Qual e a diferença entre o escambo praticado no período colonial e o praticado na atualidade

Qual e a diferença entre o escambo praticado no período colonial e o praticado na atualidade

Escambo: índios cortando e carregando pau-brasil em troca de mercadorias

O que é (definição)

Escambo é a troca de mercadorias ou serviços diretamente, ou seja, sem a utilização de moeda ou qualquer outro tipo de recurso monetário (ações, duplicatas, metal precioso em espécie).

Escambo no período Pré-Colonial do Brasil

O escambo foi muito utilizado no contexto da exploração do pau-brasil (início do século XVI). Os portugueses davam bugigangas (apitos, espelhos, chocalhos) para os indígenas e, em troca de trabalho, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as caravelas (embarcações) portuguesas.

Exemplos:

1. Um pintor realiza a pintura da casa de uma pessoa e em troca recebe uma bicicleta.

2. Um mecânico conserta o automóvel de um professor de línguas e, em troca, recebe algumas aulas particulares de inglês.

Escambo na atualidade 

Atualmente, como a economia baseada em moedas, o escambo é pouco utilizado. Sobrevive ainda apenas em regiões pouco desenvolvidas do mundo.

Você sabia?

A origem do escambo:

De acordo com historiadores e arqueólogos, a prática de escambo surgiu na Pré-História, durante o período Neolítico (a cerca de 10 mil anos). Foi o surgimento da agricultura e da criação de gado, que favoreceu a troca de trabalho por produtos neste período.

Qual e a diferença entre o escambo praticado no período colonial e o praticado na atualidade

Escambo: troca de produtos ou serviços sem uso de moedas.

Curiosidade:

O ato de praticar o escambo é denominado escambar.

Última atualização: 17/03/2022Por Jefferson Evandro Machado Ramos

Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).

O escambo foi uma modalidade de transação comercial em que duas partes iniciavam um negócio que era concluído com a troca de mercadorias. Essa modalidade foi muito comum na Antiguidade e precedeu a monetarização da economia, embora tenha existido também em economias monetarizadas.

Acesse também: Comércio triangular na América do Norte

Resumo sobre escambo

  • Foi um tipo de transação comercial em que um negócio era fechado sem o envolvimento de moeda.

  • Nele, mercadorias ou serviços poderiam ser trocados entre as partes.

  • Precedeu a monetarização das economias.

  • No Brasil, o caso mais simbólico foi o realizado entre portugueses e índios durante a exploração do pau-brasil.

História do escambo

O escambo foi um sistema de transação comercial, e acredita-se que tenha sido muito utilizado na Antiguidade. Esse sistema teria precedido a monetarização da economia, momento em que as transações comerciais passaram a ser majoritariamente realizadas pelo uso de papel-moeda, isto é, dinheiro em forma de papel ou moeda.

Com base nisso, pode-se definir o escambo como uma transação comercial realizada sem a utilização de dinheiro. Nela, as duas partes envolvidas negociavam uma troca de mercadorias, de forma que essa troca atendesse aos interesses de ambas as partes. Entretanto, os historiadores têm certa dificuldade para reconstituir como de fato se dava esse processo, uma vez que existem poucas evidências sobre ele.

Por meio do escambo, a troca de mercadorias poderia acontecer com itens de necessidade básica. Um lado então teria algo de sobra e estaria à procura de uma mercadoria que outro povo teria em abundância. Desse modo, determinado comerciante poderia, por exemplo, trocar madeira por sal.

É claro que cada povo da Antiguidade poderia desenvolver suas práticas específicas de comércio. Os egípcios, por exemplo, utilizavam uma unidade de valor chamada de deben, sendo que 1 deben correspondia a, aproximadamente, 90 gramas de cobre. Acontece que as transações comerciais não precisavam necessariamente envolver as 90 gramas de cobre.

Isso porque se as duas partes envolvidas em uma negociação não tivesse uma mercadoria que valesse 1 deben, a troca não poderia acontecer porque os produtos não teriam o mesmo valor no mercado. Os romanos tinham um sistema parecido conhecido cuja unidade era conhecida como aes rude, que correspondia a 324 gramas de bronze. Entretanto, o sistema romano é mais entendido como uma etapa que antecedeu a monetarização da economia, pois o bronze era utilizado como uma moeda corrente.

