No Ensino Fundamental, funções são fórmulas matemáticas que associam cada número de um conjunto numérico (o domínio) a um único número pertencente a outro conjunto (o contradomínio). Quando essa fórmula é uma equação do segundo grau, temos uma função do segundo grau. As funções podem ser representadas por figuras geométricas cujas definições coincidem com suas fórmulas matemáticas. É o caso da reta, que representa funções do primeiro grau, e da parábola, que representa funções do segundo grau. Essas figuras geométricas são chamadas de gráficos. A ideia central da representação de função por um gráfico Para desenhar o gráfico de uma função, é preciso avaliar qual elemento do contradomínio está relacionado com cada elemento do domínio e marcá-los, um a um, em um plano cartesiano. Quando todos esses pontos forem marcados, o resultado será justamente o gráfico de uma função. Vale ressaltar que as funções do segundo grau, geralmente, são definidas em um domínio igual a todo o conjunto dos números reais. Esse conjunto é infinito e, por isso, é impossível marcar todos os seus pontos em um plano cartesiano. Desse modo, a alternativa é esboçar um gráfico que possa representar em parte a função avaliada. Antes de qualquer coisa, lembre-se de que as funções do segundo grau possuem a seguinte forma: y = ax2 + bx + c Diante disso, apresentamos cinco passos que tornam possível a construção de um gráfico de função do segundo grau, exatamente como os que são exigidos no Ensino Médio. Passo 1 – Avaliação geral da função Existem alguns indicadores que ajudam a descobrir se o caminho certo está sendo tomado ao construir o gráfico de funções do segundo grau. I - O coeficiente “a” de uma função do segundo grau indica sua concavidade, ou seja, se a > 0, a parábola será para cima e possuirá ponto de mínimo. Se a < 0, a parábola será para baixo e possuirá ponto de máximo. II) O primeiro ponto A do gráfico de uma parábola pode ser facilmente obtido apenas observando o valor do coeficiente “c”. Desse modo, A = (0, c). Isso ocorre quando x = 0. Observe: y = ax2 + bx + c y = a·02 + b·0 + c y = c Passo 2 – Encontrar as coordenadas do vértice O vértice de uma parábola é o seu ponto de máximo (se a < 0) ou de mínimo (se a > 0). Ele pode ser encontrado pela substituição dos valores dos coeficientes “a”, “b” e “c” nas fórmulas: xv = – b yv = – ∆ Desse modo, o vértice V é dado pelos valores numéricos de xv e yv e pode ser escrito assim: V = (xv,yv). Passo 3 – Pontos aleatórios do gráfico É sempre bom indicar alguns pontos aleatórios cujos valores atribuídos à variável x sejam maiores e menores que xv. Isso lhe dará pontos antes e depois do vértice e tornarão o desenho do gráfico mais fácil. Passo 4 – Se possível, determine as raízes Quando existem, as raízes podem (e devem) ser incluídas no desenho do gráfico de uma função do segundo grau. Para encontrá-las, faça y = 0 para obter uma equação do segundo grau que possa ser resolvida pela fórmula de Bhaskara. Lembre-se de que resolver uma equação do segundo grau é o mesmo que encontrar suas raízes. A fórmula de Bhaskara depende da fórmula do discriminante. São elas: x = – b ± √∆ ∆ = b2 – 4ac Passo 5 – Marcar todos os pontos obtidos no plano cartesiano e ligá-los, de modo a construir uma parábola Lembre-se de que o plano cartesiano é formado por duas retas numéricas perpendiculares. Isso significa que, além de conter todos os números reais, essas retas formam um ângulo de 90°. Exemplo de plano cartesiano e exemplo de parábola. Exemplo Construa o gráfico da função do segundo grau y = 2x2 – 6x. Solução: Observe que os coeficientes dessa parábola são a = 2, b = – 6 e c = 0. Dessa maneira, pelo passo 1, podemos afirmar que: 1 – A parábola ficará para cima, pois 2 = a > 0. 2 – Um dos pontos dessa parábola, representado pela letra A, é dado pelo coeficiente c. Logo, A = (0,0). Pelo passo 2, observamos que o vértice dessa parábola é: xv = – b xv = – (– 6) xv = 6 xv = 1,5 yv = – ∆ yv = – (b2 – 4·a·c) yv = – ((– 6)2 – 4·2·0) yv = – (36) yv = – 36 yv = – 4,5 Logo, as coordenadas do vértice são: V = (1,5, – 4,5) Utilizando o passo 3, escolheremos apenas dois valores para a variável x, um maior e outro menor que xv. Se x = 1, y = 2x2 – 6x y = 2·12 – 6·1 y = 2·1 – 6 y = 2 – 6 y = – 4 Se x = 2, y = 2x2 – 6x y = 2·22 – 6·2 y = 2·4 – 12 y = 8 – 12 y = – 4 Logo, os dois pontos obtidos são B = (1, – 4) e C = (2, – 4) Pelo passo 4, que não precisa ser feito caso a função não possua raízes, obtemos os seguintes resultados: ∆ = b2 – 4ac ∆ = (– 6)2 – 4·2·0 ∆ = (– 6)2 ∆ = 36 x = – b ± √∆ x = – (– 6) ± √36 x = 6 ± 6 x' = 12 x' = 3 x'' = 6 – 6 x'' = 0 Logo, os pontos obtidos por meio das raízes, tendo em vista que, para obter x = 0 e x = 3, foi preciso fazer y = 0, são: A = (0, 0) e D = (3, 0). Com isso, obtemos seis pontos para desenhar o gráfico da função y = 2x2 – 6x. Agora basta cumprir o passo 5 para construí-lo definitivamente. Por Luiz Paulo Moreira
As funções trigonométricas, também chamadas de funções circulares, estão relacionadas com as demais voltas no ciclo trigonométrico. As principais funções trigonométricas são:
