Diferentes usos da tecnologia na produção agrícola e como isso afeta a produção de alimentos

Diferentes usos da tecnologia na produção agrícola e como isso afeta a produção de alimentos

Diversas ferramentas de proteção de cultivos permitem que os agricultores enfrentem os desafios que afetam a lavoura, mantendo altos níveis da produção agrícola.

As plantas também precisam de proteção

Uma das preocupações de quem produz alimentos é o controle de pragas e doenças que atingem as plantas. Muitas espécies de vírus, bactérias, fungos, nematoides e insetos afetam a produção agrícola e, por isso, o produtor precisa proteger suas plantas.

Diferentes usos da tecnologia na produção agrícola e como isso afeta a produção de alimentos
Plantação de milho atingida por pragas

Diversos são os organismos que podem ser chamados de pragas. As plantas daninhas são as vegetações que disputam por água e nutrientes com a cultura. Já os insetos e fungos não apenas disputam o alimento conosco, como também fazem as plantas adoecerem.

Estima-se que a incidência de pragas provoque perda anual de 20% a 40% dos alimentos produzidos no mundo todo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Para evitar que esses prejuízos ocorram, diferentes tecnologias são utilizadas. O produtor emprega sementes e mudas resistentes a doenças e insetos, produtos químicos e biológicos e, adota técnicas de cuidados no campo.

O conjunto de estratégias e ferramentas como essas, nos permite produzir em lavouras sustentáveis e contribui para a segurança alimentar. Além disso, o aumento da produtividade está diretamente relacionado às inovações tecnológicas, cada vez mais específicas para os diversos desafios que os agricultores enfrentam no campo.

SAIBA MAIS:

Agrotóxicos nos alimentos: devo me preocupar?

História e uso de defensivos na agricultura

Diferentes usos da tecnologia na produção agrícola e como isso afeta a produção de alimentos

O uso de produtos para eliminar pragas na agricultura não é uma novidade. Registros de mais de quatro mil anos relatam a prática de se utilizar produtos químicos para combater pragas em plantações. Enxofre, arsênico, chumbo, mercúrio e outros produtos já foram utilizados, por povos de antigas civilizações, para controlar pragas em áreas cultivadas.

O melhor entendimento das moléculas e os avanços nas mais diversas áreas da ciência, transformaram os produtos químicos ao longo do tempo. Atualmente, os defensivos químicos mais modernos são muito mais seletivos e por isso, menos tóxicos ao ambiente do que os mais antigos.

Defensivos químicos na agricultura, existem regras?

Sim, elas existem e estão amparadas pela Lei 7.802/1989 e pelo Decreto 4.704/2002. Cada tipo de defensivo agrícola tem uma regra específica definida a partir de estudos agronômicos, toxicológicos e ambientais.

Mais dúvidas sobre essa tecnologia? Acesse: Agrotóxicos: saiba o que é mito e o que verdade.

Produção de alimentos no Brasil

A produção de alimentos no Brasil já é bastante sustentável. Ocupa menos de 8% do território nacional. E grande parte das áreas preservadas de vegetação nativa estão dentro de propriedades rurais, algo equivalente a ¼ de território do país.

Mesmo assim, somos uma potência mundial na produção de alimentos. Qual é o segredo? Inovação e tecnologia.

Com base na ciência, pesquisadores dos setores público e privado trabalham intensamente para oferecer ao agricultor ferramentas necessárias para melhorar o desempenho das lavouras. Hoje, estão à disposição sementes e mudas com material genético de alto rendimento, plantas geneticamente melhoradas que resistem ao clima e ao ataque de pragas, além de defensivos químicos e biológicos para proteger as plantas.

O avanço no uso de produtos biológicos merece destaque. Considerando apenas os biodefensivos, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de mais de 300% no número de produtos registrados no Brasil.

Existem produtos biológicos desenvolvidos para produção de frutas?

Os fruticultores estão cada vez mais apostando nessa nova ferramenta. Os benefícios são grandes, como por exemplo a manutenção ou aumento da produtividade com menor uso de insumos, o que resulta em economia para o produtor e também ao meio ambiente.

Quer mais novidades sobre a inovação no controle biológico para fruticultura? Acesse: Defensivos biológicos: presente e futuro na Fruticultura.

Segurança é fundamental

Sempre que falamos de inovações adotadas no campo, é importante lembrar que, nada disso pode ser usado sem ser testado e considerado seguro para uso. Por isso, as sementes e mudas modificadas, assim como os defensivos químicos e biológicos seguem regulamentações específicas. O resultado é que se o insumo apresentar risco à saúde humana, animal ou ambiental, deverá estabelecer regras de uso ou se o risco for grande, não será aprovado e não poderá ser comercializado.

A utilização de defensivos químicos na agricultura está associada a todos os sistemas de produção, inclusive ao orgânico.

