Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930

Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930

de Yo- landa Penteado (Ana Paula Arósio), uma jovem de família tradicional da alta sociedade paulista, que desperta admirações por onde passa. Ela nunca tinha se envolvido facilmente com ne- nhum outro admirador, até que conhece Martim (Erik Marmo), um jovem estudante de medicina que chama sua atenção. Contudo, ele é defensor do movimento anarquista, o que causa a desa- provação da mãe de Yolanda, Guiomar (Cássia Kiss). Os dois lutam para ficar juntos, mesmo com a desaprovação da família. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo Um Só Coração ( minissérie) No entanto, Washington Luis rompeu o acordo e indi- cou para sua sucessão o presidente de São Paulo, Júlio Prestes, do PRP. Revoltado, Antônio Carlos de Andrada procurou apoio político em outros estados e aliou-se às oligarquias da Paraíba e do Rio Grande do Sul. Insatis- feitos com o alijamento do poder, formaram a Aliança Liberal, que apresentou como candidatos Getúlio Var- gas e João Pessoa. Em seu programa político, a Aliança Liberal propunha a adoção do voto secreto e do voto feminino, a anistia polí- tica e a reforma agrária. A Aliança contava com o apoio de membros do movimento tenentista, de oligarquias dissi- dentes e de camadas médias urbanas. CARTAZES DA CAMPANHA ELEITORAL DE 1930 As eleições ocorreram no dia 1.º de março de 1930, em meio a um clima bastante tenso, em que os dois lados de- nunciavam fraudes de seus opositores. Depois da contagem dos votos, o candidato Júlio Prestes, do PRP, foi declarado vencedor e deveria assumir a presidência da República em novembro daquele ano. 5. REVOLUÇÃO DE 1930 Getúlio Vagas e João Pessoa aceitaram a derrota eleitoral da Aliança Liberal. Entretanto, a maioria dos opositores, inconformada com o resultado eleitoral, passou a plane- jar uma conspiração. Entre os opositores se destacaram os civis Antônio Carlos de Andrada, Oswaldo Aranha e Lindolfo Collor, e os militares tenentes Siqueira Campos, Miguel Costa e Juarez Távora. Exilado na Argentina, Luís Carlos Prestes foi convidado para participar da conspira- ção, mas não aceitou. Já adepto do comunismo, defendia a insurreição popular das camadas trabalhadoras. Conhecendo os Presidentes - Ep. 14: Júlio Prestes FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado por João Dantas, em Recife, por questões de ordem pessoal. O crime somou-se às acusações de fraude nas eleições presi- denciais, à “degola” arbitrária de deputados mineiros e de 98 toda a bancada paraibana que apoiara a Aliança Liberal e ao descontentamento popular com a crise econômica causada pela Grande Depressão de 1929, servindo como justificativa para a mobilização armada contra o governo federal. Rebentô a Revolução – Mandi multimídia: música O movimento teve início no Rio Grande do Sul, no dia 3 de outubro de 1930, sob a chefia de Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha. Juarez Távora mobilizou o apoio ao movimento no Nordeste, e Antônio Carlos de Andrada liderou-o em Minas Gerais. O comando do movimento revoltoso foi assumido pelo general Góes Monteiro. Muitos presidentes estaduais foram depostos. No dia 24 de outubro, o presidente Washin- gton Luís foi deposto por militares do Exército e da Marinha, pouco menos de um mês antes de terminar seu mandato. O poder federal foi assumido por uma junta militar forma- da pelo almirante Isaías Noronha e pelos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso. Um mês depois do golpe, a chefia do governo foi entregue a Getúlio Vargas, que tomou pos- se como chefe do Governo Provisório. Estava consumada a chamada Revolução de 1930, que coroava a derrota da política do “café com leite” e das forças representadas pelo PRP e pelo PRM. Tinha início a Era Vargas, que se estendeu até 1945, representando outras frações e facções políticas da classe dominante e inaugurando um novo