Por volta do século V a.C., uma série de povos da Antiguidade já faziam uso de moedas em transações comerciais. Povos como os gregos, etruscos, persas e egípcios faziam a cunhagem das próprias moedas nesse período; os romanos aderiram a esse processo a partir do século IV a.C.; os celtas, por sua vez, passaram a fazê-lo no século III a.C.

Uma interpretação tradicional entende que a monetarização se deu para facilitar as transações, principalmente porque, a partir da evolução do comércio, determinadas mercadorias se tornaram muito valiosas e requeriam muitos produtos em troca para serem negociadas. Ainda assim, apesar da monetarização da economia, o escambo continuou porque muitos lugares não tinham quantidade significativa de moeda circulante.

O crescimento dos domínios de Roma e a urbanização que existia neles contribuíram abertamente para que a moeda se tornasse o principal meio de efetivação de transações comerciais. O declínio dos romanos, a partir do século V d.C., e a ruralização que se estabeleceu na Europa Ocidental fizeram com que a moeda perdesse força e o escambo se estabelecesse como principal meio de transação comercial.

A partir da Baixa Idade Média, o comércio recuperou sua força e as moedas começaram a circular em maiores quantidades. Atualmente, o escambo ainda existe e é utilizado por povos que adotam estilos de vida considerados rústicos. Em momentos de crise, como na Grande Depressão, foi comum que pessoas realizassem escambo devido à falta de dinheiro.

Acesse também: Negras forras e o comércio urbano colonial no Brasil

História do escambo no Brasil

O escambo também foi praticado no Brasil, e o caso mais simbólico desse modelo de transação comercial se deu no período da chegada dos portugueses à América. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, identificaram que uma árvore poderia ser explorada e trazer algum retorno econômico para o Reino de Portugal.

Essa árvore era o pau-brasil, e o interesse por ela se deu porque os portugueses não haviam encontrado ouro e prata na América e não tinham a intenção de explorar o território para tanto. Isso porque a prioridade deles naquele momento era continuar com a comercialização das especiarias obtidas na Índia.

Assim, explorar o pau-brasil era um jeito de manter uma mínima presença portuguesa na América e ainda obter algum ganho econômico com a terra. Foi quando os portugueses realizaram o escambo, pois passaram a utilizar a mão de obra dos índios para obterem as toras da árvore. O grande valor do pau-brasil não era a sua madeira, mas sim a resina presente nela, que permitia a fabricação de corantes.

Com isso, os indígenas aceitaram fazer o trabalho de localização, derrubada e transporte das toras para as feitorias portuguesas. Em troca, os colonizadores ofereciam facas, machados e outros objetos metálicos considerados valiosos pelos nativos. Essa troca pode ser caracterizada como um escambo entre índios e portugueses.

O escambo foi muito utilizado no contexto da exploração do pau-brasil (início do século XVI). Os portugueses davam bugigangas (apitos, espelhos, chocalhos) para os indígenas e, em troca de trabalho, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as caravelas portuguesas.

Qual é o significado da palavra escambo?

Significado de Escambo substantivo masculino Troca de mercadorias sem que haja uso de dinheiro. [Por Extensão] Qualquer tipo de troca e/ou permuta.

Qual a diferença entre escambo e permuta?

No princípio era o verbo, e em seguida o escambo, utilizado nos primórdios da colonização portuguesa no Brasil, significando troca de mercadorias por trabalho. Em troca, o nativo precisava derrubar muitas árvores de pau-brasil e depois carregar os troncos até as caravelas. ...

O que há de comum entre o escambo da Idade Média e o consumo colaborativo moderno?

As terras começaram a ter um único dono; o excedente não era trocado por coisas em falta – mas passou a ser acumulado; relações de confiança passaram a ficar estremecidas e a dar lugar a relações de desconfianças.

Qual é a diferença entre o escambo praticado no período colonial e o praticado na atualidade?

No inicio, os portugueses já faziam trocas monetizadas e negociavam via escambo com os indígenas. Na atualidade, o uso do dinheiro é predominante, e algumas pessoas trocam, como prática alternativa de consumo.

Qual é a diferença entre escambo e comércio?

Resposta: Comércio, no seu sentido econômico, seria promoção ou facilitação da troca, com vistas ao lucro. ... Escambo é a própria troca em si, sem essas "segundas intenções", isto é, sem que haja finalidade de lucro, porque é "para o consumo próprio" que ele se dá, sendo atividade econômica de subsistência.

O que é escambo e quais os principais produtos envolvidos nesse escambo?

