Como esta a economia do brasil comparada com os outros

O Brasil avança na retomada econômica com índices favoráveis em diversas atividades, como os bons resultados na geração de empregos formais, além do desempenho positivo e dos recordes nas exportações, no agronegócio e na arrecadação federal.

Um exemplo são as vendas no mercado externo que, em março, atingiram um recorde mensal histórico, somando US$ 29,09 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. O valor é inédito para a exportação brasileira, não só para o mês de março, mas para qualquer mês já registrado. O recorde anterior de exportações mensais era de junho de 2021: US$ 28,3 bilhões.

O desempenho positivo de março influenciou o resultado do primeiro trimestre do ano. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) subiu 26% e atingiu US$ 132,16 bilhões, nos três primeiros meses, refletindo a alta de 26,8% das exportações, que somaram US$ 71,74 bilhões, e de 25% das importações, que totalizaram US$ 60,42 bilhões. Os três resultados também foram recordes para o período.

O agronegócio também apresentou resultados significativos em 2022. As exportações no setor atingiram US$ 8,82 bilhões em janeiro deste ano, valor recorde para o período. O valor representa um incremento de 57,5% em relação aos US$ 5,60 bilhões exportados em janeiro do ano passado. O resultado foi influenciado, sobretudo, pelo aumento do volume exportado, que cresceu 32,3%.

E mais um recorde veio com a arrecadação federal, que cresceu 5,27% em fevereiro e atingiu R$ 148,66 bilhões. O montante é o maior da história para meses de fevereiro desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995, em valores corrigidos pela inflação. Em janeiro e fevereiro, a arrecadação federal soma R$ 383,986 bilhões, com alta de 12,92% acima da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – também recorde para o período.

A recuperação do emprego no país vem ocorrendo de forma contínua, o que também demonstra a recuperação da economia brasileira, de acordo com o Ministério da Economia. Em 2021, o país gerou 2.730.597 vagas de emprego com carteira assinada. Com esse resultado, o país se recupera das perdas ocorridas em 2020, início das restrições causadas pela Covid-19, quando foram fechadas 191.455 vagas, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência.

Os dados mais recentes do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), de fevereiro, registraram saldo positivo do emprego com carteira assinada com 328.507 novos postos de trabalho. No acumulado de janeiro a fevereiro de 2022, o saldo é de 478.862 vagas de emprego. O setor de serviços foi o grande destaque do mês, com a geração de mais de 215.421 mil novos postos de trabalho formais.

Para este ano, ainda há uma boa perspectiva em relação aos investimentos privados, que, segundo os indicadores de produção de bens de capital e sondagem com empresários, sugerem um cenário positivo, conforme registrou a nota informativa divulgada em março pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia. Os dados do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) indicam que deverão ser investidos cerca de R$ 78 bilhões neste ano. Desta forma, o impacto esperado da ampliação dos projetos do PPI para 2022 no investimento será de R$ 38 bilhões.

De acordo com a Secretaria de Política Econômica, para o ano de 2022, as previsões de crescimento da economia brasileira podem ser corroboradas por dois aspectos positivos que estão em curso: a ampliação significativa do investimento e a recuperação contínua do mercado de trabalho.

Assim, com os bons indicativos na área econômica, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) manteve a previsão de crescimento de 1,1% para a economia brasileira em 2022, com destaque para o setor de serviços, que teve revisão para cima na previsão de crescimento, passando de 1,3% para 1,8%. De acordo com o Ipea, a recuperação do setor deverá sustentar o bom desempenho dos indicadores de emprego, gerando um efeito positivo na procura por serviços no país.

A avaliação do Ipea é que o próximo ano será mais estável por conta do fim dos efeitos da guerra na Ucrânia e da redução significativa dos efeitos da Covid-19, o que deve garantir uma evolução positiva das atividades ligadas a comércio e serviços. Com isso, para 2023, a previsão é de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,7%.