diálogo com o operariado e com as classes médias. GETÚLIO VARGAS E SUA COMITIVA EM ITARARÉ, SP. O coletor de impostos Vicente Lemos (Ângelo Antônio) é enviado para um pequeno município da região norte de Goiás (Dianópolis, atual es- tado do Tocantins). Lá, entra em conflito com o coronel Pedro Melo (Rolando Boldrin), seu pró- prio tio, por discordar dos métodos que o coronel utiliza para manter o domínio absoluto das ter- ras da região. O filho de Pedro, Artur (Henrique Rovira), é ex-deputado e ex-aliado dos coronéis sulistas. A discordância acaba fazendo com que os Melo e seus aliados coloquem fogo na coleto- ria de Vicente, o que faz com que ele denuncie a família para a sede do governo. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo A Chacina dos Coronéis - O Tronco multimídia: sites www.historiadobrasil.net/ mundoestranho.abril.com.br/ semana-arte-moderna.info/ 99 CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS A Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, trouxe um novo paradigma para a literatura e as artes brasileiras. O Modernismo rompeu com as artes puras europeias, que eram copiadas pelos artistas brasileiros antes de 1922. A partir desse momento, estabeleceu-se o que Oswald de Andrade (um dos idealizadores da Semana) chamou de “antropofagia cultural”, ou seja, o Brasil precisava “devorar” as influências externas, mas criar nessa “digestão” uma arte com elementos de valorização do nacional, exaltando cenários e realidades brasileiras. A Se- mana de Arte Moderna, apesar de ter ocorrido em 1922, teve seus efeitos mantidos por toda a conturbada década de 1920 no Brasil. CARTAZES DA SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 Seu Julinho Vem – Francisco Alves multimídia: música 100 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM 15 Habilidade A Habilidade 15 contempla diversos objetos de conflitos históricos. No caso da História, destacam-se os sociais, políticos e econômicos. O candidato deve ter uma compreensão histórica para além da memorização de datas e eventos. A prova exige a capacidade de analisar diferentes propostas, ideologias e concepções políticas de movimentos sociais, partidos políticos ou líderes em geral. A Habilidade 15 é exigida principalmente em relação a temas que abordam momentos de transição histórica, pois neles há maior relevância das posições políticas e ideológicas dos agentes políticos. No caso da questão a seguir, observa-se um discurso de Vargas quando de sua posse como chefe do Governo Provisório, em 1930, fato que pôs fim à chamada República Oligárquica (1894-1930). Modelo (Enem) O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos. Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo para- sitário, com toda sua descendência espúria. (Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do Governo Provisório, pronunciado em 3 de novembro de 1930.) FILHO, I.A. BRASIL, 500 ANOS EM DOCUMENTO. RIO DE JANEIRO: MAUAD, 1999 (ADAPTADO). Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao: a) funcionamento regular dos partidos político; b) controle político exercido pelas oligarquias estaduais; c) centralismo presente na constituição então em vigor; d) mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais; e) imobilismo popular nos processos político-eleitorais. Análise expositiva - Habilidade 15: Na fala “desmontar a máquina do favoritismo parasitário, com toda a sua descendência espúria”, Getúlio faz uma crítica direta à política dos governadores e ao coronelismo, que, através da manipulação eleitoral, favorecia as oligarquias estaduais a ficarem no poder. Alternativa B B 101 • EMPRÉSTIMOS ESTRANGEIROS • OPOSIÇÃO ÀS OLIGARQUIAS • FLORESCIMENTO CULTURAL CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA E REVOLUÇÃO DE 1930 GOVERNO EPITÁCIO PESSOA 1919-1922 CARACTERÍSTICAS • MUDANÇAS SOCIAIS • NOVAS CLASSES SOCIAIS • ENFRAQUECIMENTO DO PODER OLIGÁRQUICO • BURGUESIA INDUSTRIAL • TRABALHADORES

Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930

Lista de 21 exercícios de História com gabarito sobre o tema Era Vargas com questões do Enem.

Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Era Vargas.
Trocar Tema Era Medieval Guerra Fria História Antiga História da América dade Contemporânea I Idade Contemporânea II Idade Moderna: século 17 e 18 Pré-história Roma Antiga Segunda Guerra Mundial Trocar de Disciplina Matemática História Geografia e Atualidades Sociologia e Filosofia Biologia Física Química Linguagens

01. (Enem 2021) O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu construir um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha no território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então instituições encarregadas de fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938.

LIPPI L. A conquista de Oeste Deponivel em http fcpdoc fgv be Acesso em 7 rov 2014 (adaptado)

A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia politica de

  1. levantar informações para a preservação da paisagem dos sertões.
  2. controlar o crescimento exponencial da população brasileira.
  3. obter conhecimento científico das diversidades regionais.
  4. conter o fluxo migratório do campo para a cidade.
  5. propor a criação de novas unidades da federação.

02. (Enem 2021) Quando Getúlio Vargas se suicidou, em agosto de 1954, o pais parecia à beira do caos. Acuado por uma grave crise política, o velho líder preferiu uma bala no peito à humilhação de aceitar uma nova deposição, como a que sofrera em outubro de 1945. Entretanto, ao contrário do que imaginavam os inimigos, ao ruído do estampido não se seguiu o silêncio que cerca a derrota.

REIS FILHO. D A O Estado à sombra de Vargas Revista Nossa História. n 7. maio 2004

O evento analisado no texto teve como repercussão imediata na política nacional a

  1. reação popular.
  2. intervenção militar.
  3. abertura democrática.
  4. campanha anticomunista.
  5. radicalização oposicionista.

03. (Enem 2021) Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova — 1932

A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes. assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando- se para formar "a hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os meios de ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos natural e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento”, de acordo com uma certa concepção do mundo.

Disponivel em: wrun hastec fo unicamp br Acesso em 7 out es

Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter oligárquico da sociedade brasileira.

Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre

  1. ensino técnico e mercado de trabalho.
  2. acesso à escola e valorização do mérito.
  3. ampliação de vagas e formação de gestores.
  4. disponibilidade de financiamento e pesquisa avançada.
  5. remuneração de professores e extinção do analfabetismo.

04. (Enem PPL 2021) Há outras razões fortes para promover a participação da população em eleições. Grande parte dela, particularmente os mais pobres, esteve sempre alijada do processo eleitoral no Brasil, não somente nos períodos ditatoriais, mas também nos democráticos. Na eleição de 1933, por exemplo, apenas 3,3% da população do país votaram. Em 1945, com a volta da democracia, foram parcos 13,4%. Em 1962, só 20% dos brasileiros foram às urnas.

KERCHE, F.; FERES JR., J. Um nobre dever. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 109, out. 2014.

O baixo índice de participação popular em eleições nos períodos mencionados ocorria em função da

  1. adoção do voto facultativo.
  2. exclusão do sufrágio feminino.
  3. interdição das pessoas analfabetas.
  4. exigência da comprovação de renda.
  5. influência dos interesses das oligarquias.

05. (Enem PPL 2019) A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante foi a crise financeira detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque.

Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado).

Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de incentivo à

  1. industrialização interna para substituir as importações.
  2. nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise.
  3. venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores.
  4. entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas.
  5. abertura de linhas de financiamento especial para empresas do setor terciário.

06. (Enem 2018)

O anúncio publicitário da década de 1940 reforça os seguintes estereótipos atribuídos historicamente a uma suposta natureza feminina:

  1. Pudor inato e instinto maternal.
  2. Fragilidade física e necessidade de aceitação.
  3. Isolamento social e procura de autoconhecimento.
  4. Dependência econômica e desejo de ostentação.
  5. Mentalidade fútil e conduta hedonista.

07. (Enem 2018) Essa imagem foi impressa em cartilha escolar durante a vigência do Estado Novo com o intuito de

  1. destacar a sabedoria inata do líder governamental.
  2. atender a necessidade familiar de obediência infantil.
  3. promover o desenvolvimento consistente das atitudes solidárias.
  4. conquistar a aprovação política por meio do apelo carismático.
  5. estimular o interesse acadêmico por meio de exercícios intelectuais.

