  2. fascínio pelo fantástico.
  3. temor do desconhecido.
  4. interesse pela natureza.
  5. purgação dos pecados.


Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua [Panamá] maiores indíciosde ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitasnem mais bem lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade.Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503.

Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C.Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).

O documento permite identificar um interesse econômico espanhol na colonização da América a partir doséculo XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na

  1. expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico.
  2. promoção das guerras justas para conquistar o território.
  3. imposição da catequese para explorar o trabalho africano.
  4. opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico.
  5. fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas.


De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande,porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, nãopudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é demuito bons ares [...].Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.

Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, orelato enfatiza o seguinte objetivo:

  1. Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.
  2. Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.
  3. Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.
  4. Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia.
  5. Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.


O fenômeno da escravidão, ou seja, da imposição do trabalho compulsório a um indivíduo ou a uma coletividade, por parte de outro indivíduo ou coletividade, é algo muito antigo e, nesses termos, acompanhou ahistória da Antiguidade até o século XIX. Todavia, percebe-se que tanto o status quanto o tratamento dos escravos variou muito da Antiguidade greco-romana até o século XIX em questões ligadas à divisão do trabalho.

As variações mencionadas dizem respeito

  1. ao caráter étnico da escravidão antiga, pois certas etnias eram escravizadas em virtude de preconceitos sociais.
  2. à especialização do trabalho escravo na Antiguidade, pois certos ofícios de prestígio eram frequentemente realizados por escravos.
  3. ao uso dos escravos para a atividade exportadora, tanto na Antiguidade como no mundo moderno, poiso caráter étnico determinou a diversidade de tratamento.
  4. à absoluta desqualificação dos escravos para trabalhos mais sofisticados e à violência em seu tratamento,independentemente das questões étnicas.
  5. ao aspecto étnico presente em todas as formas de escravidão, pois o escravo era, na Antiguidade greco--romana, como no mundo moderno, considerado uma raça inferior.


A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Nãodeve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de umarevolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não emfazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.

NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual

  1. copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
  2. incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
  3. optava pela via legalista de libertação.
  4. priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
  5. antecipava a libertação paternalista dos cativos.


TEXTO I

Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A maioria já haviaconquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância histórica da lei de 1888não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedadeconstituída a partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.

ALBUQUERQUE, W. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

TEXTO II

Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada.Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muitofacilmente dos libertos e os pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoade cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte.

CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I que complementa os argumentosapresentados no Texto II é o(a)

  1. variedade das estratégias de resistência dos cativos.
  2. controle jurídico exercido pelos proprietários.
  3. inovação social representada pela lei.
  4. ineficácia prática da libertação.
  5. significado político da abolição.


Quando refletimos sobre a questão da justiça, algumas associações são feitas quase intuitivamente, tais como a de equilíbrioentre as partes, princípio de igualdade, distribuição equitativa, mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque a nossasociedade, sendo bastante diversificada, apresenta uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de vida e aos valores que surgem no interior de uma mesmasociedade.

CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de justiça a partir da filosofia de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado).

A relação entre justiça e pluralidade, apresentada pela autora, está indicada em:

  1. A complexidade da sociedade limita o exercício da justiça e a impede de atuar a favor da diversidade cultural.
  2. A diversidade cultural e de valores torna a justiça mais complexa e distante de um parâmetro geral orientador.
  3. O papel da justiça refere-se à manutenção de princípios fixos e incondicionais em função da diversidadecultural e de valores.
  4. O pressuposto da justiça é fomentar o critério de igualdade a fim de que esse valor torne-se absolutoem todas as sociedades.
  5. O aspecto fundamental da justiça é o exercício de dominação e controle, evitando a desintegração deuma sociedade diversificada.


O processo de justiça é um processo ora de diversificação do diverso, ora de unificação do idêntico. A igualdade entre todosos seres humanos em relação aos direitos fundamentais é o resultado de um processo de gradual eliminação de discriminações e, portanto, de unificação daquilo que ia sendo reconhecido como idêntico: uma natureza comum do homem acima dequalquer diferença de sexo, raça, religião etc.

BOBBIO, N. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

De acordo com o texto, a construção de uma sociedade democrática fundamenta-se em:

  1. a norma estabelecida pela disciplina social.
  2. a pertença dos indivíduos à mesma categoria.
  3. a ausência de constrangimentos de ordem pública.
  4. a debilitação das esperanças na condição humana.
  5. a garantia de segurança das pessoas e valores sociais.


A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio da ascensão social e frequentemente procurou fazê-lo por rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música, sobretudo o samba, e a dança, sobretudoo carnaval, foram os principais canais de ascensão social dos negros até recentemente. A libertação dos escravos não trouxeconsigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada nas leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aosprivilégios e arrogâncias de poucos correspondem o desfavorecimento e a humilhação de muitos.

CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).

Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia racial, o autor demonstra que esse(a)

  1. ideologia equipara a nação a outros países modernos.
  2. modelo de democracia foi possibilitado pela miscigenação.
  3. peculiaridade nacional garantiu mobilidade social aos negros.
  4. mito camuflou formas de exclusão em relação aos afrodescendentes.
  5. dinâmica política depende da participação ativa de todas as etnias.


A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais eparticulares, a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo programáticoincluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro naformação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentesà História do Brasil, além de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia daConsciência Negra”.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque

  1. legitima o ensino das ciências humanas nas escolas.
  2. divulga conhecimentos para a população afro-brasileira.
  3. reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sua cultura.
  4. garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à educação.
  5. impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnico-racial do país.


Texto I

Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e,ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídicodesses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência doque qualquer outro.SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo.

In: MOTA, C. G. (Org.).Viagens incompletas: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).

Texto II

Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidadecultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses eanglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.

SILVA, K. V., SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006.

Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o períodoanalisado, são reveladoras da

  1. concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
  2. percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
  3. compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
  4. transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.
  5. visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.


A nova cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS etécnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

LOPES, R.J. O novo mapa da floresta, Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).

A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da

  1. expansão da fronteira agrícola.
  2. remoção de populações nativas.
  3. superação da condição de pobreza.
  4. valorização de identidades coletivas.
  5. implantação de modernos projetos agroindustriais.


Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do Sul, dois depoimentos são colhidos: o do proprietário deuma fazenda e o de um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra:


Depoimento 1


A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício pelos meus antepassados. Não admito invasão.Essa gente não sabe de nada. Estão sendo manipulados pelos comunistas. Minha resposta será à bala.Esse povo tem que saber que a Constituição do Brasil garante a propriedade privada. Além disso, se esse governo quiseras minhas terras para a Reforma Agrária terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero.” – proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul.


Depoimento 2


Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque fui despedido quando as máquinas chegaram lá na Usina.Seu moço, acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e de colher. Na cidadenão fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terratem um valor social. Ela é feita para produzir alimento. O que o homem come vem da terra. O que é duro é ver que aquelesque possuem muita terra e não dependem dela para sobreviver, pouco se preocupam em produzir nela.” – integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Corumbá – MS.

A partir da leitura do depoimento 1, os argumentos utilizados para defender a posição do proprietáriode terras são:


I. A Constituição do país garante o direito à propriedade privada, portanto, invadir terras é crime.

II. O MST é um movimento político controlado por partidos políticos.

III. As terras são o fruto do árduo trabalho das famílias que as possuem.

IV. Este é um problema político e depende unicamente da decisão da justiça.

Estão corretas as proposições:

  1. I, apenas.
  2. I e IV, apenas.
  3. II e IV, apenas.
  4. I , II e III, apenas.
  5. I, III e IV, apenas.


A partir da leitura do depoimento 2, quais os argumentos utilizados para defender a posição de um trabalhador rural sem terra?


