O que Jesus fez para nos salvar

Ao participar da Ceia, temos um compromisso, mas qual é ele? “Porque, todas as vezes que comerdes o pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”. Quando celebramos a ceia não anunciamos o nascimento de Jesus, não anunciamos os milagres Dele, nem tampouco os Seus ensinamentos, mas a morte Dele, porque é fácil esquecermos a morte de Jesus. E não podemos nos esquecer da Sua morte, do sacrifício na cruz do Calvário. O propósito da ceia é anunciar a morte de Jesus, não simplesmente o fato, mas o porquê de Ele ter morrido. Jesus tinha consciência do propósito para o qual veio ao mundo: “O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Os anjos cantaram e levaram aos pastores essa mensagem descrita em Lucas 2.10-11. A mensagem mais maravilhosa que toda a Terra poderia ouvir aconteceu naquela noite, quando Jesus nasceu. Lucas 19.10 diz: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. O próprio Jesus declara essa verdade. Por que Ele veio? Por que a cruz? Há um propósito para a vinda do Senhor, uma razão pela qual o Filho do Homem veio ao mundo. Para quê? Para ser apenas um grande mestre? Não! Ele veio para “buscar e salvar o perdido”. Quando participamos da ceia, em nosso coração deve estar claro o reconhecimento do propósito da vinda de Jesus. Por que Ele veio? Ele veio buscar, veio salvar o perdido”. Não importa quão longe o perdido esteja; não importa quão longe o pródigo tenha chegado; Jesus veio para buscar e salvar. João 3.17: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”. Timóteo 1.15: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Paulo se julgava o principal dos pecadores. Enquanto você julgar o outro mais pecador do que você, é porque Jesus ainda não é tudo na sua vida. Deus enviou Jesus para salvar os pecadores. Nós somos pecadores e Ele pagou um alto preço pela minha, pela sua vida! Ao participar da ceia, lembramos da morte do Senhor, lembramos que Ele veio com um propósito: “Cristo pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. Jesus não apenas nos salva, mas intercede por nós. A Palavra de Deus diz que Jesus intercede por nós. Isso não significa que você não precisa orar ou pedir que alguém ore por você, não significa que não tenha que fazer aquele pedido de oração por escrito, mas quer dizer que nunca poderá esquecer, quando participar da mesa do Senhor, que Jesus terminou a obra da salvação na cruz do Calvário. Mas Ele continua intercedendo por você, para que continue caminhando, vivendo, servindo e sendo abençoado por Ele.

Tome posse desta verdade: “Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, (...)”. Infelizmente, nos nossos dias, as pessoas acham que a igreja é um lugar de ganhar bênçãos materiais, de ganhar promoção no emprego, passar em concurso. Deus pode fazer tudo isso, mas uma das razões pela qual Jesus morreu, foi para que ninguém mais viva para si mesmo. Quando a nossa preocupação é só com as coisas deste mundo, estamos fora do foco pelo qual Jesus morreu. “E ele morreu por todos, para os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou”. Jesus pode nos dar muitas coisas, isso não é problema para Ele, mas o foco da nossa vida tem que ser Ele e não as coisas.

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Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados. Essa é a resposta que normalmente se dá para aqueles que perguntam por que o Filho de Deus terminou seus dias na forma mais infame para um judeu, o patíbulo da cruz, a morte dos amaldiçoados por Deus (Gl 3,13).

Jesus morreu pelos nossos pecados. Não só pelos nossos, mas também por aqueles homens e mulheres que viveram antes dele e, portanto, não o conheceram e, enfim, por toda a humanidade vindoura. Sendo assim, é inevitável que olhando para o crucifixo, com aquele corpo que foi torturado, ferido, riscado de correntes e coágulos de sangue expostos, aqueles pregos que perfuram a carne, aqueles espinhos presos na cabeça de Jesus, qualquer um se sinta culpado … o Filho de Deus acabou no patíbulo pelos nossos pecados! Corre-se o risco de sentimentos de culpa infiltrarem-se como um tóxico nas profundezas da psiquê humana, tornando-se irreversíveis, a ponto de condicionar permanentemente a existência do indivíduo, como bem sabem psicólogos e psiquiatras, que não param de atender pessoas religiosas devastadas por medos e distúrbios.

No entanto, basta ler os Evangelhos para ver que as coisas são diferentes. Jesus foi assassinado pelos interesses da casta sacerdotal no poder, aterrorizada pelo medo de perder o domínio sobre o povo e, sobretudo, de ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da fé das pessoas.

A morte de Jesus não se deve apenas a um problema teológico, mas econômico. O Cristo não era um perigo para a teologia (no judaísmo havia muitas correntes espirituais que competiam entre si, mas que eram toleradas pelas autoridades), mas para a economia. O crime pelo qual Jesus foi eliminado foi ter apresentado um Deus completamente diferente daquele imposto pelos líderes religiosos, um Pai que nunca pede a seus filhos, mas que sempre dá.

A próspera economia do templo de Jerusalém, que o tornava o banco mais forte em todo o Oriente Médio, era sustentada pelos impostos, ofertas e, acima de tudo, pelos rituais para obter, mediante pagamento, o perdão de Deus. Era todo um comércio de animais, de peles, de ofertas em dinheiro, frutos, grãos, tudo para a “honra de Deus” e os bolsos dos sacerdotes, nunca saturados: “cães vorazes: desconhecem a saciedade; são pastores sem entendimento; todos seguem seu próprio caminho, cada um procura vantagem própria”  (Is 56, 11).

