O que significa azeite na Bíblia

NÃO DEIXE FALTAR O AZEITE

Texto: Mateus 25.1-13

Introdução:

No capítulo 24 Jesus começa a falar a respeito da sua segunda vinda, Ele fala sobre o princípio das dores, sobre a grande tribulação e sobre como acontecerá a sua segunda vinda propriamente dita, depois Jesus cita algumas parábolas fazendo comparação com o reino de céus, e são parábolas que nos ensinam para ficarmos preparados e vigilantes para o volta de Cristo. Jesus fala sobre a parábola da figueira, a parábola do bom servo e do mau, das dez virgens, que será objeto da nossa meditação e dos talentos, todos trazem uma mensagem de alerta, de vigilância, e depois culmina com o grande julgamento, tempo em que Jesus virá como Juiz, cheio de glória e majestade e julgará todas as nações.

O contexto nesta parábola das dez virgens é sobre um casamento, que inclui os preparativos, a festa, tradições e seus vários significados. Então Jesus usa esse acontecimento do casamento para transmitir uma mensagem de extrema importância para a Igreja, que é sobre a sua volta, sobre aquele grande dia em que vai se encontrar com a sua Igreja.

A cerimônia de casamento é geralmente precedida de um ritual, cada cultura tem os seus costumes, suas tradições. Aqui no Brasil a noiva geralmente usa um vestido branco, já na China usam-se três, podendo trocá-los durante a cerimônia, na Índia a noiva pinta as mãos e pés com desenhos de renas, muito bem trabalhados, os celtas, ciganos e alguns afro-americanos pulam uma vassoura, simboliza a sorte e felicidade, os gregos quebram pratos para mostrar que estão muito alegres, na cultura judaica o noivo quebra copos de vidro com os pés, para eles significa sorte, então são vários rituais e costumes diferentes em cada cultura.

Na época de Jesus, entre o povo judeu, o casamento também era um momento muito especial, todos os rituais eram bem ensaiados preparados com antecedência, as festas duravam sete dias, às vezes, até mais. Na cultura judaica a noiva, juntamente com suas amigas mais próximas, se enfeitava e esperava o noivo vir buscá-la, então cada uma levava a sua lâmpada e azeite, o noivo também se enfeitava e acompanhado dos seus amigos iam cantando e dançando com instrumentos já em clima de festa para buscar com noiva, e após, todos voltavam para o local onde seria realizada a cerimônia do casamento. Acontece que, às vezes, o caminho era longo e acabava o azeite e as mulheres tinham a responsabilidade de trazer azeite de reserva para iluminar o caminho de volta. Então Jesus fala que as prudentes são as que trouxeram uma reserva, as néscias não se preocuparam com esse detalhe, e por fim apenas as prudentes entram na casa para a cerimônia, após a porta é fechada e quem chega depois é considerado indigno e não pode entrar.

A quem podemos comparar as virgens dessa parábola? Aos crentes de hoje, alguns são prudentes, outros não.

Quem é o noivo? É Jesus, que vem buscar a sua Igreja.

O azeite é a reserva, simboliza a prudência, a vigilância, a presença do Espírito Santo, por isso não basta apenas dizer: eu sou crente, sou da igreja tal, meus pais são crentes, tem que ter algo a mais, tem que refletir na sua vida pessoal, tem que haver a mudança operada pelo Espírito Santo.

A pergunta que Deus faz para nós hoje é: como está a tua vasilha de azeite? Está cheia ou vazia? Você está agindo como um crente prudente ou néscio?

Algumas recomendações de Jesus para nós nessa parábola:

  1. TODOS NÓS VAMOS NOS ENCONTRAR COM DEUS (v.1)

Todas as dez virgens saíram ao encontro com o noivo, o texto diz que todas foram ao encontro, mas é importante destacar que havia uma diferença entre elas, cinco eram prudentes e cinco eram néscias, cinco estavam preparadas com uma reserva de azeite, mas as outras não.

Somente esse aviso que Jesus deu já era para nós corrermos para Deus imediatamente. O profeta Amós deu um recado à nação de Israel: “prepara-te Israel para encontrares com o teu Deus”. Então, todos vão prestar contas um dia para Deus e não pense que vai ser um encontro qualquer, vai ser um encontro com o próprio Deus. O que você tem feito da sua vida? Você acha que está levando uma vida que agrada a Deus? O que você vai ter para oferecê-lo naquele dia?

Comece a partir de hoje a encher a sua vasilha com azeite, seja prudente, pois quando Jesus voltar você estará com a reserva para poder acompanhá-lo até a grande cerimônia de casamento entre Cristo e sua igreja.