No círculo trigonométrico temos que cada número real está associado a um ponto da circunferência. Funções PeriódicasAs funções periódicas são funções que possuem um comportamento periódico. Ou seja, que ocorrem em determinados intervalos de tempo. O período corresponde ao menor intervalo de tempo em que acontece a repetição de determinado fenômeno. Uma função f: A → B é periódica se existir um número real positivo p tal que f(x) = f (x+p), ∀ x ∈ A O menor valor positivo de p é chamado de período de f. Note que as funções trigonométricas são exemplos de funções periódicas visto que apresentam certos fenômenos periódicos. Função SenoA função seno é uma função periódica e seu período é 2π. Ela é expressa por: f(x) = sen x No círculo trigonométrico, o sinal da função seno é positivo quando x pertence ao primeiro e segundo quadrantes. Já no terceiro e quarto quadrantes, o sinal é negativo. Além disso, no primeiro e quarto quadrantes a função f é crescente. Já no segundo e terceiro quadrantes a função f é decrescente. O domínio e o contradomínio da função seno são iguais a R. Ou seja, ela está definida para todos os valores reais: Dom(sen)=R. Já o conjunto da imagem da função seno corresponde ao intervalo real [-1, 1]: -1 sen x 1. Em relação à simetria, a função seno é uma função ímpar: sen(-x) = -sen(x). O gráfico da função seno f(x) = sen x é uma curva chamada de senoide: Leia também: Lei dos Senos. Função CossenoA função cosseno é uma função periódica e seu período é 2π. Ela é expressa por: f(x) = cos x No círculo trigonométrico, o sinal da função cosseno é positivo quando x pertence ao primeiro e quarto quadrantes. Já no segundo e terceiro quadrantes, o sinal é negativo. Além disso, no primeiro e segundo quadrantes a função f é decrescente. Já no terceiro e quarto quadrantes a função f é crescente. O domínio e o contradomínio da função cosseno são iguais a R. Ou seja, ela está definida para todos os valores reais: Dom(cos)=R. Já o conjunto da imagem da função cosseno corresponde ao intervalo real [-1, 1]: -1 cos x 1. Em relação à simetria, a função cosseno é uma função par: cos(-x) = cos(x). O gráfico da função cosseno f(x) = cos x é uma curva chamada de cossenoide: Leia também: Lei dos Cossenos. Função TangenteA função tangente é uma função periódica e seu período é π. Ela é expressa por: f(x) = tg x No círculo trigonométrico, o sinal da função tangente é positiva quando x pertence ao primeiro e terceiro quadrantes. Já no segundo e quarto quadrantes, o sinal é negativo. Além disso, a função f definida por f(x) = tg x é sempre crescente em todos os quadrantes do círculo trigonométrico. O domínio da função tangente é: Dom(tan)={x ∈ R│x ≠ de π/2 + kπ; K ∈ Z}. Assim, não definimos tg x, se x = π/2 + kπ. Já o conjunto da imagem da função tangente corresponde a R, ou seja, o conjunto dos números reais. Em relação à simetria, a função tangente é uma função ímpar: tg(-x) = -tg(x). O gráfico da função tangente f(x) = tg x é uma curva chamada de tangentoide: Leia mais sobre o tema: Exercícios de funções trigonométricasExercício 1(UFAM) O menor valor não negativo côngruo ao arco de rad é igual a: a) π/5 rad b) 7 π/5 rad c) π rad d) 9 π/5 rad e) 2 π rad
Resposta correta: a) π/5 rad Arcos côngruos são os que possuem a mesma localização no círculo trigonométrico, em que o maior em módulo, está adiantado ou atrasado um determinado número de voltas completas (360° ou ). Por exemplo, 30° e 390° são côngruos pois, 30° + 360° = 390°. O mesmo exemplo em radianos fica: . Dentre todos os côngruos de , queremos o menor que seja positivo. Subtraindo volta por volta, encontramos este valor. Subtraindo a primeira volta ( ).
Subtraindo a segunda volta. Se subtrairmos a terceira volta, teremos:
Neste caso, o valor já será negativo. Desta forma, concluímos que o menor valor côngruo ao arco de que seja positivo é . (Cefet-PR) A função real f(x) = a + b . sen cx tem imagem igual a [-7, 9] e seu período é π/2 rad. Assim, a + b + c vale: a) 13 b) 9 c) 8 d) – 4 e) 10
Resposta correta: a) 13 Em funções trigonométricas do tipo f(x) = a + bsen cx + d, os termos a, b, c e d alteram características nas funções seno e cosseno. O termo a translada a função para cima com a > 0 e para baixo se a O termo b aumenta ou diminui a amplitude vertical. Se b > 1 amplia e, se b O termo c "distende", amplia o período se c 1. De -7 a 9 temos que: 9 - (-7) = 16 Portando, a amplitude, que é a distância entre o eixo de simetria da função e o topo é 8. Assim b = 8. Como o limite superior é 9, a = 1, pois 8 + 1 = 9. O período se relaciona com c por:
Substituindo c e calculando para p, temos:
Somando os três valores: a + b + c = 1 + 8 + 4 = 13. Exercício 3(UFPI) O período da função f(x) = 5 + sen (3x – 2) é: a) 3π b) 2π/3 c) 3π – 2 d) π/3 – 2 e) π/5
Resposta correta: b) 2π/3 O período da função é determinado por:
Onde c é o termo que multiplica x, no caso, x = 3. Portanto:
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