Por que emagrecemos quando estamos doentes

Subir na balança e perceber que alguns pesos foram eliminados sem esforço. Isso é um sonho para muitas pessoas. Porém, na verdade, pode ser um sinal de que algo não vai bem no organismo e indicar alguma doença.

Como saber se os quilos estão indo embora rapidamente e o corpo necessita de atenção? Inicialmente, é preciso reparar se entre um a três meses a pessoa perdeu mais de 5% do seu peso sem ter mudado a alimentação ou aumentado a atividade física. A partir daí, identificar outros sintomas, como fraqueza, queda de cabelos, tonturas, tremores, batimentos cardíacos acelerados, sudorese, sentir muita sede, urinar demasiadamente, alteração no padrão das fezes, entre outros.

Caso algum desses sinais se apresentem juntamente com a perda de peso rápida, o ideal é buscar a ajuda de algum médico para identificar se não há a presença de algum problema de saúde, como os seis que listamos abaixo.

Hipertireoidismo

Ocorre quando a tireoide produz excessivamente os hormônios tireoidianos (T3 e T4), que são responsáveis por regular o metabolismo. No hipertireoidismo, o excesso hormonal pode levar a um aumento do gasto calórico, tremores, irritabilidade e rápida perda de peso.

O diagnóstico da doença acontece por meio de exames de sangue que apontam os hormônios tireoidianos elevados e o TSH (hormônio produzido pela hipófise, glândula localizada no cérebro que controla a função da tireoide) baixo. Após ser detectado o hipertireoidismo, é preciso descobrir sua causa, que em boa parte das vezes é a chamada doença de Graves. Nela, além de emagrecer, o paciente pode apresentar alterações nos olhos, que ficam mais "saltados". Outras causas possíveis do hipertireoidismo são nódulos ou inflamação da tireoide.

Já o tratamento, claro, depende da causa do problema, mas geralmente é feito com medicamentos, administração de iodo radioativo ou, em alguns casos, cirurgia. O tratamento, seja ele qual for, irá encerrar a perda rápida de peso.

No diabetes, as células têm dificuldade de usar a glicose como energia e passam a utilizar a gordura corporal como combustível Imagem: iStock

Diabetes

Existem diversos tipos de diabetes, os mais comuns são o 1, 2 e gestacional. A doença, independentemente do seu tipo, ocorre devido à falta, deficiência ou resistência da ação da insulina, que é um hormônio responsável por levar energia (glicose) para dentro da célula. Sem conseguir usar a glicose como "combustível", as células passam a utilizar a gordura corporal como fonte de energia, o que leva à perda de peso descompensada.

O diagnóstico do diabetes é feito pela dosagem de glicose no sangue. Quando a doença é detectada, o tratamento irá focar de início no equilíbrio do nível de glicose no sangue, por meio de de medicamentos orais ou injetáveis que estimulam ou facilitam a ação da insulina e a mudança de hábitos (dieta e exercício), dependendo do tipo de diabetes e cada paciente, claro.

Câncer

A doença por si só pode levar à redução de quilos na balança. No entanto, isso é mais comum quando o câncer está em estágio avançado ou metastático (já atingiu outras partes do corpo), ou então quando o tumor está localizado no pulmão, cabeça e pescoço ou no trato gastrointestinal, como no câncer de estômago, pâncreas e de esôfago.

A perda rápida de peso, no caso dos estágios avançados e metastáticos, se dá porque nesta situação o tumor libera substâncias chamadas de citocinas pró-inflamatórias, que aumentam o gasto energético do corpo e a perda de massa muscular, além de estimular a saciedade precoce e a anorexia, em que o paciente não tem fome ou vontade de comer.

Já quando a pessoa é diagnosticada com câncer de cabeça e pescoço, o processo de mastigação e deglutição pode estar alterado devido à localização do tumor, fazendo com que o paciente consuma alimentos mais pastosos ou até mesmo líquidos e que fornecem menos energia e proteína necessária para o dia.

Pacientes com câncer do trato gastrintestinal alto, principalmente esôfago e estômago, apresentam a perda de peso também pela própria localização do tumor que, se for no esôfago, pode dificultar a passagem do alimento. No estômago, a saciedade precoce pode acontecer, o que leva o indivíduo a consumir uma quantidade menor de alimentos.

