A ovulação tardia é um dos desafios para mulheres que desejam engravidar. Dezenas de pacientes podem se sentir frustradas ao descobrir que as tentativas anteriores de gravidez não deram certo, porque a sua fase ovulatória ocorre em momentos posteriores ao período esperado normalmente. Pensando nisso, criamos este artigo para abordar uma das principais dúvidas levantadas pelas pacientes no consultório médico: afinal, é possível engravidar com ovulação tardia?
Ovulação tardia: é comum ovular mais tarde?
O ciclo menstrual pode variar entre 25 e 35 dias. A grande questão para uma gestação natural é saber quando é o período fértil. Dizemos que o período fertil começa 5 dias antes da ovulação e que, as chances de gravidez aumenta quando as relações sexuais ocorrem mais próximo do período ovulatório.
Especialistas consideram que se a fase de ovulação ocorrer depois do 21º dia do ciclo, as mulheres são diagnosticadas com ovulação tardia. Mas atenção, essa condição não oferece impactos negativos ao ponto de comprometer a fertilidade feminina.
Sim, é possível engravidar mesmo com ovulação tardia!
Consideramos que é possível uma mulher engravidar mesmo em situações como ovulação tardia. Essa fase, na verdade, possui fatores de atenção que provavelmente podem causar problemas para mulheres tentantes. Devido à fase tardia para ovular, as pacientes enfrentam algumas dificuldades para monitorar o ciclo como um todo, identificar com precisão o momento de ovulação e os períodos férteis, além da dificuldade em avaliar as maiores probabilidades de relações sexuais resultar em gestação.
Por isso, é de extrema importância a avaliação de um especialista em infertilidade. Podemos identificar essas dificuldades, orientar sobre o período fértil e ajudar a alcançar o sonho de ter um filho apenas com um simples controle de ultrassom durante o ciclo menstrual.
Sintomas de ovulação tardia
As mulheres com a condição de ovulação tardia, geralmente, não apresentam sintomas específicos. No entanto, elas podem observar os sinais da fase ovulatória mais tardiamente no seu ciclo menstrual. O acompanhamento médico especializado é uma excelente alternativa para avaliar em conjunto com a paciente as características do ciclo. Como já falado, em alguns casos, é possível monitorar a ovulação com o ultrassom pélvico transvaginal.
Sinais da ovulação no ciclo menstrual
- mudança na temperatura corporal basal (TCB);
- alterações no muco cervical (geralmente, a secreção fica mais fina e escorregadia no período de ovulação);
- mudanças no colo do útero (na ovulação, fica mais macio, mais úmido e mais aberto);
- desconforto abdominal;
- aumento da libido;
- sensibilidade nos seios.
Deseja realizar o sonho da gestação? Agende sua consulta com a equipe da Viventre
Como relatamos durante o artigo, os sintomas de fase ovulatória tardia podem variar conforme as condições clínicas de cada paciente. Com o apoio de uma equipe médica de confiança, as mulheres tentantes podem esclarecer suas principais dúvidas sobre a influência da ovulação tardia para uma gestação futura. São muitos os tratamentos disponíveis na medicina reprodutiva para auxiliar os casais que desejam engravidar.
Entre em contato conosco e agende sua consulta com a equipe médica da Viventre, clínica especializada em tratamentos para reprodução assistida.
Existem alguns casos em que a, os exames de gravidez aparecem como negativos e só um tempo depois a mulher confirma a gestação. Quando isso ocorre, caracteriza-se a ovulação tardia, ou seja, ela não acontece no período esperado, podendo atrasar dias ou até semanas.
O problema é considerado comum e não existe nenhuma causa específica para que ocorra. Em geral, também não traz complicações para a da mulher, apenas pode atrapalhar quem esteja tentando engravidar e utilize métodos como a tabelinha para acompanhar o período de ovulação.
Ovulação tardia pode atrapalhar o uso da tabelinha.
Foto: iStock/Getty Images / Vivo Mais SaudávelQuando se tem o ciclo menstrual regulado, de 28 dias, a ovulação costuma ocorrer entre o 14° e 16° dias, ou seja, antes da próxima menstruação. De uma forma geral, diz-se que ela ocorre sempre 14 dias antes do fim do ciclo. Porém, com a ovulação tardia, não se ovula no dia esperado e, às vezes, ela vai muito além, podendo atrasar semanas e até mesmo um mês.
Costuma-se considerar que, quando a ovulação ocorre após o 16° dia, é um caso de ovulação tardia, pois acontece fora do período esperado. Não existe uma causa específica para isso acontecer. Inclusive, mulheres que apresentem um ciclo regular podem ter a ovulação desregulada em um mês.
Os motivos são variáveis. O corpo pode desregular a liberação dos hormônios que regem o ciclo menstrual, provocando o amadurecimento dos folículos ovarianos - no caso, o LH, liberado pela hipófise, sendo o principal agente.
Para perceber a ovulação atípica, além de prestar atenção no atraso menstrual, é importante ficar de olho no próprio corpo. Mesmo num caso assim, os sintomas são os mesmos. O sinal mais notável da ovulação é a diferença no muco vaginal; se ele apresentar um aspecto pegajoso e estiver transparente como clara de ovo, certamente se está no período.
Quais as consequências para a mulher?
A ovulação tardia não causa nenhum problema para a mulher e nem impede a gravidez, mas é por isso que as famosas tabelas pré-fabricadas utilizadas para contracepção não garantem total certeza. Como elas se baseiam em um ciclo regular, podem não acertar o dia da ovulação.