  1. DEVEMOS ESTAR PREPARADOS (v.3-4)

As virgens prudentes levaram além das lâmpadas o azeite de reserva, porque elas não queriam ficar de fora como aconteceu com as néscias. Então como nos prepararmos? À medida que oramos mais, e jejuamos, lemos a Palavra, consagramos a nossa vida, renunciamos ao pecado, Deus vai enchendo a nossa vasilha, uma oração, uma colher de azeite, uma leitura da Palavra, mais uma colher de azeite, evangelismo, mais uma colher de azeite, é assim que Deus faz, e quando você menos esperar estará transbordando, cheio de Espírito Santo, a sua vasilha vai estar cheia de azeite para iluminar a vida das pessoas por meio da luz do evangelho de Cristo. O crescimento espiritual do crente é gradual, como diz a Palavra: “de glória em glória”.

Deus está falando para cada um de nós: “te prepara, eu estou voltando”, e Deus quer encontrar uma noiva linda, santa, ataviada, pura, sem ruga ou mácula.

De que você está enchendo a tua vasilha? O que você tem acumulado na tua vida? Coisas que edificam ou coisas que trazem vergonha para o nome de Cristo. As néscias se esqueceram de uma coisa muito importante, o azeite, não deixe faltar o azeite na tua vida, Ele significa a presença do Espírito Santo, não se afaste do Espírito Santo, não O entristeça, ande com Ele o tempo todo e você crescerá na presença do Senhor cada dia mais.

  1. NÃO SABEMOS O DIA QUE JESUS VIRÁ (v. 13)

Nesta parábola, as virgens foram tomadas de sono e adormeceram, todas acordaram quando o noivo apareceu, mas somente as que tinham reserva de azeite puderam acompanhá-lo para as bodas, as outras ficaram de fora e a porta foi fechada, elas até tentaram entrar dizendo (v.11): “Senhor, senhor abre-nos a porta!, mas Cristo respondeu: “não vos conheço”

Muitos já marcaram datas da segunda vinda de Cristo, mas todos caíram no descrédito, porque a Bíblia diz em Mt. 24.36 que nem os anjos, nem o filho, somente o Pai sabe quando será o dia e hora, então não acredite quando marcarem data da volta de Cristo. Mas isso não é desculpa para ficarmos despercebidos iguais as virgens néscias, devemos ficar alertas. Jesus já avisava ao povo há mais de 2 mil anos, isso quer dizer que a volta Dele está mais perto que antes. A volta de Cristo vai ser visível a todos (Mt 24.27). Jesus pode voltar agora, amanhã, depois de amanhã, não sabemos, mas devemos aguardar com grande expectativa a volta de Cristo. Surgirão novos céus e nova terra, não haverá mais dor, nem lágrima, sofrimento, enfermidades. Em 1 Co 2.9 diz: “Nem olhos viram ou ouvidos ouviram, nem penetrou em coração humano o que Deus planejou para aqueles que o amam”. Você pode ter experimentado várias alegrias aqui nesta terra, ter conhecido lugares paradisíacos e lindos, mas nada disso se compara ao que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Será um lugar de alegria eterna, então devemos estar ansiosos por este dia, com o coração ardendo pela volta de Cristo. Você está ansioso pela volta de Cristo, ou você nem se preocupa mais, nem pensa mais sobre o assunto, achando que vai demorar muito ainda. Qual é melhor? Viver aqui nessa terra sofrendo as mazelas do nosso pecado ou na glória com Cristo? Com certeza, a nova Jerusalém é muito melhor que qualquer lugar nessa terra.

Conclusão:

Precisamos estar vigilantes e sermos crentes prudentes, pois um dia nos encontraremos com o Senhor, precisamos estar preparados para esse dia e também ansiosos e aguardando com grande expectativa pela volta de Cristo, pois não sabemos nem o dia, nem a hora, mas temos uma certeza: Ele vem! Maranata, Ó vem Senhor Jesus!

Azeite no hebraico significa “shemen”, “unguento” ou “graxa”, yishar, “reluzente, brilhante”.

No aramaico temos meshak, “unguento”. Azeite no grego significa “elaion”, (azeite de oliveira).

Veja a seguir todos versículos sobre Azeite que estão na Bíblia:

O tipo de óleo mais comum na bíblia é o de oliva; cultivavam-se oliveiras! Na Palestina, e o óleo feito por esmagamento da fruta produz um importante item comercial. Era usado na preparação de alimentos (1Rs 17.12), e também como combustível de lâmpadas (Mt 25.1). Na medicina, era um remédio valioso para distúrbios gástricos, e o povo também o aplicava em contusões e feridas (Lc 10.34 ).

