Como comparar custo e efetividade

Última Atualização 23 de janeiro de 2022

QUESTÃO CERTA: Custo-benefício, custo-efetividade e o tempo decorrido entre o início e o fim de determinado projeto são subdimensões que qualificam a seguinte dimensão do desempenho: execução.

QUESTÃO CERTA: Na análise do custo-benefício de um programa, é essencial que os custos e os benefícios desse programa sejam transformados em unidades monetárias.

QUESTÃO ERRADA: A análise custo-efetividade exige a monetarização dos impactos causados pela política pública.

O enunciado trocou análise de custo-benefício por análise de custo-efetividade.

“A análise custo-benefício e a análise custo-efetividade são ferramentas que buscam comparar os custos estimados de determinado projeto com os benefícios esperados. Trata-se de uma forma de decidir sobre a adequabilidade e aceitabilidade de prosseguir com um projeto.

A principal diferença entre as duas é que, na primeira, os custos e resultados podem ser traduzidos em unidades monetárias; já na segunda, os impactos não podem ser valorizados em moeda.”

A avaliação ex ante contempla: a análise custo-benefício, que considera a relação monetária em que a política é viável se os benefícios forem maiores que os custos; e a análise custo-efetividade – nessa ótica, a política viável é aquela que proporciona maior efetividade, que contempla o maior número de benefícios, em face dos recursos disponíveis.

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO => que considera a relação MONETÁRIA em que a política é viável se os

benefícios forem maiores que os custos;

ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE => nessa ótica, a política viável é aquela que proporciona maior efetividade, que contempla o maior número de benefícios, em face dos recursos disponíveis.

CONCLUSÃO:

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO ==> UNIDADES OBJETIVAS / MONETÁRIAS;

ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE => UNIDADES SUBJETIVAS / NÃO MONETÁRIAS.

QUESTÃO CERTA: Análises de custo benefício visam maximizar benefícios e minimizar custos.

QUESTÃO CERTA: A análise de custo-efetividade de um programa é recomendada sempre que houver dificuldade na estimativa dos benefícios desse programa em valores monetários.

Análise custo-benefício toda ação que possa ser analisada sob o prisma financeiro (dinheiro que sai, dinheiro que entra).

Análise custo-efetividade custos ainda medidos em unidades monetárias, resultados medidos pelo alcance da ação (redução na mortalidade infantil, redução nos acidentes de trânsito).

QUESTÃO CERTA: Na análise do custo-benefício de um programa, é essencial que os custos e os benefícios desse programa sejam transformados em unidades monetárias.

No entendimento do CESPE, quando os custos e os benefícios podem ser levantados monetariamente, opta-se pela análise de custo-benefício. Quando os benefícios não podem ser estimados monetariamente, opta-se pela análise custo-efetividade.

QUESTÃO ERRADA: A análise custo-efetividade de políticas sociais baseia-se no levantamento de um indicador determinado pela relação entre os valores aplicados e o número de pessoas atendidas, sem levar em consideração os benefícios gerados pelo programa.

CEBRASPE (2020):

QUESTÃO CERTA: A respeito da análise custo-efetividade (ACE) e da análise custo-benefício (ACB), assinale a opção correta: A ACB e a ACE são compatíveis com a avaliação ex ante.

Análise custo-benefício (ACB) e análise custo efetividade (ACE) são metodologias que permitem realizar avaliação EX-ANTE.

ACB é mais adequada para projetos econômicos.

ACE é mais adequada para projetos sociais.

AVALIAÇÃO EX-POST:

É preciso distinguir situação dos projetos que estão em andamento daqueles que já foram concluídos.

Estes projetos são avaliados para que se adote decisões qualitativas (sim ou não) e quantitativas (questão de grau).

Nos projetos em execução: Decisão qualitativa se refere a continuar ou não com projeto, com base nos resultados obtidos até o momento.

Se sim, decisão quantitativa se refere a manter formulação original ou introduzir modificações na programação.

CEBRASPE (2020):

QUESTÃO ERRADA: A análise custo-benefício baseia-se na relação entre os custos relativos e os resultados de uma política pública.

Custo-benefício: relação monetária em que a política é viável se os benefícios forem maiores que os custos.

Custo-efetividade: política será viável quando proporciona maior efetividade, ou seja, quando os resultados proporcionarem maiores impactos na sociedade.

GABARITO: a questão está ERRADA pois traz o conceito de custo-efetividade ao invés de custo-benefício!

Fonte: qconcursos.

1

Universidade de Brasília

Departamento de Economia

Centro de Estudos em Economia, Meio-

Ambiente e Agricultura - CEEMA

MESTRADO EM GESTÃO ECONÔMICA DO MEIO-AMBIENTE

A análise custo-efetividade: sua aplicação como

auxílio para a definição de políticas de

regulamentação do uso de agrotóxicos

Marina Castelo Branco

Brasília – DF

Julho/2008

2

Marina Castelo Branco

A ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE: SUA APLICAÇÃO COMO

AUXÍLIO PARA A DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS DE

REGULAMENTAÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS

Dissertação apresentada ao Departamento de

Economia da Universidade de Brasília como

requisito para obtenção do título de Mestre

em Economia – Gestão Econômica do Meio

Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Jorge M. Nogueira

3

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Jorge Madeira Nogueira, do CEEMA/UnB

pela orientação deste trabalho e pelo apoio em todos

os momentos difíceis desta jornada;

Ao ex-Chefe da Embrapa Hortaliças Dr. Ruy Resende

Fontes e ao atual Chefe da Embrapa Hortaliças,

Dr. José Amauri Buso, pelo apoio para a

realização deste Curso;

As pesquisadoras da Embrapa Hortaliças Dra. Geni L.

Villas Bôas, líder do Projeto Desenvolvimento de

um Modelo de Produção Integrada de Tomate

Indústria (PITI) nos estados de Goiás e Minas

Gerais, e a Dra. Alice Maria Quezado Duval pelas

discussões geradas dentro do projeto e que

muito colaboraram para a elaboração desta

dissertação;

Ao Dr. Carlos Alberto Lopes, Chefe de Pesquisa e

Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças, ao técnico

do laboratório de Entomologia da Embrapa

Hortaliças Ronaldo Setti de Liz e a Dra. Débora

Maria Rodrigues Cruz do Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento pelo auxílio na coleta de

dados.

4

SUMÁRIO

Resumo ................................................................................................................ i

Abstract ................................................................................................................ ii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. A ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE ............................................................ 4

2.1. Introdução ................................................................................................ 4

2.2. A análise custo-efetividade ....................................................................... 6

2.2.1. Definição e aplicações ..................................................................... 6

2.2.2. Tipos de análise custo-efetividade ................................................. 10

2.2.3. As dificuldades da análise custo-efetividade ................................ 11

2.2.3.1. Os pressupostos assumidos ............................................. 11

2.2.3.2. A definição e obtenção do indicador de efetividade a

ser usado ............................................................................ 12

2.2.3.3. A falta de padronização dos custos e índices ................... 13

2.2.3.4. A incerteza dos custos ....................................................... 13

2.2.3.5. A incerteza dos índices ...................................................... 14

2.2.4. Um método para reduzir algumas das incertezas da análise custo-

-efetividade: a análise de sensibilidade ........................................... 15

2.2.5. As desvantagens da análise custo-efetividade .............................. 16

2.2.6. As limitações da análise custo-efetividade .................................... 17

2.3. Os passos da análise custo-efetividade ................................................. 18

3. O USO DA ÁGUA E AGROTÓXICOS EM LAVOURAS

DE TOMATE INDUSTRIAL ......................................................................... 21

3.1. Introdução ............................................................................................. 21

3.2. O uso da água em lavouras de tomate ................................................. 23

3.3. O uso de agrotóxicos em lavouras de tomate ...................................... 25

3.4. A legislação brasileira de uso de agrotóxicos ....................................... 28

3.4.1. Potenciais impactos dos agrotóxicos na saúde humana ............ 31

3.4.2. Potenciais impactos dos agrotóxicos no ambiente ..................... 33

5

3.5. A legislação brasileira do uso de agrotóxicos na prática ...................... 36

4. APLICAÇÃO DA ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE: O CASO DO USO

DE AGROTÓXICOS EM LAVOURAS DE TOMATE .................................. 37

4.1. Introdução ............................................................................................ 37

4.2. Metodologia ......................................................................................... 37

4.3. Resultados e Discussão ...................................................................... 44

5. CONCLUSÕES........................................................................................... 52

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 56

Anexo 1 ............................................................................................................. 61

Anexo 2 ............................................................................................................. 63

Anexo 3 ............................................................................................................. 66

6

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1. Análise custo-efetividade de diferentes drogas para o tratamento

da leishmaniose visceral .................................................................. 7

Tabela 2.2. Análise custo-efetividade de diferentes políticas para a redução

Da quantidade de nitrogênio depositada no Rio Danúbio ............... 9

Tabela 3.1. Produção de tomate no Brasil. Safras 2005 e 2006 ....................... 22

Tabela 3.2. Grau de toxicidade e grau de impacto ambiental para alguns

agrotóxicos registrados para tomate .............................................. 26

Tabela 3.3. Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

que permitiu a mistura de agrotóxicos em tanque ......................... 29

Tabela 3.4. Resultados de estudos que avaliaram o potencial de toxicidade

de misturas de agrotóxicos para a saúde humana ........................ 33

Tabela 3.5. Resultados de estudos que avaliaram o potencial das misturas

de agrotóxicos de causardanos ao meio ambiente ....................... 34

Tabela 3.6. Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento que proíbe a indicação de misturas de

agrotóxicos em tanque .................................................................. 35

Tabela 4.1. Agrotóxicos empregados por um produtor de tomate industrial

no ano de 2006 ............................................................................. 39

Tabela 4.2. Custo dos agrotóxicos empregados em 50 ha de tomate

industrial ........................................................................................ 40

Tabela 4.3. Consumo de água estimado para a pulverização de 50 ha de

tomate indústria com base em quatro cenários distintos .............. 45

Tabela 4.4. Estimativa da emissão de CO2 por um trator em quatro

cenários distintos quando lavouras de tomate de 50 ha são

pulverizadas com agrotóxicos ....................................................... 45

Tabela 4.5. Custos da aplicação de agrotóxicos para quatro cenários

distintos onde pragas e doenças ocorrem ao mesmo tempo,

quando há mistura de agrotóxicos e pragas e doenças

7

não ocorrem em intervalo de 24 h quando não há mistura de

agrotóxicos .................................................................................... 47

Tabela 4.6. Produtividade de tomate para quatro cenários distintos onde

pragas e doenças ocorrem ao mesmo tempo, quando há

mistura de agrotóxicos e pragas e doenças ocorrem em

intervalos de 24 h quando não há mistura de agrotóxicos ............ 48

Tabela 4.7. Análise custo-efetividade de quatro diferentes cenários de

aplicação de inseticidas. Pragas e doenças ocorrem ao

mesmo tempo quando há mistura de agrotóxicos e pragas e

doenças ocorrem em intervalos de 24 h quando não há

mistura de agrotóxicos .................................................................. 49

Tabela 4.8. Produtividade de tomate/ha para quatro cenários distintos

onde mosca branca e requeima ocorreram ao mesmo tempo,

35 dias após o transplante ............................................................ 50

Tabela 4.7. Análise custo-efetividade de quatro diferentes cenários de

aplicação de inseticidas em 50 ha de tomate industrial.

Pragas e doenças ocorreram ao mesmo tempo 35 dias

após o transplante ......................................................................... 51

8

RESUMO

A análise custo-efetividade compara os custos com os objetivos a serem

alcançados por dois ou mais projetos e seleciona aquele que mais contribui para a

melhoria do bem-estar da população. Nesta dissertação, a análise custo-

efetividade foi empregada para comparar quatro projetos distintos para regular a

aplicação de agrotóxicos em lavouras de tomate industrial: mistura de agrotóxicos

sem nenhuma regulamentação; proibição de misturas de agrotóxicos; permissão

para mistura de agrotóxicos apenas quando os produtos fossem comercializados

pela mesma empresa e proibição de misturas que apresentem potencial risco para

a saúde humana. Esta análise é importante porque a produção de tomate

industrial usa mistura de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças sem

que esta prática seja regulamentada. Os resultados da análise custo-efetividade

mostraram que a mistura de agrotóxicos sem nenhuma regulamentação foi o

projeto mais custo-efetivo. Este projeto apresentou o menor custo ambiental, mas

tem o potencial de aumentar os riscos à saúde humana. Projetos que proíbem a

mistura de agrotóxicos quando estas podem causar riscos à saúde humana foi a

segunda melhor opção. No entanto, este resultado apresenta uma série de

incertezas, uma vez que se desconhece o risco a saúde humana de uma série de

misturas empregadas para o controle de pragas e doenças em tomate industrial. A

proibição de misturas e a permissão de misturas somente quando os produtos

eram comercializados pela mesma empresa reduziram o potencial de risco para A

saúde humana, mas aumentaram o peso de externalidades negativas como

demanda de água e emissões de CO2. Em resumo, a análise mostrou que a

mistura de pesticidas era a melhor opção, mas é necessário que se realizem

pesquisas que venham a aumentar o conhecimento sobre o impacto das misturas

na saúde humana e vertebrados e invertebrados. Com estes resultados, as

incertezas aqui encontradas podem ser elucidadas e os resultados da análise

custo-efetividade podem ser aprimorados e a legislação adequada implementada.

Palavras-Chave: Economia do Meio-Ambiente, análise custo-efetividade, tomate

9

ABSTRACT

The cost-effectiveness analysis is an analysis that compares the costs and

outcomes of two or more projects, and selects the one that gives the best result to

improve the well-being of the population. In this dissertation the cost-effectiveness

analysis was carried out to analyse four projects that aim to regulate pesticide

spray in tomato crops: pesticide mixture with no regulation; prohibition of pesticide

mixture; alllowance of pesticide mixture only when the products were

commercialized by the same industry and banning pesticide mixture that carry

potential risk to human health. This analysis is important because tomato

production employs several pesticide mixtures and this practice is not regulated

yet. Although the results showed that pesticide mixture with no regulation was the

most cost-effectiveness project and had the lowest environmental impact, this

option had the potential to cause risks to human health. Regulation that prohibited

pesticide mixture that were able to cause risks to human health was the second

best option. However, the result of this regulation has several uncertainties as it is

unknown the real risk of several pesticide mixtures to human health. The

prohibition of pesticide mixture and the allowance of pesticide mixture only when

they were commercialized by the same industry reduced potencial risks to human

health. However, those alternatives increased negative externalities such as water

usage and CO2 emissions. In summary, this analysis showed that pesticide mixture

was the best option to reduce some environmental negative externalitie. Yet but it

is still necessary a lot of research to determine which pesticide mixtures can carry

risks to human health and vertebrates and invertebrates. With those results the

uncertanties found here can be elucidated, the outcome of the cost-effectiveness

analysis can be improved and the adequate legislation implemented.

Key Words: Environmental Economics, cost-effectiveness analysis, tomato

10

1. INTRODUÇÃO

Em 2005 começou a ser implantado no estado de Goiás o

Programa de Produção Integrada de Tomate Industrial (PITI) que visa

produzir para processamento tomates de boa qualidade, que tenham

rastreabilidade e que não apresentem riscos para a saúde humana.

Este projeto é uma parceria da Embrapa Hortaliças com o Ministério

da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e indústrias

processadoras de tomate.

A forma de aplicação de agrotóxicos é uma das preocupações da cadeia

produtiva de tomate industrial já que a legislação atual não deixa clara a

possibilidade de emprego de misturas de agrotóxicos no momento da

aplicação destes produtos. No entanto, em passado recente, já houve por

parte do MAPA uma tentativa de regulamentação desta prática, por meio

da Portaria nº 67 de 30 de maio de 1995. Porém, esta Portaria foi revogada

pela Instrução Normativa nº 46 de 24 de julho de 2002 e o emprego de

mistura de agrotóxicos continua sem regulamentação.