Quando os escribas, a mais alta autoridade teológica no país, considerando o ensinamento infalível da Lei, vêem Jesus perdoar os pecados a um paralítico, imediatamente sentenciam: “Este homem está blasfemando!” (Mt 9,3). E os blasfemos devem ser mortos imediatamente (Lv 24,11-14). A indignação dos escribas pode parecer uma defesa da ortodoxia, mas na verdade, visa salvaguardar a economia. Para receber o perdão dos pecados, de fato, o pecador tinha que ir ao templo e oferecer aquilo que o tarifário das culpas prescrevia, de acordo com a categoria do pecado, listando detalhadamente quantas cabras, galinhas, pombos ou outras coisas se deveria oferecer em reparação pela ofensa ao Senhor. E Jesus, pelo contrário, perdoa gratuitamente, sem convidar o perdoado a subir ao templo para levar a sua oferta.

“Perdoai e sereis perdoados” (Lc 6,37) é, de fato, o chocante anúncio de Jesus: apenas duas palavras que, no entanto, ameaçaram desestabilizar toda a economia de Jerusalém. Para obter o perdão de Deus, não havia mais necessidade de ir ao templo levando ofertas, nem de submeter-se a ritos de purificação, nada disso. Não, bastava perdoar para ser imediatamente perdoado…

O alarme cresceu, os sumos sacerdotes e escribas, os fariseus e saduceus ficaram todos inquietos, sentiram o chão afundar sob seus pés, até que, em uma reunião dramática do Sinédrio, o mais alto órgão jurídico do país, o sumo sacerdote Caifás tomou a decisão. “Jesus deve ser morto”, e não apenas ele, mas também todos os discípulos porque não era perigoso apenas o Nazareno, mas a sua doutrina, e enquanto houvesse apenas um seguidor capaz de propagá-la, as autoridades não dormiriram tranquilas (“Se deixarmos ele continuar, todos acreditarão nele … “, Jo 11,48). Para convencer o Sinédrio da urgência de eliminar Jesus, Caifás não se referiu a temas teológicos, espirituais; não, o sumo sacerdote conhecia bem os seus, então brutalmente pôs em jogo o que mais estava em seu coração, o interesse: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50).

Jesus não morreu pelos nossos pecados, e muito menos por ser essa a vontade de Deus, mas pela ganância da instituição religiosa, capaz de eliminar qualquer um que interfira em seus interesses, até mesmo o Filho de Deus: “Este é o herdeiro: vamos! Matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21,38). O verdadeiro inimigo de Deus não é o pecado, que o Senhor em sua misericórdia sempre consegue apagar, mas o interesse, a conveniência e a cobiça que tornam os homens completamente refratários à ação divina.

* Alberto Maggi, biblista italiano, frade da Ordem dos Servos de Maria, estudou nas Pontíficias Faculdades Teológicas Marianum e Gregoriana de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversos livros, como A loucura de Deus: o Cristo de João, Nossa Senhora dos heréticos

* Francisco Cornélio, sacerdote e biblista brasileiro, é professor no curso de Teologia da Faculdade Diocesana de Mossoró (RN). Fez seu bacharelado no Ateneo Pontificio Regina Apostolorum, em Roma. Atualmente, está em Roma novamente, para o doutorado no Angelicum (Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino), onde fez seu mestrado

Edição: Tradução: Francisco Cornélio


Olá !

Olha a resposta à pergunta dependerá do estagio de cada um cada um na compreensão de Jesus Cristo: Ou mais ainda como a pessoa vê e entende a pergunta. Assim a parte inicial que fala em Jesus ter que provar, acredito que para Ele filho de Deus nosso salvador em si não necessitaria dar satisfação a respeito de sua preparação e nem provar a ninguém que tem nas mãos a possibilidade de doar a nós a salvação. Muito mais caberia a nós seus filhos provar que O aceitamos a Ele como Senhor absoluto em nossa vida. Mesmo que a resposta tenha vindo de nossas leituras dos textos Bíblicos e que em nossa compreensão aceitamos a Jesus como nosso salvador e que somente Ele tem condições de apagar nossos pecado e faltas.

A prova de Jesus para com a humanidade que estaria preparado para nos salvar, aparece em muitos textos do evangelho. Lembro uma passagem na qual ele diz “a maior prova de amor é dar a vida por seus amigos. Jesus deu a vida para seus amigos.” (evangelho de João 15,13)

Jesus Cristo morreu por nossos pecados mesmo sofrendo a ira de Deus e a pena do pecado no lugar do pecador, provou que tem condições de salvar a humanidade do pecado e da morte. Jesus, como o Cordeiro de Deus, derramou Seu próprio sangue para salvar o pecador afastado de Deus.(João 1,29; Apocalipse 1,5).

A prova cabal que Jesus estava preparado para nos salvar é ter sofrido a pena de Deus sobre o pecador, que é a morte, tendo a certeza que iria superar a própria morte ganhando o perdão de todos os pecados da humanidade. Foi obediente à lei de Deus, para ganhar a justiça que o pecador tinha perdido.

Provou desta forma que estava preparado, enviado por Deus, para uma missão salvadora e que se completou com sua ressurreição. Sua vida passa a ser uma verdade única: Jesus Cristo é quem salva.

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