Muitas pessoas não sabem, mas os defensivos químicos também são utilizados na agricultura orgânica. Um exemplo da utilização desses produtos nesse sistema de cultivo é o controle de doenças causadas por fungos por meio de um fungicida conhecido como calda bordalesa.

Esse produto é composto por cal virgem e sulfato de cobre e seu uso é permitido na agricultura orgânica. Porém, esse produto também é tóxico e por isso, vários cuidados devem ser tomados durante sua utilização.

Dessa forma, o produtor deve utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs), respeitar as doses e momentos de aplicação. Assim, é possível evitar danos ao produtor, ao solo e às plantas, além de manter os alimentos livres de resíduos de defensivos e de contaminantes biológicos em doses que coloquem nossa saúde em risco.

Principais fontes:

Centeno, R. P. e Fagundes, P. N. Análise do papel dos defensivos agrícolas e a relação com a sustentabilidade. Brazilian Journal of Development, 2019.

EMBRAPA. Calda bordalesa utilidades e preparo. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/38833/1/FOL200837.pdf. Acesso 02/02/2020.

05/05/2017

Muitas vezes esquecido pela população da cidade, o campo é fundamental para a sobrevivência dos seres vivos e para o desenvolvimento humano. Nesta sexta-feira (05/05) é comemorado o Dia Mundial do Campo, o bioma mais vasto da Terra que, além de produzir alimentos, gera empregos e renda.


A relação do homem com a agricultura teve início com a Revolução Agrícola, há 12 mil atrás, quando nossos ancestrais descobriram ser possível plantar um grão e não somente colhê-lo já pronto da natureza. A partir dali, nossos ancestrais puderam se fixar em locais - que posteriormente se tornariam cidades - em que haviam conseguido cultivar seus alimentos.

É claro que a ampliação da produção de alimentos como conhecemos hoje em dia não aconteceu da noite para o dia e o conhecimento científico – responsável pelo desenvolvimento de culturas resistentes à pragas e doenças -, assim como a criação de tecnologias, foram imprescindíveis para a produção de alimentos em larga escala da forma como conhecemos.

Aliás, muito diferente do que cidadãos urbanos podem imaginar, os produtores agrícolas são alguns dos maiores consumidores/beneficiários da tecnologia. Assim como apps de redes sociais, de exercícios físicos ou book readers, as tecnologias digitais voltadas à agricultura auxiliam os agricultores na produção de mais alimentos para o mundo, a otimizarem suas plantações e aumentarem sua rentabilidade. Mas como a tecnologia consegue auxiliá-los na missão de alimentar a população?


Tecnologia aumenta produtividade da lavoura e é fundamental para a segurança alimentar


De acordo com a ONU, em pouco mais de 30 anos a estimativa é de que o mundo tenha 9,7 bilhões de pessoas, cerca de 2,2 bilhões a mais do que a população atual. Isso significa que precisaremos produzir cada vez mais alimentos e, ao mesmo tempo, diminuir o impacto da agricultura na utilização dos recursos naturais de nosso planeta.

Para isso, as tecnologias digitais aplicadas à agricultura são grandes aliadas dos produtores rurais no aumento da produtividade das lavouras. Segundo dados da CBAP (Confederação Brasileira de Agricultura de Precisão), a tecnologia já é utilizada em 67% das propriedades rurais do Brasil, seja para auxiliar na gestão da fazenda, seja para ajudar na hora da plantação e colheita da produção.

Exemplo de sucesso no agronegócio, os aplicativos são populares, de fácil manuseio e, geralmente, gratuitos. Basta realizar a busca na PlayStore ou na AppleStore para localizar dezenas deles. Apps voltados para o hortifruti e para as principais commodities agrícolas são alguns das opções encontradas.

Outra ferramenta muito utilizada pelos agricultores são as estações meteorológicas. Afinal, tão importante quanto aplicar fertilizantes e defensivos em uma plantação é a previsão do tempo. Sites que fornecem estes dados são os mais acessados por produtores. Agora imagine ter uma estação meteorológica em sua fazenda, que fornece dados muito mais precisos e que te ajudam a economizar milhares de reais em insumos agrícolas. Pois saiba que isso já é uma realidade há algum tempo.

E quem disse que os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), também conhecidos como drones, não podem ser aproveitados no campo? A agricultura, aliás, é responsável por 25% do mercado desses pequenos veículos que auxiliam o agricultor na identificação de pragas, deficiências e falhas nas plantações.

É evidente que todo o auxílio tecnológico depende também da conscientização sobre a utilização do campo e sua importância para os serem vivos. É preciso usá-lo de forma responsável e inteligente para que seja viável produzirmos alimentos e continuarmos o desenvolvimento humano que só foi possível graças à descoberta da agricultura.