I. A distribuição mais justa da terra no país está sendo resolvida, apesar de que muitos ainda não têmacesso a ela.

II. A terra é para quem trabalha nela e não para quem a acumula como bem material.

III. É necessário que se suprima o valor social da terra.

IV. A mecanização do campo acarreta a dispensa de mão de obra rural.

Estão corretas as proposições:

  1. I, apenas.
  2. II, apenas.
  3. II e IV, apenas.
  4. I, II e III, apenas.
  5. III, I, IV, apenas


A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violênciaque manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção dessetema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários emtodas as regiões do Brasil nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região

  1. conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência.
  2. do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.
  3. conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.
  4. do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país.
  5. da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.


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Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdidose o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazerleis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta nãoexiste se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente.

MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).

A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade emum Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja

  1. exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
  2. consagração do poder político pela autoridade religiosa.
  3. concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
  4. estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
  5. reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito.


Texto


O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade através da violência. Issose desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está presente em todos os redutos – seja nas áreas abandonadas pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro não é mais violento do que outros povos, masa fragilidade do exercício e do reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios do país seimpõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam suas raízes.

Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010.

Texto II


Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem um controle muitoespecífico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível sem que as pessoas anteponham limitaçõesumas às outras, e todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de um ou outro tipo.

ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

    Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do Texto Iacerca da violência e agressividade na sociedade brasileira expressa a:


  1. incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença de aparatos de controle policial.
  2. manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis e atos administrativos.
  3. inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas migratórias nas grandes cidades brasileiras.
  4. dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social compatíveiscom valores democráticos.
  5. incapacidade das instituições político-legislativas em formular mecanismos de controle social específicosà realidade social brasileira.


Texto I


Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamentecom o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos docapítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.

HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Texto II

Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza,que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)

  1. condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.
  2. organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade,igualdade e propriedade.
  3. capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possaconstituir o Estado civil.
  4. situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.
  5. estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociaise violenta a humanidade.


No clima das ideias que se seguiram à revolta de São Domingos, o descobrimento de planos para um levante armado dosartífices mulatos na Bahia, no ano de 1798, teve impacto muito especial; esses planos demonstravam aquilo que os brancosconscientes tinham já começado a compreender: as ideias de igualdade social estavam a propagar-se numa sociedade emque só um terço da população era de brancos e iriam inevitavelmente ser interpretados em termos raciais.MAXWELL, K. Condicionalismos da Independência do Brasil.

In: SILVA, M. N. (Coord.)O Império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.

O temor do radicalismo da luta negra no Haiti e das propostas das lideranças populares da Conjuração Baiana(1798) levaram setores da elite colonial brasileira a novas posturas diante das reivindicações populares. No períododa Independência, parte da elite participou ativamente do processo, no intuito de

  1. instalar um partido nacional, sob sua liderança, garantindo participação controlada dos afro-brasileiros einibindo novas rebeliões de negros.
  2. atender aos clamores apresentados no movimento baiano de modo a inviabilizar novas rebeliões, garantindo o controle da situação.
  3. firmar alianças com as lideranças escravas, permitindo a promoção de mudanças exigidas pelo povo sema profundidade proposta inicialmente.
  4. impedir que o povo conferisse ao movimento um teor libertário, o que terminaria por prejudicar seusinteresses e seu projeto de nação.
  5. rebelar-se contra as representações metropolitanas, isolando politicamente o Príncipe Regente, instalando um governo conservador para controlar o povo.


A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, esobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808.

(NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997).

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem

  1. incentivado o clamor popular por liberdade.
  2. enfraquecido o pacto de dominação metropolitana.
  3. motivado as revoltas escravas contra a elite colonial.
  4. obtido o apoio do grupo constitucionalista português.
  5. provocado os movimentos separatistas das províncias.


É hoje a nossa festa nacional. O Brasil inteiro, da capital do Império a mais remota e insignificante de suas aldeolas, congrega-se unânime para comemorar o dia que o tirou dentre as nações dependentes para colocá-lo entre as nações soberanas,e entregou-lhe os seus destinos, que até então haviam ficado a cargo de um povo estranho.

Gazeta de Notícias, 7 set. 1883.

As festividades em torno da Independência do Brasil marcam o nosso calendário desde os anos imediatamente posteriores ao 7 de setembro de 1822. Essa comemoração está diretamente relacionada com

  1. a construção e manutenção de símbolos para a formação de uma identidade nacional.
  2. domínio da elite brasileira sobre os principais cargos políticos, que se efetivou logo após 1822.
  3. os interesses de senhores de terras que, após a Independência, exigiram a abolição da escravidão.
  4. o apoio popular às medidas tomadas pelo governo imperial para a expulsão de estrangeiros do país.
  5. a consciência da população sobre os seus direitos adquiridos posteriormente à transferência da Cortepara o Rio de Janeiro.


Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como atéhá pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, semo menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?

Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.).História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso nocampo brasileiro, que confrontaram o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de

  1. fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.
  2. adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira.
  3. definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração.
  4. regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas.
  5. financiar a fixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência.


Nos estados, entretanto, se instalavam as oligarquias, de cujo perigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que sechamou “a política dos governadores”. Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular no próprio poder central que é osol do nosso sistema.

(PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.)

A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro durante astrês primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a):

  1. poder militar, enquanto fiador da ordem econômica.
  2. presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis.
  3. domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa.
  4. intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais.
  5. isonomia do governo federal no tratamento das disputas locais.


TEXTO I

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, naprecisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eramquatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.

(CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.)

TEXTO II

Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo porferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Aoserem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica asanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.

(SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.)

Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam namemória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da:

  1. manipulação e incompetência.
  2. ignorância e solidariedade.
  3. hesitação e obstinação.
  4. esperança e valentia.
  5. bravura e loucura.


Três décadas – de 1884 a 1914 – separam o século XIX – que terminou com a corrida dos países europeus para a África ecom o surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa – do século XX, que começou com a Primeira GuerraMundial. É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e naÁfrica.

ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que:

  1. difundiu as teorias socialistas.
  2. acirrou as disputas territoriais.
  3. superou as crises econômicas.
  4. multiplicou os conflitos religiosos.
  5. conteve os sentimentos xenófobos.


As Brigadas Internacionais foram unidades de combatentes formadas por voluntários de 53 nacionalidades dispostos alutar em defesa da República espanhola. Estima-se que cerca de 60 mil cidadãos de várias partes do mundo – incluindo40 brasileiros – tenham se incorporado a essas unidades. Apesar de coordenadas pelos comunistas, as Brigadas contaramcom membros socialistas, liberais e de outras correntes político-ideológicas.

SOUZA, I. I. A Guerra Civil Europeia. História Viva, n. 70, 2009 (fragmento).

A Guerra Civil Espanhola expressou as disputas em curso na Europa na década de 1930. A perspectivapolítica comum que promoveu a mobilização descrita foi o(a):

  1. crítica ao stalinismo.
  2. combate ao fascismo.
  3. rejeição ao federalismo.
  4. apoio ao corporativismo.
  5. adesão ao anarquismo.


Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediatahostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveramsua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamosanos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seusherdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedadesocialista tinha um preço definido.

PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de S.Paulo, 19 jul. 2014 (adaptado).

O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo(a)

  1. busca da neutralidade política.
  2. estímulo à competição comercial.
  3. subordinação à potência hegemônica.
  4. elasticidade das fronteiras geográficas.
  5. compartilhamento de pesquisas científicas.


Durante o Estado Novo, os encarregados da propaganda procuraram aperfeiçoar-se na arte da empolgação e envolvimentodas “multidões” através das mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o significado das palavras importa pouco, pois,como declarou Goebbels, “não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter determinado efeito”.

CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação. ln: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

O controle sobre os meios de comunicação foi uma marca do Estado Novo, sendo fundamental à propaganda política, na medida em que visava

  1. conquistar o apoio popular na legitimação do novo governo.
  2. ampliar o envolvimento das multidões nas decisões políticas.
  3. aumentar a oferta de informações públicas para a sociedade civil.
  4. estender a participação democrática dos meios de comunicação no Brasil.
  5. alargar o entendimento da população sobre as intenções do novo governo.


O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)


A charge ironiza a política desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek, ao

  1. evidenciar que o incremento da malha viária diminuiu as desigualdades regionais do país.
  2. destacar que a modernização das indústrias dinamizou a produção de alimentos para o mercado interno.
  3. enfatizar que o crescimento econômico implicou aumento das contradições socioespaciais.
  4. ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incrementou os salários de trabalhadores.
  5. mostrar que a ocupação de regiões interioranas abriu frentes de trabalho para a população local.


A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou nosuicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito,Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o paísviveu durante 20 anos em regime autoritário.


A partir dessas informações, relativas à história republicana brasileira, assinale a opção correta.

  1. Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República.
  2. A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.
  3. Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.
  4. A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.
  5. No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada,um renunciou e outro foi deposto.



O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

ZIRALDO. 20 anos de prontidão. In:LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasilatravés da caricatura (1840-2001).Rio de Janeiro: Letras & Expressões, 2001.

No período de 1964 a 1985, a estratégia do RegimeMilitar abordada na charge foi caracterizada pela:

  1. priorização da segurança nacional.
  2. captação de financiamentos estrangeiros.
  3. execução de cortes nos gastos públicos.
  4. nacionalização de empresas multinacionais.
  5. promoção de políticas de distribuição de renda.


Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, jornalistas, estamos encaminhandoeste documento ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiçaesperamos a realização de novas diligências capazes de levar à completa elucidação desses fatos e de outros que porventuravierem a ser levantados.

Em nome da verdade.In: O Estado de S. Paulo, 3 fev. 1976. Apud: ALVES FILHO, Ivan.Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a medidas comoo abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. A análise dessa medida tomada indica a

  1. certeza do cumprimento das leis.
  2. superação do governo de exceção.
  3. violência dos terroristas de esquerda.
  4. punição dos torturadores da polícia.
  5. expectativa da investigação dos culpados.


PSD – PTB – UDN

PSP – PDC – MTR

PTN – PST – PSB

PRP – PR – PL – PRT

Finados

FORTUNA. Correio da Manhã, ano 65, n. 22 264, 2 nov. 1965.

A imagem foi publicada no jornal Correio da Manhã, no dia de Finados de 1965. Sua relação com os direitospolíticos existentes no período revela a:

  1. extinção dos partidos nanicos.
  2. retomada dos partidos estaduais.
  3. adoção do bipartidarismo regulado.
  4. superação do fisiologismo tradicional.
  5. valorização da representação parlamentar.


Page 5



Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento.Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou emépoca e modo diferentes dos designados por ele próprio.Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmare conservar leis.

Declaração de Direitos. Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp. br. Acesso em 20 dez. 2011 (adaptado).

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em:

  1. redução da influência do papa – Teocracia.redução da influência do papa – Teocracia.
  2. limitação do poder do soberano – Absolutismo.limitação do poder do soberano – Absolutismo.
  3. ampliação da dominação da nobreza – República.
  4. expansão da força do presidente – Parlamentarismo.
  5. restrição da competência do congresso – Presidencialismo.


O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma determinada correntede pensamento:

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses,igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-áao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha taldireito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todossenhores tanto quanto ele, todo o homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, oproveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no aabandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura deboa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se para a mútua conservação davida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.

Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

  1. a existência do governo como um poder oriundo da natureza.
  2. a origem do governo como uma propriedade do rei.
  3. o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
  4. a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
  5. o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.


A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe nãodispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmenteencarregado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, eos meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra.

CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).

    O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal burguês porquese baseia em:

  1. imposição ideológica e normas hierárquicas.
  2. determinação divina e soberania monárquica.
  3. intervenção consensual e autonomia comunitária.
  4. mediação jurídica e regras contratualistas.
  5. gestão coletiva e obrigações tributárias.


Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdidose o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazerleis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta nãoexiste se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente.

MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).

A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade emum Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja:

  1. exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
  2. consagração do poder político pela autoridade religiosa.
  3. concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
  4. estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
  5. reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito.


Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniênciaspelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intrigapelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinhariados grandes pela grandeza do homem.

HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada.In: PERROT, M. (org.). História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra.Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado).

O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qualdos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?

  1. À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante.
  2. A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França internamente.
  3. À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com os intelectuais iluministas, desejava extinguiro absolutismo francês.
  4. Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiçasocial e direitos políticos.


Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pelaprimeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essaexpectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo,não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.

CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciênciacomo uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, ainvestigação científica consiste em:

  1. expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
  2. oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
  3. ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
  4. explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
  5. explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.


Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII – em 1789, precisamente que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaraçãose impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideiase das mentalidades: o Iluminismo.

FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).

Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que temcomo uma de suas bases a

  1. modernização da educação escolar.
  2. atualização da disciplina moral cristã.
  3. divulgação de costumes aristocráticos.
  4. socialização do conhecimento científico.
  5. universalização do princípio da igualdade civil.


Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época,afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca dafelicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados.Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos maistarde, em 1789, na França.Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção.

In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo: Unesp, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opçãocorreta.

  1. A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos.
  2. O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americanano apoio ao absolutismo esclarecido.
  3. Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.
  4. Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte-americana.
  5. Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colôniasibéricas situadas na América.


O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foia consciência de classe e ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária,diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe anecessidade da mobilização permanente.HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções.

São Paulo: Paz e Terra, 1977.

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitóriarevolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que

  1. a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego.
  2. a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários.
  3. a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para osoperários.
  4. o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aosnovos tempos industriais.
  5. a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas emfavor dos direitos trabalhistas.


Texto I

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)


Texto II

Metade da nova equipe da NASA é composta por mulheres

Até hoje, cerca de 350 astronautas americanos já estiveram no espaço, enquanto as mulheres não chegam a ser um terçodesse número. Após o anúncio da turma composta 50% por mulheres, alguns internautas escreveram comentários machistase desrespeitosos sobre a escolha nas redes sociais.

Disponível em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 10 mar. 2016.

A comparação entre o anúncio publicitário de 1968 e a repercussão da notícia de 2016 mostra a

  1. elitização da carreira científica.
  2. qualificação da atividade doméstica.
  3. ambição de indústrias patrocinadoras.
  4. manutenção de estereótipos de gênero.
  5. equiparação de papéis nas relações familiares.


São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social: XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade, em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006).

