O que descartes entende por clareza e distinção

Joana D'arc Aguiar



O presente ensaio representa uma contribuição com a reflexão no que a dúvida da alma e do corpo representa em sua imaginação.  O objetivo não é exaurir o argumento sobre o tema, mas sim colocar a proposta de um debate que exponha a distinção da alma no corpo, pois envolve uma discussão que se entende a partir da obra de Descartes (1596-1650), O discurso do método, e assim pretende-se debater como se dá a semelhança e a diferença entre o corpo e a alma e suas aplicações filosóficas. De início, será investigado o que se entende’ por corpo e como ele é organizado, em seguida será exposto o que se entende por alma e também como é sua organização e assim será possível que possa haver uma relação ente o corpo e a alma respeitando as suas diferenças. Essa teoria não se preocupa em definir a complexidade da substância pensante ou extensa, mas muito mais em explicar como uma age sobre a outra. Como é possível que a alma, uma substância constituída de uma matéria e com contorno espaciais seja claramente delimitada? Segundo Descartes, a alma está vinculada com o corpo, o que é um erro comum de interpretações pouco aprofundadas o entendimento de que o corpo tem pensamentos e não que o eu (corpo e alma) é o próprio pensamento em sua manifestação. Segundo Descartes, na correspondência que relata nas Meditações, o intuito era primeiramente conceber a noções que apareciam somente na alma e que são distintas das que apreciam somente o corpo, eis um problema filosófico para entender como o filósofo respondeu.



COTTINGHAM, JOHN. Dicionário de Descartes. Tradução: Helena Martins. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed. 1995.

DESCARTES, RENÉ. Discurso do Método: para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins, 1996.


DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v2i2.143

Direitos autorais 2017 Joana D'arc Aguiar

 

O que descartes entende por clareza e distinção

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ISSN: 2448-0916.

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Ethel Menezes Rocha



Neste artigo examino como eÌ possiÌvel que, apesar de assumir a tese de que a vontade humana eÌ intrinsecamente inclinada aÌ€ verdade, Descartes, ainda assim, admita que essa vontade daÌ adesão a ideias obscuras e confusas. Esse exame envolveraÌ a anaÌlise do que são, segundo Descartes, ideias claras e distintas, ideias obscuras e confusas, aleÌm da anaÌlise da operacionalização da vontade de um modo geral.

Abstract

In this article I analyse how is it possible that, in spite of his thesis that human's will is intrinsecally inclined to truth, Descartes nevertheless, admits that it affirms obscure and confuse ideas. This analysis involves investiga- ting Descartes's concepts of clear and distinct ideia, on one hand, and of obscure and confuse ideia, on the other, as well as his account of human's will.

Recebido em 08/2014
Aprovado em 09/2014



Descartes; vontade; ideias claras e distintas; ideias obscuras e confusas; will; clear and distinct ideas; obscure and confuse ideas



Descartes, R. (1957). Oeuvres de Descartes. ed. C. Adam and P. Tannery, Paris: Vrin: 12vls.

Descartes, R. (1985). The Philosophical Writings of Descartes. eds. Cottingham, J., Stoothoff, R., & Murdoch, D. Cambridge University Press, 2 vls. doi:10.1017/cbo9780511818998 / doi:10.1017/cbo9780511805042

Descartes, R. (1973). Meditações. ed. Victor Civita, trad. J. Guinsburg e Bento Prado Junior, Coleção Os Pensadores, Abril Cultural.

Descartes, R. (2002). Princípios da Filosofia, trad. coordenado por Guido Antonio de Almeida, Coleção Philosophia, Editora UFRJ.

Panaccio, C. (2012). Intellections and Volitions in Ockham's Nominalism. In: Martin Pickavé and Lisa Shapiro (eds.) Emotion and Cognitive Life in Medieval and Early Modern Philosophy. Oxford University Press, 75--93. doi:10.1093/acprof:oso/9780199579914.003.0005


DOI: https://doi.org/10.35920/arf.2013.v17i2.355-371

Direitos autorais

ISSN 1414-3003, Qualis A2

Analytica. Revista de Filosofia é indexada pelo Philosopher's Index e pelo GeoDados.

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Depois disso, considerei duma maneira geral o que é indispensável a uma proposição para ser verdadeira e certa; porque, como acabava de encontrar uma com esses requisitos, pensei que devia saber também em que consiste essa certeza.
E tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que me garanta que digo a verdade, a não ser que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, julguei que podia admitir como regra geral que é verdadeiro tudo aquilo que concebemos muito claramente e muito distintamente; havendo apenas alguma dificuldade em notar bem quais são as cousas que concebemos distintamente.

                                                                               Descartes, Discurso do Método, Sá da Costa


A descoberta do Cogito como primeira certeza, leva Descartes a perguntar o que há no Cogito que o torna indubitável.

Responde que o cogito resiste a qualquer dúvida porque é percebido com clareza e distinção.

Da primeira certeza- o cogito – descartes extrai o critério de verdade:

É verdade tudo aquilo que percebemos/ entendemos com clareza e distinção – Intuição racional



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Página inicial APRENDIZAGENS ESSENCIAIS Textos/ Conteúdos Filosofia para crianças

Clareza e distinção

Há mesmo pessoas que, em toda a sua vida, nada aprendem como deve ser para bem julgarem. Porque o conhecimento sobre o qual queremos estabelecer um juízo indubitável deve ser, não somente claro, mas também distinto. Chamo claro àquele conhecimento que é presente e manifesto a um espirito atento: assim como dizemos ver claramente os objectos, quando, estando presentes, agem bastante fortemente, e os nossos olhos estão dispostos a observá-los. E distinto, àquele que é tão preciso e diferente de todos os outros, que só compreende em si o que aparece manifestamente àquele que o considera como convém.

DESCARTES, RENÉ, Princípios da Filosofia, Porto, Areal Editores, 2005, p. 75.

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