Por que delas é o reino dos ceus

Por que delas é o reino dos ceus

            O que acontece com uma criança depois da morte? As crianças são de fato inocentes, como sugere a crença popular? E até que idade esta inocência persiste? Afinal, não foi o próprio Jesus que disse que “delas é o Reino dos Céus”? Como entender esta questão tão complexa?

            Em primeiro lugar, é necessário destacar que as crianças são pecadoras desde o nascimento, conforme Salmo 51.5. Ninguém nasce inocente. Todos nós somos pecadores por natureza. Portanto, a crença de que as crianças são “anjinhos” não tem fundamento nas Escrituras. Todavia, as crianças são evidentemente “inocentes” no sentido em que não fazem tanta maldade premeditada e trabalhada, como fazem os adultos. Em geral, as crianças são mais transparentes, sinceras e capazes de perdoar do que a vasta maioria dos adultos. Essa candura infantil parece ser refletida em alguns textos bíblicos:

            E disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus. (Mt 18.3-4)

E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: “Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me recebe, não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou”. (Mc 9.36-37) .

Mas quando os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei viram as coisas maravilhosas que Jesus fazia e as crianças gritando no templo: “Hosana ao Filho de Davi”, ficaram indignados, e lhe perguntaram: “Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?”

Respondeu Jesus: “Sim, vocês nunca leram: “ ‘Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste louvor’”? (Mt 21.15-16 – citação do Sl 8.2).

Esses textos refletem a idéia de que o próprio Jesus se identifica com as crianças e que, além disso, a criança é o padrão de espiritualidade desejado por Jesus. A criança possui humildade e sabe apresentar o louvor perfeito. Aqui um contraste com a mentalidade religiosa dominante da época, quando o padrão de espiritualidade era o homem ancião.

Apesar disso, essa pureza infantil e essa sinceridade extraordinária dos pequenos não são suficientes para protegê-los espiritualmente. Em Marcos 9.21-22, lemos que um menino era possesso de um espírito mau desde a infância: 

Jesus perguntou ao pai do menino: “Há quanto tempo ele está assim?”

“Desde a infância”, respondeu ele. “Muitas vezes esse espírito o tem lançado no fogo e na água para matá-lo. Mas, se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.

 As Escrituras fazem distinção entre crianças que estão debaixo de proteção divina, por serem filhos de gente que está em aliança com Deus (1Co 7.14). Portanto, parece razoável concluir que há crianças sob a influência do mal e crianças sob a bênção protetora de Deus. É muito provável que a idéia de “anjos da guarda”, mencionada em Mateus, refira-se a estas crianças, chamadas de santas em 1Coríntios 7.14:

“Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste. (Mt 18.10).

Assim, vemos que as crianças podem ser abençoadas e especialmente protegidas por Deus, mas há também aquelas que estão afastadas de Deus e que não estão sob a mesma proteção espiritual. Se este é o caso, como então entender que Jesus afirmou que o Reino dos céus é das crinças. Como pode ser isso? A resposta para esta pergunta está na tradução equivocada do texto grego em Mateus 19.14. A verdade é que a tradução comum do texto em diversas versões antigas que afirma que “o Reino dos céus é das crianças” está errada. O grego toiouton não se refere às crianças e deve ser traduzido conforme, por exemplo, a NVI, e é compatível com Mateus 18.3-4:

Então disse Jesus: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”.

Portanto, devemos concluir que as crianças não herdam o Reino dos céus automaticamente só por serem crianças. Isso significa que nem todas as crianças são salvas, ao contrário da crença popular. Se fosse verdade que todas as crianças são salvas, seria necessário impedir que elas se tornassem adultas. A consciência adquirida na fase adulta seria a maior maldição da vida. Será que poderíamos considerar Herodes, o assassino dos bebês, como um evangelista? Teria ele enchido o céu?

É muito mais provável que haja crianças salvas e crianças perdidas. A verdade é que nenhum texto bíblico fala aberta e claramente sobre o assunto. Todavia, não é possível sustentar a salvação garantida a todas as crianças. É possível que as crianças, filhas de cristãos sejam salvas, mas isso não pode ser provado. A outra possibilidade é que isso seja decidido a partir da decisão soberana de Deus. Isso não é impossível. Todavia, é preciso reiterar o fato de que a convicção de que todas as crianças são automaticamente salvas fundamenta-se numa tradução equivocada da Bíblia.