A não existência de uma regulamentação para essa questão faz

com que esporadicamente notícias sobre este problema apareçam na

mídia, sendo em seguida esquecido. Um exemplo é a notícia

publicada no dia 18 de março de 2008 no jornal Folha de São Paulo

onde as péssimas condições de trabalho nas lavouras de tomate são

relatadas. Em um trecho da reportagem um auditor do trabalho coloca

que: “os trabalhadores estão usando um verdadeiro coquetel de

inseticidas e fungicidas que podem reagir quimicamente e causar

11

danos sérios à saúde e ao meio ambiente”. A íntegra da reportagem é

apresentada no anexo 1.

A fim de contribuir para essa discussão, esta dissertação

apresenta uma análise sobre o uso de misturas de agrotóxicos em

lavouras de tomate industrial e o impacto desta prática sobre o recurso

água, o efeito estufa e a produtividade da cultura. Para isso, serão

respondidas as seguintes perguntas:

a) as misturas de agrotóxicos podem ser empregadas sem

qualquer regulamentação nas lavouras de tomate industrial?

b) caso deva haver algum tipo de regulamentação, como essas

deveriam ser feitas?

c) que medidas podem ser adotadas para reduzir o impacto

ambiental e social das misturas de agrotóxicos?

Para se obter respostas às perguntas anteriores empregou-se

nesta dissertação o método da análise custo-efetividade. Por meio

desta análise relaciona-se a quantificação dos custos de um projeto,

programa ou política com um indicador comum, que não é expresso

em termos monetários. A divisão dos custos pelo indicador permite

determinar a política mais custo-efetiva.

A dissertação está estruturada em seis capítulos. No Capítulo 2

é discutida a moldura conceitual da análise custo-efetividade. São

apresentadas a definição da análise custo-efetividade, as formas de

seu emprego, as dificuldades para a sua realização, as suas

desvantagens e a metodologia que pode ser empregada para a sua

realização. Para ilustrar os conceitos deste Capítulo trabalhou-se com

os resultados disponíveis na literatura.

12

No Capítulo 3 é discutida a forma de uso de agrotóxicos em

lavouras de tomate industrial, a sua relação com o recurso natural

água e os potenciais impactos destes produtos na saúde humana e no

meio-ambiente. No Capítulo 4 a análise custo-efetividade é realizada

para a determinação da política de aplicação de agrotóxicos mais

custo-efetiva. Para isso foram idealizados quatro cenários:

a) a mistura de agrotóxicos é utilizada e não existe nenhuma

regulamentação;

b) a mistura de agrotóxicos não é permitida nas pulverizações;

c) a mistura de agrotóxicos é realizada seguindo a determinação

da Portaria nº 67 de 30 de maio de 1995 onde os agrotóxicos

poderiam ser misturados, desde de que fossem

comercializados por uma mesma indústria;

d) a mistura de agrotóxicos não é permitida se esta apresentar

potencial de dano a saúde humana.

Para a realização das análises foi levada em consideração o

impacto das diferentes políticas sobre o recurso natural água, sobre a

emissão de CO2, gás causador do efeito estufa e sobre a

produtividade das lavouras.

No Capitulo 5 são apresentadas as conclusões deste estudo e

ressaltada as incertezas da análise custo-efetividade realizada, as

quais devem ser motivos de investigação futura. Finalmente o Capítulo

6 apresenta a bibliografia empregada nesta Dissertação.

13

2. A ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE

2.1. Introdução

A atividade econômica de um país, executada por meio de

projetos, programas e políticas, pode ser definida por entidades

privadas e/ou governamentais. Estas atividades, além dos custos e

14

benefícios sociais e econômicos que geram também uma série de

custos e benefícios ambientais, que em muitos casos não são levados

em consideração, quando da definição da atividade1. No entanto, nos

últimos anos, a sociedade tem demonstrado preocupações com os

impactos ambientais negativos gerados pelas atividades econômicas e

tem reivindicado que os gestores das políticas implementem medidas

que os reduzam a fim de que sejam maximizados os benefícios das

políticas e projetos.

Os dois principais métodos que auxiliam na tomada de decisão

pelos gestores de políticas e/ou projetos sociais e ambientais são a

Análise Custo-Benefício (ACB) e a Analise Custo-Efetividade (ACE). A

ACB é desenhada para avaliar se os benefícios de projetos,

programas ou políticas são maiores que os seus custos e estes são

comparados em termos monetários. Esta análise pode avaliar as

conseqüências sociais e ambientais dos projetos, já que efeitos

monetários e não monetários, como as externalidades, são incluídas.

A ACB é uma das análises mais empregadas para determinar e

comparar a viabilidade de projetos. O seu principal entrave é a

dificuldade de conseguir atribuir valor a todos os custos e benefícios

levantados para a análise, como por exemplo, atribuição de valor a

impactos ambientais. Se a ACB é realizada, e custos ou benefícios

relevantes não são computados, há o risco de se obterem resultados

inconclusivos ou irrealistas.

Este problema de atribuição de valor a benefícios de difícil

mensuração pode ser eliminado com o emprego da ACE. Esta análise

1 Estes custos e benefícios são denominados externalidades positivas e negativas (Contador,

2000, p.25).

15

é desenhada para comparar os custos de políticas ou projetos com

base no alcance de determinados objetivos (por exemplo, redução de

toneladas de nitrogênio na água), ou seja, ela é empregada para

determinar a política ou projeto que atinge determinado objetivo com

o menor custo ou identificar as políticas ou projetos que maximizam

um benefício com um determinado custo. A sua vantagem é que os

benefícios das alternativas não são determinados, já que se assume

que todos estes são aproximadamente os mesmos, como por exemplo

os benefícios provenientes da eliminação de nitrato da água

(SCHLEINIGER, 1999; PEARCE et al., 1999, n.p; ZANOU, 2004; VAN

DER VEEREN, 2005, p.12; WISE e MUSANGO, 2006, p.13).

A ACE tem a sua fundamentação na teoria neoclássica do bem-estar social.

Esta teoria foi desenvolvida com o propósito de interpretar mudanças nos

preços e quantidades de bens adquiridos no mercado. As suas premissas

básicas são (FREEMAN III, 1993, p. 7; VARIAN, 1994, p.52; PINDYCK

& RUBENFELD, 2002, p.64, 66, 68):

i) os indivíduos têm preferências bem definidas ao se

depararem com uma cesta de bens e esta cesta é composta de

quantidades de bens de mercado e bens de não mercado;

ii) cada indivíduo conhece as suas preferências e é capaz de

escolher uma cesta que sempre o deixará melhor do que na situação

anterior, sendo sempre sujeito a sua restrição orçamentária,

iii) as preferências dos indivíduos possuem o caráter de

substitutibilidade, ou seja, se um elemento da cesta é reduzido, é

possível aumentar a quantidade de outro elemento da cesta, de modo

que o indivíduo não fique em uma situação pior devido a mudança.

16

Esse critério de substitutibilidade entre os bens é fundamental, pois

estabelece o “trade-off” entre pares de bens.

Para a viabilização das análises que assumem as premissas da

Teoria do Bem-Estar Social, é assumido que o mercado é livre e

competitivo e que os indivíduos têm informações completas de modo a

maximizar as suas preferências (FREEMAN III, 1993, p. 7; VARIAN,

1994, p.52; PINDYCK e RUBENFELD, 2002, p.64, 66, 68). Contudo,

BOBROW e DREZEK (1987, p.32) citado por PEREIRA (1999, p.8)

apontaram que os princípios da Teoria do Bem-Estar geram

questionamentos, já que muitos indivíduos agem motivados por

comportamentos não econômicos e que muitas vezes há aspectos

políticos que envolvem a ação dos gestores. No entanto, PEREIRA

(1999, p.8) aponta que tais dúvidas, embora relevantes, não chegam

a comprometer as análises feitas com base na Teoria do Bem-Estar.

Assim sendo, os princípios básicos dessa Teoria são aplicados

quando se realiza a ACE, a qual será discutida a seguir.

2.2. A análise custo-efetividade

2.2.1. Definição e aplicações

A ACE é comumente utilizada na área de saúde e na área de gestão

ambiental. Esta análise é uma combinação da quantificação de custos de

projetos, programas ou políticas, relacionados a um indicador comum, que

pode ser um bem, serviço ou outro indicador qualquer, que não pode ser

expresso em termos de renda. A ACE implica em uma escolha entre

diversas alternativas e, para que uma alternativa seja escolhida, há a

necessidade de que todas as alternativas (incluindo a alternativa utilizada

no momento, quando for o caso) sejam corretamente identificadas a fim de

17

que possam ser corretamente avaliadas (LEVIN e McEWAN, 2001, p.6; ;

SILVA, 2003; WISE e MUSANGO, 2006, p.13).

Na área de saúde, a ACE normalmente avalia o custo de um procedimento

ou programa e usa como indicador o efeito desejado na saúde. Pode-se por

exemplo relacionar o custo de diferentes políticas de prevenção de uma

doença e o número de mortes evitadas por cada uma dessas políticas

(SECOLI et al., 2005). Na área de gestão ambiental, pode ser comparada

por exemplo, o custo de diferentes tecnologias para a redução de um

determinado dano ambiental (BOOTH et al.; 1997, p.154).

A divisão do resultado dos custos pelo indicador escolhido produz índices

de custo-efetividade que podem ser ordenados. Os resultados da ordenação

podem ser empregados para ajudar em decisões econômicas. Então, a

primeira vantagem do emprego da ACE é que esta, ao auxiliar na definição

das políticas que podem ser implementadas, permite um uso mais eficiente

dos recursos públicos ou privados, muitas vezes escassos. Esta maior

eficiência que se observa na ACE não ocorre quando se empregam análises

de custos ou efeitos separadamente, ou em alguns casos mais graves,

quando nem os custos nem a efetividade são consideradas, como no caso

da Noruega onde foram sugeridas regulações para a melhoria das regiões

costeiras, mas nem os custos, nem a efetividade destas medidas foram

avaliadas. Essas decisões implicam que o projeto ou política escolhida

pode não ser aquela que resultará em um uso mais eficiente dos recursos

(MAGNUSSEN, 2005). A segunda e importante vantagem da ACE é que

ela permite aos gestores assegurar aos financiadores do projeto e/ou

política um “valor para o dinheiro” ou seja, é possível mostrar o que deverá

ser alcançado com o recurso empregado (PEARCE et al., 1999, n.p;

ROBBERSTAD et al., 2004),

18

VANLERBERGHE et al. (2007) demostraram essas duas

vantagens da ACE quando avaliaram diferentes drogas para o

tratamento da leishmaniose visceral, doença transmitida por mosquito.

Neste caso, que é apresentado na TABELA 2.1, se um gestor tivesse

que decidir sobre qual droga empregar para o tratamento da doença, e

levasse em consideração para a sua decisão apenas os custos,

escolheria a droga miltefosina. Por outro lado, se ele levasse em

consideração o número de mortes evitadas com o uso de uma droga,

ele escolheria a Amfoterinica B deoxicholate. A combinação custos da

droga/mortes evitadas indica que, neste caso, o tratamento mais

apropriado seria a droga miltefosina, já que esta apresenta o menor

índice custo-efetividade. A escolha da alternativa mais custo-efetiva

pelo gestor da política poderia levar a liberação de recursos que

poderiam ser investidos em outras alternativas que auxiliariam o

controle da doença. Entre as alternativas estariam políticas de

eliminação de cães doentes, principal reservatório doméstico da

doença e o uso de inseticidas em residências para controle do vetor

(LEVIN e McEWAN, 2001, p.11; OLIVEIRA e ARAÚJO, 2003).

TABELA 2.1. Análise custo-efetividade de diferentes drogas para o

tratamento da leishmaniose visceral.

Tratamento Custo

(U$) Efetividade

(mortes

evitadas por

1.000 casos

Custo-

efetividade

(U$/mortes

evitadas)

19

suspeitos)

Antimônios 120,1 332 362,2

Miltefosina 111,1 339 327,9

mfoterinica B

deoxicholate 159,7 349 457,0

AmBisome® 537,5 331 1621,8

Fonte: VANLERBERGHE et al. (2007)

Ao realizar-se uma ACE para uma decisão de política a ser implantada, ou

avaliação de uma política já implantada, é importante ter em mente que os

resultados da análise são influenciados pelos custos específicos de cada

região ou país e também pelas condições ambientais e sociais que

prevalecem em cada local. Isto significa que os resultados de um país ou

região não podem ser automaticamente transferidos de um local para o

outro (LAHIRI et al., 2005; VAN DER VEEREN, 2005, p.22). Essa

diferença de custos entre regiões, e seu provável impacto na decisão dos

gestores foi demonstrada por SCHÖNBÄCK et al. (2006). Os autores

avaliaram diferentes políticas para a redução da quantidade de nitrogênio

depositada no Rio Danúbio na Áustria, Hungria e Romênia (TABELA 2.2).

Eles observaram que na Áustria, os custos mais elevados para a

implementação de cada uma das políticas, levaram geralmente a índices

custo-efetividade maiores. Observaram ainda que a política mais efetiva

para a Áustria e a Hungria era aquela que aplicava técnicas capital-

intensivas, já que os custos da mão-de-obra eram elevados nestes dois

países. O reverso se observava na Romênia, ou seja, os custos da mão-de-

obra eram menores. Isso levava a que políticas que utilizassem mais

intensivamente o fator mão-de-obra eram mais custo-efetivas na Romênia.

ROBBERSTAD et al. (2004) e GREGORIO et al. (2007) também

apontaram a importância de não se poder extrapolar os resultados da ACE

20

ao apontarem diferenças nos custos do tratamento de um episódio de

diarréia infantil entre países em desenvolvimento e entre países

desenvolvidos e países em desenvolvimento respectivamente. GREGORIO

et al. (2007) apontou que na Índia, Indonésia e EUA, o custo do

tratamento, tomando por base os valores de 2003, era de respectivamente

U$16,41; U$2,27 e U$391,00. O autor apontou que, neste caso, as

diferenças na renda per capita estavam entre as responsáveis pela diferença

de custos entre os diferentes locais.

2.2.2. Tipos de análise custo-efetividade

A ACE pode ser realizada ex ante ou ex post. No primeiro caso,

as estimativas de efetividade e custos são comparados, a fim de que

seja apontado o melhor projeto ou política. No segundo caso, os

custos passados e os resultados alcançados são comparados para

avaliar o custo-efetividade da política. A ACE é considerada uma das

melhores análises para a determinação da efetividade em custo de

políticas programas ou projetos (PEARCE et al., 1999, n.p).

Um aspecto que merece ser chamado a atenção na ACE é que

ela é particularmente útil quando apenas um índice é considerado e

este pode ser descrito de maneira inequívoca, como o caso em que se

quer determinar quanto da emissão de fosfato será reduzida em uma

lagoa pela implementação de uma política ou qual será o número de

mortes evitadas por tecnologias que visam reduzir a incidência de

silicose em trabalhadores (LAHIRI, et al., 2005; van der VEEREN,

2005, p.21). Este tipo de análise foi denominado por SCHLEINIGER

(1999) de “análise custo-efetividade tradicional”.

21

Ocorre porém que, em alguns casos, outros fatores ambientais

e sociais importantes, que podem ter impacto significativo na eficiência

da política, são ignorados. O resultado disso é que a interação entre

os diferentes problemas ambientais, que não foram considerados,

podem vir a afetar o custo-efetividade dessas políticas. Desse modo,

deve-se estar atento para essas interações (SCHLEINIGER 1999;

BRINK et al., 2005). Quando essas interações são levadas em

consideração, a análise foi denominada por SCHLEINIGER (1999) de

“análise custo-efetividade compreensiva”.

Alguns exemplos de interações que podem afetar os resultados

de uma ACE e, conseqüentemente, os resultados de uma política, são

encontrados na literatura. BRINK et al. (2005) mostraram que a

redução de emissão de amônia na agricultura européia, quando a

emissão de gases que causam o efeito estufa não era considerada,

tinha um custo menor do que quando a emissão desses últimos gases

era considerada e os seus índices deveriam permanecer nos

patamares em que se encontravam antes da implementação das

políticas. Perante essas duas opções e considerando o problema do

aquecimento global, os autores recomendaram que seria necessário a

escolha da tecnologia de menor custo e que praticamente não

contribuísse para o aumento dos problemas relacionados ao efeito

estufa.

