Como uma população de insetos pode tornar resistente a um inseticida

  1. Numa população de insetos nitidamente sensíveis (não resistentes) à ação de determinado inseticida - DDT, por exemplo -, é de esperar 

    Como uma população de insetos pode tornar resistente a um inseticida

    que alguns poucos indivíduos sejam naturalmente resistentes. A capacidade de resistir ao agente químico constitui uma característica determinada por certos genes, que conferem aos insetos que são seus portadores uma variação "favorável", no caso de a população ser exposta ao inseticida. Logo, pulverizando-se DDT sobre esses insetos, observa-se no início uma forte redução na população, fato que corresponde à morte dos indivíduos sensíveis. Os insetos resistentes, porém, não só sobrevivem como continuam a se reproduzir, originando descendentes igualmente resistentes. Assim, depois de algumas gerações, a população abriga praticamente apenas insetos resistentes, o que justifica o fato de o número de indivíduos permanecer mais ou menos inalterado, mesmo quando novas aplicações do inseticida são processadas. Qual a explicação desse fato?  # A população está adaptada à presença do inseticida e a seleção natural fixou a variação "favorável", que confere a capacidade de resistir ao agente químico. Além disso, o uso contínuo do inseticida, provoca a seleção de linhagens insetos resistentes, o que justifica a diminuição da eficácia dessa substância depois de algum tempo. A mutação resistente ao inseticida não foi provocada pelo produto: ela já existia em baixa frequência . O inseticida agiu selecionando positivamente a mutação, espalhando-a na população.
  2. FGV - É frequente afirmar-se que tem aparecido na agricultura insetos resistentes a inseticidas. A explicação mais correta para tal fato se assenta nos conceitos relativos:
    a) à indução de resistências ao inseticida.b) à herança de caracteres adquiridos.c) à recombinação genética.d) a mutações intracelulares.

    e) à seleção natural.

  3. FAAP - Durante o ano de 95 no "Jô Soares Onze e meia" surgiu um questão interessante "Por que as baratas inglesas são mais resistentes aos venenos e inseticidas comuns?" Uma explicação coerente com as idéias de Darwin e neodarwinista seria que: a) as baratas inglesas ganharam, com o passar do tempo, resistência aos venenos, tornando-as imunes aos mesmos b) as baratas inglesas são mais sadias, mais bem alimentadas que de outras partes do mundo 

    c) as baratas inglesas foram selecionadas durante toda a industrialização inglesa por conviverem com lixo tóxico, sobrevivendo apenas aquelas com características resistentes a todo tipo de toxinas 

    d) as baratas inglesas tornaram-se imunes as toxinas de tanto comê-las 

    e) as baratas inglesas selecionam o tipo de lixo que comem, evitando assim de comer lixo tóxico. 

  4. UNB - Em 1859, Charles Darwin propôs, no livro intitulado A ORIGEM DAS ESPÉCIES, a sua teoria da evolução dos organismos. Julgue os itens que se seguem, relativos a esse tema. (0) Entre os agentes de evolução dos organismos estão o acasalamento não-aleatório e a seleção natural. (1) A seqüência de fósseis de espécies diferentes das atuais, em camadas de rochas antigas, é uma evidência a favor da evolução dos organismos. (2) A resistência dos insetos ao DDT e das bactérias aos antibióticos serve de evidência para a existência da seleção natural. 

    (3) A descoberta recente de vestígios de vida microbiana fóssil em um meteorito proveniente do planeta Marte, anunciada pela NASA, se for confirmada, será uma evidência contra a evolução da vida na Terra.  # Itens corretos: 0, 1 e 2 Item errado: 3 

  5. FUVEST - O DDT, quando foi introduzido no mercado, era extremamente eficaz no controle de insetos. Entretanto, depois de certo tempo, sua eficiência diminuiu. Qual a explicação do fenômeno?  # O DDT atuou selecionando os insetos: as formas sensíveis morrem em sua presença, enquanto os insetos resistentes sobrevivem e se reproduzem, transmitindo aos seus descendentes a capacidade de resistência. Assim, depois de algumas gerações, a população de insetos contém praticamente apenas indivíduos resistentes; daí a perda de eficácia do inseticida, depois de certo tempo. 
  6. UFRJ - O seguinte texto foi divulgado através da imprensa: "O número de lagartas que ataca o algodoeiro é regulado por seus predadores naturais. No entanto, o uso indiscriminado de inseticidas para acabar com as lagartas resultou no extermínio de seus predadores, enquanto elas desenvolveram resistência aos inseticidas". Com base na teoria moderna da evolução, como você explica a expressão "desenvolveram resistência" no texto acima?  # As lagartas não "desenvolveram resistência" ao inseticida. Os indivíduos que já possuíam a capacidade de resistir ao inseticida foram positivamente selecionados, enquanto as formas sensíveis foram eliminadas. 
  7. UFL - "Dona Gertrudes tinha no seu quintal uma horta de couves. Toda vez que apareciam lagartas comendo as folhas de couve ela ia até o armazém do seu Zé-do-Adubo e comprava o inseticida 'terror das lagartas' receitado por ele. No entanto, a cada ano que passava, ela percebia que o 'remédio' fazia menos efeito, mesmo que ela aumentasse a dose recomendada." Explique, sucintamente, usando os conceitos de evolução, mutação gênica, seleção natural e mudança ambiental, o que ocorreu na horta de dona Gertrudes, supondo que o produto não estivesse adulterado.   # Na população de lagartas, havia indivíduos sensíveis e resistentes ao inseticida usado por dona Gertrudes. De acordo com a teoria sintética de evolução, as formas resistentes resultaram de mutações gênicas ocorridas no passado. Quando dona Gertrudes aplicou o inseticida em sua horta, ela promoveu uma mudança ambiental. A partir daí, o inseticida atuou promovendo uma seleção natural, eliminando as lagartas sensíveis a ele; já as lagartas geneticamente resistentes sobreviveram e se reproduziram, originando descendentes igualmente resistentes. Depois de sucessivas aplicações do inseticida, a população de lagartas era constituída praticamente apenas de indivíduos resistentes, daí a perda de eficácia do agente químico.  
  8. UEL - Uma região infestada por mosquitos foi tratada com inseticida durante quatro meses consecutivos. Diariamente eram feitas contagens da população desses insetos, para determinar o efeito das aplicações. O resultado consta no gráfico a seguir.