Escambo é o comércio de bens, serviços, etc. em troca de outros bens, serviços, etc., e não pelo uso de dinheiro. Trocar é negociar serviços ou bens com outra pessoa quando não há dinheiro envolvido. Este tipo de troca foi invocado pelas civilizações iniciais.

Como os portugueses utilizaram o escambo no Brasil?

O escambo era realizado enquanto os índios davam pau-brasil aos Portugueses e, em troca, os Portugueses davam para os índios artefatos como espelhos, apitos, chocalhos (o que os interessava bastante por não ser comum entre eles).

Quem colaborou com os portugueses na extração?

O primeiro a se beneficiar dessa atividade econômica foi Fernando de Noronha que, em 1501, conseguiu a autorização junto a Portugal e se tornou o primeiro grande extrator da madeira tão desejada. Seu esforço gerou as bases da atividade econômica preponderante do início da colonização.

Quais eram os problemas ocasionados pelo sistema de trocas diretas de produtos também chamado de escambo?

Resposta: É conhecido pelo nome de Escambo a prática ancestral de se realizar uma troca comercial sem o envolvimento de moeda ou objeto que se passe por esta, e sem equivalência de valor. ... Outro problema do escambo é a possibilidade sempre existente de um grande desequilíbrio na operação das trocas.

Qual foi a primeira atividade econômica praticada pelos portugueses no território brasileiro?

O pau-brasil é muito conhecido, porque sua exploração foi a primeira atividade econômica exercida pelos portugueses na América Portuguesa durante o século XVI.

Quais foram as primeiras atividades de trabalho desenvolvidas no território brasileiro após a chegada dos portugueses?

Essas feitorias serviram como ponto de armazenamento da primeira atividade econômica praticada no Brasil: a exploração do pau-brasil. ... Os portugueses ainda tinham de lidar com as invasões dos franceses, que adentravam o território, aliavam-se com indígenas hostis e exploravam as árvores de pau-brasil.

Quais os trabalhos realizados pelos portugueses inicialmente?

O pau-brasil é uma árvore nativa do Brasil e sua exploração foi a primeira atividade econômica realizada pelos portugueses, quando chegaram aqui, no século XVI. A exploração dessa árvore foi tão intensa que a árvore quase foi extinta. O trabalho de derrubada da árvore era realizado pelos indígenas com base no escambo.

Quais as principais atividades econômicas trazidas pelos portugueses?

As primeiras atividades econômicas desenvolvidas pelos portugueses no espaço brasileiro foram advindas do extrativismo vegetal, isto é, com o corte de árvores para envio para a Europa.

Quais eram as principais atividades econômicas do Brasil no século XVI?

Vamos analisar as principais atividades econômicas do Brasil cada uma separadamente: Século XVI: Nessa época nós podemos citar como principal meio de negocia a fabricação da cana-de-açúcar nos engenhos. O que trouxe muito dinheiro para a Coroa Portuguesa e fez com que possíveis invasores se afastassem.

Quais foram as principais atividades econômicas desenvolvidas no Brasil no período de 1501 a 1875?

Resposta: Durante o período colonial, a principal atividade econômica foi o plantio e exportação da cana de açúcar, até meados do século XVII. No início da colonização, o território foi explorado com a extração de recursos naturais, como árvores, peles de animais, ervas, entre outros.

Qual era a principal atividade econômica do Brasil no século XVI?

No início do século XVI, iniciou-se o cultivo do primeiro produto realmente importante para a exportação e crescimento econômico brasileiro: o açúcar. ... Além de excelentes condições de cultivo, o local facilitava a saída do produto para a Europa e também a entrada de mão-de-obra escrava da África.

Que atividade econômica se desenvolveu no Brasil no século 20?

Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o setor terciário foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. O Brasil é um país que apresenta uma economia sólida, é exportador de uma grande variedade de produtos, fato que fortalece a economia.

Quais as bases da economia brasileira no século XVI?

A economia brasileira do no século 16 ,foi caracterizada pelo tripé monocultura,latifúndio e mão de obra escrava, e, apesar das grandes diferenças regionais, manteve-se, no período colonial, a unidade linguística, tendo se formado, nessa época, o povo brasileiro, junção e miscigenação de europeus, africanos eameríndios ...

Quais as principais atividades econômicas do Brasil no século XIX?

Já no século XIX, a atividade econômica predominante era a plantação e produção de café. Essa planta asiática foi a locomotiva da economia brasileira nos tempos imperiais, sendo fundamental para o surgimento do setor econômico que se desenvolveria no século passado: o industrial.