Um outro exemplo de ACE compreensiva é o trabalho de van der

VEEREN (2005, p. 21). O autor apontou que para a redução da

eutroficação nos rios, os elementos nitrogênio e fósforo não poderiam

ser considerados separadamente, já que ambos contribuíam para o

fenômeno. Para atingir o objetivo proposto na ACE (a redução da

22

eutroficação nos rios) deveriam ser considerados os custos das

políticas que reduzissem a emissão dos dois elementos

simultaneamente.

2.2.3. As dificuldades da análise custo-efetividade

Ainda que a primeira vista a ACE possa parecer uma análise

relativamente fácil, existem diversas dificuldades para a sua

implementação, sendo as principais: os pressupostos assumidos, a

definição e obtenção dos indicadores, a falta de padronização dos

custos e índices, a incerteza dos custos e índices. Cada uma dessas

dificuldades serão discutidas a seguir.

23

TABELA 2.2 Análise custo-efetividade de diferentes políticas para a redução da quantidade de

nitrogênio depositada no Rio Danúbio.

Políti

ca1

Áustria Hungria Romênia

Custo

(euro/a)

Efetivid

ade

(redução

emissão

de

nitrogên

io – t/a)

Custo/

efetivida

de

Custo

(euro)

Efetivid

ade

(redução

emissão

de

nitrogên

io – t/a)

Custo/

efetividade

Custo

(euro)

Efetividade

(redução

emissão de

nitrogênio –

t/a)

Custo/

efetivida

de

1 30.118.0

00

222 136 5.892.00

0

69 85 6.616.000 291 23

2

291.569.

000

764 382 217.681.

000

174 1,253 364.686.00

0

1.524 239

3 -

56.950.0

00

757 -75 -78.018 1.038 -75 35.522.000 4.411 8

4 99.543.0

00

1.201 83 35.030.0

00

606 58 -

31.635.000

3635 -9

Fonte: SCHÖNBÄCK et al. (2006).

1/ Política 1= aplicação precisa de fertilizantes (uso de análise química do solo, estudo do balanço de nutrientes, banimento de aplicações no inverno); Política 2= redução de

emissões de nitrogênio de esterco por melhor manejo e armazenamento; Política 3= aumento da capacidade produtiva das plantas por meio da aplicação de tecnologias

capital- intensiva (irrigação e adubação de acordo com demanda da planta, proteção de planta); Política 4= redução das emissões diretas de nitrogênio para a hidrosfera:

cultivo mínimo, semeio sobre “mulch”; cobertura de plantas e consorciação).

24

2.2.3.1. Os pressupostos assumidos

A primeira dificuldade da ACE é que os pressupostos

assumidos na análise devem se confirmar na prática para que os

resultados alcançados com a análise se viabilizem na prática.

ROBBERSTAD et al. (2004) avaliaram a política de distribuição de

zinco para o combate a diarréia infantil na Tanzânia. Os autores

assumiram que a distribuição do composto apresentava retornos

constantes de escala, ou seja, o envio de pequenas ou grandes

quantidades do produto para as comunidades beneficiadas

apresentava o mesmo custo, o que poderia não se confirmar na

prática.

O impacto do pressuposto da escala do projeto no resultado

final da ACE foi explicitado também por STEVENS et al. (2005), em

Malawi, África. A preços de 1999, em 1999 foram distribuídos 72.196

mosqueteiros para a prevenção da malária e o índice custo-efetividade

da política foi de 5,04. Já em 2003, quando foram distribuídos 720.577

mosquiteiros, o índice custo-efetividade foi de 192, o que indicava que

a política apresentava retorno crescente à escala. Com isso, os

autores recomendaram que para alguns projetos, é fundamental que

seja levado em consideração nas análises tipo de retorno a escala do

mesmo. Isto porque esta definição poderá influir não só nos

resultados da análise, como poderá também influir na escolha da

política a ser adotada.

2.2.3.2. A definição e obtenção do indicador de efetividade a ser

usado

25

A segunda dificuldade para a realização da ACE é a definição e

a obtenção do indicador de efetividade a ser usado. Em muitos casos,

esta dificuldade ocorre porque:

a) não existem informações sobre os indicadores (SCHÖNBÄCK

et al., 2006);

b) os indicadores não estão facilmente disponíveis

(MAGNUSSEN et al., 2005;

c) os indicadores apresentam dificuldades de serem obtidos

devido a problemas técnicos (WISE e MUSANGO, 2006,

p.25);

d) os indicadores empregados são subjetivos (MAGNUSSEN et

al., 2005).

No que se refere à dificuldade de obtenção de índices devido a

problemas técnicos, CHRISTOFFERS et al. (2003) mostraram que

projetos que visavam avaliar a melhoria das condições de saúde de

populações infantis e que objetivavam usar índices de redução de

casos de diarréia apresentavam dificuldades de serem consolidados.

Isto porque era difícil coletar informações relacionadas à duração do

período das diarréias, número de episódios de diarréia por ano,

fatalidade dos casos, já que a população era grande e diversos casos

poderiam não ser notificados .

No que se refere à subjetividade dos índices, MAGNUSSEN et

al. (2005) apontaram que projetos noruegueses de conservação

ambiental objetivavam conseguir um “bom status ecológico” das áreas

costeiras. No entanto, o autor ressaltou que era difícil construir este

índice já que havia uma grande dificuldade para se definir o que era

um “bom status ecológico” das áreas costeiras.

26

2.2.3.3. A falta de padronização dos custos e índices

A terceira dificuldade da ACE está relacionada à falta de

padronização dos custos e índices para a avaliação dos seus

resultados. Isto dificulta não só a comparação dos resultados, mas

também a escolha de uma política para uma região ou país. Por

exemplo, MAGNUSSEN (2005) observou que na Noruega, um dos

países que mais tem empregado a ACE para a definição de suas

políticas de controle da qualidade da água, diferentes índices e/ou

custos eram empregados para a realização das análises. Como

exemplo cita: a) os estudos sobre a lixiviação de fósforo onde alguns

autores utilizavam o índice fósforo total e outros utilizavam o índice

fósforo biodisponível; b) o cálculo dos custos onde algumas análises

empregavam o custo financeiro e outras empregavam o custo social,

sendo que para a determinação destes, diferentes pressupostos eram

assumidos. Isto tornava praticamente impossível a comparação dos

estudos. Para solucionar o problema o autor apontou a necessidade

de uniformização dos índices a serem empregados nas análises.

Um outro exemplo de falta de padronização dos índices foi

demonstrado por ROBBERSTAD et al. (2004) que avaliaram o custo-

efetividade de políticas de fornecimento do zinco para a redução da

mortalidade infantil por diarréia em países em desenvolvimento. Os

autores observaram que na literatura os índices que mostravam a taxa

de mortalidade infantil eram bastante variáveis e esta variação ocorria

porque alguns trabalhos usavam o índice de mortalidade coletado em

hospitais, onde provavelmente estavam os casos mais graves e outros

estudos usavam índices obtidos em comunidades, onde

27

provavelmente estavam os casos menos graves. Essa falta de

padronização na coleta de dados não permitia comparação entre os

diferentes estudos.

2.2.3.4. A incerteza dos custos

A quarta dificuldade da ACE está relacionada à incerteza dos custos.

Em muitos casos estas dificuldades ocorrem porque alguns custos, difíceis de

serem obtidos, não são considerados.

Esta incerteza foi apontada por WISE e MUSANGO (2006, p.23, 25)

que avaliaram diferentes políticas de conservação e melhoria de qualidade da

água na África do Sul. Neste caso, os autores consideraram os custos de

transação2 para a implementação das tecnologias como “zero” devido a não

existência destes dados para a região africana avaliada. Todavia, ressalvaram

que estes custos poderiam ter um impacto significativo quando a política

selecionada fosse implementada.

2.2.3.5. A incerteza dos índices

A quinta dificuldade da ACE está relacionada à incerteza dos índices.

Em muitos casos estas dificuldades ocorrem porque:

a) alguns índices combinam vários fatores;

b) alguns índices são complexos para serem determinados.

No caso da incerteza dos índices que combinam vários fatores, essa

dificuldade foi demonstrada por CALLAGHAN e O´HARE (2006, p.17). Os

autores mostraram que uma política que objetivasse usar como índice a

2 São os custos referentes por exemplo a procura de um produto no mercado por um consumidor

ou fornecedores por uma empresa, custos de um contrato, custos de supervisão de um fornecedor

(Duarte et al., s.d.)

28

redução de fósforo no ambiente da agricultura orgânica teria que considerar o

tipo de agricultura a ser avaliada (pasto, cultivo hortícola), a quantidade de

fertilizante orgânico empregada em cada atividade agrícola e a

disponibilidade de fósforo no solo, dados que nem sempre estavam

disponíveis para todas as áreas.

No caso da incerteza devido à complexidade dos índices, LARSON et

al. (1999) avaliaram o impacto da redução de poluentes sobre a saúde humana

na Rússia, onde foram apenas considerados os indicadores de emissão e

exposição ambiental. Os autores ressaltaram que a análise apresentava

diversas incertezas. Estas se deviam à metodologia utilizada para avaliar o

risco dos poluentes, às condições meteorológicas da localidade da análise, que

poderia afetar a concentração ou dispersão de poluentes, à variabilidade da

população, à mobilidade humana no ambiente (tempo de exposição em

ambiente fechado e em ambiente aberto), e às condições de trabalho.

Um outro exemplo da incerteza devido à complexidade dos índices foi

fornecido por van der VEEREN (2005, p.22) que indicou ser difícil medir o

impacto de zinco sobre a biodiversidade da macrofauna e peixes,

principalmente devido a diferenças entre os ecossistemas. Neste caso, o índice

que se poderia obter seriam estimativas que descreveriam os efeitos em termos

apenas gerais.

Quando se tenta trabalhar na determinação de índices complexos, estes

podem demandar uma quantidade significativa de recursos e/ou pessoal.

MACMILLAN et al. (1998) desenvolveram um sistema para aplicar a ACE na

análise de programas de restauração de florestas na Escócia. Para a elaboração

dos índices, os autores consultaram dez pesquisadores envolvidos no assunto,

em um trabalho que envolveu diferentes etapas de avaliação, até que se

chegasse a um índice para a análise.

29

2.2.4. Um método para reduzir algumas das incertezas da análise custo-

efetividade: a análise de sensibilidade

Ainda que existam incertezas quanto aos custos e índices

utilizados, a realização da análise de sensibilidade pode contribuir

para reduzi-las. Por meio desta análise, diversas ACEs são realizadas

com variações nos custos e nos índices, onde podem ser

empregados, por exemplo, os menores e os maiores limites

identificados. ROBBERSTAD et al. (2004) estudando o impacto de

substâncias para reduzir a mortalidade de crianças por diarréia,

usaram na análise de sensibilidade valores de expectativa de vida ao

nascer que refletiam a menor e a mais elevada expectativa

determinada no mundo e variaram também a taxa de desconto. Nessa

análise, a variação do primeiro fator foi irrelevante, mas a variação do

segundo não.

Um outro exemplo de análise de sensibilidade foi a realizada por

VAN LERBERCHE et al. (2007) para avaliar a droga mais custo-

efetiva para o tratamento da leishmaniose visceral que foi apresentada

na TABELA 2.1. Quando os autores variaram o custo das drogas

dentro do valor máximo e mínimo encontrado na literatura, a redução

do custo da droga miltifosina de U$140 para U$100 e o custo da droga

antimônio foi mantido no seu valor mais baixo, que era de U$28, o

tratamento com a primeira droga foi mais custo-efetivo. Isto porque o

30

tratamento hospitalar necessário quando esta era usada era bastante

inferior ao custo do tratamento quando se usava o antimônio (os

custos eram de respectivamente U$40 e U$143).

Nos casos em que a análise de sensibilidade apontar diferenças

nas priorizações das opções, essa incerteza deve ser apontada

claramente e os fatores que podem fazer com que os objetivos

possam não sejam atingidos devem ser realçados. Neste caso, o

gestor poderá tomar a decisão com base nas informações disponíveis

no momento ou incentivar a realização de pesquisas que possam

contribuir para a tomada de decisão no futuro (LAHIRI, et al.; 2005;van

der VEEREN, 2005, p.35).

2.2.5. As desvantagens da análise custo-efetividade

Ainda que a ACE possa apresentar várias vantagens como já foi

descrito anteriormente, algumas desvantagens estão associadas a

esta análise, sendo as mais importantes (SILVA, 2003):

a) os índices de efetividade empregados nas análises somente

podem ser comparados entre alternativas com objetivos

similares ou seja, podem ser comparadas políticas que objetivem

reduzir as emissões de gases de efeito estufa ou reduzir um

índice de doenças;

b) os índices de efetividade indicam que uma alternativa é

relativamente mais custo-efetiva do que as outras alternativas

avaliadas. Porém, não é possível dizer se os benefícios totais da

alternativa escolhida excedem os seus custos, o que só pode ser

compreendido com uma análise custo benefício.

31

Como exemplo dessas desvantagens da análise custo-efetividade,

em um projeto onde se usa como índice a redução da diarréia infantil,

pode-se comparar os custos de diferentes projetos para o

fornecimento de água potável e saneamento básico, mas benefícios

não diretamente relacionados às condições de saúde como por

exemplo, tempo economizado para a coleta de água potável em

pontos de distribuição coletivos, privacidade, não podem ser

compreendidos por esta análise. Ocorre porém, que esses benefícios

podem ter impacto fundamental na escolha dos projetos

(CHRISTOFFERS et al., 2006).

2.2.6. As limitações da análise custo-efetividade

A ACE permite indicar onde a alocação de recursos será mais

efetiva. No entanto, a aplicação dos seus resultados, isso é, a

implementação da política por ela definida como a mais efetiva, é uma

decisão política, relacionada a implementação das medidas. Essa

decisão é considerada política pois a implementação das medidas

pode afetar outros agentes que não são considerados na análise.

Estes são os chamados “efeitos indiretos”.

O impacto desses efeitos indiretos está relacionado a dimensão

da análise. Análises realizadas em escala reduzida podem ter efeitos

indiretos negligenciáveis. Porém, se a escala da análise ou a escala

das medidas aumenta, esses efeitos indiretos podem ser significativos

e serão considerados no momento da decisão (van der VEEREN,

2005, p.16, 35). TURPIN et al. (2005) em seu trabalho revelaram a

importância destes efeitos indiretos quando estudaram a política de

projetos voluntários para agricultores franceses reduzirem as

32

emissões de nitrogênio nos rios daquele país. A implementação de

uma política que fosse considerada mais custo-efetiva, mas que

implicasse em aumento de custos do produtor, como por exemplo, a

necessidade de aquisição de máquinas, poderia levar os agricultores a

repassarem estes custos para o consumidor, ou poderia levar os

agentes reguladores a compensarem os produtores. Este

procedimento poderia implicar em aumento dos custos dos produtos

agrícolas, em aumento de taxas ou em redução dos recursos

disponíveis para outros projetos.

ROBERSTAD et al.(2004) também apontaram a importância da

decisão política ao constatarem que o uso de zinco era o tratamento

mais custo-efetivo para evitar a mortalidade infantil por diarréia na

Tanzânia. O custo do tratamento era de U$0,25 por criança. Se esse

custo fosse arcado pela população, o tratamento não teria impacto

sobre o orçamento da saúde do governo. Todavia, a pobreza da

população local certamente limitaria o acesso ao tratamento. A

decisão governamental de arcar com o custo do fornecimento do zinco

poderia levar a uma redução nos gastos de outros programas de

saúde, como a tuberculose, problema também importante no país, ou

limitar o número de pacientes infantis que poderiam ser atendidos pelo

programa governamental.

