A partícula “se” possui várias funções dentro da língua portuguesa, entretanto, hoje, será destacado somente seu papel como Índice de Indeterminação do Sujeito. Mas antes de conhecer as características dessa função, é necessário revisar a definição de sujeito e de sujeito indeterminado. Veja a seguir: Show
A oração (enunciado organizado a partir de um verbo ou de uma locução verbal) divide-se em Sujeito (palavra ou conjunto de palavras a respeito de quem se declara algo) e Predicado (tudo aquilo que é dito sobre o sujeito), por isso esses termos são considerados essenciais à oração, já que compõem sua estrutura básica. O sujeito pode vir expresso na oração (determinado), pode não aparecer (oração sem sujeito) ou pode estar presente na oração de “forma escondida” (implícita), caracterizando o sujeito indeterminado, já que não pode ser determinado pela oração, somente pelo contexto (situação). Acompanhe os exemplos:
Perceba que em todos os exemplos o sujeito está “escondido”, isso acontece quando não se quer ou não se pode determiná-lo. Alguém pode pensar: mas como saber quando o sujeito está indeterminado? Tranquilize-se, é bem simples.
Nos dois exemplos, os verbos estão na terceira pessoa do plural, não é mesmo? Entretanto, somente o exemplo 1 é de sujeito indeterminado, pois somente o contexto (situação) pode expressar o agente da ação. Já no exemplo 2, embora o verbo esteja na 3ª pessoa do plural, não pode ser considerado indeterminado, por possuir sujeito definido (Os policiais).
A chuva chegará mais cedo esse ano.
Eu preciso muito de você.
A casa é aconchegante. Acompanhe os exemplos que indicam que a partícula “se” é Índice de Indeterminação do Sujeito: Vive-se bem em Goiás. Precisa-se de vendedores. Era-se feliz. Atenção! Maneiras práticas para reconhecer o Índice de Indeterminação do Sujeito:
Então, no momento de reconhecer a função do “se” como Índice de Indeterminação do Sujeito, não se esqueça de analisar o tipo de verbo que o está acompanhando e se na oração não há sujeito. Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto: São chamados de verbos reflexivos os verbos cuja ação praticada pelo sujeito ocorre no próprio sujeito, ou seja, quando o sujeito gramatical é ao mesmo tempo agente e paciente da ação. Podem ser aplicados os termos: a si mesmo ou a si próprio. Lista de verbos reflexivosferir-se; Exemplos de frases com verbos reflexivos:
Conjugação de verbos reflexivosOs verbos reflexivos são conjugados com pronomes oblíquos átonos, que transmitem essa ideia de reflexibilidade. Os pronomes oblíquos átonos reflexivos são:1.ª pessoa do singular - me2.ª pessoa do singular - te3.ª pessoa do singular - se1.ª pessoa do plural - nos2.ª pessoa do plural - vos 3.ª pessoa do plural - se Conjugação reflexiva do verbo sentar no presente do indicativo Eu sento-me ou eu me sentoTu sentas-te ou tu te sentasEle senta-se ou ele se sentaNós sentamo-nos ou nós nos sentamosVós sentai-vos ou vós vos sentais Eles sentam-se ou eles se sentam Conjugação reflexiva do verbo pentear no presente do indicativo Eu penteio-me ou eu me penteioTu penteias-te ou tu te penteiasEle penteia-se ou ele se penteiaNós penteamo-nos ou nós nos penteamosVós penteai-vos ou vós vos penteais Eles penteiam-se ou eles se penteiam Fonte: https://www.conjugacao.com.br/verbos-reflexivos/ Professora de Português São chamados de verbos pronominais os verbos que são conjugados juntamente com um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, se). Esse pronome oblíquo se referirá, obrigatoriamente, à mesma pessoa do sujeito. Assim, a conjugação pronominal ocorre quando o pronome oblíquo está relacionado com o pronome reto ou sujeito equivalente. Pode ser reflexiva ou recíproca. Conjugação pronominal reflexivaNa conjugação pronominal reflexiva, a ação recai sobre o próprio sujeito. Conjugação reflexiva do verbo pentear no presente do indicativo: Eu penteio-me ou eu me penteioTu penteias-te ou tu te penteiasEle penteia-se ou ele se penteiaNós penteamo-nos ou nós nos penteamosVós penteai-vos ou vós vos penteais Eles penteiam-se ou eles se penteiam