O que é ultrassom morfologica

Entenda por que o ultrassom morfológico é um dos “queridinhos” das gestantes

O que é ultrassom morfológico? Para que serve? Quando fazer? Como é feito? Calma! A gente vai explicar tudo isso. 

Como se sabe, durante a gravidez, a futura mamãe precisa fazer vários exames. E um dos mais importantes é o ultrassom morfológico, também conhecido como USG morfológica - uma pequena abreviação. E por qual motivo, em meio a tantos procedimentos, esse é o preferido das mamães e papais? Simples, até. O ultrassom morfológico é um exame de imagem pelo qual é possível ver o bebê ainda no útero. Além disso, o USG oferece diversas informações: saúde do feto, desenvolvimento dos órgãos, condições da placenta e sexo do bebê.

Agora vamos explicar passo a passo, para entender também por que ele é tão importante e requisitado pelos médicos durante a gestação. Confira!

O que é ultrassom morfologica

O que é o ultrassom morfológico?

O ultrassom morfológico é um exame de imagem recomendado para todas gestantes, e deve ser realizado pelo menos 2 vezes durante a gestação. Ele avalia as condições de saúde, a formação dos órgãos do bebê, bem como se há alguma malformação. Ou seja, o USG permite um acompanhamento mais preciso do processo de formação do feto. Além disso, é possível descobrir o sexo do bebê. Ainda assim, caso mamãe e papai estejam ansiosos, pode-se obter essa informação antes, por meio da sexagem fetal.

Quando fazer?

É recomendado fazer o ultrassom morfológico no primeiro e no segundo trimestre de gestação. E, por vezes, também no terceiro.

Primeiro trimestre

Nesse período - mais especificamente entre a 11ª e 14ª semana de gestação - o objetivo do exame é medir o líquido na nuca do feto. Líquido, por sua vez, que só é possível vê-lo durante esse intervalo. O USG também mede o osso nasal do bebê para avaliar parâmetros que possam rastrear a ocorrência de alterações cromossômicas. Além disso, avalia a função cardíaca fetal, bem como possíveis anormalidades no útero ou na placenta.

Segundo trimestre

Aqui, o exame deve ser feito entre a 18ª e a 22ª semana, permitindo eliminar possibilidades de malformações genéticas. Ele também consegue avaliar detalhadamente os membros superiores e inferiores do bebê; com isso, identifica potenciais falhas de formação. Além disso, o procedimento permite visualizar a posição da placenta, fornecendo informações que podem indicar riscos para a mãe e para o bebê.

A posição da placenta pode fazer com que o médico solicite um novo ultrassom, mais próximo ao nascimento da criança, que determinará se o parto será normal ou por cesárea.

Terceiro trimestre

Se solicitado, normalmente ocorre entre a 33ª e a 34ª semana, de modo a definir o tipo de parto. Em alguns casos, pode ser solicitado o ultrassom com doppler.

O que é ultrassom morfologica

O que o ultrassom morfológico detecta?

Como o nome sugere, o ultrassom morfológico serve para analisar a morfologia do bebê e, com isso, identificar possíveis anomalias. As várias medidas e parâmetros utilizados são:

-  Medidas da cabeça: permite identificar problemas graves na formação do cérebro ou da caixa craniana, como a hidrocefalia e a microcefalia.

-  Rosto: olhos, nariz e boca são analisados. Pode identificar deformações como lábio leporino e malformações no osso nasal.

-  Coluna Vertebral: avalia o alinhamento das vértebras do bebê e se a pele cobre toda a extensão das costas até o glúteo.

-  Coração: analisa o funcionamento das válvulas cardíacas, examina veias e artérias, podendo identificar precocemente alguma anormalidade, como sopro ou arritmia.

-  Órgãos internos: aqui, examina-se a formação dos rins, bexiga, estômago, intestinos.

-  Órgãos genitais: geralmente, é nessa etapa que se descobre o sexo do bebê, já que o médico consegue visualizar a genitália interna, caso a posição do feto permita.

-  Membros superiores e inferiores: os dedos das mãos e pés são contados, enquanto os ossos (como o fêmur) são medidos para verificar se o crescimento está dentro do esperado, ou se há alguma anomalia.

O que é ultrassom morfologica

Todas essas variáveis permitem que o ultrassom morfológico identifique malformações como:

Como é feito o ultrassom morfológico?

O médico aplica um gel sobre a barriga da gestante, de modo a facilitar a visualização, para que, assim, o aparelho capture as imagens necessárias.

O que é ultrassom morfologica

Tipos de ultrassom morfológico

  • 2D: é o mais tradicional, mostrando imagens em preto e branco. 
  • 3D: as imagens ficam em 3 dimensões e enriquecem detalhes do bebê, como o rostinho. 
  • 4D: além das imagens tridimensionais, o USG consegue visualizar os movimentos do feto em tempo real.

Com o advento do ultrassom o acesso aos cuidados obstétricos teve um salto gigantesco. Antes do ultrassom a confirmação da apresentação fetal numa gestação gemelar por exemplo era possível com a realização de raio X de abdômen apenas, submetendo a gestante e seu feto a radiações desnecessárias.  

Entre as várias indicações e modelos de exames temos dois em especial que podem ser realizados durante a gravidez: o USG obstétrico e o USG obstétrico morfológico.