O tratamento com suplementos alimentares e uma dieta equilibrada e balanceada pode ajudar a diminuir a perda de peso relacionada à doença em estágio avançado, assim como por conta da quimioterapia, imunoterapia ou das chamadas terapias alvos, que podem reduzir o peso da pessoa. Nos casos em que há obstrução mecânica do trato digestivo ou da cavidade oral, alguns procedimentos com prótese ou radioterapia local paliativa também podem ajudar a facilitar a passagem dos alimentos.

Problemas na região intestinal geralmente geram quadros de diarreia, o que prejudica a absorção de nutrientes no organismo e leva ao emagrecimento rápido Imagem: iStock

Problemas na região intestinal

Intolerância à lactose, doença celíaca e doenças inflamatórias, como síndrome do cólon ou intestino irritável, doença de Crohn e retocolite ulcerativa, são os problemas mais comuns que podem levar à perda rápida de peso. Muitos desses quadros geralmente são acompanhados de diarreia, o que faz com que o corpo não consiga absorver a quantidade suficiente de nutrientes necessários, o que leva a um déficit de energia. Dor, distensão abdominal e febre também são sintomas de algumas dessas condições.

Os exames para diagnóstico e tratamento, obviamente, variam conforme a doença. Entre as principais soluções estão mudanças no cardápio —com restrição a nutrientes que geram o problema (lactose, glúten, gorduras etc.), bebidas gaseificadas, condimentos —; redução de estresse, uso de medicamentos anti-inflamatórios e cirurgia.

Depressão

O problema, que afeta 350 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), pode causar a perda ou o aumento de apetite, dificuldade para realizar tarefas cotidianas, sentimentos de impotência e culpa e, em casos mais graves, até mesmo pensamentos e tentativas de suicídio.

O diagnóstico da depressão é clínico, ou seja, não necessita de exames, baseando-se no conjunto de sinais apresentados pela pessoa. Os principais sintomas que indicam o quadro de depressão são alterações no humor —que pode ser caracterizado por sensação de tristeza e de angustia quase todos os dias —, perda da capacidade de sentir prazer nas coisas, alteração do apetite com consequente mudança no peso, alterações do sono e dificuldade na capacidade de tomar decisões.

O tratamento depende da gravidade. Depressões leves, por exemplo, podem ser tratadas com psicoterapia e a prática de atividades físicas. A partir de depressões moderadas já pode ser necessário o uso de medicamentos que atuem no sistema nervoso central, como os antidepressivos, que agem na regulação de neurotransmissores (serotonina e noradrenalina). Conforme o paciente vai melhorando, o que ocorre em algumas semanas após o início do tratamento, os sintomas da doença melhoram como um todo, inclusive o apetite.

Falta de apetite é um dos sintomas de depressão, problema que pode levar à perda de peso Imagem: iStock

Doenças causadas por vermes

Alguns tipos específicos de parasitas, como ascaridíase, amebíase e giárdia, causam um processo infeccioso no organismo que resulta em desconfortos gastrointestinais e diarreia. Esses sintomas prejudicam a absorção de nutrientes e consomem muita energia do corpo, o que leva a perda de peso.

O diagnóstico é feito primeiramente por meio do histórico clinico do paciente, depois, são realizados exames laboratoriais das fezes para se chegar exatamente ao resultado preciso. O tratamento envolve, na maioria das vezes, o uso de remédios antivermes que eliminam os parasitas do corpo e contribuem para o processo de retomada do peso normal.

Fontes: Fabio Trujilho, vice-presidente do departamento de obesidade da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia); Giuliano Mendes, cirurgião do aparelho digestivo e cirurgião oncológico, diretor do ECMI (Equipe de Cirurgias Minimamente Invasivas) e do Hospital Leforte, em São Paulo; Henrique Bottura, psiquiatra da Clínica Psiquiatria Paulista e do Hospital das Clínicas de São Paulo; Lívia Beraldo de Lima Basseres, psiquiatra pela Faculdade de Medicina do ABC, assistente da enfermaria de controle de impulsos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo); Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, membro da Sbem e da SEE (Sociedade Europeia de Endocrinologia); Paulo Olzon, clínico Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Ramon De Mello, oncologista clínico da Clinonco, em São Paulo e doutor em oncologia molecular pela Universidade do Porto, em Portugal; Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo; e Thaís Manfrinato Miola, nutricionista e supervisora de nutrição clínica do A.C.Camargo Câncer Center, em São Paulo.