Como resultado dos exemplos anteriores vê-se que em alguns

casos, o público e os políticos podem não aceitar apenas os

resultados das análises custo-efetividade para a implementação das

políticas. Por isso, após a realização da ACE, para a escolha das

políticas devem também ser levados em consideração os impactos

sócio-econômicos, a disponibilidade financeira, o impacto dos projetos

33

na distribuição da renda, a legislação vigente e a receptividade das

medidas, ou seja, a escolha da política deve ser considerada em três

dimensões: custo, efetividade e aceitabilidade da política (ZANOU,

2004; MAGNUSSEN, 2005; TURPIN et al.; 2005).

2.3. Os passos da análise custo-efetividade

Para a realização da ACE é importante seguir alguns passos,

os quais são descritos a seguir, tendo como base os trabalhos de

BOOTH et al. (1997) e LEVIN e McEWAN (2001). Desta maneira, para

a realização de uma ACE é necessário:

a) identificar o problema a fim de este seja bem compreendido;

b) definir as alternativas a serem comparadas;

c) definir o público que vai ter acesso a ACE. Esse público pode

ser o público primário, que envolve os tomadores de decisão

e a clientela, ou pode ser o público secundário, que envolve

as pessoas que se beneficiarão das análises;

d) identificar os custos que serão empregados na análise e

atribuir valores a esses custos, tendo-se o cuidado de evitar a

dupla contagem. Para a identificação dos custos podem ser

utilizados os preços de mercado3 coletados de estudos

realizados sobre o assunto ou de revendedores de produtos.

Quando este custo não está disponível pode ser empregado

um preço estimado ou o preço sombra4.;

e) organizar uma tabela com os diferentes custos a fim de obter

o custo total. Os custos envolvem custo de capital direto

3 Preço de mercado: para um mercado perfeitamente competitivo, o preço de mercado representa o preço social de bens e

serviços. Mas com informações imperfeitas, custo de transporte e outros fatores, o preço de mercado que é geralmente

empregado representa a ´média de um bem ou serviço (CONTADOR, 2000, p.7)

4 Preço sombra: o preço de um bem ou serviço que não tem um valor de mercado (Lewin & MacEvan, 2001, p.60).

34

(materiais, equipamentos5, mão-de-obra, disposição de

resíduos), custos de capital indireto (conservação de

construções, impostos, taxas), custos de operação

(eletricidade, combustível, manutenção de equipamentos) e

custo das externalidades negativas que, no caso de

tecnologias, podem ser estimadas por diversos métodos,

entre eles o custo de oportunidade6,7. ZANOU (2004) indicou

que os custos devem ser expressos em preços de um mesmo

ano;

f) definição da taxa de desconto que envolve trazer o valor dos

custos que acontecem em diferentes momentos do tempo

para obter o valor presente destes. A taxa de desconto deve

refletir o custo de oportunidade do dinheiro. No caso

americano existem regulações que indicam a taxa de

desconto a ser usada em projetos governamentais, como por

exemplo a Agência de Proteção Ambiental (EPA) que

recomenda uma taxa de desconto de 5% para projetos por ela

gerenciado. Como não existe um consenso sobre a taxa de

desconto a ser aplicada, os valores utilizados podem variar

entre 5% e 10% (BOOTH et al. 1997, p.171);

g) definir as medidas de efetividade que devem refletir o máximo

possível o objetivo das alternativas. Como exemplo destas,

ZANOU (2005) citou: número de pessoas beneficiadas pela

5 No caso de equipamentos, no cálculo do custo deve ser incluído também a depreciação deste. Para esse cálculo deve ser

determinada a vida útil do equipamento, dividida pelo total de anos deste. Neste caso, como existe o custo de oportunidade

do dinheiro aplicado deve ser aplicada uma taxa de juro (Lewin & MacEvan, 2001, p.64-69).

6 Custo de oportunidade: significa a oportunidade perdida, ou algo que se deixou de fazer. Por exemplo: para substituir o

clorofluocarbono, empresas que produziam o produto podem ter investido o capital que seria empregado para o

desenvolvimento de um novo produto, na pesquisa do substituto. Isto leva a uma perda para a sociedade, que é o novo

produto que seria desenvolvido, que foi sacrificado para o desenvolvimento do substituto (World Bank Institute, 2002, p.12).

7 Outros métodos que podem ser empregados são: valoração contingente, custo de restauração

35

redução da poluição, número de pessoas que podem ser

abastecidas por água quando há uma redução no volume de

seu uso. Na definição dos índices de efetividade é importante

que o objetivo a ser alcançado seja bem definido, pois

variações nos índices podem afetar a efetividade da política.

No caso da redução da poluição de elementos químicos em

rios, quanto maior o índice de redução de poluição que se

deseja alcançar, maiores podem ser os requisitos para a

aplicação das medidas em termos de quantidades e de

escala;

h) determinar do índice custo-efetividade;

i) avaliar os índices e determinar o mais custo-efetivo;

j) realizar a análise de sensibilidade que visa estimar a

estabilidade da conclusão do trabalho através da variação de

algumas premissas. Pode-se por exemplo variar os resultados

os custos em diferentes situações, o que permitirá identificar

as variáveis que tem o maior impacto no custo da solução

ótima, quando eles são modificados ou quando informações

mais específicas acerca destas variáveis são conhecidas.

Pode-se ainda variar a taxa de desconto ou os parâmetros

empregados na análise quando não se tem certeza do valor;

A ACE, nos moldes aqui descritos, será aplicada na análise das

diferentes formas de aplicação de agrotóxicos em lavouras de tomate

industrial, usando-se como indicadora produção da cultura. Antes da

realização da análise será feita a identificação do problema a ser

avaliado no Capítulo seguinte.

37

3. O USO DE ÁGUA E AGROTÓXICOS EM LAVOURAS

DE TOMATE INDUSTRIAL

3.1. Introdução

O tomate (Solanum lycopersicum) é a segunda hortaliça mais

produzida no mundo8. Em 2006 foram produzidos 125 milhões de

toneladas do fruto. A China é o maior produtor mundial e o Brasil ocupa a

nona posição. O estado de Goiás é o maior produtor de tomate industrial do

Brasil e São Paulo, o maior produtor de tomate de mesa (TABELA 3.1).

Segundo informações da Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás, em

2007 foram cultivados no estado 14.000 ha em 1.315 propriedades, com

um aumento significativo em relação aos dois anos anteriores (TABELA

3.1).

Observações de campo indicaram que a produtividade da cultura é

variável entre os produtores, pois ela depende da tecnologia empregada, da

ocorrência de praga e doenças, das condições de solo e do clima. O plantio

de tomate indústria em Goiás se inicia em fevereiro e termina em junho.

Culturas plantadas entre fevereiro e março podem apresentar menor

produtividade e podem demandar um maior número de aplicações de

agrotóxicos, pois as chuvas que ocorrem neste período tornam o ambiente

favorável à ocorrência de doenças.

O tomate produzido para a indústria se destina à fabricação de polpa,

extratos, molhos, “catchup”. Para processar a produção goiana, existem no

estado nove indústrias, sendo que a maior delas é a Unilever (SOUZA,

2006; ASCOM/SEAGRO, 2007; IBGE,s.d.).

8 A hortaliça mais produzida no mundo é a batata.

38

Em 2005, com o objetivo de organizar a cadeia produtiva de tomate

a fim de se obter uma produção final com maior qualidade, maior valor

agregado e rastreabilidade, começou a ser implementado o sistema de

produção integrada de produção de tomate industrial (PITI) que é um

projeto em parceria da EMBRAPA, com o Ministério da Agricultura,

Secretaria de Agricultura de Goiás e indústrias processadoras de tomate.

Quando o projeto estiver finalizado, espera-se obter uma produção que use

racionalmente os diversos insumos e cause pouco impacto no ambiente

(VILLAS BÔAS et al., 2007, p.351)

TABELA 3.1. Produção de tomate no Brasil. Safras 2005 e 2006.

Estad

os

Área (ha) Produção (t) Rendimento

(kg/ha)

2005 2006 2005 2006 2005 2006

GO 10.792 9.910 776.430 761.160 71.945 76.807

SP 11.830 11.340 717.530 672.330 60.653 59.288

MG 9.082 8.003 617.544 534.153 67.996 66.744

RJ 2.850 2.829 209.131 212.591 73.379 75.147

BA 5.170 4.783 199.036 193.806 42.584 40.480

PR 3.532 3.438 185.299 184.611 52.463 53.697

PE 4.224 4.164 179.874 168.559 42.584 40.480

ES 1.959 1.982 123.961 132.127 63.278 66.663

SC 2.308 2.289 123.239 108.858 53.396 47.557

RS 2.528 2.369 91.001 99.693 35.997 42.082

TOTAL 59.286 56.505 3.396.767 3.254.885 57.295 57.603

Fonte: IBGE, s.d.

39

As lavouras de tomate industrial são bastante tecnificadas e usam

intensivamente água e insumos agrícolas como adubos químicos e

agrotóxicos. Nos últimos anos a colheita mecânica vem se intensificando e

em 2007, 95% da produção foram colhidas com máquinas que pertenciam

à cooperativa de produtores ou eram alugadas de empresas do estado.

Segundo cálculos preliminares dos produtores, o custo de produção de 1 ha

da lavoura ficou em torno de R$9.000,00, se produzido sob pivô central, e

R$11.000,00, se produzido com o sistema de irrigação por gotejamento.

Observações de campo durante as discussões para a implementação

do projeto de Produção Integrada de Tomate Industrial (PITI) indicaram

que os maiores componentes de custos das lavouras de tomate industrial

em 2007 foram agrotóxicos e fertilizantes. Para adquirir esses insumos com

um menor custo, normalmente as indústrias processadoras fazem um

levantamento dos preços junto aos fornecedores antes do início da safra e

adquirem grandes quantidades dos agrotóxicos que apresentam menor

custo e estes custos menores de aquisição são os pagos pelos produtores.

Os dados sobre os custos desses agrotóxicos e fertilizantes não são

disponibilizados nem pelas indústrias nem pelos produtores, devido às

estratégias de negociação utilizadas por esses agentes. No entanto,

informalmente os produtores indicaram que as reduções nos custos dos

agrotóxicos podem chegar a 30% em relação ao preço de mercado.

3.2. O uso da água em lavouras de tomate

A agricultura é a atividade econômica que mais demanda água; no

Brasil, 61% da água captada nos rios é empregada na irrigação e desta

captação, 50% é efetivamente usada pelas plantas. O restante retorna à

bacia como água superficial ou de escoamento. Com a irrigação, que

40

garante a produção na entressafra e propicia a garantia da produção, há um

aumento de até 2,4 vezes na produtividade de uma área. Para viabilizar os

sistemas de irrigação são necessários elevados investimentos iniciais e é

exigido uma tecnologia avançada para a produção. Porém, se esta

tecnologia não for bem empregada pode causar sérios impactos ambientais,

entre os quais afetar a disponibilidade de recursos hídricos de uma região.

No caso específico do tomate, 94% do peso do fruto é água, o que indica

que as lavouras de tomate são altamente exigentes em água (FILGUEIRA,

1982; ITABORAHY et al., 2004, p. 8, 10, 12, 15; FAGNELLO, 2007).

Esta exigência de água das lavouras de tomate foi demonstrada por

DIRJA et al.(2003). Os autores constataram que para produzir 1 kg de

tomate com irrigação por gotejamento em um ambiente protegido foi

necessário um volume que variou de 54 a 61 litros de água. Por outro

lado, o consumo de água na lavoura de tomate industrial varia de acordo

com o estágio da cultura e a época do ano. Períodos mais quentes e secos

exigem maiores aplicações devido a maior demanda atmosférica. A falta

de água reduz o crescimento da planta e a produção (DALSASSO et al.,

1997).

Para suprir a demanda de água das lavouras de tomate industrial, o

sistema de pivô central é o mais comumente empregado. Este sistema

apresenta uma elevada demanda de energia e água. As irrigações podem

variar de 10 a 30 mm, ou seja um volume de 10.000 a 30.000 litros de

água/ha. O sistema de pivô central favorece a ocorrência de doenças e o

aumento de frutos podres, o que pode reduzir significativamente a

produtividade (SILVA et al, 2001).

41

Devido à escassez cada vez maior da água, a sociedade tem se preocupado com a

necessidade de preservação deste recurso natural9. Como forma de racionalizar o seu uso, a

Lei 9.433 de 08 de janeiro de 1997 definiu a necessidade da outorga para o uso da água,

sendo que a outorga é considerada o processo fundamental da política de gestão de recursos

hídricos. A outorga é fornecida pela União, ou pelos estados e Distrito Federal, dependendo

de quem detém o domínio da região, e, por meio dela, o poder público permite o uso dos

recursos hídricos por um prazo determinado (SANTOS, 2000, p.31; ITABORAHY et al.,

2004, p. 18, 19). Por sua vez, a Lei 9.433 também definiu a cobrança da água como um dos

instrumentos de gestão dos recursos hídricos; a Lei 9.984 de 17 de junho de 2000, criou a

Agência Nacional de Água (ANA) e deu a esta Agência, a competência para,

conjuntamente com os Comitês de Bacia Hidrográfica, cobrarem pelo uso dos recursos

hídricos da União (CAMPOS, 2004, p.21). No estado de Goiás, os produtores pagam

anualmente uma taxa para terem o direito de retirarem a água dos rios para irrigação. No

entanto, não existe ainda cobrança de taxas pelo volume consumido, que deverá ser

realizada em breve. Esta cobrança já existe para o uso da água da Bacia do Rio Paraíba do

Sul. Para o ano de 2007, foi fixado para captação o valor de R$0,01/m3 (CEIVAP,s.d.).

A cobrança da água emprega, no caso dos que a utilizam para irrigação, o princípio

do usuário-pagador, pois este usuário afeta a disponibilidade de água de outros usuários da

bacia hidrográfica, gerando com isso um custo social. Com essa cobrança visa-se

internalizar uma externalidade negativa. Deve-se ressaltar, no entanto, que a cobrança pelo

uso da água não é vista pelos gestores como uma penalidade para os produtores, mas sim

como uma forma de educar os consumidores e racionalizar o seu uso (GOMES e

TESTESLAF, 2003; FAGANELLO, 2007, p.60).

Contudo, esta não é a visão dos produtores, como demonstrado no trabalho de

FAGANELLO (2007, p. 55), onde a maioria dos pequenos produtores de hortaliças da

região de Piracicaba conhecia a lei de cobrança da água, mas não concordava com ela. A

autora aponta que há uma maior necessidade de discussão com os produtores da região

sobre a importância da lei. Este parece ser também o caso dos produtores de tomate

indústria de Goiás, já que esta discordância também é observada.

9 Reportagem publicada no Estado de São Paulo em 21.10.2007, página B6 sob o título “expansão agrícola no país será

espetacular” onde são comentadas as projeções da OCDE para a agricultura brasileira aponta que “ o impacto dos

pesticidas e do uso agrícola da água sobre os recursos são outras preocupações geradas pelo sistema produtivo no Brasil”

42

Em Goiás, alguns produtores levando em consideração as

necessidades de redução da demanda de água e energia do sistema de pivô

central e também os problemas de ocorrência de doenças e frutos podres

que reduzem a produtividade e consequentemente, os lucros auferidos na

produção, passaram a usar o sistema de irrigação por gotejamento. No

entanto, o custo inicial elevado e a exigência de mão-de-obra qualificada

são fatores que impedem ainda a ampla difusão desse sistema

(MAROUELLI e SILVA; 2002; GOMES e TESTESLAF, 2003;

MAROUELLI et al., 2003).

3.3. O uso de agrotóxicos em lavouras de tomate

Além da água, outro insumo utilizado intensivamente nas lavouras de tomate são os

agrotóxicos. Estes produtos são empregados para o controle de pragas (insetos), doenças

(fungos e bactérias) e plantas daninhas. As pulverizações de agrotóxicos geralmente são

realizadas uma vez por semana, com mistura de diferentes produtos. Em alguns casos,

dependendo da época do ano e da intensidade da praga ou doença, as pulverizações podem

ser realizadas até três vezes por semana, e mesmo assim os produtores não conseguem

controlar o problema (LEITE et al., 1999; CASTELO BRANCO et al., 2001).