Conjugação pronominal recíprocaNa conjugação pronominal recíproca, a ação recai sobre cada um dos sujeitos. Só ocorre com sujeitos plurais (nós, vós, eles). Conjugação recíproca do verbo abraçar no presente do indicativo: Nós abraçamo-nos ou nós nos abraçamosVós abraçastes-vos ou vós vos abraçastes Eles abraçaram-se ou eles se abraçaram Verbos pronominais essenciais e acidentaisOs verbos pronominais podem ser classificados em: essenciais e acidentais. Verbos pronominais essenciais são verbos usados apenas na sua forma pronominal, cujo radical transmite uma ideia de reflexibilidade, como: Verbos pronominais acidentais são verbos usados tanto na forma pronominal como na forma simples. O radical não apresenta uma ideia de reflexibilidade, sendo essa transmitida com o uso do pronome oblíquo, como: Colocação pronominalA colocação pronominal pode ocorrer antes do verbo (próclise), depois do verbo (ênclise) ou no meio do verbo (mesóclise). Próclise: Não me sentei porque não quis. A forma enclítica é a forma base de colocação pronominal, não sendo, contudo, a mais usada, visto que o uso da próclise se encontra generalizado na linguagem falada. O uso da próclise ou da ênclise é facultativo desde que o verbo não se encontre no início da frase, nem haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação pronominal. Fonte: https://www.conjugacao.com.br/verbos-pronominais/ Atenção: No Brasil, é mais comum que o pronome oblíquo átono apareça antes do verbo na linguagem coloquial. No entanto, na norma-padrão e na linguagem formal, o pronome oblíquo átono só aparece antes do verbo se houver algum elemento que o atraia para aquela posição, de acordo com as regras de colocação pronominal. Leia também: Os pronomes oblíquos na função de complementos verbais Diferença entre verbos reflexivos e verbos pronominaisVerbos reflexivos e verbos pronominais são acompanhados de pronomes oblíquos átonos. No entanto, há algumas diferenças importantes. O pronome oblíquo átono não é parte integrante do verbo reflexivo, e sim um elemento que se junta a ele para identificar que o agente executa e sofre a ação. Os verbos pronominais, por sua vez, são necessariamente acompanhados do pronome, isto é, são verbos em que o pronome é parte integrante e essencial, isto é, sem ele, o verbo deixa de existir, muda de significado ou tem sua estrutura e regência afetadas. Veja: “Eu me olhei pelo reflexo do espelho.” No primeiro enunciado, o verbo “olhar-se” é reflexivo, já que o sujeito “eu” olhou a si mesmo, sozinho, no espelho. No segundo enunciado, o verbo “olhar” deixa de ser reflexivo, porque o sujeito “eu” olhou outra pessoa, “te”, pelo reflexo do espelho. Os verbos “olhar-se” e “olhar” têm o mesmo significado, mas o pronome pode torná-lo reflexivo. Agora, observe os próximos dois casos: “Nós nos queixamos à diretoria.” Em ambos os enunciados, há verbos pronominais. No primeiro caso, o verbo “queixar-se” não ocorre sem o pronome que o acompanha. No segundo caso, o verbo “formar-se” (com sentido de completar uma formação acadêmica) também só pode ocorrer acompanhado do pronome (já que o verbo “formar”, sem pronome, tem outro sentido). Leia também: Versatilidade pronominal – curioso fenômeno da língua portuguesa Voz reflexivaA voz reflexiva é assim chamada por apresentar características da voz ativa e da voz passiva, ou seja, porque o agente executa e sofre a ação, o que fica nítido pelo uso dos verbos reflexivos. Observe: Sujeito + verbo + objeto O primeiro enunciado está na voz ativa, tendo o pai (3ª pessoa do singular) como sujeito e agente que executa a ação “pentear”, além do objeto “me” (1ª pessoa do singular), que sofre a ação. Em outras palavras, pessoas diferentes: “Ele penteia a mim.” O segundo enunciado está na voz passiva, tendo “eu” (1ª pessoa do singular) como sujeito e agente que sofre a ação de “ser penteado” pelo objeto “meu pai” (3ª pessoa do singular). Ainda há pessoas diferentes: “Eu sou penteado por ele.” O terceiro enunciado está na voz reflexiva, tendo “eu” (1ª pessoa do singular) como sujeito e agente que executa a ação “pentear-se”, ao mesmo tempo em que sofre a mesma ação. Agora, trata-se da mesma pessoa: “Eu penteio a mim mesmo.” Fonte: https://www.portugues.com.br/gramatica/verbos-reflexivos.html Índice de Indeterminação do SujeitoMárcia Fernandes Professora licenciada em Letras O pronome “se”, entre outras funções, serve para indeterminar o sujeito. O sujeito indeterminado é o tipo de sujeito que não se quer ou não se pode identificar, o que pode acontecer de duas maneiras: 1) na presença de verbo (na 3.ª pessoa do singular) que seja intransitivo, transitivo indireto ou de ligação, acompanhado do pronome "se":