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Por que emagrecemos quando estamos doentes
Por que emagrecemos quando estamos doentes

Por mais que você faça o seu melhor para lutar contra gripes e resfriados, nem sempre é possível escapar do vírus que te derruba na cama, impedindo de fazer qualquer coisa. Para sair da situação da melhor maneira possível, é importante entender o papel que a alimentação desempenha neste cenário. Confira dicas listadas pelos site do Huffington Post.

É importante saber

Quando estamos doentes, o corpo precisa de mais calorias para funcionar normalmente. Isto porque ele vai trabalhar mais pesado do que o normal, para lutar contra infecções, especialmente com febres. Por isso, exige maior dose de energia, e daí a importância da alimentação para melhorar o quadro.

Seguir horários regulares de alimentação é fundamental quando estamos doentes, porque uma dieta de baixa calorias pode restringir as habilidades de recuperação. Estudos sugerem que a redução calórica quando o corpo está doente não só aumenta a suscetibilidade à gripe, como também piora os sintomas e aumenta a duração da doença.

Apesar de o apetite geralmente estar abalado durante uma gripe, é importante manter-se nutrido e hidratado. Comer porções pequenas e com mais frequência (ouvindo o que o corpo determina, quando você realmente está com fome) são hábitos que ajudam no processo de recuperação.

A melhor forma de sair dessa é apostar em líquidos e alimentos que aumentam a imunidade. Veja a seguir.

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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Canja de galinhaO frango contém um aminoácido chamado cisteína, que auxilia o muco nos pulmões. Além disso, o fato de o caldo ser quente ajuda a manter as passagens nasais úmidas, prevenindo a desidratação e a inflamação na garganta

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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Chá quenteLíquidos mornos podem aliviar a dor de garganta e o congestionamento, então, um chá verde quentinho pode ser uma boa pedida. Ele é rico em antioxidantes que lutam contra a infecção e apoia o sistema imunológico

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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Frutas cítricasÉ um mito que a vitamina C cura a gripe comum, e na verdade não existem evidências científicas por trás da teoria que ela pode reduzir a duração de vários tipos de gripe. No entanto, enquanto as frutas cítricas não curam a doença por completo, a camada branca e fina encontrada em laranjas, limões e toranjas contém flavonoides, que podem impulsionar o sistema imunológico e acelerar a recuperação

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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PicolésManter-se devidamente hidratado pode ajudar a manter o muco fino e diminuir o congestionamento. Embora seja melhor consumir a fruta do que tomá-la, os picolés são uma maneira diferente de se hidratar e aliviar a irritação da garganta

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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Pratos apimentadosComidas apimentadas podem fazer com que seus olhos se encham de água e o nariz escorra, mas elas também são congestionantes naturais. Comer pimenta, wassabi ou raiz-forte pode ajudar a aliviar os sintomas do congestionamento

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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Bolachas de água e sal ou torradasEste é o tipo de alimento simples, que são facilmente digeridos pelo estômago. Ricos em amido, eles não vão piorar a situação do estômago, e podem estabilizar a digestão (o que é especialmente útil após o vômito)

Por que emagrecemos quando estamos doentes

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BananasRicas em potássio, que geralmente é esgotado durante crises de diarreia, vômito ou sudorese, as bananas são fáceis de digerir e podem ajudar a baixar a temperatura do corpo, repondo os eletrólitos perdidos

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GengibrePesquisas têm mostrado que o gengibre é inacreditavelmente efetivo na prevenção das náuseas e de outras doenças do estômago (como a constipação, distensão abdominal e vômitos). Tomar chá de gengibre pode ajudar a hidratar o corpo e a suavizar diversos problemas

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Alimentos apimentados ou ácidosEnquanto os alimentos apimentados podem ser bons para a congestão nasal, eles também podem ser violentos para o estômago causando mais dor e desconforto. Mantenha-se longe deles se nao quer piorar a situação estomacal