Disponível em www.jusbrasil.com.br. Acesso em: 20 fev. 2013 (adaptado).

A inclusão do direito à creche e à pré-escola na Constituição da República Federativa do Brasil pode serexplicada pela

  1. redução da taxa de fecundidade no país.
  2. precarização das redes de escolas públicas brasileiras.
  3. >mobilização das mulheres inseridas no mercado de trabalho.
  4. atuação da iniciativa privada consoante às demandas sociais da população.
  5. constatação dos elevados índices de maus-tratos sofridos pelas crianças no Brasil.


As mulheres quebradeiras de coco-babaçu dos Estados do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins, na sua grande maioria, vivemnuma situação de exclusão e subalternidade. O termo quebradeira de coco assume o caráter de identidade coletiva na medida em que as mulheres que sobrevivem dessa atividade e reconhecem sua posição e condição desvalorizada pela lógicada dominação, se organizam em movimentos de resistência e de luta pela conquista da terra, pela libertação dos babaçuais,pela autonomia do processo produtivo. Passam a atribuir significados ao seu trabalho e as suas experiências, tendo comoprincipal referência sua condição preexistente de acesso e uso dos recursos naturais.

ROCHA, M. R. T. A luta das mulheres quebradeiras de coco-babaçu, pela libertação do coco preso e pela posse da terra.In: Anais do VII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural, Quito, 2006 (adaptado).

A organização do movimento das quebradeiras de coco de babaçu é resultante da

  1. constante violência nos babaçuais na confluência de terras maranhenses, piauienses, paraenses e tocantinenses, região com elevado índice de homicídios.
  2. falta de identidade coletiva das trabalhadoras, migrantes das cidades e com pouco vínculo histórico comas áreas rurais do interior do Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí.
  3. escassez de água nas regiões de veredas, ambientes naturais dos babaçus, causada pela construçãode açudes particulares, impedindo o amplo acesso público aos recursos hídricos.
  4. progressiva devastação das matas dos cocais, em função do avanço da sojicultura nos chapadõesdo Meio-Norte brasileiro.
  5. dificuldade imposta pelos fazendeiros e posseiros no acesso aos babaçuais localizados no interior desuas propriedades.


A lavadeira começou a viver como uma serviçal que impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa regalia súbita foiefêmera. Meus irmãos, nos frequentes deslizes que adulteravam este novo relacionamento, eram dardejados pelo olharsevero de Emilie; eles nunca suportaram de bom grado que uma índia passasse a comer na mesa da sala, usando osmesmos talheres e pratos, e comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e a mesma porcelana das xícaras decafé. Uma espécie de asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam com a mesma saciedade e recusavam-se a elogiaros pastéis de picadinho de carneiro, os folheados de nata e tâmara, e o arroz com amêndoas, dourado, exalando umcheiro de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar o sabor e oodor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como se o seu silêncio ou a sua presença que era só silêncio impedisseo outro de viver.

HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000.

Ao apresentar uma situação de tensão em família, o narrador destila, nesse fragmento, uma percepção dasrelações humanas e sociais demarcada pelo

  1. predomínio dos estigmas de classe e de raça sobre a intimidade da convivência.
  2. discurso da manutenção de uma ética doméstica contra a subversão dos valores.
  3. desejo de superação do passado de escassez em prol do presente de abastança.
  4. sentimento de insubordinação à autoridade representada pela matriarca da família.
  5. rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas pelas mudanças nas regras da casa.


Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de suavontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais deprodução. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual seerguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.

MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977. Adaptado.

Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que:

  1. o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
  2. o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.
  3. a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.
  4. a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico.
  5. a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.


O principal articulador do atual modelo econômico chinês argumenta que o mercado é só um instrumento econômico, que seemprega de forma indistinta tanto no capitalismo como no socialismo. Porém os próprios chineses já estão sentindo, na suasociedade, o seu real significado: o mercado não é algo neutro, ou um instrumental técnico que possibilita à sociedade utilizá-lopara a construção e edificação do socialismo. Ele é, ao contrário do que diz o articulador, um instrumento do capitalismo e éinerente à sua estrutura como modo de produção. A sua utilização está levando a uma polarização da sociedade chinesa.

OLIVEIRA, A. A Revolução Chinesa. Caros Amigos, 31 jan. 2011. Adaptado.

No texto, as reformas econômicas ocorridas na China são colocadas como antagônicas à construção deum país socialista. Nesse contexto, a característica fundamental do socialismo, à qual o modelo econômicochinês atual se contrapõe, é a:

  1. desestatização da economia.
  2. instauração de um partido único.
  3. manutenção da livre concorrência.
  4. formação de sindicatos trabalhistas.
  5. extinção gradual das classes sociais.


Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediatahostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveramsua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anosmais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus herdeirosrussos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinhaum preço definido.

PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de S.Paulo, 19 jul. 2014 (adaptado).

O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo(a):

  1. busca da neutralidade política.
  2. estímulo à competição comercial.
  3. subordinação à potência hegemônica.
  4. elasticidade das fronteiras geográficas. compartilhamento de pesquisas científicas.


Essa escultura foi produzida durante o período da ditadura stalinista, na ex-União Soviética, e representa o(a):

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)


  1. luta do proletariado soviético para sua emancipação do sistema vigente.
  2. trabalhador soviético retratado de acordo com a realidade do período.
  3. exaltação idealizada da capacidade de trabalho do povo soviético.
  4. união de operários e camponeses soviéticos pela volta do regime czarista.
  5. sofrimento de trabalhadores soviéticos pela opressão do regime stalinista.


No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas. Foi com o desenvolvimentourbano ligado às funções comercial e industrial – digamos modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ouensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que, profissionalmente, tem uma atividade de professore erudito, em resumo, um intelectual – esse homem só aparecerá com as cidades.

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.

O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no texto evidencia o(a):

  1. apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.
  2. relação entre desenvolvimento urbano e divisão do trabalho.
  3. importância organizacional das corporações de ofício.
  4. progressiva expansão da educação escolar.
  5. acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.


TEXTO I


O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala, representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindoum novo mundo.

HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).

TEXTO II

Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulherese crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em diferentes fábricas.

LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix, 1980 (adaptado).

As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedadesque se industrializavam são, respectivamente,

  1. ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico.
  2. acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho.
  3. debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho.
  4. indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais.
  5. minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos.


Se vamos ter mais tempo de lazer no futuro automatizado, o problema não é como as pessoas vão consumir essas unidadesadicionais de tempo de lazer, mas que capacidade para a experiência terão as pessoas com esse tempo livre. Mas se a notação útil do emprego do tempo se torna menos compulsiva, as pessoas talvez tenham de reaprender algumas das artes deviver que foram perdidas na Revolução Industrial: como preencher os interstícios de seu dia com relações sociais e pessoais;como derrubar mais uma vez as barreiras entre o trabalho e a vida.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado).

A partir da reflexão do historiador, um argumento contrário à transformação promovida pela RevoluçãoIndustrial na relação dos homens com o uso do tempo livre é o(a)

  1. intensificação da busca do lucro econômico.
  2. flexibilização dos períodos de férias trabalhistas.
  3. esquecimento das formas de sociabilidade tradicionais.
  4. aumento das oportunidades de confraternização familiar.
  5. multiplicação das possibilidades de entretenimento virtual.


O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte econdição humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva paratanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente,capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual quenão tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção.

WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).