Isso é um problema principalmente para aquelas mulheres que querem engravidar, mas só têm relações no período que seria fértil,. Por isso, é importante também observar o ciclo e as mudanças no corpo, além de fazer uso dos para conseguir saber com mais certeza quando está ocorrendo o período.
Para quem busca a gravidez, é muito indicado o auxílio desses testes para ter mais segurança de que as tentativas de concepção estejam acontecendo nos dias certos. Para confirmar uma possível gestação, lembre-se de que sempre se deve esperar um tempo de até 10 dias do atraso da menstruação.
Se o resultado for positivo, comece o pré-natal e aproveite esse momento tão especial. Caso dê negativo, consulte um ginecologista para descobrir o motivo do atraso da menstruação, pois não é normal.
+Os melhores conteúdos no seu e-mail gratuitamente. Escolha a sua Newsletter favorita do Terra. Clique aqui!
Ovulação tardia: o que é, causas e diagnóstico
A ovulação tardia deixa o ciclo menstrual irregular, podendo dificultar a gravidez
É considerada uma ovulação tardia aquela que ocorre depois do período esperado.
A ovulação acontece quando o óvulo é liberado pelo ovário mensalmente, deixando o gameta feminino disponível na tuba uterina para poder ser fecundado por um espermatozóide, gerar um embrião e proporcionar a gravidez.
Segundo a ginecologista e obstetra Ana Paula Aquino, para entender o que é ovulação tardia, é importante lembrar que, quando se tem o ciclo menstrual regulado, de 28 dias, a ovulação costuma ocorrer entre o 14° e 16° dias, ou seja, mais ou menos 14 dias antes da próxima menstruação.
A fase pós-ovulação (fase lútea), costuma ser fixa em 14 dias. Dessa forma, uma ovulação tardia aumenta os dias da fase pré-ovulatória.
Aprenda como calcular a ovulação de acordo com a duração de seu ciclo.
A ovulação tardia atrasa a menstruação, levando-a a demorar mais tempo do que o normal para acontecer.
"Em um ciclo de 35 dias, a ovulação ocorrerá no 21º dia do ciclo, já que a fase lútea é fixa em 14 dias após a ovulação", exemplifica a ginecologista Ana Paula Aquino, que também é especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva.
A ovulação tardia não compromete a fertilidade feminina a ponto de impedi-la de engravidar. O que acontece, na verdade, é que esse fator pode dificultar a gravidez de uma mulher tentante.
Isso porque, como o ciclo menstrual é irregular com a ovulação tardia, acaba ficando mais complicado para a mulher saber quando é o seu período fértil ou quando ocorrerá a ovulação.
A principal causa de ovulação tardia é o desequilíbrio hormonal, podendo ser temporário ou a longo prazo, dependendo da causa. De acordo com a ginecologista e obstetra Karina Tafner, alguns fatores que podem levar a um desequilíbrio hormonal incluem:
- Estresse
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
- Doença da tireoide
- Hiperprolactinemia (aumento no nível de prolactina)
- Medicamentos (como uso prolongado de anti-inflamatórios não esteróides e antipsicóticos)
- Amamentação
- Uso de drogas ilícitas (como maconha e cocaína).
Mulheres com ovulação tardia não apresentam sintomas específicos. No entanto, existem sinais que podem indicar quando a ovulação está acontecendo.
"Eles podem ser percebidos pela pessoa, como um aumento e alteração do muco cervical, que fica mais transparente e elástico, parecido a clara de ovo; ligeiro aumento da temperatura corporal e uma pequena dor abdominal de um dos lados", ressalta a ginecologista Ana Paula Aquino.
No caso de mulheres que ovulam mais tardiamente, esses sinais da ovulação citados pela especialista são percebidos mais tarde no ciclo do que o esperado.
Entenda o que é e como fazer o teste de ovulação.
Para que a mulher consiga identificar se está ovulando tardiamente, ela precisa monitorar pelo menos três ciclos seguidos que demonstram o atraso na ovulação.
"Exames seriados de ultrassom transvaginal para monitorização do crescimento folicular podem informar em qual dia a ovulação está ocorrendo. As avaliações hormonais também podem auxiliar tanto no diagnóstico quanto na causa da ovulação tardia", indica a ginecologista Karina Tafner, especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO.
Além disso, a ginecologista Ana Paula Aquino ressalta que a ovulação tardia não é uma doença, ou seja, a mulher pode ter em qualquer momento da vida e pode ser passageiro. Por isso, o ideal é fazer um acompanhamento com um(a) ginecologista.
O tratamento da ovulação tardia consiste em tratar a patologia que esteja causando este quadro. A síndrome dos ovários policísticos e a hiperprolactinemia, por exemplo, devem ser tratadas junto ao médico para que, consequentemente, melhore o quadro de ovulação tardia.
Além disso, a mudança para hábitos saudáveis é essencial neste momento, como praticar exercícios físicos e mudar a alimentação, a fim de equilibrar os níveis hormonais e melhorar as chances de uma gravidez saudável.
- Médica ginecologista e obstetra Karina Tafner, especialista em Endocrinologia Ginecológica pela Santa Casa e especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO (CRM/SP: 118066)
- Médica ginecologista e obstetra Ana Paula Aquino, especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva (CRM/SP: 128.884).