Como funciona os motores dos carros flex

Comprar um carro Flex parece ser uma ótima ideia, pela facilidade de poder escolher o tipo de combustível que você quer usar. Mas, você sabe como funciona o motor de um carro Flex? Será que ele é realmente bom? Saiba aqui!

Não importa se o carro é Flex ou não, se você pretende comprar um carro usado ou seminovo, é melhor consultar o histórico!

Assim você pode saber se o carro já foi roubado, batido, de leilão, se tem restrições, débitos, multas e muito mais. Tudo isso só pela placa!

Como funciona os motores dos carros flex

Como funciona o motor de um carro Flex?

Os carros bicombustível (Flex) são equipados com motores que têm um sistema de alimentação convencional, mas possuem bicos injetores que são cerca de 30% maiores e  têm mais vazão.

Outra diferença é a taxa de compressão, cujo valor fica entre a taxa de propulsores movidos a gasolina (algo próximo a 9:1) e os movidos a etanol (12:1). Essa taxa varia de acordo com o modelo do carro.

Nos motores Flex, a sonda lambda, que é um sensor localizado no sistema de escape do veículo, é responsável por analisar o oxigênio do escapamento e identificar qual é o tipo de combustível que está sendo utilizado: álcool, gasolina ou uma mistura dos dois.

Qual é o melhor combustível para um carro com motor Flex?

Essa resposta depende da sua necessidade. Se você busca autonomia, o ideal é abastecer com gasolina. Agora, se você busca desempenho, o ideal é abastecer com etanol.

Mas, cada combustível tem a sua vantagem. O álcool é um excelente limpador de motor, enquanto a gasolina é um excelente lubrificante. 

Há especialistas em mecânica que sugerem que seja feita a mudança de combustível a cada dez tanques cheios, em média. 

Mas, caso você não tenha o costume de utilizar o seu veículo com tanta frequência, o ideal é abastecer com gasolina aditivada ou premium.

É possível misturar álcool e gasolina nesse tipo de motor?

Sim! Uma das principais vantagens do carro Flex é a possibilidade de misturar os combustíveis, em qualquer proporção.

Mas, há dois pontos que devem ser considerados ao fazer essa mistura:

1 – Após abastecer com os dois combustíveis, é necessário que o veículo fique funcionando por pelo menos 20 minutos, para que o motor Flex possa identificar a proporção de cada combustível no tanque. Por isso, o ideal é que você abasteça o veículo no começo do seu trajeto.

2 – No inverno, a mistura dos combustíveis pode dificultar a partida do carro. O carro com motor bicombustível (Flex) tem um reservatório de partida a frio, o famoso tanquinho, que contém gasolina, que é liberada para facilitar a primeira partida do veículo.

Quando o módulo do motor consegue perceber a gasolina presente na mistura do tanque de combustível, essa gasolina do reservatório de partida a frio não é liberada e o motor pode falhar.

Qual combustível dura mais, o álcool ou a gasolina?

A gasolina, por ser um combustível mais denso, gera uma energia cerca de 30% maior do que o álcool e, por isso, o seu consumo é menor, o que faz com ela dure mais. E, apesar de ser mais cara, muitas vezes o seu custo/benefício compensa.

Leia também: Álcool ou gasolina? Como calcular qual é melhor?

Qual combustível suja mais o motor do veículo?

Como dito anteriormente, cada combustível tem a sua vantagem principal. No caso da limpeza do motor, o álcool é o melhor combustível, pois auxilia na limpeza dos bicos injetores.

Então, nesse caso, o combustível que “suja mais” o motor é a gasolina.

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A tecnologia bicombustível não é novidade no Brasil.

Introduzida em 2002 com o Volkswagen Gol, a comodidade de abastecer o veículo com etanol ou gasolina conquistou o mercado. Hoje, até as importadoras buscam alternativas para adaptar seus modelos para rodar com os dois combustíveis.

Apesar de tudo isso, muita gente ainda tem dúvidas sobre o funcionamento dos motores flex. É por isso que UOL Carros criou um FAQ com as principais dúvidas. Confira!

Dúvidas sobre motor flex

Posso misturar os dois combustíveis em qualquer proporção?

Sim. O módulo da injeção é responsável por identificar a proporção de cada combustível e determina a quantidade de combustível que deve ser injetada para uma queima completa.

Devo usar apenas gasolina no primeiro abastecimento de um carro 0km?

Não. O motivo é justamente pelo funcionamento da sonda lambda, que é capaz de identificar qual combustível está no tanque. O funcionamento do motor é o mesmo com etanol ou gasolina.

Posso abastecer o carro com álcool 96º GL?

Não. O álcool 46º GL, comumente encontrado em supermercados, contém quase 50% de água em sua composição normal. E isso seria fatal para o motor do veículo.

O motor flex não funciona bem em dias frios?

Nos dias mais frios, apenas a partida do motor pode ser um pouco mais complicada se o carro estiver com etanol no tanque.

É por isso que os veículos flex mais antigos tinham o reservatório de partida a frio, que deveria ser completado com gasolina. Atualmente, quase todos os carros novos com a tecnologia bicombustível possuem um sistema de pré-aquecimento do combustível, que dispensa o famoso "tanquinho".

Usar um mesmo combustível pode 'viciar' o motor?

Não. A sonda lambda é responsável por informar ao módulo de injeção de combustível se existe uma mistura de combustíveis (ou se há apenas um deles no tanque) e se ela está adequada ou não.

