Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá

"Canção do exílio" (Portuguese pronunciation: [kɐ̃ˈsɐ̃w dw eˈzilju], Exile song) is a poem written by the Brazilian Romantic author Gonçalves Dias in 1843, when he was in Portugal studying Law at the University of Coimbra. The poem is a famous example of the first phase of Brazilian Romanticism, which was characterized by strong nationalism and patriotism.

Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá

A picture of the poem's author, Antônio Gonçalves Dias

The poem first appeared in Dias' book Primeiros Cantos (First Chants), published in 1846. It was influenced by and loosely based on Johann Wolfgang von Goethe's ballad Mignon, and some verses of the ballad are used as the poem's epigraph.

"Canção do exílio" is one of the most famous poems of Brazilian literature, being referenced and/or parodied by many other Brazilian authors. The lines "Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida mais amores" are even used in the national anthem of Brazil.

The poem begins with an excerpt of Johann Wolfgang von Goethe's ballad Mignon as epigraph:

"Kennst du das Land, wo die Zitronen blühen, Im dunkeln Laub die Gold-Orangen glühen, Kennst du es wohl? – Dahin, dahin! Möcht' ich... ziehn."

Freely translated into English as:

"Do you know the land where the lemon trees bloom, And the golden oranges glitter in the dark foliage, Do you know it? – There, there! I would like to... go."
Original Portuguese English translation

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.

My land has palm trees
Where the thrush sings.
The birds that sing here
Do not sing as they do there.

Our skies have more stars,
Our valleys have more flowers.
Our forests have more life,
Our lives have more love.

In dreaming, alone, at night,
I find more pleasure there.
My land has palm trees
Where the thrush sings.

My land has beauties
That cannot be found here;
In dreaming – alone, at night –
I find more pleasure there.
My land has palm trees
Where the thrush sings.

May God never allow
That I die before I return;
Without seeing the beauties
That I cannot find here;
Without seeing the palm trees
Where the thrush sings.

The following is a list of the most famous parodies, reimaginings and citations of the poem, by other Brazilian authors.

  • "Eu nasci além dos mares" and "Se eu tenho de morrer na flor dos anos" — Casimiro de Abreu
  • "Canto de regresso à pátria" — Oswald de Andrade
  • "Europa, França e Bahia" — Carlos Drummond de Andrade
  • "Nova canção do exílio" — Carlos Drummond de Andrade
  • "Canção do exílio" — Murilo Mendes
  • "Canção do expedicionário" — Guilherme de Almeida
  • "Uma canção" — Mário Quintana
  • "Jogos florais I" and "II" — Cacaso
  • "Canção do exílio facilitada — José Paulo Paes
  • "Lisboa: Aventuras" — José Paulo Paes
  • "Sabiá" — song by Chico Buarque and Tom Jobim
  • "Terra das Palmeiras" — Taiguara
  • "Terra minha" — Vinicius de Moraes
  • "Marginália II" — Gilberto Gil
  • "Canção do Exílio às Avessas" - Jô Soares

Retrieved from "https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Canção_do_exílio&oldid=1079596479"

"Canção do Exílio" é uma poesia romântica do escritor brasileiro Gonçalves Dias (1823–1864). A composição foi criada em julho de 1843, quando o autor se encontrava em Coimbra e ressalta o patriotismo e o saudosismo em relação à sua terra natal. Introduzida na obra lírica Primeiros cantos, de 1846. Foi produzida no primeiro momento do Romantismo no Brasil, época na qual se vivia uma forte onda de nacionalismo, que se devia ao recente rompimento do Brasil colônia com Portugal. O poeta trata, neste sentido, de demonstrar aversão aos valores portugueses e ressaltar os valores naturais do Brasil.

Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá
Canção do Exílio in PRIMEIROS CANTOS

Primeiros versos da canção do exílio em decoração de azulejo. Autor(es) Gonçalves Dias Idioma português País
Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá
Império do Brasil Assunto in Primeiros Cantos Gênero Lírico, (Indianismo-para alguns). Editora Laemmert (primeira edição). Lançamento século XIX Páginas 9º (283)

Há uma presença de dêixis espacial, quanto aos dêiticos com referência aos elementos lugares citados no texto: ''aqui'' (Portugal) e ''minha terra'' ou ''lá'' (Brasil, mais especificamente sua terra natal: o Maranhão, cuja ave-símbolo é o Sabiá-da-praia — Mimus gilvus — e onde se encontra a Mata dos Cocais — vegetação transicional entre o Cerrado, a Floresta Amazônica e a Caatinga, rica em espécies de palmeiras).

Apesar de ser um texto de profunda glorificação à pátria, o poema possui total ausência de adjetivos qualificativos. São os advérbios “lá, cá, aqui” que nos localizam geograficamente no poema. Formalmente, o poema apresenta redondilhas maiores (sete sílabas em cada verso) e rimas oxítonas (lá, cá sabiá), com a exceção da segunda estrofe.

O poema foi reciclado no Hino Nacional Brasileiro (no trecho "Nossos bosques têm mais vida; Nossa vida (em teu seio) mais amores", do segundo parágrafo da segunda parte) e na Canção Militar do Expedicionário (no trecho "Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra; Sem que volte para lá", da segunda estrofe).

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.Em cismar – sozinho – à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras; Onde canta o Sabiá.Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho – à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que eu desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.

 

A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Canção do exílio

  • Canção do Exílio
  • Primeiros Cantos - Publicação Original
  •   Portal da literatura

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Canção_do_Exílio&oldid=63676567"