O óleo de oliva era produzido por esmagamento das azeitonas com um pilão num almofariz de pedra (em forma de tigela) ou em um a prensa de madeira; o jardim do Getsêmani recebeu seu nome de prensas de óleo para processamento de frutos colhidos no monte das Oliveiras.

Unguentos cosméticos algum as vezes também chamados óleos (2 Sm 14.2; “óleo de mirra” em Et 2.12) eram usados para ungir o corpo. O óleo era usado em rituais religiosos. O azeite de oliva era oferecido entre as “primícias” (Ex 22.29) e misturado com algum as ofertas de alimentos (Lv 8.26). O óleo de unção para consagrar os sacerdotes era um a mistura especial.

Poucos dos ingredientes de Ex 30.22-33 podem ser claramente identificados.

  • “Mirra fluida” certamente era a essência volátil da goma de resina do bálsamo dos da Arábia, provavelmente aquecida com gordura ou óleo fixador para produzir um unguento perfumado que escorria .
  • “cinamomo odoroso” provavelmente era feito de casca de árvore ou madeira aromática;
  • “ cálamo aromático” era um tipo de raiz ou tronco; e,
  • “ cássia” pode ser uma casca aromática.

Vamos estudar dividindo em alguns pontos, a saber: Termos, Produtores de Azeite, História do uso do Azeite, Manufatura, Usos do Azeite, Usos Religiosos, Valor Comercial, Usos Figurados e Uso Moderno.

Termos

No hebraico temos shemen, “graxa” ou “unguento”, yishar, “brilhante” e “azeite claro”. Está  em foco o azeite de oliveira. (Nm. 18:12 e Dt. 7:13). No aramaico temos meshak, “unguento” (Ed. 6:9 e 7:22). No grego temos elaion, “azeite de oliveira”.

Produtores de azeite

Vários animais, peixes e plantas, mais especificamente ainda, as azeitonas. Há doze tipos  diferentes de óleos vegetais, entre os quais citamos a oliva, o rícino, o babaçu, a amêndoa, etc.

História do uso do azeite

A origem do uso de azeite perde-se nas brumas da antiguidade. Há óleos mencionados nos registros históricos de todos os povos. Os egípcios tinham muitos tipos de óleos, de muitos produtos diferentes. Na Grécia o azeite de oliveira remonta até onde os registros recuam. Também eram usadas gorduras animais, embora o azeite de oliveira fosse o principal óleo dos antigos.

Sabemos sobre o culto da oliveira em Creta, desde 2500 A.C. O cultivo da oliveira e o uso de seu azeite, com vistas a muitos propósitos, inclusive para cozinhar, era comum nas terras que margeavam o Mediterrâneo oriental, tendo chegado a Roma desde 580 A.C. Moisés chamou a Palestina de «terra de oliveiras» (Dt 8:8), o que significa que quando o povo de Israel ali chegou, já encontrou essa espécie vegetal.

Manufatura

As azeitonas eram espremidas à mão, pisadas, ou esmagadas em moinhos (Ex 27:20; 29:40; Lv 24:2; Nm 28:2).  Uma boa oliveira pode produzir nada menos de 60 litros de azeite, anualmente. As azeitonas precisavam ser esmagadas com cuidado, para que o caroço não fosse partido, o que liberaria um líquido indesejável. Para que o fruto produzisse bom óleo, a polpa devia ser ensopada em água quente, e então ser espremida uma segunda vez.

Se o processo fosse repetido, haveria mais algum azeite, embora de qualidade inferior. Então deixava-se o líquido em repouso, em uma jarra ou gamela, para que as impurezas se juntassem no fundo, por decantação. Havia prensas comerciais de grandes dimensões, como aquelas que foram encontradas em Debir e Bete-Semes, em Judá, datadas dos séculos X e VI A.C.

Usos do azeite

  • Como alimento (I Reis 17:12; II Reis 4:2). O azeite era misturado com a farinha de trigo, para o fabrico de pão (I Reis 17:12), ou para o fabrico de bolos (Lv 2:1; 4-7). Os gregos faziam a maza, uma espécie de mingau, do qual participava o azeite de oliveira. As azeitonas, sem qualquer preparação prévia, serviam de alimento para os antigos. Para os israelitas, a azeitona e seu azeite revestiam-se de primária importância (Jr 31:12; 41:8; Lc 16:6). Sua abundância era considerada um sinal de prosperidade (Joel 2:19).
  • Como cosmético, para ungir a pele do corpo, os cabelos, etc., ou simplesmente para efeito de beleza. (Dt 28;40; II Sm. 12:20; 14:2 e Rute 3:3).
  • Para ungir os mortos.
  • Como medicamento: O azeite era esfregado no corpo quando a pessoa estava febril, ou era usado em banhos e na unção de ferimentos (Isaías 1:6 e Lc 10:34). Flávio Josefo fala no uso de azeite quente, em banhos, para  cura de certas enfermidades. O azeite de oliveira era usado como um rito, na unção dos enfermos, no aguardo da prometida intervenção divina (Tg 5:14).
  • Como sinal de hospitalidade: Pés e mãos eram lavados e ungidos com azeite, como sinal de cortesia prestada aos visitantes (Sl 23:5). A negligência quanto a esses cuidados era considerada uma descortesia (Lc 7:46). Esse azeite usualmente era propositalmente perfumado.
  • Para efeito de iluminação: O azeite era o combustível usado nas antigas lâmpadas, que usavam pavios de pano torcido, de algodão ou de palha (Mt. 25:1-8 e Lc 12:35).