Os agrotóxicos empregados nas lavouras de tomate industrial variam em grau de

toxicidade humana e ambiental (TABELA 3.2.). Ocorre porém que para a escolha do

agrotóxico a ser empregado na lavouras, normalmente estes critérios não são levados em

consideração. O principal determinante para a escolha de um inseticida, fungicida ou

herbicida é o preço do produto no mercado. Tal fato pode ser constatado na medida em que

os produtores variam os produtos empregados nas lavouras de ano para ano.

TABELA 3.2. Grau de toxicidade e grau de impacto ambiental para alguns agrotóxicos

registrados para tomate.

Classe Ingrediente ativo Toxicidade Toxicidade

43

humana1ambiental2

Fungicida Bravonil I II

Cercobin 700 WP IV II

Herbicida Fusilade 125 II II

Inseticida Abamectin I III

Atabron I II

Cartap

III II

Fonte: Agrofit – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Toxicidade Humana: I= Extremamente tóxico; II=Altamente tóxico ; III= Medianamente tóxico;

IV= Pouco tóxico

Toxicidade Ambiental: I= Altamente perigoso; II= Muito perigoso; III= Perigoso; IV= Pouco perigoso

Os problemas de mais difícil controle em tomate industrial, e que mais

preocupações causam aos produtores, são a mosca-branca (Bemisia argentifolii) e a murcha

bacteriana causada por Ralstonia solonacearum (Villas Bôas et al., 2007, p. 359). A mosca-

branca é um inseto sugador polífago que se alimenta e se multiplica em várias espécies de

plantas, incluindo as daninhas. O tomate está entre as suas culturas preferidas. O inseto, ao

sugar a planta, injeta uma toxina na planta que torna os frutos isoporizados e imprestáveis

para processamento. Se a mosca-branca estiver contaminada, ele pode ainda transmitir uma

virose. Quanto mais cedo ocorrer a contaminação das plantas pelo vírus, maior é a redução

na produtividade, já que o nível de dano econômico10 desta praga é extremamente baixo

(VILLAS BÔAS et al., 2007, p.351). Por seu impacto na produção, os produtores

monitoram constantemente as suas lavouras, e ao verificarem a presença da mosca-branca,

entram imediatamente com aplicações para reduzir a disseminação de viroses. CUBILLO et

al. (1999) indicaram que 0,3 adulto de mosca-branca por planta é capaz de disseminar

rapidamente a virose; ASIÁTICO

e ZOEBISCH (1992), citado por HAJI et al. (2005) avaliaram que as infestações do inseto

podem causar perdas que variam de 40 a 100% no rendimento.

A murcha bacteriana, outra preocupação dos produtores, é uma doença que é

favorecida pelo excesso de água na irrigação e pela acumulação de água no solo. No início

da doença, as plantas se apresentam amareladas e em seguida passam a ser observadas

necroses nas folhas, que levam a morte das plantas. A movimentação de tratores e

10 Nível de dano econômico: nível em que medidas de controle devem ser adotadas a fim de evitar

perdas econômicas na lavoura.

44

trabalhadores na área de cultivo serve como fonte de disseminação da doença. O controle

químico desta doença não é efetivo e medidas de controle que visem tornar o ambiente

menos favorável para a doença são as mais recomendadas (TANS-KERSTEN, 2001;

MAROUELLI, 2004).

A requeima, doença causada por Phytophtora infestans, é considerada também

importante pelos produtores (VILLAS BÔAS et al., 2007, p. 359), mas causa a eles uma

menor preocupação. Isto porque a avaliação corrente é que existem produtos eficientes para

o seu controle. A doença ataca toda a parte aérea da planta e, em condições de umidade

elevada e temperaturas de cerca de 20ºC, a falta de controle pode comprometer todo o

campo de produção em poucos dias. Devido ao potencial de dano da doença, os fungicidas

são usados de maneira preventiva ou curativa e tem um grande impacto no custo de

produção (TÖFOLI et al.; 2003; LOPES et al, 2005, p.25; REIS et al., 2006). Atualmente

está disponível no mercado um aparelho denominado Colpam® que monitora as condições

ambientais e sugere o momento em que a aplicação de fungicida deve ser realizada

(INCUBADORA EMPRESARIAL CECI LEITE COSTA, s.d.). Produtores que utilizam

este sistema normalmente aplicam o produto no dia em que é feita a recomendação de

aplicação, a fim de evitarem as perdas na lavoura.

A pulverização dos agrotóxicos nas lavouras demanda o emprego de quantidades

consideráveis de água. No geral, as pulverizações são feitas com trator e cada uma delas

utiliza volumes que variam de 300 a 600 litros de água/ha, sendo que as variações

observadas são determinadas pelo estágio da cultura. Em função do volume de água

empregado nas pulverizações, pode-se estimar que cada pulverização nos 14.000 ha de

tomate produzidos em 2007 no estado de Goiás empregaram de 4.200 a 8.400 m3 de água.

Considerando um consumo médio de água de 282 litros/pessoa/dia (SERPRO, 2004), isto

significa que cada pulverização de tomate na área produtiva de Goiás retirou a

possibilidade de consumo deste recurso por 14.893 a 29.287 pessoas.

As inferências anteriores sobre o uso de água para a pulverização de agrotóxicos em

lavouras de tomate industrial sugere que esta prática gera significativos impactos sobre este

recurso natural e medidas que visem reduzir o seu consumo são importantes sob qualquer

perspectiva social, econômica ou ambiental. Deve-se ressaltar também que, se parte da

água escorrer da área de pulverização para os rios e águas subterrâneas ou for levada para

45

estes pela água das chuvas, existe a possibilidade de contaminação destes recursos, como já

foi observado em Paty de Alferes, em áreas de produção de tomate de mesa (VEIGA et al.,

2006). Esta contaminação da água por agrotóxicos representa um custo social, o qual ainda

é considerado irrelevante pela sociedade brasileira.

Considerando a estimativa da quantidade de água empregada para a aplicação de

agrotóxicos em lavouras de tomate industrial e a necessidade de racionalização de uso deste

recurso, uma legislação eficiente de regulamentação das aplicações destes produtos pode

contribuir para que ocorra uma redução da demanda de água.

3.4. A legislação brasileira do uso de agrotóxicos

Os agrotóxicos empregados nas lavouras de tomate industrial devem estar

registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Hoje existem 321

produtos disponíveis para uso nestas lavouras (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,

PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, s.d.). Ao longo do tempo, diversas legislações visando

regulamentar o uso de agrotóxicos foram editadas no país. Aqui comentaremos as mais

relevantes para este estudo.

Em 1995, o Ministério da Agricultura, seguindo o observado em outros

países e levando em consideração a prática de mistura de agrotóxicos pelos

produtores, editou a Portaria nº 67 que permitia a mistura de agrotóxicos

comercializados por uma mesma empresa ou por empresas diferentes,

desde que houvesse anuência expressa das empresas detentoras dos

respectivos registros. Por esta legislação deveria ainda constar no rótulo

dos produtos comercializados, no item limitações de uso, os casos de

antagonismo, ou seja, os casos onde a mistura não era permitida (TABELA

3.3). Para a edição dessa Portaria foram considerados aspectos econômicos

e ambientais.

TABELA 3.3. Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que

permitiu a mistura de agrotóxicos em tanque.

46

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA

AGRÁRIA.

SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA

PORTARIA Nº 67, DE 30 DE MAIO DE 1995.

O Secretário de Defesa Agropecuária, no uso das atribuições que lhe confere

o art. 78, item VII do Regimento Interno desta Secretaria, aprovado pela

Portaria Ministerial n° 212, de 21 de agosto de 1992, e:

Considerando que a prática de mistura de agrotóxicos ou afins em tanque

constitui técnica agronômica utilizada mundialmente com êxito.

Considerando que a utilização dessa mistura propicia redução nos custos da

produção, aumenta o espectro de controle de pragas, reduz a contaminação

ambiental e o tempo de exposição do trabalhador rural ao agrotóxico;

Considerando que a matéria foi amplamente recomendada no âmbito da

Câmara Setorial de Produtos Fitossanitários, a qual é constituída por

representantes de setores governamental e não governamental, e;

Considerando ainda que a prática de mistura em tanque previne o uso

indiscriminado de agrotóxicos, propiciando a prescrição em receituário

agronômico, resolve:

Art.1º A mistura em tanque de agrotóxicos ou afins registrados no Ministério

da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, será permitida desde

que observadas as disposições desta Portaria.

Parágrafo Único. Entende-se por mistura em tanque a prática de associar,

imediatamente antes da aplicação, agrotóxicos ou afins necessários ao controle

de alvos biológicos que ocorrem simultaneamente, para os quais não se

obtenha eficácia desejada com um único produto.

Art. 2° As culturas, materiais ou locais, cuja mistura em tanque seja indicada,

deverão estar incluídos nos registros dos produtos agrotóxicos ou afins a serem

misturados.

Parágrafo Único. Quando a mistura de agrotóxicos ou afins em tanque,

controlar outros alvos biológicos não alcançados pelos produtos

individualmente, poderão ser incluídas recomendações técnicas referentes ao

controle desses alvos biológicos nos respectivos registros, desde que

comprovadas através de resultados de ensaios de eficácia agronômica.

Art.3° Os agrotóxicos ou afins recomendados para mistura em tanque,

deverão ser indicados por suas marcas comerciais, incluindo os tipos de

formulações e suas concentrações.

Parágrafo Único. A mistura em tanque envolvendo produtos de empresa

diversos, somente será autorizada mediante anuência expressa das empresas

detentoras dos respectivos registros.

Art 4° Os agrotóxicos ou afins recomendados para a mistura em tanque, não

deverão apresentar características de incompatibilidade fisico-química nessa

modalidade de aplicação.

Parágrafo 1° Para os produtos a serem utilizados em mistura em tanque e

indicados por marcas comerciais, a empresa registrante deverá apresentar ao

órgão registrante laudos técnicos de laboratórios oficiais ou credenciados, que

comprovem a ausência desta incompatibilidade.

Parágrafo 2° A empresa registrante da mistura deverá informar, nas limitações

de uso, os casos de antagonismo.

Art. 5° As recomendações técnicas de misturas de agrotóxicos ou afins em

47

tanque deverão obedecer às instruções de uso aprovadas nos registros dos

respectivos produtos, quanto às doses registradas, aspectos de saúde pública e

de meio ambiente.

Parágrafo Único. Para misturas em tanque, a empresa registrante poderá

recomendar doses inferiores às registradas, desde que comprovadas através

de resultados de ensaios de eficácia agronômica.

Art. 6° Não será permitida a mistura em tanque de agrotóxicos ou afins que

possuam contra-indicação especifica para esta modalidade de aplicação,

contida no rótulo ou bula.

Art 7º Deverá constar no rótulo e bula de agrotóxicos e afins a recomendação

técnica especifica para a mistura em tanque pretendida, indicando as marcas

comerciais, incluindo os tipos de formulações e suas concentrações, dos

produtos a.serem misturados, instruções de uso, observando que as

precauções de uso a serem adotadas devem referir-se ao produto de maior

risco toxicológico e ambiental.

Parágrafo Único. Para efeito de orientação médica nos casos de acidentes,

deverá constar no rótulo e na bula que em casos de suspeita de intoxicação,

deve ser procurada assistência médica, levando os rótulos ou as bulas dos

respectivos produtos.

Art. 8° Para efeito de Prescrição de mistura em tanque na receita agronômica,

deverão ser observadas sempre as indicações técnicas relacionadas ao

produto com maior intervalo de segurança, precauções de uso e equipamentos

de proteção individual, referentes ao produto de maior risco toxicológico.

Art. 9º Para agrotóxicos ou afins utilizados em mistura em tanque é permitida

a apresentação comercial dos produtos em embalagens conjugadas, inclusive

embalagens retomáveis, nas formas adequadas a cada caso.

Art. 10 A empresa registrante interessada em recomendar a mistura em

tanque deverá requer inclusão das recomendações técnicas de acordo com a

Portaria n° 45/SNAD de 10/12/90 e Portaria nº 84/SDA de 09/05/94.

Art. 11 Esta Portaria entra em vigor 90 dias a partir da data de sua publicação.

ÊNIO ANTONIO MARQUES PEREIRA

No entanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não é o único

responsável pelo registro de agrotóxicos. Para que um produto e a sua forma de uso, por

exemplo em mistura, seja liberada no mercado, a ANVISA e o IBAMA tem que se

manifestar também sobre aspectos de impacto dos produtos na saúde humana e no

ambiente.

3.4.1. Potenciais impactos dos agrotóxicos na saúde humana

Os estudos para o registro de agrotóxicos que avaliam o potencial de riscos a saúde

humana normalmente avaliam os riscos de intoxicação aguda e crônica individual dos

produtos, os quais levam a determinação da toxicidade expressa na TABELA 3.2.

48

Ocorre porém que a mistura de tanque11 de alguns agrotóxicos é comum no “mundo

real”. Esta pode gerar impactos na saúde humana que não são avaliados quando os

produtos são registrados individualmente. Por isso, se fazem necessárias informações sobre

o impacto destas combinações a fim de se poderem realizar avaliações de risco e

recomendações efetivas. As misturas de agrotóxicos podem apresentar aditividade de

efeitos, onde cada produto mantém o seu efeito anterior, ou potenciação da atividade de

algum produto quando a mistura é realizada. Alguns poucos exemplos do impacto de

misturas na saúde humana são encontrados na literatura.

A mistura de formulações comerciais do inseticida piretróide permetrina com um

inseticida fosforado aumentou a toxicidade do primeiro quando testes foram realizados com

ratos. Este é também o caso da mistura do inseticida fosforado malation com outros

fosforados, onde o efeito do malation foi aumentado. Essas misturas representariam, então,

potencialmente, um risco maior para a saúde humana, principalmente nos países em

desenvolvimento, onde esses produtos são amplamente utilizados.

Porém, além de uma avaliação dos riscos das misturas dos pesticidas, há a

necessidade de avaliar também a interação destas misturas com a desnutrição, alcoolismo,

tabagismo e doenças parasitárias, tipo e qualidade dos equipamentos de proteção usados

pelos trabalhadores, problemas esses freqüentes nos países em desenvolvimento (YANES

et al., 1992; ORTIZ et al. 1995; MOSER et al., 2006; HUANG, s.d ).

No México foi observado que trabalhadores que executavam serviços relacionados a

produção de flores e que trabalhavam com misturas de agrotóxicos apresentavam alterações

no DNA. Foi constatado que trabalhadores com essas alterações usavam equipamentos de

proteção individual inadequados (CASTILLO-CADENA et al., 2006). Alterações de DNA

em trabalhadores produtores de flores também foi observada na Itália em trabalhadores que

realizavam misturas de tanque de agrotóxicos e não usavam equipamentos de proteção

apropriados, ainda que não tenha havido diferença estatística devido a pequena amostra

empregada. No entanto, as alterações pareciam estar mais relacionadas ao uso de fungicidas

do grupo dos benzimidazóis (benomil e carbedazim), o que parecia confirmar o potencial

de alteração do DNA destes produtos. Nesta avaliação não foram encontradas relações

11 Mistura de tanque: mistura de agrotóxicos no pulverizador no momento da aplicação (Decreto

4074, artigo 1º. Inciso XXV).

49

entre os danos no DNA e o hábito de fumar, idade ou sexo. No entanto, foi indicada a

necessidade de realização de pesquisas com amostras maiores, para que fossem

confirmadas as observações (BOLOGNESE, 2004).

Os estudos sobre a toxicidade das misturas e as condições em que os problemas de

uso destas pode ocorrer, poderão fornecer um quadro mais realista da toxicidade destas

misturas para os aplicadores e para a população em geral. Vale ressaltar que os trabalhos

onde se busca avaliar o problema, referem-se principalmente a mistura de inseticidas

piretróides e fosforados, produtos lançados principalmente entre as décadas de 50 e 80 do

século passado, que como já referido são os principais produtos usados nos países em

desenvolvimento. Não foram encontrados trabalhos sobre o impacto de misturas de

agrotóxicos mais novos lançados no mercado a partir da década de 90. Existem também

poucas informações sobre os riscos de intoxicação quando é feita a mistura de inseticidas

com fungicidas, prática usual dos produtores.