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Alimentos ricos em açúcar e gorduraO excesso de açúcar pode reprimir o sistema imunológico e causar a inflamação. Os alimentos ricos em gordura, por outro lado, podem ser mais difíceis de serem digeridos quando comparados aos carboidratos e às proteínas, além de dar origem à dor

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LaticíniosMuitas pessoas acreditam que o consumo de laticínios pode promover a produção do muco, que pode piorar a congestão quando você está doente. No entanto, pesquisas recentes indicam que isso pode ser fruto do efeito placebo. Independente disso, o leite muda a quantidade de muco produzido. Sendo assim, beber leite pode criar uma sensação de muco mais espesso

Canja de galinha

O frango contém um aminoácido chamado cisteína, que auxilia o muco nos pulmões. Além disso, o fato de o caldo ser quente ajuda a manter as passagens nasais úmidas, prevenindo a desidratação e a inflamação na garganta.

Chá quente

Líquidos mornos podem aliviar a dor de garganta e o congestionamento, então, um chá verde quentinho pode ser uma boa pedida. Ele é rico em antioxidantes que lutam contra a infecção e apoia o sistema imunológico. Água quente com limão também é ideal para se manter hidratado, além de ajudar com o nariz entupido.

Frutas cítricas

É um mito que a vitamina C cura a gripe comum, e na verdade não existem evidências científicas por trás da teoria que ela pode reduzir a duração de vários tipos de gripe. No entanto, enquanto as frutas cítricas não curam a doença por completo, a camada branca e fina encontrada em laranjas, limões e toranjas contém flavonoides, que podem impulsionar o sistema imunológico e acelerar a recuperação.

Picolés

Estar devidamente hidratado pode ajudar a manter o muco fino e diminuir o congestionamento. Embora seja melhor consumir a fruta do que tomá-la, os picolés são uma maneira diferente de se hidratar e aliviar a irritação da garganta. Dê preferência aos que são feitos com 100% da fruta.

Pratos apimentados

Comidas apimentadas podem fazer com que seus olhos se encham de água e o nariz escorra, mas elas também são congestionantes naturais. Comer pimenta, wassabi ou raiz-forte pode ajudar a aliviar os sintomas do congestionamento.

Já quando o problema é o estômago, que pode inclusive acompanhar a gripe, o mais indicado é comer alimentos leves e fáceis de digerir. Veja dicas:

Bolachas de água e sal ou torradas

Este é o tipo de alimento simples, que são facilmente digeridos pelo estômago. Ricos em amido, eles não vão piorar a situação do estômago, e podem estabilizar a digestão (o que é especialmente útil após o vômito).

Bananas

Ricas em potássio, que geralmente é esgotado durante crises de diarreia, vômito ou sudorese, as bananas são fáceis de digerir e podem ajudar a baixar a temperatura do corpo, repondo os eletrólitos perdidos.

Gengibre

Pesquisas têm mostrado que o gengibre é inacreditavelmente efetivo na prevenção das náuseas e de outras doenças do estômago (como a constipação, distensão abdominal e vômitos). Tomar chá de gengibre pode ajudar a hidratar o corpo e a suavizar diversos problemas.

Alimentos a serem evitados

Como o corpo está mais vulnerável durante a doença, é melhor evitar qualquer alimento que pode colpcá-lo em uma situação de mais estresse. Alguns alimentos podem piorar a situação do corpo, saiba quais são eles.

Alimentos apimentados ou ácidos

Enquanto os alimentos apimentados podem ser bons para a congestão nasal, eles também podem ser violentos para o estômago causando mais dor e desconforto. Mantenha-se longe deles se nao quer piorar a situação estomacal.

Alimentos ricos em açúcar e gordura

O excesso de açúcar pode reprimir o sistema imunológico e causar a inflamação. Os alimentos ricos em gordura, por outro lado, podem ser mais difíceis de serem digeridos quando comparados aos carboidratos e às proteínas, além de dar origem à dor.

Laticínios

Muitas pessoas acreditam que o consumo de laticínios pode promover a produção do muco, que pode piorar a congestão quando você está doente. No entanto, pesquisas recentes indicam que isso pode ser fruto do efeito placebo. Independente disso, o leite muda a quantidade de muco produzido. Sendo assim, beber leite pode criar uma sensação de muco mais espesso.

Fonte: Terra