2) na presença de verbos na 3.ª pessoa do plural:
Vale lembrar que o sujeito indeterminado não se refere a um sujeito que já tenha sido citado anteriormente, pois nesse caso, o sujeito seria oculto Ana e Marta são muito negativas. Reclamam de tudo. (sujeito oculto = (Elas - Ana e Marta) reclamam de tudo). No que respeita ao sentido, a principal diferença entre as duas formas de sujeito indeterminado é que a pessoa que “fala” não se inclui no discurso “Reclamam de tudo.”, mas pode estar incluída no discurso “Reclama-se de tudo.” Diferença entre índice de indeterminação do sujeito e partícula apassivadoraPara diferenciar o índice de indeterminação do sujeito da partícula apassivadora, é preciso ter em atenção o verbo que está presente na oração. Somente quando ele for transitivo direto ou transitivo direto e indireto o “se” será partícula apassivadora. O “se” do índice de indeterminação do sujeito é acompanhado de verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação. Não erre mais!
Concordância verbal com o pronome "se"Diante do caso de um sujeito indeterminado, os verbos devem ser conjugados na 3.ª pessoa do singular:
Diante do caso de voz passiva, os verbos devem ser conjugados de acordo com o sujeito da oração:
Fonte: https://www.todamateria.com.br/indice-de-indeterminacao-do-sujeito/#:~:text=O%20pronome%20%E2%80%9Cse%E2%80%9D%2C%20entre,serve%20para%20indeterminar%20o%20sujeito.&text=%C2%AA%20pessoa%20do%20singular)%20que,do%20que%20os%20outros%20dias. SE: Não tem função sintática nem morfológica a) Partícula expletiva ou partícula de realce: virá acompanhando um verbo intransitivo. - Murcham-se as flores. b) Parte integrante do verbo: o pronome faz parte de um verbo pronominal. - Queixaram-se do excesso de sal na comida. (o verbo é queixar-se) SE: função morfológica c) Conjunção integrante: inicia oração subordinada substantiva. - Perguntei se ela tinha troco. d) Conjunção adverbial condicional: introduz uma oração adverbial condicional e serve para indicar a condição. - Se você quiser, nós vamos embora. e) Pronome Reflexivo: serve para indicar, na voz passiva, que o sujeito pratica a ação e ela recai sobre ele mesmo, ou que dois sujeitos praticam uma ação recíproca. - As meninas se entreolhavam com curiosidade. SE: Função Sintática f) Partícula apassivadora: acompanha verbo transitivo direto e serve para indicar que a frase está na voz passiva sintética. Para comprovar, pode-se colocar a frase na voz passiva analítica, como está feito abaixo. - Fazem-se unhas. (voz passiva analítica: Unhas são feitas) g) Índice de Indeterminação do Sujeito: vem acompanhando um verbo transitivo indireto, um verbo intransitivo (sem sujeito claro), um verbo de ligação ou um transitivo direto, em casos de objeto direto preposicionado. Serve para indicar que o Sujeito da oração é indeterminado. A voz é ativa. Neste caso, caso seja feita a tentativa, não é possível pôr a oração na voz passiva analítica. - Necessita-se de voluntários para o hospital. (VTI)- Neste lugar se é tratado como um animal. (VL)- Ainda se corre o risco de perder o oxigênio. (VI) - Ama-se a Deus. (VTD) h) Sujeito acusativo: é, aparentemente, objeto direto de um verbo e sujeito de outro ao mesmo tempo. - Ela deixou-se levar. Fonte: https://www.infoescola.com/portugues/se-particula-apassivadora-ou-indice-de-indeterminacao-do-sujeito/ Exercícios - Se (partícula apassivadora ou índice de indeterminação do sujeito)Page 2
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