(Luiz Sayão)

https://youtu.be/JT08JzHO7Ys

Para entender o termo "Reino dos Céus", é preciso entender que trata‑se de um aspecto de algo mais amplo. O Reino de Deus é um termo genérico e inclui todos os outros aspectos do Reino, a saber, Reino dos Céus, Reino do Filho do Homem e Reino do Pai.
  • Reino de Deus ‑ nos fala da manifestação de Cristo para os Seus (Mt. 12:28). Quando questionado sobre quando viria o Reino de Deus, Cristo respondeu: "o Reino de Deus está entre vós" (Lc. 17:21). Por Ele ter vindo para estar entre os Seus, o Reino de Deus era vindo (Mt. 12:28).
  • Reino dos Céus ‑ é a presente forma do Reino. O Rei foi rejeitado, crucificado e, então, recebido nos céus. O Reino dos Céus inclui todos os que professam o cristianismo (mesmo falsamente). Todos, tanto os verdadeiros como os falsos convivem lado a lado no Reino dos Céus (Mt. 13).
  • Reino do Filho do Homem e Reino do Pai ‑ À medida que termina o tempo do Reino dos Céus, o Reino torna‑se tanto o Reino do Pai (nos céus) como o Reino do Filho do Homem (na terra). O Reino do Filho do Homem virá em poder e glória (Mt. 25:31 e 24:30), e Cristo reinará na terra por 1000 anos. O Reino do Pai (nos céus) diz respeito àqueles que verdadeiramente creram durante a época do Reino dos Céus e foram reconhidos ao celeiro no céu como a boa semente (Mt. 13:30), devendo brilhar como o sol no Reino do Pai (Mt. 13:43). O Reino do Filho (sobre a terra) acontece simultaneamente com o Reino do Pai (nos céus). Quando o Reino do Filho do Homem terminar, o Filho do Homem entregará o Reino a Seu Pai (I Co. 15:24), fazendo com que o Reino seja o Reino do Pai para toda a eternidade.

Postado em 19 de fevereiro de 2018 às 15:34.

Por que delas é o reino dos ceus

A Bíblia não diz que o céu pertence aos intelectuais e eruditos. Não diz que pertence aos ricos e poderosos, nem aos independentes e autossuficientes. O que a Bíblia diz é que o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes às crianças (Mt 19.14). O texto bíblico mostra como a régua de Deus é diferente da dos homens. E ao conjugar o texto de Mateus 19 com o Sermão do Monte (Mt 5), podemos afirmar que o Reino dos céus é dos que choram, dos pobres em espírito, dos humildes e dos perseguidos por causa da justiça. Podemos até mesmo afirmar que o Reino dos céus pertence aos fracos e desvalidos deste mundo.

E você, o que acha disso? Em que situação você se encontra nesse quadro e nesta quadra da vida? Como você enxerga a sua relação de dependência com Deus? Como uma criança que precisa de um pai e depende de seu cuidado ou como um ser independente, autônomo e autossuficiente? A sua relação de dependência estabelece o seu vínculo com o Criador. E você precisa ser lembrado de que aqueles que têm saúde não são os que precisam de médicos. E também precisa saber que Jesus de Nazaré não veio para chamar justos, mas pecadores (Mc 2.17).

Você acha que tem mérito suficiente para exigir que Deus venha a abrir a porta do céu para você? Ou simplesmente possui um coração de criança e uma fé de criança, confiando plenamente no Pai celestial e nas suas promessas? Considere onde você está nessa relação diante do Criador. Você pode ser um crítico ferrenho da salvação pela graça, seguir em discussão com Deus e a questionar os critérios que o Criador estabeleceu. E pode, simplesmente, reconhecer que é pecador e manifestar a sua gratidão por tão grande salvação oferecida na cruz do Calvário. Tenha em conta que Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte (1ª Coríntios 1.27). Vale a pena ter alma de criança e ver a porta do céu se abrir!

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este devocional: ALVARES, Amilton. O REINO DOS CÉUS PERTENCE AOS QUE SÃO SEMELHANTES ÀS CRIANÇAS. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 033/2018, de 19/02/2018. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2018/02/19/o-reino-dos-ceus-pertence-aos-que-sao-semelhantes-as-criancas-amilton-alvares/

Publicação: Portal do RI (Registro de Imóveis) | O Portal das informações notariais, registrais e imobiliárias!

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