É verdade que o motor flex 'dura' menos?

Não. Motorizações bicombustíveis são feitas para ter a mesma robustez e durabilidade dos motores monocombustíveis. Além disso, a durabilidade será a mesma, independentemente do combustível utilizado no caso dos flex.

Um carro flex é menos econômico do que um a gasolina?

Sim. A taxa de compressão de um motor flex precisa ter um nível intermediário para que o motor funcione bem com qualquer um dos combustíveis.

No caso de um veículo monocombustível, as fabricantes podem adotar a taxa de compressão ideal para o combustível em questão, e isso se reflete em ganhos em potência e consumo.

O motor flex tem rendimento pior do que um só a gasolina ou etanol?

Sim. Isso acontece porque os motores flex são calibrados para rodar com os dois combustíveis em qualquer proporção. Assim, uma das modificações é a calibragem para trabalhar com uma taxa de compressão intermediária, algo que não ocorre nos motores feitos para rodar com apenas um tipo de combustível.

Com isso, os motores flex ficam atrás em desempenho e especialmente consumo.

Devo utilizar lubrificantes e aditivos específicos para o motor flex?

Não. Os cuidados com o motor flex são os mesmos que devem ser tomados com qualquer motor a etanol ou gasolina. Existe, sim, uma recomendação para utilizar lubrificantes indicados pela fabricante do veículo.

Preciso ter algum cuidado extra na manutenção do motor flex?

Não. Não existe qualquer diferença na manutenção de um motor flex em relação a um movido apenas a gasolina, por exemplo. Recomenda-se apenas que a manutenção seja realizada de acordo com as orientações no manual do proprietário do veículo.

Os carros flex são aqueles que podem utilizar tanto gasolina como etanol em seus motores. É diferente de veículos monocombustíveis, que só podem utilizar um tipo de combustível em seu funcionamento. Atualmente, os carros flex correspondem a cerca de 80% da frota brasileira. A introdução deste novo modelo resolveu alguns problemas de carros movido exclusivamente à álcool, como a falta do combustível e grandes oscilações de preços.

Para receber os dois combustíveis, os carros flex não precisam de dois tanques separados, como alguns imaginam. Na realidade, os eles possuem um sensor, chamado de sonda lambda, que identificam os gases de escape e ajusta eletronicamente e constantemente a mistura entre oxigênio e combustível que vai para o motor, assim como a quantidade de material. Além disso, seus motores possuem bicos injetores com mais vazão e cerca de 30% maiores do que os convencionais, para serem capazes de receber etanol. Este tipo de motor já era utilizado em carros mais antigos, movido somente a etanol. A taxa de compreensão destes motores também são mais altas quando comparadas a veículos que utilizam apenas gasolina. Ademais, eles são adaptados para receber o impacto do etanol, que é mais corrosivo que a gasolina.

O primeiro carro flex lançado no Brasil foi o Volkswagen Gol 1.6 em 2003. Na ocasião, para poder utilizar os dois combustíveis, o propulsor recebeu uma série de alterações, com um novo sistema de partida a frio, válvulas injetoras maiores, novas válvulas de escape, comando de válvulas com novo momento de abertura e fechamento, válvulas exclusivas, material anticorrosivo, velas exclusivas, entre outros. O modelo possuía um motor 1.6 Total Flex de até 97 cavalos (cv) com gasolina e 99 cv com etanol.

Quando este modelo foi lançado, os carros bicombustíveis costumam ser mais caros do que os convencionais. No entanto, com o avanço tecnológico, eles, hoje, já estão entre os mais baratos do mercado. Ademais, apesar de apresentar diversos problemas quando foi lançado, em 2003, como a dificuldade de dar partida em dias frios, o desenvolvimento de novas tecnologias solucionou estes problemas. Em 2009, a Bosch lançou o primeiro sistema capaz de aquecer o etanol nos bicos injetores antes da partida. Neste ano, foi lançada também a primeira moto bicombustível.

A produção de etanol é independente da de gasolina. Enquanto o preço do etanol varia segundo a demanda por açúcar e resultado das colheitas, o preço da gasolina é afetado pela oferta e demanda global de petróleo e pela variação no câmbio. Assim, uma das vantagens deste modelo, é poder optar pelo combustível que for mais econômico para o consumidor e não correr o risco das variações constantes nos preços de apenas um combustível. Além disso, estes veículos geram menos impacto ambiental por terem a opção de utilizarem etanol, cuja produção ameniza os impactos da emissão de dióxido de carbono. O etanol também não deixa resíduos de carbono no sistema do carro, e a gasolina, por ser mais oleosa, costuma lubrificar melhor o sistema. Os veículos flex ainda costumam sofrer menos com a depreciação.

Como o motor dos veículos flex é muito adaptável, os dois combustíveis podem ser utilizados simultaneamente. No entanto, cada um tem suas vantagens e desvantagens. Quando abastecido com etanol, o consumo é maior, porém, o desempenho do motor também é melhor. Já com gasolina, o consumo é menor, mas existe uma pequena perda de potência. Ademais, diferente da crença popular, o motor pode ser abastecido por apenas um combustível durante toda a sua vida útil, sem haver a necessidade de revezamento, já que ele foi desenvolvido para identificar e se adaptar eletronicamente ao combustível disponível.

(Fonte: CBIE)