08. (Enem 2017) Nos primeiros anos do governo Vargas, as organizações operárias sob controle das correntes de esquerda tentaram se opor ao seu enquadramento pelo Estado. Mas a tentativa fracassou. Além do governo, a própria base dessas organizações pressionou pela legalização. Vários benefícios, como as férias e a possibilidade de postular direitos perante às Juntas de Conciliação e Julgamento, dependiam da condição de ser membro de sindicato reconhecido pelo governo.

FAUSTO, B. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado, 2002 (adaptado).

No contexto histórico retratado pelo texto, a relação entre governo e movimento sindical foi caracterizada

  1. pelo reconhecimento de diferentes ideologias políticas.
  2. por um diálogo democraticamente constituído.
  3. pelas benesses sociais do getulismo.
  4. pela vinculação de direitos trabalhistas à tutela do Estado
  5. por uma legislação construída consensualmente..

09. (Enem 2017) Estão aí, como se sabe, dois candidatos à presidência, os senhores Eduardo Gomes e Eurico Dutra, e um terceiro, o senhor Getúlio Vargas, que deve ser candidato de algum grupo político oculto, mas é também o candidato popular. Porque há dois “queremos”: o “queremos” dos que querem ver se continuam nas posições e o “queremos” popular… Afinal, o que é que o senhor Getúlio Vargas é? É fascista? É comunista? É ateu? É cristão? Quer sair? Quer ficar? O povo, entretanto, parece que gosta dele por isso mesmo, porque ele é “à moda da casa”.

A Democracia. 16 set. 1945. apud GOMES. A.C.; D’ARAÚJO, M. C. Getulismo e trabalhismo. São Paulo: Ática. 1989.

O movimento político mencionado no texto caracterizou-se por

  1. demandar a confirmação dos direitos trabalhistas.
  2. apoiar a permanência da ditadura estadonovista.
  3. resgatar a representatividade dos sindicatos sob controle social.
  4. reivindicar a transição constitucional sob influência do governante.
  5. reclamar a participação das agremiações partidárias.

10. (Enem 2017) Durante o Estado Novo, os encarregados da propaganda procuraram aperfeiçoar-se na arte da empolgação e envolvimento das “multidões” através das mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o significado das palavras importa pouco, pois, como declarou Goebbels, “não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter determinado efeito”.

CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação. In: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

O controle sobre os meios de comunicação foi uma marca do Estado Novo, sendo fundamental à propaganda política, na medida em que visava

  1. conquistar o apoio popular na legitimação do novo governo.
  2. ampliar o envolvimento das multidões nas decisões políticas.
  3. aumentar a oferta de informações públicas para a sociedade civil.
  4. estender a participação democrática dos meios de comunicação no Brasil.
  5. alargar o entendimento da população sobre as intenções do novo governo.

11. (Enem Libras 2017) Getúlio libertou o povo, e são 8 horas de trabalho e só. Não tinha que trabalhar dia e noite mais não. Getúlio é que fez as leis. A princesa Isabel assinou a libertação, mas quem nos libertou do jugo da escravatura, do chicote, do tronco, foi Getúlio, Getúlio Dorneles Vargas. Papai falava assim: “Meu filho. Nunca houve um modo de governo igual a esse, meu filho”.

Relato de Cornélio Cancino, 82 anos, descendente de ex-escravos, Juiz de Fora (MG), 9 maio 1995. In: MATTOS, H.; RIOS, A. L. (Org.). Memórias do cativeiro: família, trabalho e cidadania no pós-Abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado)

A construção da memória apresentada no texto remete ao seguinte aspecto da referida experiência política:

  1. Fortalecimento da ideologia oficial, limitada à dimensão da escola.
  2. Legitimação de coligações partidárias, vinculadas à utilização do rádio.
  3. Estabelecimento de direitos sociais, associados à propaganda do Estado.
  4. Enaltecimento do sentimento pátrio, ligado à consolidação da democracia.
  5. Desenvolvimento de serviços públicos, submetidos à direção dos coronéis.