O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a

  1. competitividade decorrente da acumulação de capital.
  2. implementação da flexibilidade produtiva e comercial.
  3. ação calculada e planejada para obter rentabilidade.
  4. socialização das condições de produção.
  5. mercantilização da força de trabalho.


TEXTO I


Cidadão

Tá vendo aquele edifício, moço?Ajudei a levantarFoi um tempo de afliçãoEram quatro conduçãoDuas pra ir, duas pra voltarHoje depois dele prontoOlho pra cima e fico tontoMas me vem um cidadãoE me diz desconfiado“Tu tá aí admiradoOu tá querendo roubar?”Meu domingo tá perdidoVou pra casa entristecidoDá vontade de beberE pra aumentar meu tédioEu nem posso olhar pro prédioQue eu ajudei a fazer.

BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento).

TEXTO II


O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhadortorna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objetoproduzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor.

MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).

Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é

  1. baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postosde emprego.
  2. fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção debens e serviços.
  3. estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata.
  4. instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária.
  5. derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.


Uma dimensão da flexibilização do tempo de trabalho é a sutileza cada vez maior das fronteiras que separam o espaço detrabalho e o do lar, o tempo de trabalho e o de não trabalho. Os mecanismos modernos de comunicação permitem que, nohorário de descanso, os trabalhadores permaneçam ligados à empresa. Mesmo não exercendo diretamente suas atividadesprofissionais, o trabalhador fica à disposição da empresa ou leva problemas para refletir em casa. É muito comum o trabalhador estar de plantão, para o caso de a empresa ligar para o seu celular ou pager. A remuneração para esse estado de alertaé irrisória ou inexistente.

KREIN, J. D. Mudanças e tendências recentes na regulação do trabalho. In: DEDECCA, C. S.; PRONI, M. W. (Org.). Políticas públicas e trabalho: textos para estudo dirigido. Campinas: IE/Unicamp; Brasília: MTE, 2006 (adaptado).

A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de trabalho apresentada pelo texto implica

  1. O prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da exploração.
  2. O aumento da fragmentação da produção com a racionalização do trabalho.
  3. O privilégio de funcionários familiarizados com equipamentos eletrônicos.
  4. O crescimento da contratação de mão de obra pouco qualificada.
  5. O declínio dos salários pagos aos empregados mais idosos.


Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre o processo em si. Aessa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do quepara os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.

SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempoanalisada no texto pressupõe que:

  1. as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
  2. as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
  3. os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
  4. as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
  5. os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.


O bit na galáxia de Gutenberg


Neste século, a escrita divide terreno com diversos meios de comunicação. Essa questão nos faz pensar na necessidadeda “imbricação, na coexistência e interpretação recíproca dos diversos circuitos de produção e difusão do saber...”. É necessário relativizar nossa postura frente às modernas tecnologias, principalmente à informática. Ela é um campo novidativo,sem dúvida, mas suas bases estão nos modelos informativos anteriores, inclusive, na tradição oral e na capacidade naturalde simular mentalmente os acontecimentos do mundo e antecipar as consequências de nossos atos. A impressão é a matrizque deflagrou todo esse processo comunicacional eletrônico. Enfatizo, assim, o parentesco que há entre o computador e osoutros meios de comunicação, principalmente a escrita, uma visão da informática como um “desdobramento daquilo que aprodução literária impressa e, anteriormente, a tradição oral já traziam consigo”.

NEITZEL, L. C. Disponível em: https://www.oocities.org/athens/sparta/1350/bit.html. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).

Ao tecer considerações sobre as tecnologias da contemporaneidade e os meios de comunicação do passado, esse texto concebe que a escrita contribui para uma evolução das novas tecnologias por

  1. se desenvolver paralelamente nos meios tradicionais de comunicação e informação.
  2. cumprir função essencial na contemporaneidade por meio das impressões em papel.
  3. realizar a transição relevante da tradição oral para o progresso das sociedades humanas.
  4. oferecer melhoria sistemática do padrão de vida e do desenvolvimento social humano.
  5. fornecer base essencial para o progresso das tecnologias de comunicação e informação.


Na semana passada, os alunos do colégio do meu filho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na cantinada escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de queijo abusivo. São adolescentes. Quase senhores das novas tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer ummovimento pacífico de não comprar lanches por um dia. Foi parar na TV e em muitas páginas da internet.

GOMES. A. A revolução silenciosa e o impacto na sociedade das redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

O texto aborda a temática das tecnologias da informação e comunicação, especificamente o uso de redessociais. Muito se debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos e, nesse sentido, o texto

  1. aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros meios de comunicação.
  2. mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm impacto fora da internet.
  3. expõe a possibilidade de as redes sociais favorecerem comportamentos e manifestações violentos dosadolescentes que nela se relacionam.
  4. trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol decausas próprias ou de mudanças sociais.
  5. evidencia que as redes sociais são usadas inadequadamente pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta como forma de mudança social.


O comércio soube extrair um bom proveito da interatividade própria do meio tecnológico. A possibilidade de se obter um altodesenho do perfil de interesses do usuário, que deverá levar às últimas consequências o princípio da oferta como isca para odesejo consumista, foi o principal deles.

SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003 (adaptado).

Do ponto de vista comercial, o avanço das novas tecnologias, indicado no texto, está associado à

  1. atuação dos consumidores como fiscalizadores da produção.
  2. exigência de consumidores conscientes de seus direitos.
  3. relação direta entre fabricantes e consumidores.
  4. individualização das mensagens publicitárias.
  5. manutenção das preferências de consumo.


Num país que conviveu com o trabalho escravo durante quatro séculos, o trabalho doméstico é ainda considerado um subemprego. E os indivíduos que atuam nessa área são, muitas vezes, vistos pelos patrões como um mal necessário: é precisoter em casa alguém que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e arrume a gaveta. Existe uma inegável desvalorização dasatividades domésticas em relação a outros tipos de trabalho.RANGEL, C. Domésticas: nascer, deixar, permanecer ou simplesmente estar.

In: SOUZA, E. (Org.). Negritude, cinema e educação.Belo Horizonte: Mazza, 2011 (adaptado).

Objeto de legislação recente, o enfrentamento do problema mencionado resultou na

  1. criação de novos ofícios.
  2. ampliação de direitos sociais.
  3. redução da desigualdade de gênero.
  4. fragilização da representação sindical.
  5. erradicação da atividade informal.


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Os textos referem-se à integração do índio à chamada civilização brasileira.


I - “Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural,social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus.(...) É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas. (...) Nós, índios,queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes.

”Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundadordas Nações Indígenas, Folha de S.Paulo, 31 de agosto de 1994.

II - “O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de oíndio brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que existiram no mundo. A história não é outra coisasenão um processo civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão da cultura, a passar do paleolíticoao neolítico e do neolítico a um estágio civilizatório.

”Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S.Paulo, 2 de setembro de 1994.

Pode-se afirmar, segundo os textos, que

  1. Tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inadequadas, pois o primeiro deseja a culturação feita pela “civilização branca”, e o segundo, o confinamento de tribos.
  2. Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois pretende mudar até mesmo a língua dopaís, enquanto a ideia de Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade cultural dos índios.
  3. Terena compreende que a melhor solução é que os brancos aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios. Jaguaribe é de opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma limpezaétnica no Brasil.
  4. Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a cultura dos índios e Jaguaribe acredita nainevitabilidade do processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à sociedade brasileira.
  5. Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta, gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe queessa integração resulte de decisão autônoma das comunidades indígenas.


