Processo de independência dos Estados Unidos resumo brainly

Juliana Bezerra

Professora de História

A Independência dos Estados Unidos, também chamada de Revolução Americana, foi declarada no dia 4 de julho de 1776.

A partir deste momento, a Inglaterra deixou de comandar os destinos dos americanos.

Inicialmente, de 1776 a 1787, os Estados Unidos ficaram sob o regime de Confederação, onde não havia um governo central e cada estado era soberano.

Posteriormente, em 1787, foi promulgada a Constituição, que uniu os territórios sob o regime de república presidencialista.

Antecedentes da Independência dos Estados Unidos

Após a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o Parlamento inglês decidiu aumentar as taxas nas 13 Colônias para cobrir os custos do conflito.

Os colonos também teriam que arcar com a construção de fortes, manter os soldados deslocados para o território americano e foram proibidos de atravessar os Montes Apalaches.

Desta maneira, George Grenville, primeiro-ministro britânico, enviou uma força militar de 10 mil homens, para a América. Um terço das despesas seria abonado com dois novos impostos: a Lei do Açúcar (Sugar Act) e a Lei do Selo (Stamp Act).

A Lei do Açúcar (1764) estabelecia novas taxas alfandegárias sobre grandes quantidades deste produto. No ano seguinte, foi aprovada a Lei do Selo, que obrigava o uso de uma estampa em documentos, livros, jornais, baralhos etc. Esta lei foi tão impopular e aconteceram tantos protestos, que o governo inglês a revogou.

Em 1767, diante de novas taxas sobre vidros, papéis, tintas e a Lei do Chá (Tea Act), que dava o monopólio desse comércio à Companhia das Índias Ocidentais, a crise eclodiu.

Descontentes, os colonos argumentaram que as leis eram ilegais. Afinal, eles faziam parte do Reino, mas não tinham representantes no Parlamento na metrópole. Este sentimento foi resumido no slogan “no taxation without representation” (nenhuma tributação sem representação). A reclamação, contudo, foi ignorada pelos ingleses.

Em 1770, ocorreu o Massacre de Boston, uma briga entre colonos e soldados ingleses que terminou com a morte de cinco colonos americanos. O fato rapidamente se tornou em um ato de propaganda contra os ingleses e animou ainda mais os colonos que desejavam a separação da Inglaterra.

Três anos mais tarde, em dezembro de 1773, como protesto pela Lei do Chá, vários colonos invadiram navios que estavam ancorados no porto de Boston e jogaram o carregamento de chá ao mar. O episódio ficou conhecido como “Festa do Chá de Boston”.

Em represália, em 1774, o governo inglês decretou os Atos Intoleráveis (ou Leis Intoleráveis), que atingiam, especialmente, os habitantes de Massachustes.

Os Atos Intoleráveis fecharam o porto de Boston até ser paga a indenização pelo chá destruído, se proibiram as reuniões, manifestações públicas contra o rei da Inglaterra, entre outros.

Guerra de Independência dos Estados Unidos

Indignados com as Leis Intoleráveis, representantes dos colonos reuniram-se no Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, realizado em setembro de 1774. Nele, resolveram enviar ao governo inglês um pedido para que fossem revogados os Atos Intoleráveis.

A resposta inglesa foi negativa e ingleses e colonos se enfrentaram nas batalhas de Lexington e Concord.

Ante as hostilidades, em 1775, os delegados dos estados voltaram a se reunir no Segundo Congresso Continental da Filadélfia onde declararam guerra à Inglaterra.

Nesta mesma ocasião, George Washington foi nomeado comandante das forças americanas e Thomas Jefferson ficou encarregado de redigir a Declaração de Independência. Esta foi aprovada no dia 4 de julho de 1776, colocando fim à dominação da Inglaterra no território americano.

Como era de se esperar, a Inglaterra enviou milhares de soldados para recuperar a região e o conflito se estenderia até 1783. Durante a luta pela Independência, os colonos contaram com a ajuda militar da Espanha, Holanda e França.

A Inglaterra foi derrotada e reconheceria a independência dos Estados Unidos através do Tratado de Paris, em 1783.

Consequências da Revolução Americana

A Revolução Americana separou os Estados Unidos da Inglaterra e inspiraria movimentos como a Revolução Francesa e as independências das colônias da América Latina.

Também foi a primeira vez que se colocaram em prática os princípios do Iluminismo, como a separação de poderes, a garantia à liberdade individual e à igualdade social.

Uma vez conquistada a independência, os colonos americanos começaram a expandir-se para o Oeste onde chocariam com os espanhóis, os nativos americanos e a questão da escravidão.

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Após conquistar sua independência no final do século XVIII, os Estados Unidos da América consolidaram-se como Estado-nação e passaram por grandes transformações durante o século XIX. Entre as mudanças ocorridas, destacou-se a grande expansão territorial que o país sofreu, seja pela compra de territórios, seja pela guerra.