12. (Enem 2016) A regulação das relações de trabalho compõe uma estrutura complexa, em que cada elemento se ajusta aos demais. A Justiça do Trabalho é apenas uma das peças dessa vasta engrenagem. A presença de representantes classistas na composição dos órgãos da Justiça do Trabalho é também resultante da montagem dessa regulação. O poder normativo também reflete essa característica. Instituída pela Constituição de 1934, a Justiça do Trabalho só vicejou no ambiente político do Estado Novo instaurado em 1937.

ROMITA, A. S. Justiça do Trabalho: produto do Estado Novo. In: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo, Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.

A criação da referida instituição estatal na conjuntura histórica abordada teve por objetivo

  1. legitimar os protestos fabris.
  2. ordenar os conflitos laborais.
  3. oficializar os sindicatos plurais.
  4. assegurar os princípios liberais.
  5. unificar os salários profissionais.

13. (Enem 2016) Em 1935, o governo brasileiro começou a negar vistos a judeus. Posteriormente, durante o Estado Novo, uma circular secreta proibiu a concessão de vistos a “pessoas de origem semita”, inclusive turistas e negociantes, o que causou uma queda de 75% da imigração judaica ao longo daquele ano. Entretanto, mesmo com as imposições da lei, muitos judeus continuaram entrando ilegalmente no país durante a guerra e as ameaças de deportação em massa nunca foram concretizadas, apesar da extradição de alguns indivíduos por sua militância política.

GRIMBERG, K. Nova língua interior. 500 anos de história dos judeus no Brasil. In: IBGE, Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 (adaptado).

Uma razão para a adoção da política de imigração mencionada no texto foi o(a)

  1. receio do controle sionista sobre a economia nacional.
  2. reserva de postos de trabalho para a mão de obra local.
  3. oposição do clero católico à expansão de novas religiões.
  4. apoio da diplomacia varguista às opiniões dos líderes árabes.
  5. simpatia de membros da burocracia pelo projeto totalitário alemão.

14. (Enem PPL 2016)

Aquarela do Brasil

Brasil!

Meu Brasil brasileiro

Meu mulato inzoneiro

Vou cantar-te nos meus versos

O Brasil, samba que dá

Bamboleio que faz gingar

O Brasil do meu amor

Terra de Nosso Senhor

Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim!

Ah! Abre a cortina do passado

Tira a mãe preta do Cerrado

Bota o rei congo no congado

Brasil! Pra mim!

Deixa cantar de novo o trovador

A merencória luz da lua

Toda canção do meu amor

Quero ver a sá dona caminhando

Pelos salões arrastando

O seu vestido rendado

Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim!

ARY BARROSO. Aquarela do Brasil, 1939 (fragmento).

Muito usual no Estado Novo de Vargas, a composição de Ary Barroso é um exemplo típico de

  1. música de sátira.
  2. samba exaltação.
  3. hino revolucionário.
  4. propaganda eleitoral.
  5. marchinha de protesto.

15. (Enem 2015) A Justiça Eleitoral foi criada em 1932, como parte de uma ampla reforma no processo eleitoral incentivada pela Revolução de 1930. Sua criação foi um grande avanço institucional, garantindo que as eleições tivessem o aval de um orgão teoricamente imune à influência dos mandatários.

TAYLOR, M. Justiça Eleitoral. In: AVRITZER, L.; ANASTASIA, F. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado).

Em relação ao regime democrático no país, a instituição analisada teve o seguinte papel:

  1. Implementou o voto direto para presidente.
  2. Combateu as fraudes sistemáticas nas apurações.
  3. Alterou as regras para as candidaturas na ditadura.
  4. Impulsionou as denúncias de corrupção administrativa.
  5. Expandiu a participação com o fim do critério censitário.

16. (Enem 2013)

Na imagem, da década de 1930, há uma crítica à conquista de um direito pelas mulheres, relacionado com a

  1. redivisão do trabalho doméstico.
  2. liberdade de orientação sexual.
  3. garantia da equiparação salarial.
  4. aprovação do direito ao divórcio.
  5. obtenção da participação eleitoral.