Os Yanomami constituem uma sociedade indígena do norte da Amazônia e formam um amplo conjunto linguístico e cultural. Para os Yanomami, urihi, a “terrafloresta”, não é um mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim umaentidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital,wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não morrerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graçasao seu sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas.Tampouco se veria água. Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar,ficarão pobres e acabarão tendo fome e sede.

ALBERT, B. Yanomami, o espírito da floresta. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: ISA, 2007 (adaptado).

De acordo com o texto, os Yanomami acreditam que

  1. a floresta não possui organismos decompositores.
  2. o potencial econômico da floresta deve ser explorado.
  3. o homem branco convive harmonicamente com urihi.
  4. as folhas e a água são menos importantes para a floresta que seu sopro vital.
  5. wixia é a capacidade que tem a floresta de se sustentar por meio de processos vitais.


A Propaganda pode ser definida como divulgação intencional e constante de mensagens destinadas a um determinadoauditório visando criar a imagens positiva ou negativa de determinados fenômenos. A propaganda está muitas vezes ligadaà ideia de manipulação de grandes massas por parte de pequenos grupos. Alguns princípios da Propaganda são: o princípioda simplificação, da saturação, da deformação e da parcialidade.

(Adaptado de Bobbio, N. Dicionários de Política.)

Segundo o texto, muitas vezes a propaganda

  1. não permite que minorias imponham ideias à maioria.
  2. depende diretamente da qualidade do produto que é vendido.
  3. favorece o controle das massas difundindo as contradições do produto.
  4. está voltada especialmente para os interesses de quem está vendendo o produto.
  5. convida o comprador à reflexão sobre a natureza do que se propõe a vender.


Apesar de muitas crianças e adolescentes terem a Barbie como um exemplo de beleza, um infográfico feito pelo siteRehabs.com comprovou que, caso uma mulher tivesse as medidas da boneca de plástico, ela nem estaria viva.

Não é exatamente uma novidade que as proporções da boneca mais famosa do mundo são absurdas para o mundoreal. Ativistas que lutam pela construção de uma autoimagem mais saudável, pesquisadores de distúrbios alimentarese pessoas que se preocupam com o impacto da indústria cultural na psique humana apontam, há anos, a influência de modelos como a Barbie na distorção do corpo feminino.


Pescoço


Com um pescoço duas vezes mais longo e 15 centímetros mais fino do que o de uma mulher, a Barbie seria incapazde manter sua cabeça levantada.


Cintura


Com uma cintura de 40 centímetros (menor do que a sua cabeça, a Barbie da vida real só teria espaço em seu corpopara acomodar metade de um rim e alguns centímetros de intestino.


Quadril


O índice que mede a relação entre a cintura e o quadril da Barbie é de 0,5%, o que significa que a medida de suacintura representa 56% da circunferência de seu quadril. Esse mesmo índice, em uma mulher americana média, é de 0,8.

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 2 maio 2015.

Ao abordar as possíveis influências da indústria de brinquedos sobre a representação do corpo feminino,o texto analisa a:

  1. noção de beleza globalizada veiculada pela indústria cultural.
  2. influência da mídia para a adoção de um estilo de vida salutar pelas mulheres.
  3. relação entre a alimentação saudável e o padrão de corpo instituído pela boneca.
  4. proporcionalidade entre a representação do corpo da boneca e a do corpo humano.
  5. influência mercadológica na construção de uma autoimagem positiva do corpo feminino.


Ações de educação patrimonial são realizadas em diferentes contextos e localidades e têm mostrado resultados surpreendentes ao trazer à tona a autoestima das comunidades. Em alguns casos, promovem o desenvolvimento local e indicam soluçõesinovadoras de reconhecimento e salvaguarda do patrimônio cultural para muitas populações.

PELEGRINI, S. C. A.: PINHEIRO, A. P. (org.). Tempo, memória e patrimônio cultural. Piauí: Edupi. 2010.

A valorização dos bens mencionados encontra-se correlacionada a ações educativas que promovem a(s)

  1. evolução de atividades artesanais herdadas do passado.
  2. representações sociais formadoras de identidades coletivas.
  3. mobilizações politicas criadoras de tradições culturais urbanas.
  4. hierarquização de festas folclóricas praticadas por grupos locais.
  5. formação escolar dos jovens para o trabalho realizado nas comunidades.


O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte: sempre que se cante a uma criança uma cantiga de ninar;sempre que se use uma canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima de contar, no quarto das crianças ou na escola;sempre que ditos e provérbios, fábulas, histórias bobas e contos populares sejam representados; aí veremos o folclore emseu próprio domínio, sempre em ação, vivo e mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elementos em seu caminho.

UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é folclore. São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado).

O texto tem como objeto a construção da identidade cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo sendouma manifestação associada à preservação das raízes e da memória dos grupos sociais,

  1. está sujeito a mudanças e reinterpretações.
  2. deve ser apresentado de forma escrita.
  3. segue os padrões de produção da moderna indústria cultural.
  4. tende a ser materializado em peças e obras de arte eruditas.
  5. expressa as vivências contemporâneas e os anseios futuros desses grupos.


O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificadona Europa Setentrional antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão, cuja planta se tornoudoméstica na Índia. No restaurante, toda uma série de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito de umaespécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado naItália medieval; a colher vem de um original romano. Lê notícias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigossemitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha.

LINTON, R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins, 1959 (adaptado).

A situação descrita é um exemplo de como costumes resultam da

  1. assimilação de valores de povos exóticos.
  2. experimentação de hábitos sociais variados.
  3. recuperação de heranças da Antiguidade Clássica.
  4. fusão de elementos de tradições culturais diferentes.
  5. valorização de comportamentos de grupos privilegiados.


Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto naGuerra do Afeganistão: ela escreveu que – embora amasse muito seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo porseu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismoamericano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendopara as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é necessário pensar muito sobre qualteria sido a nossa reação.

ZIZEK, S. Bem-vindo ao deserto do real! São Paulo: Boitempo, 2003.

A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do(a)

  1. prática da diplomacia.
  2. exercício da alteridade.
  3. expansão da democracia.
  4. universalização do progresso.
  5. conquista da autodeterminação.


Simples, saborosa e, acima de tudo, exótica. Se a culinária brasileira tem o tempero do estranhamento, esta verdade decorrede dois elementos: a dimensão do território e a infinidade de ingredientes. Percebe-se que o segredo da cozinha brasileira éa mistura com ingredientes e técnicas indígenas. É esse o elemento que a torna autêntica.

POMBO, N. Cardápio Brasil. Nossa História, n. 29. mar. 2006 (adaptado).

O processo de formação identitária descrito no texto está associado à

  1. imposição de rituais sagrados.
  2. assimilação de tradições culturais.
  3. tipificação de hábitos comunitários.
  4. hierarquização de conhecimentos tribais.
  5. superação de diferenças etnorraciais.


A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidadee complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar percebero próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.

MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas:

  1. permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
  2. perderam a relação com o seu passado histórico.
  3. derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
  4. contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
  5. demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.


Parecer CNE/CP nº 3/2004, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciaise para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Procura-se oferecer uma resposta, entre outras, na área daeducação, à demanda da população afrodescendente, no sentido de políticas de ações afirmativas. Propõe a divulgação ea produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimentoétnico-racial – descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – para interagirem naconstrução de uma nação democrática, em que todos igualmente tenham seus direitos garantidos.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação.Disponível em: www.semesp.org.br. Acesso em: 21 nov. 2013 (adaptado).

