Como a estrutura da população está dividida

A pirâmide etária brasileira serve para nos fornecer informações importantes sobre natalidade, idade média da população, longevidade, entre outros temas.

Como a estrutura da população está dividida

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Envelhecimento da população

A pirâmide acima mostra que o envelhecimento da população brasileira aumentou em 2019, se comparado a 2012. Esta mudança pode ser observada pela menor porcentagem encontrada em 2019 nos grupos etários mais jovens (base da pirâmide), ao mesmo tempo em que houve aumento nas porcentagens dos grupos de idade que ficam no topo da pirâmide.

A distribuição da população residente do País por grupos etários mostrou a tendência de queda da proporção de pessoas abaixo de 30 anos de idade: em 2012 essa estimativa era de 47,7%, passando para 42,3% em 2019. Os grupos que compreendiam pessoas de 0 a 17 anos totalizavam 24,2%; os grupos de 18 a 24 anos e de 25 a 29 anos de idade correspondiam, respectivamente, a 10,8% e 7,3% da população residente.

A população acima de 30 anos de idade registrou um crescimento em 2019, atingindo 57,7%- estimativa maior que a de 2012 (52,4%). Os grupos de 30 a 39 anos, correspondiam a 15,8% da população residente. Já os grupos de 40 a 49 anos, 13,8%,  50 a 59 anos, 12,4%  e 60 a 64 anos, 4,9%. A parcela de pessoas com 65 anos ou mais de idade representava 10,8% da população.

Em 1940, a expectativa de vida ao nascer no Brasil era de 45,5 anos. Esta expectativa vem subindo desde então, e chegou a 76,3 anos, em 2018. Enquanto a expectativa de vida dos homens é de 72,8 anos, a das mulheres chega a 79,9 anos. Os dados são das Tábuas Completas de Mortalidade para 2018, divulgadas pelo IBGE.

Homens com perfil mais jovem

A pirâmide também nos permite observar que a população masculina apresentou padrão mais jovem que a feminina: na faixa etária até 24 anos, os homens totalizavam, em 2019, 17,8%, enquanto as mulheres, 17,2%. Por outro lado, a proporção de mulheres era superior a dos homens em todos os grupos de idade a partir dos 25 anos: 34,6% e 30,4%, respectivamente.

Também notamos que, nos grupos de idade a partir dos 80 anos, a proporção de mulheres supera bastante a de homens.

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PNAD Contínua 2019 - Características gerais dos domicílios e dos moradores

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IBGE Explica • Expectativa de Vida no Brasil

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IBGE Explica-- Fecundidade no Brasil

População: Estrutura e Crescimento

Crescimento populacional corresponde ao aumento da quantidade de pessoas existentes no globo terrestre. O crescimento populacional é consequência do crescimento vegetativo, obtido por meio do saldo entre as taxas de natalidade e de mortalidade. Atualmente, a população mundial, segundo dados das Nações Unidas (2019), é de 7,7 bilhões de pessoas.

Chamamos de população ao conjunto ou número de pessoas que habitam um determinado território, que pode ser uma área agricultável, uma cidade, um estado, um país ou mesmo todo planeta.

População absoluta é o número total de habitantes de uma paisagem geográfica. A importância do conhecimento da população absoluta de uma certa região é que as pessoas precisam de recursos para sobreviver: transporte, alimentação, emprego, moradia, educação, transporte e saneamento básico. O atendimento de todas as necessidades deve passar por um planejamento, quer governamental, quer pela empresa privada. Ora é, fundamental, para que esse planejamento seja executado, conhecer a quantidade de habitantes e os índices futuros de crescimento demográfico. O cálculo da população de uma área pode ser feito por recenseamento ( a contagem do número de habitantes por entidades especializadas; no Brasil, o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ou por estimativa, que é o cálculo da população futura usando como fatores os dados do recenseamento anterior acrescidos pelo número de mortos, acidentes e entrada ou saída de pessoas.

População relativa é a densidade demográfica, isto é, o número de habitantes por quilômetro quadrado. Seu cálculo é feito pela divisão do número de habitantes pela área do espaço por ela ocupado.

POPULAÇÃO ABSOLUTA + ÁREA =

NÚMERO DE HABITANTES POR km² OU

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

O conhecimento da densidade demográfica só tem valor se soubermos também a distribuição populacional de uma determinada área. Há países - e o Brasil é um exemplo disso -, que tendo grandes extensões territoriais, mesmo se o número de habitantes for grande, a densidade demográfica pode ser relativamente pequena. Essa é apenas uma média numérica. Os cálculos populacionais só ajudam a planejar se soubermos o grau de concentração da população no país ou na região.