Além dos riscos de intoxicação, as misturas de agrotóxicos tem também o

potencial de induzir o aparecimento de doenças (TABELA 3.4). Os poucos resultados aqui

relatados demonstram que o assunto ainda é cercado de incertezas; incertezas sobre o

impacto das misturas na saúde humana e incertezas também sobre se o controle de fatores

que favorecem os riscos, como por exemplo, uso de equipamento individual de proteção

adequado, seriam suficientes para reduzir os riscos das misturas de tanque de agrotóxicos.

(COLBORN, 2006).

TABELA 3.4. Resultados de estudos que avaliaram o potencial de toxicidade de misturas

de agrotóxicos para a saúde humana.

Produtos

em mistura Classe Efeito Organismo

estudado Fonte

Paraquat +

Triazole

herbicida +

fungicida Misturas tem impacto sobre sistema

nervoso central ratos REEVES et al.

(2003)

Paraquat +

Maneb herbicida +

fungicida Mistura induziu o surgimento de Mal de

Parkinson ratos THIRUCHELVA

N et al. (2000)

Clorpirifós +

carbaril

Inseticida +

inseticida

Impacto da mistura sobre a temperatura do

corpo ou inibição da enzima colinesterase

foi dependente da dose da mistura

empregada. Foi observado efeito

antagônico entre os dois produtos. No

entanto, os resultados foram considerados

inconclusivos

ratos

GORDON et al.

(2006).

50

Vários

herbicidas +

fungicidas

+

inseticidas

Revisão de trabalhos sobre agrotóxicos e

Mal de Parkinson indicou que parece haver

uma associação entre exposição a

agrotóxicos e a doença, mas existem

incertezas, já que os dados não permitiram

indicar se havia relação de causa-efeito e

quais os pesticidas que causariam os

problemas

Humanos

BROWN et al.

(2006)

3.4.2. Potenciais impactos dos agrotóxicos no ambiente

As misturas de agrotóxicos quando lançadas no ambiente podem causar impacto

sobre este. HAYES et al. (2006) demonstraram que os herbicidas atrazina e nicusulfuron, o

inseticida piretróide ciflutrina e os fungicidas metalaxil e propiconizol individualmente, a

exceção do metalaxyl, não causavam mortalidade de girinos. Porém, quando estes foram

tratados com misturas dos agrotóxicos, todos morreram após o primeiro dia de exposição.

Os autores demonstraram ainda que os produtos, individualmente, à exceção do

propiconizol e atrazina, não afetavam a metamorfose. Contudo, a mistura de todos esses

produtos em baixas dosagens (1 ppb), similar ao que ocorre no ambiente, fazia com que o

início da metamorfose fosse retardado. Após essas observações os autores apresentaram

incertezas quanto ao real impacto das misturas sobre o desenvolvimento dos sapos. Isto

porque nas misturas, os produtos que não apresentavam efeito isolado, poderiam não

contribuir para o efeito observado na mistura ou, alternativamente, poderiam contribuir

para aumentar o efeito dos produtos que afetavam os girinos. Como resultado, os autores

não puderam indicar que tipo de mistura de agrotóxicos poderia ou não ser realizado.

Outros exemplos de estudos desses potencial dano ambiental das misturas de agrotóxicos

são demonstrados na TABELA 3.5.

Por fim, vale aqui ressaltar que muitas das misturas tóxicas que ocorrem no

ambiente podem não ser causadas por resíduos de produtos provenientes de uma só

propriedade, mas de várias propriedades, a chamada poluição difusa onde é difícil localizar

a sua origem. Isso torna mais difícil controlar realisticamente quais, quando e como as

interações de agrotóxicos tem potencial de causar impacto ambiental irão ocorrer.

51

TABELA 3.5. Resultados de estudos que avaliaram o potencial das misturas de

agrotóxicos de causar danos ao meio ambiente.

Produtos em

mistura Classe Efeito Organismo

estudado Fonte

Fonte herbicida +

inseticida Aditividade da toxicidade dos

produtos em mistura afetando

desenvolvimento de organismo

Dunaliella

tertiolecta

(fitoplanctôn)

DE LORENZO e

SERRANO (2003)

Atrazina +

clorotalonil

herbicida +

fungicida

Potenciação da toxicidade dos

produtos em mistura afetando

desenvolvimento de organismo

Dunaliella

tertiolecta

(fitoplanctôn)

DE LORENZO e

SERRANO (2003)

Irgarol

+

clorot

alonil

herbicida +

fungicida

Potenciação da toxicidade dos

produtos em mistura afetando

desenvolvimento de organismo

Dunaliella

tertiolecta

(fitoplanctôn)

DE LORENZO e

SERRANO (2006)

Azinfós-

metil+

endosulfan+

clorotalonil

Inseticida +

inseticida +

fungicida

Não foi observado sinais de

aditividade ou potenciação de

agrotóxicos quando a mistura foi

testada

Oryzias

latipes

(peixe)

THEATHER et al.

(2005)

Mesmo diante das incertezas apresentadas anteriormente, mas em função do

potencial de dano à saúde humana e ao meio-ambiente da mistura de tanque de agrotóxicos,

o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento editou em 24 de julho de2002, a

Instrução Normativa nº 46. Esta Instrução determinou as empresas titulares do registro de

agrotóxicos que estas retirassem da bula dos produtos às indicações de mistura de

agrotóxicos (TABELA 3.6). Este procedimento significou, ainda que não explicitamente,

que as misturas de agrotóxicos não poderiam ser realizadas, já que informações sobre estas

recomendações não existiam oficialmente.

52

TABELA 3.6. Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento que determina a retirada das indicações de mistura de

agrotóxicos em tanque dos rótulos e bulas dos produtos.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 46, DE 24 DE JULHO DE 2002

O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA, DO MINISTÉRIO DA

AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso pela Portaria

Ministerial nº 574, de 8 de dezembro de 1998, tendo em vista o disposto

na Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, e o art. 22, do Decreto nº

4.074, de 4 de janeiro de 2002,

considerando que as recomendações técnicas de misturas em tanque

de agrotóxicos deverão ser avaliadas nos aspectos de agricultura, de

saúde pública e de meio ambiente, e o que consta do Processo nº

21000.004372/2002-55, resolve:

Art. 1º Determinar às empresas titulares de registros de agrotóxicos a

retirada das indicações de misturas em tanque dos rótulos e bulas de

seus agrotóxicos, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação

desta Instrução Normativa.

Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua

publicação.

Art. 3º Fica revogada a Portaria SDA nº 67, de 30 de maio de 1995.

Ainda que existam os riscos potenciais das misturas à saúde humana e ao meio-

ambiente, a legislação adotada no Brasil é diferente, por exemplo, da legislação dos EUA.

53

Neste país, o uso de equipamentos de proteção individual é adequado e bem difundido, é

permitido o uso de misturas de agrotóxicos e as misturas que podem ser realizadas vêm

explicitadas nos rótulos. Em alguns casos, há uma recomendação dos produtos comerciais

que podem ser misturados (caso do inseticida Ambush –anexo 2), e em outros, há uma

recomendação geral, sem especificar o nome do produto comercial (caso do Dimilin –

anexo 3).

LYDY et al. (2004) apontaram que, ainda que a legislação americana não se oponha

a mistura de agrotóxicos, existe uma grande incerteza sobre o impacto destas no ambiente.

Porém, seria inviável e anti-econômico avaliar todas os cenários ambientais em que essas

misturas de agrotóxicos poderiam ocorrer. O autor sugere então que sejam realizados testes

com as misturas prioritárias e seja verificada a possibilidade de extrapolação dos dados. Por

outro lado, quando problemas com as misturas no meio-ambiente forem detectados, os

autores sugerem que, no momento do re-registro dos produtos sejam feitas alterações nas

formulações, doses ou recomendações, a fim de que os problemas das misturas possam ser

minimizados.

3.5. A legislação brasileira do uso de agrotóxicos na prática

Ainda que a legislação não permita, nem proíba, a mistura de

agrotóxicos, observações de campo indicam que os produtores as realizam,

chegando a misturar até quatro produtos diferentes, como será demonstrado no

próximo Capítulo. Esta prática, usada por todos os produtores agrícolas, tem

como objetivo principal a redução dos custos privados. A falta de informações

sobre a compatibilidade dos produtos, disponível até o início desta década,

pode representar um risco de aumento de custo privado, já que em algum

momento os produtores podem misturar produtos incompatíveis (Anônimo,

2000).

No entanto, a não regulamentação das misturas de agrotóxicos pode

também representar custos sociais que não foram até aqui apontados como por

exemplo o aumento na demanda de água e o aumento da emissão de CO2, gás

54

causador do efeito estufa, que já é tido como um dos problemas importantes

da atividade agrícola devido ao intenso uso de máquinas que empregam óleo

diesel (JOHNSON et al., 2007). A fim de ressaltar estes aspectos ainda não

mensurados quando da discussão da legislação que regulamenta a aplicação de

agrotóxicos no Brasil, será realizada uma análise custo-efetividade onde os

fatores custo de agrotóxicos e custo da sua aplicação, uso de água, emissão de

CO2 e produtividade serão levados em consideração.

55

4. APLICAÇÃO DA ANÁLISE CUSTO-EFETIVIDADE: O CASO

DO USO DE

AGROTÓXICOS EM LAVOURAS DE TOMATE

4.1. Introdução

Como descrito anteriormente, existe uma legislação que

regulamenta a aplicação de agrotóxicos nas lavouras. Esta legislação

exclui a possibilidade de constarem dos rótulos dos produtos as

indicações de possíveis misturas de agrotóxicos, significando que

teoricamente os produtores não podem realizá-las sem que existam

indicações para isto. Mas, na prática, essas misturas são realizadas.

O objetivo deste Capítulo é avaliar o custo-efetividade de quatro

políticas de recomendação de aplicação de agrotóxicos: o atual

sistema de pulverização adotado pelos produtores, onde misturas são

realizadas, a não realização de misturas, o sistema recomendado pela

Portaria nº 67 de 30 de maio de 1995 e que foi apresentada no

Capítulo anterior e a permissão de misturas apenas onde estas não

causassem riscos para a saúde humana. Nesta análise serão

considerados os custos privados da pulverização e alguns custos

ambientais (uso da água e emissão de CO2).

4.2. Metodologia

Para a realização da análise custo-efetividade foi empregado o

esquema de pulverização de agrotóxicos adotado por um produtor de

tomate industrial em 2006 que cultivou uma área de 50 ha sob pivô

central (TABELA 4.1). As informações aqui apresentadas foram

anotadas em um caderno de campo do Projeto de Produção Integrada

56

de Tomate Industrial (PITI). Na TABELA 4.1 são apresentados os dias

em que cada agrotóxico foi aplicado, o tipo de produto empregado

(inseticida, fungicida ou herbicida), a empresa que comercializava o

agrotóxico, o volume de água empregado em cada pulverização e o

alvo que foi controlado. Vale observar que nesta TABELA, os alvos

controlados foram os mais diversos, assim como as misturas de

agrotóxicos empregadas também o foram.

TABELA 4.1. Agrotóxicos empregados por um produtor de tomate

industrial anotados em caderno de campo. 2006.

Dias após

transplante

Alvo a ser

controlado

Tipo de produto Produtos

comerciais

aplicados

Empresa Registrante

18 Mosca branca Inseticida

Inseticida Tamaron

Actara Bayer

Syngenta

21 Ervas daninhas Herbicida

Herbicida Sencor

Fusilade Bayer S.A

Syngenta

28 Tripes

Requeima Inseticida

Fungicida Tamaron

Recop Bayer S.A

Atar do Brasil

30 Ervas daninhas Herbicida,

Herbicida Sencor

Fusilade Bayer S.A

Syngenta

35 Mosca branca

Requeima Inseticida

Fungicida

Fungicida

Karate

Forum

Polyram

Syngenta

Basf

Basf

46 Lagartas Fungicida

Fungicida Pirinex

Funginil Basf

Milênia

56 Vaquinha

Ácaro

Requeima

Inseticida

Fungicida

Fungicida

Cefanol

Frowncide

Funginil

Sipcam Isagro Brasil S.A.

Ishihara Brasil Defensivos Agrícolas

Milênia

63 Vaquinha

Requeima Inseticida

Fungicida Karate

Frowncide Bayer

Ishihara Brasil Defensivos Agrícolas

70 Minadora

Mofo branco Inseticida

Inseticida

Fungicida

Fungicida

Tamaron

Orthene

Sialex

Frowncide

Bayer

Arysta LifeScience do Brasil

Sumitomo Chemical do Brasil

Ishihara Brasil

79 Minadora

Alternaria

Mofo branco

Inseticida

Inseticida

Fungicida

Karate

Funginil

Frowncide

Bayer

Milênia

Ishihara Brasil Defensivos Agrícolas

84 Não

especificado Inseticida

Fungicida

Fungicida

Thiobel

Kocide

Sialex

Arysta LifeScience do Brasil

Du Pont do Brasil

Sumitomo Chemical do Brasil

91 Mosca branca

Doença não

especificada

Inseticida

Fungicida

Fungicida

Fungicida/bactericida

Tamaron

Manzate

Frowcide

Kocide

Bayer

Du Pont do Brasil

Ishihara Brasil Defensivos

Agrícolas Du Pont do Brasil

99 Não

especificado Inseticida

Fungicida

Fungicida/ bactericida

Thiobel

Funginil

Kocide

Arysta LifeScience do Brasil

Milênia

Du Pont do Brasil

57

106 Broca

Mofo branco Inseticida

Fungicida

Fungicida

Karate

Captan

Sialex

Syngenta

Milenia

Sumitomo Chemical do Brasil

114 Broca

Alternaria Inseticida

Fungicida

Fungicida

Orthene

Kocide

Polyran

Arysta LifeScience do Brasil

Du Pont do Brasil

Basf

121 Traça do

tomateiro/Broca

Doença não

especificada

Inseticida

Inseticida

Fungicida

Tamaron

Karate

Captan

Bayer S.A

Syngenta

Milênia

135 Não

especificado Inseticida

Fungicida

Fungicida

Fungicida/ bactericida

Orthene

Poliran

Amistar

Kocide

Arysta LifeScience do Brasil

Basf

Du Pont do Brasil

Syngenta

141 Mosca branca

Traça do

tomateiro

Podridão frutos

Inseticida

Fungicida

Fungicida/ bactericida

Fungicida

Actara

Amistar

Kocide

Captan

Syngenta

Syngenta

Du Pont do Brasil

Milenia

Houve misturas de inseticidas com fungicidas mas os herbicidas

somente foram misturados entre eles.

Para a determinação dos custos dos agrotóxicos empregados

nos diferentes dias de pulverização foram utilizados os preços de

comercialização dos produtos no Distrito Federal em outubro de 2007

(TABELA 4.2). Foi determinado o custo total dos agrotóxicos

empregados por hectare e o custo total representado pelos

agrotóxicos pulverizados em 50 ha, área do produtor avaliada. Deve-

se levar em consideração que a análise aqui apresentada não reflete

os custos reais do produtor, já que os custos dos agrotóxicos, por

razões comerciais não são disponibilizados. A situação analisada aqui

é ponto específica no tempo, já que os agrotóxicos utilizados e os

seus preços são variáveis entre produtores, épocas do ano e entre os

anos.

Para o cálculo dos custos referentes ao custo de pulverização,

onde foi assumido estar incluído os custos da mão-de-obra,

depreciação do equipamento e óleo diesel, foi utilizada a TABELA de

custos de produção de tomate industrial do INSTITUTO FNP (2007).

Nesta TABELA, foi determinado o custo de R$52,84/pulverização em

58

agosto de 2006. O custo de pulverização foi corrigido para outubro de

2007, usando-se uma taxa de desconto de 5% (BOOTH et al. 1997,

p.171)12 de acordo com a fórmula (BRIGHAM e HOUSTON, 1999,

p.203):

VFn= VP (1+i)n

onde: VF= valor futuro

VP= valor presente

i= taxa de

desconto

n= tempo

Após os cálculos foi encontrado um custo de R$55,93 para o

custo de uma pulverização em outubro de 2007. Foi assumido que os

demais custos (aração e

TABELA 4.2. Custo dos agrotóxicos empregados em 50 ha de tomate industrial. 2007.