O azeite de oliveira é usado com propósitos religiosos desde a remota antiguidade. No papiro Petersburg, à deusa-cobra são prometidos nove azeites santos, para ungir a sua estátua. Na Bíblia, o azeite da unção era uma cerimônia que envolvia reis (1 Sm 10:1), sacerdotes (Lv 8:30), profetas (Isaías 61:1) e até o escudo dos guerreiros (2 Sm 1:21 e Isaías 21:5). O tabernáculo e seus móveis foram ungidos (Ex 30:22,23). O azeite era usado como combustível que permitia que o candeeiro permanecesse perpetuamente aceso no santuário (Ex 27:20).

Era oferecido juntamente com o cereal (Lv. 2:4-6), e fazia parte do dizimo (Dt 12:17). Também era oferecido aos ídolos (saías 57:9). O uso do azeite, nos sacrifícios, indicava a alegria e o júbilo, ao passo que a ausência de azeite indicava necessidade e humilhação (Isaías 61:3 e Joel 2:19).

Valor comercial do azeite

O azeite figurava entre os principais artigos do comércio, juntamente com os cereais e o vinho (Nm. 18:12; Dt 7:13). Era largamente negociado (Ez 27:17; Lc. 16:6). As riquezas de uma pessoa eram parcialmente calculadas em termos de azeite. Óleo batido (que era o melhor azeite) formava parte do pagamento anual de Salomão a Hirão, de Tiro (1 Rs 5:11).

O azeite era um produto de valor suficiente para que Eliseu aconselhasse a viúva a pagar sua dívida mediante a venda de azeite (2 Reis 4:7). Era guardado nos tesouros reais juntamente com ouro, prata e especiarias (2 Reis 20:13), e também era usado no pagamento do tributo (Oseias 12:1). Ismael poupou as vidas de dez peregrinos vindos de Siquem, quando eles lhe ofereceram azeite, juntamente com trigo e cevada. Ostraca dos dias de Jeroboão II, encontradas em Samaria, dão testemunho do comércio do azeite.

Em Apocalipse 18:12.13, o azeite é alistado entre os produtos preciosos, juntamente com o marfim, os cavalos, as especiarias, o vinho e os escravos. Havia negociantes especializados no comércio do azeite (Mt. 25:8).

Usos figurados

  • símbolo de abundância (Provérbios 21:17);
  • símbolo de alegria (Sl. 45:7);
  • a ausência de azeite era evidência do desprazer divino (Joel 1:10); e a sua abundância representava as bênçãos divinas (Joel 2:24);
  • as palavras enganosas são comparadas ao azeite (Sl. 55:21).
  • o Espírito Santo e Sua unção são representados pelo azeite (Lv 8:13; 1 Sm 10:1; Isaías 61:1 e Mt 25:1,8,9);
  • as palavras da mulher sedutora são comparadas ao azeite (Provérbios 5:3);
  • as consolações do evangelho assemelham-se ao azeite (Isaías 61:3 e Hb. 1:9);
  • o azeite simbolizava a unção aprovadora de reis, profetas, e do próprio Messias (Hb 1:9).

O bispo católico romano consagra três óleos santos na Terça-feira Santa:

  1. O óleo dos catecúmenos, derivado da prática do uso do óleo da unção, por ocasião do batismo, o qual é usado nos atos de batismo, consagração de igrejas, altares, ordenação de sacerdotes e coroação de monarcas católicos romanos.
  2. Na crisma é usado o azeite de oliveira misturado com bálsamo, para unção no batismo, na confirmação nas Santas Ordens, nas igrejas, nos altares, nos cálices, nos sinos e nas águas do batismo.
  3. O óleo da extrema-unção, usado nos moribundos.

Fontes:

R. N. Champlin; O Antigo Testamento Interpretado. Editora Hagnos

Derek Willians; Dicionário Bíblico Vida Nova. Editora Vida Nova

Última postagem

Tag