Destaque no PIB brasileiro em 2021

O crescimento de 4,6% da economia brasileira em 2021 é um resultado que confirma a continuidade da retomada da atividade econômica e recupera o nível pré-crise, segundo nota informativa da Secretaria de Política Econômica. Quando combinados os crescimentos de 2020 e 2021, a variação neste período é de 0,5%, superando o resultado da maioria dos países com maior PIB e os países vizinhos ao Brasil.

O PIB brasileiro acumulado no último biênio superou todos os países do G7, exceto os Estados Unidos. Em relação ao G20, a variação dos últimos dois anos do PIB brasileiro ficou acima da maior parte dos países, superando a média deste grupo.

Confira a Nota informativa da Secretaria de Política Econômica completa aqui.

O Índice de Clima Econômico (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 2,8 pontos no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Com isso, o indicador, construído com base na avaliação de especialistas em economia do país, chegou a 60,6 pontos em uma escala de 0 a 200 pontos.

É o pior resultado desde o segundo trimestre de 2020 (40,8 pontos). A queda foi puxada pelo recuo de 39,1 pontos no Índice da Situação Atual, que mede a opinião dos especialistas em relação ao presente, e que atingiu 15,4 pontos. O Índice de Expectativas, que mede a avaliação em relação ao futuro, por outro lado, subiu 42,7 pontos e chegou a 115,4 pontos.

O ICE também é medido em outros países da América Latina, sempre com base na opinião de especialistas desses locais. O ICE brasileiro ficou abaixo da média da região (79 pontos) e teve o pior desempenho entre as dez nações latino-americanas. No trimestre anterior, a Argentina ocupava a última posição.

O melhor índice ficou com o Uruguai (135,4 pontos), seguido por Paraguai (113,6 pontos), Colômbia (109,4 pontos), Equador (93,7 pontos) e México (81,3 pontos).

Ficaram abaixo da média latino-americana, além do Brasil, Argentina (67 pontos), Bolívia (71,4 pontos), Chile (71,7 pontos) e Peru (78,4 pontos).

Na comparação com o trimestre anterior, a América Latina perdeu 1,4 ponto. Entre as principais perdas, destacam-se Colômbia (-28,2 pontos), Equador (-23,8 pontos), Paraguai (-19,7 pontos) e Bolívia (-15,9 pontos).

Os únicos países que tiveram crescimento em relação ao trimestre anterior foram Argentina (29,8 pontos) e Uruguai (15,7 pontos). A perda de 2,8 pontos do Brasil foi o terceiro melhor resultado da região.

PIB

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o Brasil em 2022, segundo os especialistas consultados pela FGV, recuou de 1,8% no quarto trimestre de 2021 para 0,7% no primeiro deste ano. Também é o pior resultado entre os dez países da região.

A previsão de crescimento médio na América Latina é de 2,2% para 2022. As melhores previsões são para Colômbia (3,9%), Bolívia (3,8%), Paraguai (3,6%) e Uruguai (3%). As demais previsões são: Peru (2,7%), Equador (2,6%), México (2,5%), Argentina (2,5%) e Chile (2,4%).

Fundo Monetário Internacional projeta que a economia brasileira terá um dos menores crescimentos do mundo até 2023. O ‘Nexo’ conversou com economistas para entender essa posição

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2 dezembro 2021

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Além do Brasil, outros quatro países ficaram no vermelho no 3º trimestre, conforme os dados da OCDE

A economia brasileira encolheu pelo segundo trimestre consecutivo entre julho e setembro. Conforme os dados divulgados nesta quinta (2/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 0,1% sobre o trimestre anterior, já descontados os efeitos da sazonalidade.

  • PIB recua 0,1% no 3º tri e Brasil entra em 'recessão técnica'. E agora?

Entre os 38 países que já divulgaram os números do terceiro trimestre, o PIB brasileiro só é maior do que o do México (-0,4%), da Indonésia (-0,6%), do Japão (-0,8%) e da Austrália (-1,9%).