17. (Enem PPL 2013) O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos. Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo parasitário, com toda sua descendência espúria.

Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do governo provisório, pronunciado em 03 de novembro de 1930.

FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).

Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao

  1. funcionamento regular dos partidos políticos.
  2. controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
  3. centralismo presente na Constituição então em vigor.
  4. mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
  5. imobilismo popular nos processos político-eleitorais.

18. (Enem 2012) Fugindo à luta de classes, a nossa organização sindical tem sido um instrumento de harmonia e de cooperação entre o capital e o trabalho. Não se limitou a um sindicalismo puramente “operário”, que conduziria certamente a luta contra o “patrão”, como aconteceu com outros povos.

FALCÃO, W. Cartas sindicais. In: Boletim do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Rio de Janeiro, 10 (85), set. 1941 (adaptado).

Nesse documento oficial, à época do Estado Novo (1937-1945), é apresentada uma concepção de organização sindical que

  1. elimina os conflitos no ambiente das fábricas.
  2. limita os direitos associativos do segmento patronal.
  3. orienta a busca do consenso entre trabalhadores e patrões.
  4. proíbe o registro de estrangeiros nas entidades profissionais do país.
  5. desobriga o Estado quanto aos direitos e deveres da classe trabalhadora.

19. (ENEM 2011) É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930

MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).

O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de

  1. valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas.
  2. resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
  3. criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
  4. legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
  5. destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.

20. (Enem 2010) De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os seus setores. Todas elas têm sido simplesmente uma dádiva do governo. Desde aı́, o trabalhador brasileiro encontra nos quadros gerais do regime o seu verdadeiro lugar.

DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado Novo. Rio de Janeiro: DIP, 1942. Apud BERCITO, S. R. Nos Tempos de Getúlio: da revolução de 30 ao fim do Estado Novo. São Paulo: Atual, 1990.

A adoção de novas polı́ticas públicas e as mudanças jurı́dico-institucionais ocorridas no Brasil, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, evidenciam o papel histórico de certas lideranças e a importância das lutas sociais na conquista da cidadania. Desse processo resultou a

  1. criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que garantiu ao operariado autonomia para o exercı́cio de atividades sindicais.
  2. legislação previdenciária, que proibiu migrantes de ocuparem cargos de direção nos sindicatos.
  3. criação da Justiça do Trabalho, para coibir ideologias consideradas perturbadoras da “harmonia social”.
  4. legislação trabalhista que atendeu reivindicações dos operários, garantido-lhes vários direitos e formas de proteção.
  5. decretação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que impediu o controle estatal sobre as atividades polı́ticas da classe operária.

21. (Enem 2009) O autor da constituição de 1937, Francisco Campos, afirma no seu livro, O Estado Nacional, que o eleitor seria apático; a democracia de partidos conduziria à desordem; a independência do Poder Judiciário acabaria em injustiça e ineficiência; e que apenas o Poder Executivo, centralizado em Getúlio Vargas, seria capaz de dar racionalidade imparcial ao Estado, pois Vargas teria providencial intuição do bem e da verdade, além de ser um gênio polı́tico.

CAMPOS, F. O Estado nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940 (adaptado).

Segundo as ideias de Francisco Campos,

  1. os eleitores, polı́ticos e juı́zes seriam malintencionados.
  2. o governo Vargas seria um mal necessário, mas transitório.
  3. Vargas seria o homem adequado para implantar a democracia de partidos.
  4. a Constituição de 1937 seria a preparação para uma futura democracia liberal.
  5. Vargas seria o homem capaz de exercer o poder de modo inteligente e correto.

1.C 2.A 3.B 4.C 5.A
6.B 7.A 8.D 9.D 10.A
11.C 12.B 13.E 14.B 15.B
16.E 17.B 18.C 19.D 20.D
21.E

Você acredita que o gabarito esteja incorreto? Avisa aí 😰| Pelo Email ou WhatsApp