    Como uma população de insetos pode tornar resistente a um inseticida

    Segundo a teoria sintética da evolução, esses resultados se devem ao fato de o inseticidaa) ter sofrido alteração química e perdido o seu efeito.b) ter levado os insetos a adquirir resistência.

    c) ter selecionado os insetos geneticamente resistentes a ele.

    d) ser inadequado para a região.e) não ser biodegradável e ter se acumulado nos insetos.
  9. CESGRANRIO - O esquema a seguir mostra dois tipos de indivíduos (A e B) de uma mesma espécie, reproduzindo-se ao longo de quatro gerações.

    Como uma população de insetos pode tornar resistente a um inseticida

    A análise dessa sequência permite afirmar que os indivíduos do tipo B:a) desenvolveram resistência às variações ambientais.

    b) possuíam variações favoráveis em relação ao ambiente onde estavam.

    c) transmitiram características adquiridas no meio ambiente para seus descendentes.d) não sofreram ação da seleção natural pois eram mais aptos.

    e) criaram mutações vantajosas para esse ambiente em particular. 

  10. ENEM - O crescimento da população de uma praga agrícola está representado em função do tempo, no gráfico a seguir, onde a densidade populacional superior a P causa prejuízo à lavoura.No momento apontado pela seta (1), um agricultor introduziu uma espécie de inseto que é inimigo natural da praga, na tentativa de controlá-la biologicamente. No momento indicado pela seta (2), o agricultor aplicou grande quantidade de inseticida, na tentativa de eliminar totalmente a praga. 

    Como uma população de insetos pode tornar resistente a um inseticida

    A análise do gráfico permite concluir quea) se inseticida tivesse sido usado no momento marcado pela seta (1), a praga teria sido controlada definitivamente, sem necessidade de um tratamento posterior. b) se não tivesse sido usado o inseticida no momento marcado pela seta (2), a população de praga continuaria aumentando rapidamente e causaria grandes danos à lavoura. c) o uso do inseticida tornou-se necessário, uma vez que o controle biológico aplicado no momento (1) não resultou na diminuição da densidade da população da praga. 

    d) o inseticida atacou tanto as praga quanto os seus predadores; entretanto, a população de pragas recuperou-se mais rápido voltando a causar dano à lavoura. 


    e) o controle de pragas por meio do uso de inseticidas é muito mais eficaz que o controle biológico, pois os seus efeitos são muito mais rápidos e têm maior durabilidade. 

As pragas da cana estão mais resistentes, saiba como controla-las

Uma população de pragas de determinada área tem uma variabilidade genética natural. A maioria dos insetos são suscetíveis aos inseticidas e bem poucos são resistentes. Ao aplicar o defensivo, grande parte dos suscetíveis são eliminados, enquanto apenas alguns sobrevivem. Já os resistentes irão todos sobreviver. Eles, por sua vez, se acasalarão entre si, deixando uma quantidade maior de descendentes resistentes na área.

No ano seguinte, o mesmo inseticida é aplicado novamente. O processo ocorrerá da mesma forma. A maioria dos suscetíveis morre, poucos sobrevivem, mas todos os resistentes permanecem. Ocorrem novos acasalamentos e a população de resistentes crescerá mais uma vez. Perpetuado esse cenário por anos consecutivos, chegará um determinado momento em que o número de resistentes suplantará o de suscetíveis. Ao aplicar o inseticida de sempre, não haverá controle.

“Ao usarmos constantemente o mesmo produto e o mesmo modo de ação, acabamos por selecionar os indivíduos resistentes àquele produto, sendo que a frequência dos resistentes aumentará exponencialmente na população. Em consequência, o inseticida se tornamenos eficiente”, afirma a pesquisadorado Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Leila Luci Dinardo-Miranda.

FATORES QUE ACELERAM A EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA NOS INSETOS

A pesquisadora do IAC explica que os insetos têm vários mecanismos de resistência a inseticidas, como genes que induzem a produção de enzimas que degradam mais rapidamente os inseticidas ou que impulsionam maior produção de uma excreção que dificulta a entrada do defensivo pela epiderme. Todavia, existem certos fatores que aceleram a evolução da resistência:

FATORES GENÉTICOS: • Número de alelos de Resistencia• Frequência dos alelos R• Dominância dos alelos R

• Penetrância, expressividade e interação entre os alelos R