POPULAÇÃO E NAÇÃO

A maioria das pessoas, em geral, usa os termos população e nação como se fossem a mesma coisa. População, como já dissemos, é o número de pessoas que moram numa determinada área. Nação é um conjunto de indivíduos que têm características culturais semelhantes e um passado histórico relativamente comum. Em certos países, sua população forma uma nação; existem outros - e o Brasil é exemplo disso - que abrigam pessoas de várias origens nacionais. São países multiculturais. Também na África Negraesse fenômeno é muito comum, pois as nações europeias que colonizaram aquele continente dividiram suas fronteiras sem levar em conta a presença de uma única ou várias tribos num mesmo espaço geográfico. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando os países africanos ficaram independentes, a existência de tribos ou nações culturalmente diferentes e, até, inimigas entre si vem provocando violentos massacres até hoje.

Além das diferenças de origem nacional, os países também conhecem outros contrastes: rendas diversificadas, pois há pessoas mais ricas e outras pobres; hábitos diferentes se elas moram nos campos ou nas cidades; atendimento médico muito discrepante e média de natalidade diferenciadas conforme o setor social ao qual as famílias pertencem. Normalmente, as pessoas mais pobres costumam ter mais filhos que os mais bem afortunados.

AS POPULAÇÕES: SUAS ORIGENS E A DIVISÃO ENTRE OS SEXOS E AS IDADES

Importante para compreender a estrutura das sociedades é, também, conhecer como elas se dividem quanto às origens étnicas, sexos e faixas etárias.

As Etnias

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Todas as comunidades são plurais, pois são compostas por pessoas que têm diferentes origens étnicas. Etnia é o conjunto de traços, culturais e, de menor importância, físicos, que definem um povo. Antigamente, etnia recebia a errada denominação de raça. A moderna antropologia combate o uso da palavra raça, pois esse conceito enfatiza o aspecto físico das pessoas e contribui para o aumento do racismo, isto é, preconceitos que dificultam a relação entre os diversos povos. Na realidade, as diferenças étnicas são fundamentalmente culturais.

Quanto à cor, a população do planeta está dividida entre quatro grandes grupos étnicos: brancos, negros, amarelos e mestiços. Na Ásia, predominam amarelos; os negros são majoritários na África e os brancos constituem a quase totalidade da população europeia. Os mestiços, embora presentes em todos os continentes, são mais numerosos na América.

As Principais Religiões

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No tocante às crenças, o mundo conhece basicamente as seguintes religiões:

Religiões monoteístas (crença na existência de um só deus) - judaísmo, cristianismo e islamismo.
Religiões politeístas - o animismo africano (cujos seguidores acreditam que todas as coisas têm alma e são expressões dos deuses) e o hinduísmo (dominante na Índia e defende a ideia de que há milhares de deuses, cujo principal é o "brahama".
Ética religiosa sem crença na existência de deuses - o budismo, presente na China, no Nepal, no Tibete e em certas regiões da Índia.

Divisão entre sexos

Normalmente, na juventude ocorrem uma igualdade numérica entre mulheres e homens. A partir dos vinte anos, o número de homens progressivamente diminui em relação às mulheres. Este fenômeno ocorre por uma série de fatores:

Os homens, normalmente, vivem menos que as mulheres. Razões - certas doenças, como as cardíacas atingem mais o sexo masculino e como, ainda hoje, apesar das mulheres participarem cada vez mais do mercado de trabalho, as tensões, geradas pelo trabalho e pelas preocupações cotidianas, são maiores entre os homens, provocando danos ao organismo.

O número de mortes em função de guerras e acidentes é maior no grupo masculino.

No aspecto econômico, as mulheres, mesmo nos países desenvolvidos, ainda são discriminadas no campo profissional, recebendo, em geral, menores salários do que os homens, ainda que exerçam funções semelhantes. Em certas regiões do globo, principalmente naquelas onde vigora a religião Islâmica, a mulher é bastante marginalizada.

As Faixas Etárias

O gráfico quantitativo que mostra a distribuição das populações por idade em relação ao sexo é denominado de pirâmide etária. Ela possibilita tirar conclusões referentes à taxa de natalidade e à expectativa de vida de uma população. A pirâmide que possui uma forma triangular indica que é grande o número de jovens. Se a base da pirâmide for larga, podemos concluir que a taxa de natalidade é alta; já um "topo" estreito significa um número menor de idosos na população. Nesse caso, a expectativa de vida é baixa. Os países desenvolvidos se caracterizam pela baixa natalidade e alta expectativa de vida. Aí, a pirâmide apresentará uma relativa igualdade desde a base até o topo. Já nas nações subdesenvolvidas, a natalidade é alta mas a expectativa é baixa. Isso decorre da ignorância por parte da maioria da população de se evitar a gravidez e também de diversas endemias, pois os serviços de saúde pública são precários.