A orientação adotada por esse parecer fundamenta uma política pública e associa o princípio da inclusãosocial a:

  1. práticas de valorização identitária.
  2. medidas de compensação econômica.
  3. dispositivos de liberdade de expressão.
  4. estratégias de qualificação profissional.
  5. instrumentos de modernização jurídica.


Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador doRei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o diadezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.

COROAÇÃO do Rei do Congo em Santo Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado).

Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de:

  1. exclusão social.
  2. imposição religiosa.
  3. acomodação política.
  4. supressão simbólica.
  5. ressignificação cultural.


A luta contra o racismo, no Brasil, tomou um rumo contrário ao imaginário nacional e ao consenso científico, formado a partirdos anos 1930. Por um lado, o Movimento Negro Unificado, assim como as demais organizações negras, priorizaram emsua luta a desmistificação do credo da democracia racial, negando o caráter cordial das relações raciais e afirmando que, noBrasil, o racismo está entranhado nas relações sociais. O movimento aprofundou, por outro lado, sua política de construçãode identidade raciaI, chamando de “negros” todos aqueles com alguma ascendência africana, e não apenas os “pretos”.

GUIMARÃES, A. S. A. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012.

A estratégia utilizada por esse movimento tinha como objetivo

  1. eliminar privilégios de classe.
  2. alterar injustiças econômicas.
  3. combater discriminações étnicas.
  4. identificar preconceitos religiosos.
  5. reduzir as desigualdades culturais.


Em fevereiro de 1999, o Seminário Internacional sobre Direito Ambiental, ocorrido em Bilbao, na Espanha, propôs, na Declaraçãode Viscaia, a extensão dos direitos humanos ao meio ambiente, como instrumento de alcance universal. No parágrafo 3odo artigo 1o da referida declaração, fica estabelecido: “O direito ao meio ambiente deverá ser exercido de forma compatível comos demais direitos humanos, entre os quais o direito ao desenvolvimento”. No Brasil, o cumprimento desse direito configura umgrande desafio. Na região Amazônica, por exemplo, tem havido uma coincidência entre as linhas de desmatamento e as novasfronteiras de desenvolvimento do agronegócio, marcadas por focos de injustiça ambiental, com frequentes casos de escravizaçãode trabalhadores, além de conflitos e crimes pela posse de terras, muitas vezes, impunes.

(Disponível em: <www.unicen.com.br/universoverde>. Acesso em: 9 maio 2009. Texto adaptado).

Promover justiça ambiental, no caso da região Amazônica brasileira, implica:

  1. fortalecer a ação fiscalizadora do Estado e viabilizar políticas de desenvolvimento sustentável.
  2. ampliar o mercado informal de trabalho para a população com baixa qualificação profissional.
  3. incentivar a ocupação das terras pelo Estado brasileiro, em face dos interesses internacionais.
  4. promover alternativas de desenvolvimento sustentável, em razão da precariedade tecnológica local.
  5. ampliar a importância do agronegócio nas áreas de conflito pela posse de terras e combater a violênciano campo.


As queimadas, cenas corriqueiras no Brasil, consistem em prática cultural relacionada com um método tradicional de “limpezada terra” para introdução e/ou manutenção de pastagem e campos agrícolas. Esse método consiste em: (a) derrubar a florestae esperar que a massa vegetal seque; (b) atear fogo, para que os resíduos grosseiros, como troncos e galhos, sejam eliminadose as cinzas resultantes enriqueçam temporariamente o solo. Todos os anos, milhares de incêndios ocorrem no Brasil, em biomascomo Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, em taxas tão elevadas, que se torna difícil estimar a área total atingida pelo fogo.

(CARNEIRO FILHO, A. Queimadas. Almanaque Brasil socioambiental. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007. Texto adaptado.)

Um modelo sustentável de desenvolvimento consiste em aliar necessidades econômicas e sociais à conservação da biodiversidade e da qualidade ambiental. Nesse sentido, o desmatamento de uma floresta nativa,seguido da utilização de queimadas, representa:

  1. método eficaz para a manutenção da fertilidade do solo.
  2. atividade justificável, tendo em vista a oferta de mão de obra.
  3. ameaça à biodiversidade e impacto danoso à qualidade do ar e ao clima global.
  4. destinação adequada para os resíduos sólidos resultantes da exploração da madeira.
  5. valorização de práticas tradicionais dos povos que dependem da floresta para sua sobrevivência.


O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como agricultor, pescador, guia, conhecedor danatureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na medida dopossível. A discussão religiosa e jurídica em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com uma disputa entrejesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.

CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela:

  1. demarcação do território indígena.
  2. manutenção da organização familiar.
  3. valorização dos líderes religiosos indígenas.
  4. preservação do costume das moradias coletivas.
  5. comunicação pela língua geral baseada no tupi.


Em 1914, o preço da borracha despencou no mercado internacional; dois anos depois, 200 firmas foram à falência em Manaus. E assim acabou o sonho de quem acendia charutos com notas de 1 000 réis.

A cidade entrou em colapso.National Geographic, n. 143, fev. 2012 (adaptado).

O súbito declínio da atividade econômica mencionada foi provocado pelo(a):

  1. carência de meios de transporte que permitissem uma rápida integração entre as áreas produtoras econsumidoras.
  2. produção nas plantações de seringueiras do sudeste asiático, que ocasionou um excesso da produção mundial.
  3. chamado encilhamento, que resultou na desvalorização da moeda brasileira após forte especulação na Bolsa de Valores.
  4. fim da migração de nordestinos para a Amazônia, que gerou uma enorme carência de mão de obra na região.
  5. início da Primeira Guerra Mundial, que paralisou o comércio internacional e provocou o declínio da economia brasileira.


Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado em Indiana, México e França, usando os maisavançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados na Coreia. A campanha publicitáriaé desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a edição e as cópias, feitas em Nova York para serem veiculadas no mundotodo. Teias globais disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente.

REICH, R. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São Paulo: Educator, 1994 (adaptado).

A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de:

  1. linhas de montagem e formação de estoques.
  2. empresas burocráticas e mão de obra barata.
  3. controle estatal e infraestrutura consolidada.
  4. organização em rede e tecnologia de informação.
  5. gestão centralizada e protecionismo econômico.


O índio do Xingu, que ainda acredita em Tupã, assiste pela televisão a uma partida de futebol que acontece em Barcelonaou a um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. Não obstante, não há que se iludir: o índio não vive na mesmarealidade em que um morador do Harlem ou de Hong Kong, uma vez que são distintas as relações dessas diferentes pessoascom a realidade do mundo moderno; isso porque o homem é um ser cultural, que se apoia nos valores da sua comunidade,que, de fato, são os seus.

GULLAR, F. Folha de S. Paulo. São Paulo: 19 out. 2008 (adaptado).

Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contexto histórico, verifica-se que

  1. Pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tecnologias de vanguarda, desfrutam da mesma realidade cultural.
  2. O índio assiste do futebol ao show, mas não é capaz de entendê-los, porque não pertencem à sua cultura.
  3. Pessoas com culturas, valores e relações diversas têm, hoje em dia, acesso às mesmas informações.
  4. Os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido à riqueza de sua História, têm uma visão mais aprimorada da realidade.
  5. A crença em Tupã revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem e de Hong Kong, maisricos, vivem de acordo com o presente.


Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do Conselho de SegurançaOs representantes do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) reiteraram, em setembro de 2018, a defesa pela ampliação doConselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante reunião em Nova York (Estados Unidos). Emdeclaração conjunta, de dez itens, os chanceleres destacaram que o órgão, no formato em que está, com apenas cinco membros permanentes e dez rotativos, não reflete o século 21. “A reforma do Conselho de Segurança é essencial para enfrentaros desafios complexos de hoje. Como aspirantes a novos membros permanentes de um conselho reformado, os ministrosreiteraram seu compromisso de trabalhar para fortalecer o funcionamento da ONU e da ordem multilateral global, bem comoseu apoio às respectivas candidaturas”, afirma a declaração conjunta.

Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 dez. 2018 (adaptado).

Os países mencionados no texto justificam sua pretensão com base na seguinte característica comum:

  1. Extensividade de área territorial.
  2. Protagonismo em escala regional.
  3. Investimento em tecnologia militar.
  4. Desenvolvimento de energia nuclear.
  5. Disponibilidade de recursos minerais.


Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que acontece nasredes sociais: a democracia racial apregoada por Gilberto Freyre passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidadesvirtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo projeto Comunica que Muda [...] mostra em números a intolerância dointernauta tupiniquim. Entre abril e junho, um algoritmo vasculhou plataformas [...] atrás de mensagens e textos sobre temassensíveis, como racismo, posicionamento político e homofobia. Foram identificadas 393 284 menções, sendo 84% delas comabordagem negativa, de exposição do preconceito e da discriminação.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada por meio de uma pesquisa em plataformasvirtuais, o texto

  1. minimiza o alcance da comunicação digital.
  2. refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.
  3. relativiza responsabilidades sobre a noção de respeito.
  4. exemplifica conceitos contidos na literatura e na sociologia.
  5. expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal comportamento.


A geografia mundial da inovação sofreu uma reviravolta que mobiliza fatores humanos, financeiros e tecnológicos.Esforço humano: com 1,15 milhão de pesquisadores, a China dispõe de um potencial equivalente a 82% da capacidade norte-americana e 79% da europeia; segundo a National Science Foundation norte-americana, o país deverá concentrar 30%de todos os pesquisadores do mundo até 2025.Esforço humano: com 1,15 milhão de pesquisadores China apresentou um orçamento para pesquisa que a colocou em segundo lugar no mundo – ainda bastante longe dos Estados Unidos, mas à frente do Japão.Esforço tecnológico: em 2011, o país se tornou o primeiro depositante mundial de patentes, graças a uma estratégia nacionalque visa passar do Made in China (produzido na China) para o Designed in China (projetado na China).

CARROUÉ, L. Desindustrialização. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 30 jul. 2013 (adaptado).

O texto apresenta um novo fator a ser considerado para refletir sobre o papel produtivo entre os países,representado pela

  1. aplicação da ciência e tecnologia no desenvolvimento produtivo, que aumenta o potencial inventivo.
  2. ampliação da capacidade da indústria de base, que coopera para diversificar os níveis produtivos.
  3. exploração da mão de obra barata, que atrai fluxo de investimentos industriais para os países.
  4. inserção de pesquisas aplicadas ao setor financeiro, que incentiva a livre concorrência.
  5. transnacionalização do capital industrial, que eleva os lucros em escala planetária.


A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito àeducação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996,estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas.DIRETRIZES Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação, 2005.A alteração legal no Brasil contemporâneo descrita no texto é resultado do processo de

  1. aumento da renda nacional.
  2. mobilização do movimento negro.
  3. melhoria da infraestrutura escolar.
  4. ampliação das disciplinas obrigatórias.
  5. politização das universidades públicas.


No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais e nas instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade como princípio orientador de ações e propostas que deles emanam.


A sustentabilidade explica-se pela

  1. incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos aomeio ambiente.
  2. incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e preservação de recursos naturais e de fontes não renováveis de energia.
  3. interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o crescimento econômico, sem a preocupação com a conservação dos recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.
  4. proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que sofrem as florestas tropicais devido ao avanço de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e de espécies selvagens.
  5. necessidade de satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades nos campos econômico, sociale ambiental.


O progresso


Eu queria não ver todo o verde da terra morrendoE das águas dos rios os peixes desaparecendoEu queria gritar que esse tal de ouro negroNão passa de um negro venenoE sabemos que por tudo isso vivemos bem menos.

ROBERTO CARLOS; ERASMO CARLOS. Roberto Carlos. Rio de Janeiro: CBS, 1976 (fragmento).

O trecho da letra da canção avalia o uso de combustíveis fósseis com base em sua potencial contribuiçãopara aumentar o(a)

  1. base da pirâmide etária.
  2. alcance da fronteira de recursos.
  3. degradação da qualidade de vida.
  4. sustentabilidade da matriz energética.
  5. exploração do trabalho humano.


“A Declaração Universal dos Direitos Humanos está completando 70 anos em tempos de desafios crescentes, quando o ódio,a discriminação e a violência permanecem vivos”, disse a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação,a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay.

“Ao final da Segunda Guerra Mundial, a humanidade inteira resolveu promover a dignidade humana em todos oslugares e para sempre. Nesse espírito, as Nações Unidas adotaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos comoum padrão comum de conquistas para todos os povos e todas as nações”, disse Audrey.“Centenas de milhões de mulheres e homens são destituídos e privados de condições básicas de subsistência ede oportunidades. Movimentos populacionais forçados geram violações aos direitos em uma escala sem precedentes.A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável promete não deixar ninguém para trás – e os direitos humanosdevem ser o alicerce para todo o progresso.”Segundo ela, esse processo precisa começar o quanto antes nas carteiras das escolas. Diante disso, a Unesco lidera a educação em direitos humanos para assegurar que todas as meninas e meninos saibam seus direitos e osdireitos dos outros.

Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 3 abr. 2018 (adaptado).

Defendendo a ideia de que “os direitos humanos devem ser o alicerce para todo o progresso”, a diretora-geral da Unesco aponta, como estratégia para atingir esse fim, a

  1. inclusão de todos na Agenda 2030.
  2. extinção da intolerância entre os indivíduos.
  3. discussão desse tema desde a educação básica.
  4. conquista de direitos para todos os povos e nações.
  5. promoção da dignidade humana em todos os lugares.


Segundo a Conferência de Quioto, os países centrais industrializados, responsáveis históricos pela poluição, deveriam alcançar a meta de redução de 5,2% do total de emissões segundo níveis de 1990. O nó da questão é o enorme custo desse processo, demandando mudanças radicais nas indústrias para que se adaptem rapidamente aos limites de emissão estabelecidose adotem tecnologias energéticas limpas. A comercialização internacional de créditos de sequestro ou de redução de gasescausadores do efeito estufa foi a solução encontrada para reduzir o custo global do processo. Países ou empresas que conseguirem reduzir as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para outro país ou empresa que não consiga.

BECKER, B. Amazônia: geopolítica na virada do II milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

As posições contrárias à estratégia de compensação presente no texto relacionam-se à ideia de que ela promove

  1. retração nos atuais níveis de consumo.
  2. surgimento de conflitos de caráter diplomático.
  3. diminuição dos lucros na produção de energia.
  4. desigualdade na distribuição do impacto ecológico.
  5. decréscimo dos índices de desenvolvimento econômico.