Agrotóxico Mês

aplicação Custo do

produto (R$) Quant.

embalagem Dose/ha Custo

aplicação/ha

Tamaron Julho 17,90 litro 300 ml 5,37

Actara 298,60 100 g 100 g 29,60

Sencor 45,00 litro 400 ml 18,00

Fusilade 61,26 litro 300 ml 18,38

Tamaron 17,90 litro 300 ml 5,37

Recop 22,00 kg 500 g 11,00

Sencor 45,00 litro 400 ml 18,00

Fusilade 61,26 litro 300 ml 18,38

Karate 60,00 litro 100 ml 6,00

Fórum 54,00 kg 225 g 12,15

Polvran 13,40 kg 1 kg 13,40

Pirinex 30,00 litro 450 ml 13,50

Funginil 16,30 litro 500 ml 8,15

Cefanol Agosto 25,00 kg 500 g 12,50

Frowncide 122,00 litro 200 ml 24,40

Funginil 16,30 litro 200 ml 24,40

12 Os autores indicaram que não há um consenso sobre as taxas de desconto a serem

empregadas. Por isso os valores utilizados variam entre 5 e 10%. No presente trabalho optou-se

pela menor taxa, a qual se aproxima dos índices inflacionários do país.

59

Karate 60,00 litro 180 ml 10,80

Frowncide 122,00 litro 200 ml 24,40

Tamaron 17,90 litro 400 ml 7,16

Orthene 80,00 3 kg 500 g 13,33

Sialex 40,00 kg 600 g 24,00

Frowncide 122,00 litro 200 ml 24,40

Karate 60,00 litro 120 ml 7,20

Funginil 16,30 litro 1 l 16,30

Frowncide 122,00 litro 200 ml 24,40

Thiobel Setembro 35,58 kg 700 g 24,91

Kocide 25,68 kg 1 kg 25,68

Sialex 40,00 kg 800 g 32,00

Tamaron 17,90 litro 800 ml 14,32

Manzate 15,00 kg 2,5 kg 37,50

Frowncide 122,00 litro 140 ml 17,08

Kocide 25,68 kg 1 kg 25,68

Thiobel 35,58 kg 1 kg 35,58

Funginil 16,30 litro 500 ml 8,15

Kocide 25,68 kg 1 kg 25,68

Karate 60,00 litro 100 ml 6,00

Captan 100,00 5 litros 1,5 l 30,00

Sialex 40,00 kg 600 g 24,00

Orthene Outubro 80,00 3 kg 700 g 18,67

Kocide 25,68 kg 1 kg 25,68

Poliran 13,40 Kg 1 kg 13,40

Tamaron 17,90 litro 500 ml 8,95

Karate 60,00 litro 700 ml 4,20

Captan 100,00 5 litros 2,5 l 50,00

Orthene 80,00 3 kg 500 g 13,33

Poliran 13,40 Kg 500 g 6,70

Kocide 25,68 kg 1 kg 25,68

Amistar 50,90 100 g 100 g 50,90

Actara 29,60 100 g 150 g 44,40

Amistar 50,90 100 g 100 g 50,90

Kocide 25,68 kg 1 kg 25,68

Captan 100,00 5 litros 1 l 20,00

Custo total aplicação de agrotóxicos/ha 1.055,66

Custo total aplicação de agrotóxicos/

50 há

52.783,00

gradagem, fertilizantes, irrigação, colheita, taxas,) foram iguais para

qualquer um dos cenários empregados nesta análise.

Para o cálculo dos custos referentes à água foi utilizado o valor

de R$0,01/m3 definido para a captação da água na Bacia do Rio

Paraíba do Sul, no ano de 2007 (CEIVAP,s.d.).

Para os cálculos da emissão de CO2 durante a pulverização, não

foram encontradas referências para a emissão de um trator. Usou-se

60

então os dados referentes a emissão de uma Pick-Up diesel que

rodasse 3600 km/ano, sendo que neste caso o veículo emitiria 14,16

ton/CO2/ano (SERPRO, 2004). Para a aplicação de agrotóxicos em 50

ha e usando uma barra de pulverização de 18 m, estimou-se que o

trator andaria 30 km em cada pulverização, o que levaria a uma

emissão de 0,12 ton de CO2 por pulverização.

Para o cálculo dos custos referentes as emissões de CO2 foi

utilizado o valor de US$5/ton CO2 (SOHNGEN e SEDJO, R., 2006). A

cotação do dólar em 31/10/2007, de acordo com o Banco Central foi

de R$1,73, o que significa um valor de R$8,65/ton CO2.

Para a realização da análise custo-efetividade foram

empregados quatro cenários:

a) Cenário 1= Aplicação de agrotóxicos com mistura de

produtos;

b) Cenário 2= Aplicação de agrotóxicos sem mistura de

produtos;

c) Cenário 3 = Aplicação de agrotóxicos com mistura de

produtos onde os produtos comercializados por uma mesma

indústria são misturados, de acordo com o preconizado na

Portaria nº 67 de 30 de maio de 2005 [fungicidas Fórum +

Polyram aos 35 dias e inseticida Actara + fungicida Amistar

aos 141 dias (TABELA 4.1)] ;

d) Cenário 4= aplicação de agrotóxicos em mistura. A exceção

são as misturas que apresentam um maior grau de toxicidade

para os humanos em relação a aplicação dos produtos

individualmente já que resultados de pesquisa indicaram a

ocorrência dessa maior toxicidade para as misturas de

61

inseticidas piretróides com fosforados ou inseticidas fosforados

com outros fosforados, conforme discutido no Capítulo anterior

(Yanes et al., 1992; ORTIZ et al., 1995; MOSER, et al., 2006).

Então, neste cenário, de acordo com a TABELA 4.1., não

foram realizadas as misturas do fosforado Tamaron e Orthene

aos 70 dias após o transplante e a mistura do fosforado

Tamaron e do piretróide Karate aos 121 dias após o

transplante.

Nos cenários descritos anteriormente assumiu-se que:

a) os produtos empregados nas lavouras e a ocorrência de

pragas, doenças e ervas daninhas foram as descritos na

TABELA 4.1;

b) onde a mistura fosse utilizada, ela seria aplicada nos dias

indicados na TABELA 4.1 e pragas e doenças ocorreriam no

dia da aplicação. Onde a mistura não fosse possível, os

produtos seriam aplicados com intervalos de 24 h e pragas e

doenças ocorreriam no dia exato da aplicação. Tal

procedimento é aqui utilizado para adotar uma “situação ideal”

de ocorrência de pragas e doenças que permita aplicar os

produtos apenas quando o problema estiver presente;

c) os produtores utilizavam o sistema Colpam® para monitorar

as condições ambientais favoráveis a requeima e aplicariam

os fungicidas no mesmo dia em que o sistema indicasse a

aplicação;

d) os produtores monitoravam diariamente a lavoura de tomate

industrial para verificar a presença de mosca-branca e

aplicavam o produto assim que o inseto ocorresse na lavoura;

62

e) a produção da lavoura foi estimada no início do plantio pelo

produtor em 90 ton/ha.

O índice de efetividade empregado foi a produção da cultura

depois de deduzida as perdas. Para os quatro cenários anteriormente

descritos, a perda na produção foi devida apenas a movimentação de

tratores na lavoura. Este índice de perda não se encontra disponível

na literatura, mas agrônomos ligados às diversas indústrias estimaram

que estas são de cerca de 1% da produção.

A análise de sensibilidade foi realizada alterando o valor do índice de efetividade,

que foi a produção da cultura depois de deduzida as perdas para cada um dos cenários

descritos anteriormente.

Nos cenários empregados nesta análise assumiu-se que:

a) os produtos empregados nas lavouras e a ocorrência de

pragas, doenças e ervas daninhas foram as descritos na

TABELA 4.1;

b) pragas e doenças ocorreram ao mesmo tempo, sendo esta

situação denominada “situação real”;

c) os produtores utilizavam o sistema Colpam® para monitorar

as condições ambientais favoráveis a requeima e aplicariam

os fungicidas no mesmo dia em que o sistema determinasse;

d) os produtores monitoravam diariamente a lavoura de tomate

industrial para verificar a presença de mosca-branca. Quando

este inseto ocorresse simultaneamente com requeima, e não

fosse possível a mistura de agrotóxicos, os produtores

optariam por controlar inicialmente a requeima.

e) a produção da lavoura foi estimada no início do plantio em 90

ton/ha.

63

Com as condições anteriores, no cenário 1, onde todas as

pulverizações foram misturadas, e no cenário 4, onde mistura de

agrotóxicos que causassem problemas a saúde humana não poderia

ser realizada, as condições de ocorrência de pragas e doenças no

caso analisado permitiram que a mistura de agrotóxicos fossem

realizada no momento de aparição simultânea de mosca-branca e

requeima (TABELA 4.1). Com isso as perdas na cultura nesses dois

cenários foram causadas apenas pela movimentação de tratores na

lavoura, o que correspondeu a 1% da produção/ha.

No cenário 2, onde não era possível a mistura de agrotóxicos em

hipótese alguma e no cenário 3, onde só era possível a mistura de

agrotóxicos comercializados pela mesma empresa, foi assumido que

35 dias após o transplante, mosca-branca e requeima ocorreram ao

mesmo tempo (TABELA 4.1), mas não puderam ser controladas no

mesmo dia. Neste caso, o produtor optou por controlar primeiro a

requeima e depois a mosca-branca. Como resultado, o inseto

disseminou virose na lavoura e as perdas nesses dois cenários se

deveram a ocorrência da doença adicionada a perda produzida pela

movimentação das máquinas. Neste caso foi assumido que esta perda

foi de 40% da produção/ha (ASIÁTICO e ZOEBISCH, 1992, citado por

HAJI et al.,2005).

4.3. Resultados e Discussão

Os resultados das análises de aplicações de agrotóxicos onde

foi considerada a “situação ideal”, isto é, onde pragas e doenças

ocorreram ao mesmo tempo para os cenários 1 e 4 e ocorreram com

intervalo de 24 h nos cenários 2 e 3 são mostrados nas TABELAS 4.3

64

a 4.7. Nesta “situação ideal”, a aplicação de agrotóxicos

separadamente (cenário 2) ou em mistura por indústrias atendendo a

Portaria nº 67, de 30 de maio de 1995 (cenário 3), aumentaria a

demanda por água para pulverização quando estes cenários foram

comparados ao cenário atual (cenário 1) (TABELA 4.3). O resultado

disto é que, considerando-se que uma pessoa consuma em média 282

litros de água/dia (SERPRO, 2004), a quantidade de água a mais

demandada pelas políticas dos cenários 2 e 3, para pulverizar apenas

os 50 ha do produtor, representariam o desabastecimento de 2.960 e

2.703 pessoas respectivamente. A extrapolação destes valores para

os 14.000 ha de tomate plantados em 2007 significaria que o volume

de água empregado causaria o desabastecimento de 829.078 e

757.092 pessoas respectivamente. O cenário 4, por outro lado,

significaria o desabastecimento de apenas 106, caso fosse empregado

nos 50 ha. Para os 14.000 ha significaria o desabastecimento de

29.787 pessoas.

As análises relacionadas ao aumento das emissões de CO2

demonstraram que no caso dos cenários 2 e 3 haveria um aumento

em mais de 170% , o que certamente contribuiria para aumentar os

problemas relacionados ao efeito estufa quando estes cenários são

comparados ao cenário atual (cenário 1) (TABELA 4.4). Os maiores

aumentos de emissões, ou seja, os maiores impactos ambientais

seriam causados pelo cenário 2, onde não ocorre nenhuma mistura de

agrotóxicos. Já o cenário 4, onde seriam proibidas misturas que

apresentassem risco para a saúde humana apresentaria um aumento

nas emissões de CO2 muito menor, o que significa que este cenário

apresenta um menor impacto ambiental (TABELA 4.4).

65

TABELA 4.3. Consumo de água estimado para a pulverização de 50

ha de tomate indústria com base em quatro cenários

distintos.

Quantidade de água (L/50 ha) Dias após o

transplante Quantidade

de água gasta

(L/ha) Cenário 11Cenário 21Cenário 31Cenário 41

18 250 12.500 25.000 25.000 12.500

21 250 12.500 25.000 25.000 12.500

28 250 12.500 25.000 25.000 12.500

30 250 12.500 25.000 25.000 12.500

35 250 12.500 37.500 25.000 12.500

46 300 15.000 30.000 30.000 15.000

56 400 20.000 60.000 60.000 20.000

63 400 20.000 20.000 20.000 50.000

70 500 25.000 100.000 100.000 25.000

79 600 30.000 90.000 90.000 30.000

84 600 30.000 90.000 90.000 30.000

91 600 30.000 120.000 90.000 30.000

99 600 30.000 90.000 90.000 30.000

106 600 30.000 90.000 90.000 30.000

114 600 30.000 90.000 90.000 60.000

121 600 30.000 90.000 90.000 30.000

135 600 30.000 120.000 120.000 30.000

Total litros 412.500 1.247.500 1.175.000 442.500

Total m3412,5 1.247,5 1.175,0 442,5

% de aumento de consumo

de água em relação ao

ário 1 cen

------ 202 185 7,4

1/ Cenário 1= mistura de agrotóxicos; cenário 2= agrotóxicos aplicados sem mistura; cenário 3= agrotóxicos

aplicados em mistura quando são comercializados por uma mesma empresa; cenário 4= agrotóxicos

não são misturados quando mistura representa maior risco para a saúde humana. Misturas não ocorreram

aos 70 e 121 dias após o transplante.

TABELA 4.4. Estimativa de emissão de CO2 por um trator em quatro

cenários distintos quando lavouras de tomate de 50 ha

são pulverizadas com agrotóxicos.

Cenário1Número de

pulverizações Emissão total de

CO2 (toneladas) % de aumento em

relação cenário 1

1 18 2,16 -----

2 52 6,24 188

3 49 5,88 172

4 20 2,40 11

1/ Cenário 1= mistura de agrotóxicos; cenário 2= agrotóxicos aplicados sem mistura;

cenário 3= agrotóxicos aplicados em mistura quando são comercializados por

uma mesma empresa; cenário 4= agrotóxicos não são misturados quando mistura

66

representa maior risco para a saúde humana. Misturas não ocorreram aos 70 e 121

dias após o transplante.

De posse dos resultados anteriores, foram calculados os custos

privados e sociais de cada um dos cenários (TABELA 4.5). Os custos

privados representaram mais de 99% do custo total. O menor custo foi

representado pelo cenário 1, que é o cenário atual, e o maior pelo

cenário 2, que é o cenário que mais se aproxima da legislação vigente.

Do total do custo privado, os agrotóxicos adquiridos para pulverização

nas lavouras de tomate industrial representaram mais de 94% do

custo total.

O custo social, representado pelo custo da água e custo das

emissões de CO2, representaram menos de 0,12% do custo total da

pulverização (TABELA 4.5). Os custos pelo uso da água

representaram cerca de 0,02% do custo total. Estes resultados

sugerem que os custos sociais da água são praticamente

insignificantes, mas podem ter um impacto social bastante significativo

em regiões de escassez de água.

O cenário 2, que é o cenário que mais se aproxima do

preconizado pela legislação vigente, parece ir contra o objetivo dos

gestores dos recursos hídricos que idealizaram a cobrança pelo uso

da água. Isto é, este cenário aumenta a demanda de água (GOMES e

TESTESLAF, 2003; FAGANELLO, 2007, p.60). Outro aspecto que

chama a atenção é que o valor que poderia ser cobrado pelo uso da

água (R$0,01/m3), e que representou cerca de 0,02% do custo da

pulverização, não parece contribuir para o uso mais racional deste

recurso. Esta fato também foi observado por CAMPOS (2004, p.69).

O autor, que avaliou o uso da água para irrigação por produtores de

67

tomate de mesa em Piracicaba constatou que o custo da água

representava 0,4% do custo total da produção de tomate de mesa, o

que não era um custo que levasse ao uso mais racional deste recurso.