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Pirâmide Etária

O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

O aumento da população está basicamente relacionado com dois processos: o crescimento natural ou vegetativo que é medido pela diferença entre nascimentos e mortes no interior de uma população, e o de migração, que consiste na diferença entre entrada e saída de pessoas de um território. Onde, por qualquer motivo, o número de mortes supera o de nascimentos e houve saída de populações, o crescimento é negativo; ocorrendo o contrário, ele é positivo e, quando o número da população é estável, ele é nulo.

PROBLEMAS ATUAIS DO CRESCIMENTO VEGETATIVO

Hoje em dia, principalmente nos países e nas áreas mais ricas, vem acontecendo uma queda dos índices de natalidade e também de mortalidade. Nas regiões mais pobres, a natalidade continua alta e, infelizmente, a mortalidade também. Os principais motivos da menor natalidade são:

QUEDA DA NATALIDADE

trabalho feminino fora de casa - nas cidades, é cada vez mais comum mulheres que buscam empregos fora do lar. Para elas, a maternidade seria um obstáculo para a vida profissional.

métodos anticoncepcionais - as mudanças dos hábitos sexuais e a diminuição de restrições do tipo moral fazem com que, nos grandes centros, seja bastante comum o uso de métodos para evitar a gravidez, tais como pílulas anticoncepcionais, técnicas de esterilização e preservativos, esses últimos são cada vez mais utilizados em razão de doenças de origem sexual, notadamente a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

maiores gastos com filhos - nas áreas urbanas, as famílias sabem que os custos com alimentação, vestuário, transporte, educação e saúde são cada vez mais altos, o que impossibilita famílias grandes.

aborto - embora ilegais e considerados criminosos na maioria dos países, os abortos são cada vez mais praticados em razão também das alterações do comportamento sexual e o temor de uma gravidez indesejada.

A queda dos índices de mortalidade decorre dos avanços médicos, o aumento da estrutura hospitalar, campanhas governamentais contra certos hábitos que prejudicam a saúde (fumar, abusos alimentares, bebidas alcoólicas, etc.), programas de vacinação e melhor saneamento básico.

Lamentavelmente, nos países pobres ou subdesenvolvidos, vem aumentando a miséria, o desemprego e as taxas de mortalidade. Mesmo a natalidade, embora ainda relativamente grande, é crescentemente menor pois o falecimento de crianças pequenas continua sendo, infelizmente, um fenômeno comum. Outro abalo sofrido pelas populações carentes do mundo é a necessidade de migrar, de abandonar seus lares em direção à outras regiões ou países mais prósperos, empurrados pela miséria ou por guerras civis.

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Favela 

AS TEORIAS SOBRE O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

A primeira das teorias importantes sobre a expansão populacional surgiu em 1798, quando o economista Malthus defendeu duas hipóteses:

  • a população do planeta tende a duplicar a cada 25 anos, a não ser que ocorram epidemias, guerras, grandes desastres naturais, etc. Portanto ela cresceria em progressão geométrica (exemplo - 2,4,8,16,32 e assim por diante);
  • já a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética (exemplo - 2,4,6,8 e assim por diante).

A teoria de Malthus, por conseguinte, previa um desastroso futuro para a humanidade: a fome coletiva. A previsão do economista foi baseada num período histórico em que, de fato, ocorreu a relação prevista: no século XI, quando da "explosão demográfica" na Europa medieval. Hoje, podemos perceber o erro de sua previsão: ele não levou em conta que o desenvolvimento tecnológico tende a aumentar a produção no mesmo ritmo do crescimento populacional.

Em tempos recentes, as nações desenvolvidas, defensoras da visão econômica neoliberal, chegaram a conclusão de que a pobreza da maioria dos países da Terra decorre  do elevado número de habitantes dessas regiões, pois a riqueza nacional teria de ser dividida entre um maior número de pessoas. A solução seria o controle da natalidade.

Finalmente, há políticos e economistas que não aceitam as teorias acima,  propondo que a solução para a miséria é a realização de reformas na própria estrutura socioeconômico das nações subdesenvolvidas, tais como reforma agrária, maiores investimentos sociais e aprimoramento da educação com o objetivo de criar uma mão de obra mais qualificada.

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