Dois países da América Latina estão no topo da lista, ocupando o segundo e terceiro lugares: Colômbia, com alta de 5,7% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao segundo, e Chile, com crescimento de 4,9%, na mesma comparação.

A alta mais forte do PIB colombiano já era esperada, uma recuperação da queda de 2,5% observada no segundo trimestre - esta atribuída, por sua vez, às restrições tomadas naquele período como medidas de controle da pandemia e à onda de protestos que se estendeu por mais de um mês, entre abril e junho.

O crescimento veio, contudo, mais forte do que o apontado pelos modelos estatísticos, e colocou a economia colombiana acima do nível pré-pandemia.

Em relatório enviado a clientes, o economista para mercados emergentes da Capital Economics, Nikhil Sanghani, avalia que o país tem conseguido se recuperar da crise em ritmo mais forte do que os demais da região, e estima crescimento de 9,5% para o PIB de 2021, mais que o dobro da projeção para o Brasil, de 4,5%.

A expectativa para o crescimento do Chile é ainda maior, de 12% no ano fechado. O economista ressalta, contudo, que é pouco provável que o país consiga manter o ritmo de avanço no próximo ano.

Uma das razões é a provável perda de fôlego no consumo doméstico - de um lado, por conta do esgotamento dos efeitos das rodadas de saque nas aposentadorias aprovadas pelo Legislativo e, de outro, por conta do início de um ciclo de aumento de juros pelo Banco Central chileno. No último dia 13 de outubro, a autoridade monetária elevou a taxa básica de 1,5% para 2,75%, o maior aumento em 20 anos, colocado para tentar frear o aumento da inflação.

Em outra frente, ainda de acordo com o relatório, a desaceleração da China também deve ter um impacto relevante para o país, que é um grande exportador de cobre.

Em relação ao Brasil, a expectativa de forma geral de consultorias e instituições financeiras não é de reversão do desempenho fraco observado no terceiro trimestre. A expectativa para o quatro trimestre é novamente de "pibinho" e, para 2022, as estimativas preliminares sinalizam a possibilidade de estagnação e até retração da economia.

O cenário de inflação e juros altos deve continuar impactando negativamente o consumo doméstico, que já vem sofrendo com o desemprego elevado e a retração da renda média mostrados pela Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) Contínua.

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Previsões para 2022 seguem sinalizando desempenho fraco da economia brasileira

O PIB do terceiro trimestre

Entre os números divulgados pelo IBGE nesta quinta, os principais destaques negativos foram a indústria, que ficou estagnada, e a agropecuária, que encolheu 8% em relação ao segundo trimestre.

O resultado da indústria no terceiro trimestre só não foi pior porque a construção civil (um dos quatro subgrupos que compõem o setor dentro do PIB) cresceu 3,9%. A indústria de transformação, que inclui segmentos como calçadista, metalúrgico, eletrônico e químico, contraiu 1% em relação ao segundo trimestre.

O desempenho da agropecuária, por sua vez, surpreendeu negativamente as estimativas. A equipe macro da XP, por exemplo, estimava recuo de 3,3% - bastante inferior à queda de 8% de fato observada.

Em relatório, o economista da XP Rodolfo Margato chamou atenção para o fato de que muitas safras agrícolas sofreram decréscimos significativos no período, entre elas a cana-de-açúcar, o milho, o algodão e o café. Algumas foram bastante afetadas pela seca que marcou 2021 e pelas fortes geadas de junho e julho.

Na esteira da reabertura proporcionada pelo avanço no programa de vacinação no país, o consumo das famílias se recuperou e cresceu 0,9% sobre o segundo trimestre, quando havia recuado 0,2%. Na avaliação de Margato, contudo, o resultado poderia ter vindo ainda melhor, não fosse a trajetória de aumento da inflação.

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