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Descrição dos

custos Custo (R$) % Custo (R$) % Custo (R$) % Custo (R$) %

Custo privado

Pulverização

1.006,74 1,870 2.908,36 5,216 2.740,57 4,930 1.118,60 2,074

Agrotóxicos 52.783,00 98,087 52.783,00 94,666 52.783,00 94,958 52.783,00 97,880

SUB-TOTAL 53.789,74 99,957 55.691,36 99,882 55.523,57 99,888 53.901,60 99,954

Custo social

Água 4,12 0,008 12,47 0,022 11,75 0,021 4,42 0,008

Emissão de CO218,68 0,035 53,97 0,096 50,86 0,091 20,76 0,038

SUB-TOTAL 22,80 0,043 66,44 0,118 62,61 0,112 25,18 0,046

TOTAL 53.812,54 100 55.757,80 100 55.586,18 100 53.926,78 100

TABELA 4.5. Custos da aplicação de agrotóxicos durante o ciclo de tomate industrial para quatro cenários distintos onde pragas e

doenças ocorrem ao mesmo tempo quando há mistura de agrotóxicos e pragas e doenças ocorrem em intervalos de 24 h

quando não há mistura de agrotóxicos.

68

/ Cenário 1= mistura de agrotóxicos; cenário 2= agrotóxicos aplicados sem mistura; cenário 3= agrotóxicos aplicados em mistura quando são comercializados por uma

mesma empresa; cenário 4= agrotóxicos não são misturados quando mistura representa maior risco para a saúde humana. Misturas não ocorreram aos 70 e 121

dias após o transplante.

Após os cálculos dos custos da pulverização foi calculada a produtividade da

cultura de tomate para cada cenário. Neste caso, a produtividade para todos os cenários

foi igual e atingiu 89.100 kg/ha. Isto porque em todos os cenários os produtores

conseguiriam controlar satisfatoriamente os problemas fitossanitários que ocorreram na

lavoura ao longo do ciclo.

A análise custo-efetividade das quatro políticas está

apresentada na TABELA 4.6. Esta TABELA indica que a política

mais custo-efetiva foi a que é atualmente realizada pelos produtores,

ou seja, a realização de misturas de agrotóxicos (cenário 1). A

política onde as misturas que apresentam riscos a saúde humana

são banidas (cenário 4) apresentou um índice custo-efetividade

muito próximo ao da política representada pelo cenário 1, o que

sugere que esta política poderia ser adotada, à medida que

informações sobre os riscos das misturas estivessem disponíveis. A

política menos custo-efetiva foi a preconizada pelo cenário 2, que é

a que mais se aproxima da legislação vigente, indicando que esta

política não é a mais apropriada. Deve ser ressaltado que as

diferenças nos índices custo-efetividade entre os cenários 2 e 3

podem vir a ser maiores ou menores do que as aqui apresentadas

em função dos produtos que poderiam ser misturados no cenário 3, e

que podem variar de produtor para produtor.

TABELA 4.6. Análise custo-efetividade de quatro diferentes cenários de aplicação de

inseticidas. Pragas e doenças ocorrem ao mesmo tempo, quando há

mistura de agrotóxicos e pragas e doenças ocorrem em intervalos de 24 h

quando não há mistura de agrotóxicos.

Cenário Custo (R$) Posição Efetividade

(kg de

Posição Custo-

efetividade

Posição

tomate/ha)

1 53.888,61 1 89.100 1 0,604 1

2 55.757,80 4 89.100 1 0,625 4

3 55.586,18 3 89.100 1 0,623 3

4 53.926,78 2 89.100 1 0,605 2

1/ Cenário 1= mistura de agrotóxicos; cenário 2= agrotóxicos aplicados sem mistura; cenário 3= agrotóxicos aplicados

em mistura quando são comercializados pó r uma mesma empresa; cenário 4= agrotóxicos não são misturados

quando mistura representa maior risco para a saúde humana. Misturas não ocorreram aos 70 e 121 dias após o

transplante.

A análise de sensibilidade da ACE foi realizada considerando-

se uma “situação real”, ou seja, a situação onde pragas e doenças

ocorriam ao mesmo tempo, o que é o comum no campo. Os quatro

cenários avaliados empregaram o mesmo volume de água e

emitiram a mesma quantidade de CO2 da “situação ideal” descrita

anteriormente (TABELAS 4.3 e 4.4). Como conseqüência, para os

resultados desta “situação real” se aplicam as mesmas

considerações anteriores.

Ocorre porém, que a “situação real” causou impacto na

produtividade da cultura (TABELA 4.7). Quando a mistura não foi

realizada, aos 35 dias após o transplante ocorreram ao mesmo

tempo mosca-branca e requeima, dois problemas que reduzem

significativamente a produtividade da lavoura quando não são

controlados adequadamente. Esta queda na produtividade ocorreu

nos cenários 2 e 3, já que o produtor optou por controlar inicialmente

a requeima. A mosca-branca, controlada apenas 24 h após a

primeira aplicação, ocasionou a disseminação de virose que, em

conseqüência, reduziu a produtividade (TABELA 4.7).

TABELA 4.7. Produtividade de tomate/ha para quatro cenários distintos onde mosca

branca e requeima ocorreram ao mesmo tempo, 35 dias após o

transplante.

Cenário Produtividade (kg/há)

1 89.100

2 54.000

3 54.000

4 89.100

1/ Cenário 1= mistura de agrotóxicos; cenário 2= agrotóxicos

aplicados sem mistura; cenário 3= agrotóxicos aplicados em

mistura quando são comercializados pela mesma empresa;

cenário 4= agrotóxicos não são misturados quando mistura

representa maior risco para a saúde humana. Misturas

não ocorreram aos 70 e 121dias após o transplante.

A análise custo-efetividade das quatro políticas onde foi

assumido que pragas e doenças ocorreriam ao mesmo tempo está

apresentada na TABELA 4.8. Esta TABELA indica que a política

mais custo-efetiva continuou sendo a que é atualmente empregada

pelos produtores, ou seja, aquela onde a mistura de agrotóxicos é

realizada.

Para as políticas menos custo-efetivas (cenários 2 e 3), o fato

de não ser realizada a mistura e pragas e doenças ocorrerem ao

mesmo tempo, aumentou a distância entre os índices da política

mais custo-efetiva e as menos custo efetiva. Isto indica que, neste

caso, a implementação da política do cenário 2, além de aumentar os

impactos ambientais, como discutido anteriormente, aumenta

também os riscos para o produtor pela possibilidade de quebras na

produção (TABELA 4.8). A obrigatoriedade de assumir estes riscos

pode vir a ter um impacto significativo na produção de tomate

industrial no estado de Goiás.

O cenário 4, onde as misturas que apresentam potencial de

causar riscos a saúde humana foram eliminadas, apresentou índice

de custo-efetividade próximo ao encontrado no cenário 1, tanto para

a “situação ideal”, quanto para a “situação real” (TABELA 4.8).

Todavia, a diferença entre os indicadores dos cenários 1 e 4 pode vir

a ser maior. Esta pode ser influenciada, por exemplo, se, a fim de

evitar a mistura de agrotóxicos que podem causar riscos para a

saúde humana o produtor tiver que optar por empregar agrotóxicos

de maior custo.

TABELA 4.8. Análise custo-efetividade de quatro diferentes cenários de aplicação de

inseticidas em 50 ha de tomate industrial. Pragas e doenças ocorreram ao

mesmo tempo, 35 dias após o transplante.

Cenário Custo (R$) Posição Efetividade

(ton de

tomate/ha)

Posição Custo-

efetividade

Posição

1 53.888,61 1 89.100 1 0,604 1

2 55.757,80 4 54.000 2 1,032 4

3 55.586,18 3 54.000 2 1,029 3

4 53.926,78 2 89.100 1 0,605 2

1/Cenário 1= mistura de agrotóxicos; cenário 2= agrotóxicos aplicados sem mistura; cenário 3= agrotóxicos

aplicados em mistura quando são comercializados pó r uma mesma empresa; cenário 4= agrotóxicos

não são misturados quando mistura representa maior risco para a saúde humana. Misturas não

ocorreram aos 70 e 121 dias após o transplante.

5. CONCLUSÕES

A realização da ACE para a comparação de diferentes cenários de

aplicação de agrotóxicos em lavouras de tomate indicou que a forma atual de

uso destes produtos pelos agricultores, ou seja, a mistura indiscriminada de

agrotóxicos (cenário 1), foi a mais custo-efetiva. O cenário que mais se

aproxima da legislação vigente, e que não prevê o uso de misturas de

agrotóxicos (cenário 2), foi o menos custo-efetivo. Isso demonstra que a

forma atual de aplicação de agrotóxicos adotada pelos produtores é a que os

deixa na melhor situação, estando de acordo com uma das premissas básicas

da Teoria do Bem-Estar (VARIAN, 1994, p.52).

A política adotada pelos produtores, e aqui representada pelo cenário 1

também foi mais custo-efetiva quando comparada à política que era

recomendada pela Portaria Nº 67, de 30 de maio de 1995, onde as

misturas de agrotóxicos só poderiam ser realizadas entre produtos

comercializados pela mesma indústria ou onde indústrias diferentes

explicitassem essa possibilidade em seus rótulos, (cenário 3). Isto sugere

que essa Portaria, ao não levar em consideração os potenciais riscos

destes produtos para a saúde humana e o meio-ambiente, não optava pelo

melhor cenário.

O cenário 1 também foi mais custo-efetivo que o cenário 4, que previa a

proibição de misturas que pudessem causar prejuízos à saúde humana.

Ainda que este aspecto não seja levado atualmente em consideração no

momento da decisão sobre o uso de misturas, pela relevância que

apresenta, deverá ser levado em consideração quando da regulamentação

do uso de misturas de agrotóxicos no futuro.

As razões para a não efetividade da política atual de regulação de uso de

agrotóxicos podem ser diversas. Baumol & Oates (1979, p.232) apontaram oito critérios

para a não efetividade de uma política regulatória e estes critérios são aqui empregados

para se indicar porque os agricultores realizam misturas de agrotóxicos. Os oito critérios

apontados pelos autores são:

a) dependência: este critério se refere a se a política está

atingindo os seus objetivos ou se ela depende de um

grande número de elementos imprevisíveis. No caso

das pulverizações de agrotóxicos, a não mistura de

agrotóxicos só poderia ser implementada se ocorresse

na prática uma “situação ideal”, ou seja, se pragas e

doenças não ocorressem ao mesmo;

b) permanência: este critério se refere a se a política se

mantém somente enquanto o problema atrai o

interesse público ou se ele se mantém quando esse

interesse é diminuído. Atualmente não existe uma

discussão no país sobre a questão das misturas de

agrotóxicos. Mas, em algumas ocasiões, esse assunto

atrai o interesse público momentaneamente, como

ocorrido na notícia publicada na Folha de São Paulo no

dia 18 de março de 2008 (anexo 1);

c) adaptabilidade ao crescimento econômico: este critério

se refere a se a política é capaz de se adaptar ao

crescimento das atividades econômicas e da

população. A legislação atual, e que foi representada

pelo cenário 2, parece não atender a estes critérios.

Isto porque neste cenário foi observado um aumento

da demanda de água e um aumento da emissão de

gases causadores do efeito estufa. Atualmente, as

políticas objetivam reduzir a demanda de água e a

emissão de gases causadores do efeito estufa a fim de

que se possa garantir a sustentabilidade das atividades

econômicas e o atendimento das necessidade de uma

população crescente;

d) eqüidade: este critério se refere a se a política divide

os custos financeiros entre as empresas e os

indivíduos eqüitativamente. A política representada

pelo cenário 2 parece não atender a este critério. Isto

porque se ela fosse efetivamente implementada, o

aumento dos custos financeiros dos produtores em

decorrência do aumento dos custos de pulverização

provavelmente seriam repassados aos consumidores e

estes ainda teriam que arcar com os riscos do aumento

da demanda de água pelas áreas rurais, a qual

poderia se refletir em escassez nas cidades. De acordo

com TURPIN et al. (2005) esses seriam os chamados

“efeitos indiretos”;

e) incentivo ao máximo esforço: este critério se refere a

se a política induz os indivíduos e empresas a

minimizarem os danos ambientais. Como já observado,

a política de regulamentação de uso de agrotóxicos

aqui representada pelo cenário 2, não minimiza os

danos ambientais, muito pelo contrário, contribui para

aumentá-los já que implica em um aumento na

demanda de água e aumento das emissões de CO2;

f) economia: este critério se refere a se a política permite

que os resultados sejam alcançados com um baixo

custo social. Este não se refere apenas à quantidade

de dinheiro envolvida na transação, mas se refere

também a outros elementos tangíveis ou intangíveis

que são de interesse da sociedade. Como já

observado, a política de regulamentação de uso de

agrotóxicos, representada pelo cenário 2, não contribui

para a redução do custo social, pelos mesmos motivos

referidos no item anterior;

g) atratividade política: este critério se refere a se a

política é recomendada para legisladores e população.

Como já observado, a política de regulamentação de

uso de agrotóxicos, da forma como foi proposta, não

apresenta atratividade;

h) interferência mínima nas decisões privadas: este

critério se refere a se a política expressa exatamente o

que fazer ou se oferece um gama de alternativas

compatíveis com a proteção ambiental. Este critério

não é atendido também, pois os produtores não dispõe

de informações sobre o problema de misturas de

agrotóxicos e tampouco tem informações para que

possam escolher as misturas mais adequadas.

Vale ainda ressaltar que na análise aqui realizada, as políticas

de menor custo foram as mais efetivas. No entanto, isto pode ser

apenas uma coincidência momentânea. Isto porque, ainda que os

resultados da ACE aqui realizada tenham mostrado que a política

adotada pelos produtores tenha sido a mais custo-efetiva, esta

análise, como visto, apresenta custos privados e ambientais que não

foram contabilizados, como por exemplo o maior uso de pneus pelos

tratores para realizarem as pulverizações, e algumas incertezas.

A primeira incerteza diz respeito ao impacto das misturas de

agrotóxicos sobre a saúde humana. Praticamente não existem na

literatura informações sobre o impacto de misturas de agrotóxicos

sobre a saúde humana que envolva agrotóxicos que não sejam do

grupo dos fosforados e piretróides. Porém, além dessas misturas, os

produtores empregam misturas de inseticidas de outros grupos e

misturas de inseticidas com fungicidas. O conhecimento do impacto

dessas diferentes misturas sobre a saúde humana pode vir a alterar

os resultados da ACE quando as diferentes opções de uso de

agrotóxicos forem avaliadas, e tornar o cenário 1 o menos

recomendado.

A segunda incerteza diz respeito ao real impacto das misturas

de agrotóxicos sobre o meio-ambiente nas condições tropicais.

Informações sobre os impactos das misturas mais comuns

empregadas nas lavouras poderiam reduzir este grau de incerteza e

apontar as misturas viáveis ou as não viáveis.

Em qualquer dos casos em que as misturas de agrotóxicos

não pudessem ser realizadas, os produtores poderiam optar por

empregar outros produtos. Porém, produtos diferentes poderiam

aumentar os custos privados, e é possível que estes sejam

repassados aos consumidores.

Em resumo, a ACE aqui realizada indicou que algumas

medidas, como a proibição do uso de misturas de agrotóxicos que

tem impacto negativo sobre a saúde humana, deveriam ser

implementadas. Para suprir a lacuna deixada, informações sobre o

uso de produtos alternativos a essas misturas deveriam ser

disponibilizadas para os produtores.

Os resultados indicaram ainda que a ACE aqui realizada

necessita ser aprimorada. Outros custos necessitam ser

contabilizados e diversas incertezas necessitam ser estudadas. À

medida que esses dados forem surgindo, novas análises deverão ser

realizadas e os resultados aqui obtidos possivelmente serão

afetados. As novas informações obtidas deverão ser disponibilizadas

para os agentes envolvidos na produção de tomate industrial e para

os agentes envolvidos na regulamentação do uso de agrotóxicos, a

fim de que possa ser adotada a melhor política do ponto de vista

social e ambiental.

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