O que é ultrassom morfologica

O que é ultrassonografia morfológica e como é feita? ultrassonografia morfológica vs ultrassonografia obstétrica: qual a diferença?

USG morfológico é um exame de ultrassom realizado durante o período gestacional, por  médicos especializados e familiarizados com anatomia fetal. Os aparelhos para realização desse exame também são diferenciados.  

Profissionais para realizar o morfológico deveriam: 

  • Ser treinados no uso da ultrassonografia diagnóstica e questões de segurança relacionadas;  
  • Realizar regularmente exames de ultrassom fetal;  
  • Participar de atividades de educação médica continuada;
  • Ter já estabelecido padrões de referência apropriados para resultados suspeitos ou anormais;
  • Realizar rotineiramente medidas de garantia e de controle de qualidade.

Assim como algumas regras especiais valem para os profissionais, para os aparelhos também alguns requisitos mínimos para uma qualidade boa no exame e o resultado ser confiável e servir para fins terapêuticos também existem: 

  • Imagem em tempo real, recursos de ultrassom em escalas de cinza;  
  • Transdutores trans abdominais (com frequência entre 3-5 MHz);
  • Controles ajustáveis de saída de potência acústica com os padrões de exibição de saída (TI e MI); 
  • Capacidades de congelamento da imagem;
  • Cursores (calipers) eletrônicos; 
  • Capacidade para imprimir/armazenar imagens;  
  • Manutenção e reparos regulares, importante para o desempenho ideal do equipamento.

O que o exame pode indicar e como proceder clinicamente com os achados

Durante o primeiro trimestre a indicação para sua realização deve ser entre 11 e 14 semanas (quando o CCN 45 e 84 mm). Segundo a Fetal Medicine Foundation (FMF) o uso de variáveis como Idade Materna, Transluscência Nucal, presença de Osso Nasal e marcadores bioquímicos como PAPP-A e fração livre de βHCG são capazes de rastrear 95% das malformações. Importante aqui lembrar da diferença entre rastreamento e diagnóstico, o morfológico do primeiro trimestre ajuda muito no rastreamento (suspeita) de malformações, já que o diagnóstico definitivo se dará ao nascimento com o exame completo do concepto. 

Algumas anomalias estruturais diagnosticadas durante o primeiro trimestre: 

  • Acrania;
  • Encefalocele; 
  • Onfalocele; 
  • Gastrosquise; 
  • Megabexiga; 
  • Holoprosencefalia lobar;
  • Alterações de membros.

É durante o primeiro trimestre também que, com o uso de alguns algoritmos (da FMF bastante usado ao redor do mundo) podemos predizer a evolução gestacional da pré-eclampsia. No intervalo de 11 a 14 semanas pode-se utilizar verificação da PA média, com IP médio das artérias uterinas e PLGF sérico. Esses dados são adicionados ao algoritmo com resultado em porcentagem para desenvolvimento de pré-eclampsia naquela gestante.  

Já durante o segundo trimestre, temos outros objetivos a serem avaliados. Trata-se de um exame bastante complexo, sistemático e ordenado com objetivo de avaliar durante sua realização:

  • Avaliação completa da morfologia fetal;
  • Rastreamento de aneuploidias; 
  • Avaliação de placenta e líquido amniótico; 
  • Acompanhamento do crescimento fetal;  
  • Rastreamento de parto prematuro através da medida do comprimento do colo uterino.

Durante a realização desse exame é possível usar seu resultado para aconselhar o casal e planejamento do parto. Ainda tem como benefícios a possibilidade de ajuizamento de causas onde, através do USG, estima-se a interrupção de gravidezes onde o feto tem anomalias incompatíveis com a vida ou que ofereçam risco de morte materna.  

Mesmo tendo excelentes possibilidades diagnósticas, o USG morfológico tem algumas limitações capazes de restringir sua aplicabilidade. Como por exemplo:

  • Período ideal de realização: de 20 a 24 semanas.  
  • Experiencia do examinador: fundamental para que o exame seja de resultado confiável.  
  • Feto em posição adequada para visualização das possíveis malformações.  
  • Alterações do líquido amniótico (oligodramnia por exemplo) podem restringir a facilidade para visualização adequada do feto.
  • Obesidade materna ou presença de cicatrizes: atenuam o feixe sonoro prejudicando a imagem final.
  • Limitação do exame em patologias de manifestação tardia.
  • Necessidade de exames complementares séricos para complementação do rastreamento com uso dos marcadores ultrassonográficos.

Leia também: É necessário realizar ultrassom obstétrico de rotina no terceiro trimestre de gestação?

Set points do USG morfológico: 

  • US morfológico de primeiro e segundo trimestres são fundamentais durante o pré-natal. 
  • Auxiliam no correto aconselhamento dos casais durante o pré-natal. 
  • Seu resultado permite o planejamento adequado do restante do pré-natal e até das adequações devidas para o parto. 
  • Permite estruturar estratégias adequadas para atendimento do binômio materno fetal. Possibilita inclusive em centros avançados de medicina fetal resolução de algumas patologias cirúrgicas durante a vida intrauterina.US morfológico não é diagnóstico final de malformações fetais, ele apenas serve para rastreamento e ferramenta para aconselhamento no pré-natal.  

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