Expansão territorial

Ao conquistar sua independência – oficialmente declarada em 1776, mas somente reconhecida pela Inglaterra em 1783 –, os Estados Unidos estabeleceram-se como uma república, adotando o sistema federalista que estipulava a autonomia dos estados americanos. Os primeiros presidentes da história norte-americana atuaram visando, principalmente, à consolidação política dessa nação.

No processo de independência, os Estados Unidos garantiram, a partir do Tratado de Paris de 1783, a posse das regiões a oeste dos Montes Apalaches. A ocupação dessas regiões foi motivo de atrito entre colonos e britânicos, pois a Coroa inglesa havia proibido a apropriação desses locais para evitar conflitos com as nações indígenas.

Com a independência e o fim da proibição inglesa, os americanos iniciaram uma intensa migração para ocupar esses locais. O território americano passou por outras alterações, como a compra da Luisiana dos franceses em 1803, a compra da Flórida dos espanhóis em 1819 e a compra do Alasca em 1867.

Durante esse processo expansionista, os grandes perdedores foram os nativos americanos que habitavam as terras a oeste das Treze Colônias originais. Os americanos, na busca desenfreada para ocupar essa região, dizimaram milhares de indígenas, apossaram-se de suas terras e destruíram seu modo de vida.

Um dos grandes exemplos dessa dizimação foi o Massacre de Sand Creek, no qual mais de 150 indígenas do povo cheyenne foram mortos por tropas do exército americano. Entre os mortos, havia um grande número de mulheres e crianças. Outros povos como os sioux e apaches também foram vítimas da expansão territorial do “homem branco”.

Além desses meios usados para atingir o aumento do território, os Estados Unidos entraram em guerra com o México pela disputa da região do Texas, no período entre 1846 e 1848. Durante a chamada Guerra Mexicano-Americana, o México foi derrotado e obrigado a ceder territórios que hoje correspondem ao Texas, Novo México, Arizona, Califórnia, Colorado, Utah e Idaho.

Essa expansão territorial americana, durante o século XIX, foi justificada por uma ideologia conhecida como Destino Manifesto. Formulada a partir do artigo de um jornalista chamado John O’Sullivan, essa concepção defendia a ideia de que os Estados Unidos eram uma nação predestinada por Deus para realizar as conquistas de novos territórios e formar uma grandiosa nação. Essa ideologia legitimava ainda a violência cometida contra os indígenas no oeste.

A ocupação do oeste americano coincidiu com a descoberta de ouro em locais como a Califórnia e Dakota do Sul. Esse acontecimento deu início a uma verdadeira corrida pelo ouro, e milhares de pessoas mudaram-se à procura de enriquecimento pela mineração. Em muitos casos, essas ocupações levaram a conflitos com os indígenas.

O governo americano incentivava esse processo migratório com ações como a Lei do Povoamento (Homestead Act), de 1862, a qual tinha a intenção de garantir a posse do oeste para a população branca. Essa lei definia que qualquer cidadão americano a partir de 21 anos poderia comprar terras nessa região por um preço baixíssimo, desde que habitasse a terra durante cinco anos.

Guerra de Secessão

O século XIX, na história dos Estados Unidos, também foi marcado pela Guerra de Secessão que aconteceu entre 1861 e 1865. Os Estados do Norte e do Sul do país possuíam características e interesses totalmente distintos, que se chocavam, por exemplo, na questão do uso da mão de obra escrava. Esse desentendimento ampliou-se com a ocupação do oeste americano.

Os estados sulistas queriam estender o uso da mão de obra escrava para os novos territórios, enquanto os nortistas eram contrários a essa proposta. Isso levou a combates localizados no estado do Kansas, por exemplo, e, quando Abraham Lincoln – considerado um abolicionista pelos sulistas – foi eleito presidente, os sulistas optaram pelo separatismo.

Em dezembro de 1860, o primeiro estado sulista declarou a secessão e foi acompanhado por outros estados. A guerra começou quando as tropas confederadas (sulistas) atacaram as tropas da União (nortistas) em abril de 1861, em Fort Sumter. Esse conflito estendeu-se até 1865 e encerrou-se com a derrota e reintegração dos sulistas à União. O saldo da guerra foi de 600 mil mortos.

Uma das grandes transformações que a Guerra da Secessão trouxe aos Estados Unidos foi a abolição da escravidão no país, por meio da determinação do presidente Abraham Lincoln, em 1863, com a guerra ainda em curso. A abolição da escravidão nos Estados Unidos foi ratificada em 1865, quando a 13ª Emenda Constitucional proibiu oficialmente o uso de escravos nos Estados Unidos.

Após a guerra, os estados sulistas passaram pela reconstrução, devido a toda a destruição causada pela guerra, e foram gradativamente recuperando seus direitos políticos nos Estados Unidos. A sociedade sulista reagiu com indignação ao fim do trabalho escravo, e isso levou ao surgimento de grupos segregacionistas, como o Ku Klux Klan, que perseguiam a população afro-americana.