RELATO: OS PIRATAS EXISTEM!
Na nossa segunda volta ao mundo
na trilha de Magalhães, (1997-2000)
Enfrentamos em nossa rota muitos perigos, ao passarmos por regiões onde aconteciam ataques de piratas. Fomos vítimas de uma tentativa, mas conseguimos fugir.
Muitas pessoas, e mesmo navegadores sem conhecimento ou informações atualizadas, acham que o assunto é ficção, mas o perigo é real e está aumentando pelos mares do mundo. Os piratas atacam veleiros, barcos de mergulho e navios de carga. Mas o mais recente ataque foi a um navio de cruzeiro!
Na semana passada, no dia 5 de novembro, o navio Seabourn Spirit navegava pelo noroeste da África, no oceano Índico, na costa da Somália quando foi atacado por dois pequenos barcos com piratas armados.
O incidente ocorreu no início da manhã, por volta das 05:30. Os passageiros foram acordados com o barulho de tiros e explosões de granadas. O capitão Sven Erik Pedersen ordenou que todos os passageiros fossem imediatamente para o salão principal, na área interna do navio, para ficarem protegidos, longe da área aberta, exposta ao perigo. O capitão fez de tudo para evitar que os piratas subissem a bordo.
A tripulação do navio iniciou imediatamente ações de proteção e ações evasivas utilizando armas sônicas, e os homens armados dos dois pequenos barcos não tiveram como subir a bordo. O navio, então, saiu da área de risco.
O Seabourn Spirit tinha, no momento do ataque, 151 passageiros e 161 tripulantes. Destes, apenas um tripulante foi levemente ferido por estilhaços. O navio sofreu apenas arranhões na pintura e pequenos amassados que não comprometem sua estrutura.
O cruzeiro estava se dirigindo para Mombasa, no Quênia, o último destino de um roteiro de 16 noites que saiu de Alexandria, no Egito. O último destino foi mudado para as ilhas Seicheles.
Nesse mesmo local, em 1993, o veleiro Serenité de amigos nossos franceses, foi atacado por piratas e seu proprietário foi baleado e morreu ao tentar evitar o ataque e defender sua tripulação.
As empresas que têm navios que passam por esta região deverão evitar estes locais por um bom tempo para a segurança de seus hóspedes.
Heloísa Schurmann - Diário de Bordo – 8 de Novembro de 2005
Entendendo o texto:
01 – O texto fala sobre aventuras vividas no mar.
a) Qual é o ambiente onde essas aventuras são vividas? Descreva-o de acordo com as pistas que o texto oferece.
Na Trilha de Magalhães. Enfrentamos em nossa rota muitos perigos, ao passarmos por regiões onde aconteciam ataques de piratas. Fomos vítimas de uma tentativa, mas conseguimos fugir.
02 – O texto cita duas referências do tempo em que esses episódios aconteceram.
a) O que aconteceu entre os anos de 1997 e 2000?
A segunda volta ao mundo na Trilha de Magalhães.
b) O que aconteceu em 5 de novembro?
Aconteceu um ataque de piratas com dois barcos pequenos armados.
c) O fato que aconteceu no dia 5 de novembro é referente a que ano?
Aconteceu entre 1997 – 2000.
03 – O texto fala sobre diversas pessoas.
a) Quem eram os personagens envolvidos no episódio que ocorreu entre 1997 e 2000?
A autora, os passageiros e a tripulação.
b) Quem eram os personagens envolvidos no episódio que ocorreu em 5 de novembro?
O capitão Sven Erik Pederson, os passageiros e a tripulação.
04 – As aventuras narradas no texto são reais ou ficcionais?
Retire do texto um trecho que comprove sua resposta.
Reais. Muitas pessoas, e mesmo navegadores sem conhecimento ou informações atualizadas, acham que o assunto é ficção, mas o perigo é real e está aumentando pelos mares do mundo. Os piratas atacam veleiros, barcos de mergulho e navios de carga. Mas o mais recente ataque foi a um navio de cruzeiro!
05 – Qual é a intenção dos piratas ao atacarem as embarcações?
Roubar os bens, suas mercadorias e riquezas existente no navio.
06 – Leia o trecho abaixo, que foi retirado do 4° parágrafo:
" O incidente ocorreu no início da manhã, por volta das 05:30."
a) A que incidente o trecho está se referindo?
Os passageiros foram acordados com barulho de tiros e explosões de granadas.
07 – O texto é narrado por Heloísa. No entanto, no 1° parágrafo ela usa várias palavras que dão ideia de que ela não estava sozinha ao vivenciar aquela experiência.
a) Grife todas as palavras que confirmam essa afirmativa.
Nossa, enfrentamos, passarmos e fomos.
b) Reescreva o 1° parágrafo como se você estivesse narrando a aventura de Heloísa e de sua família.
Resposta pessoal do aluno.
O QUE VEM A SEGUIR
GABARITO: //professordiorges.blogspot.com/2021/08/gabarito-os-piratas-existem-relato-de.html
O texto abaixo faz parte do primeiro capítulo do livro Família Schürmann: um mundo de aventuras. Nesse livro, Heloísa Schürmann relata uma viagem feita por ela e sua família através dos oceanos, a bordo do veleiro Aysso. Da viagem, participaram Heloísa, o marido, Vilfredo, e os filhos deles - David e Kat, uma menina de cinco anos -, além de alguns outros tripulantes. Que situação você supõe que será relatada em um capítulo intitulado "Os piratas existem!"?
Os piratas existem!
A tarde caminha para mais um poente vermelho. A tensão e a ansiedade encurtam a ideia de tempo real, passando-nos a sensação de que o sol desliza no céu, de forma muito rápida, buscando a linha do horizonte.
A bordo, os olhos da tripulação deixaram de maravilhar-se com o mar liso e com as velas gordas de vento, que arrastam o Aysso para a frente, riscando bigodes de espuma na água transparente. Olhares inquietos varrem a costa. Buscam abrigo seguro para mais uma noite. Mais que um ancoradouro, o Aysso precisa de um esconderijo!
— Ali, ali! — Braços agitados apontam a entrada da enseada. Desnecessária qualquer outra orientação, a larga experiência do capitão já tinha adivinhado a baía. Poucos minutos depois, o veleiro deslizava para o abrigo. Velas arriadas, âncora cravada no fundo de areia, era hora de relaxar os nervos. Nenhum barco à vista. A solidão e o silêncio prometiam uma noite tranquila, de bom sono, bons sonhos...
Os mapas e as cartas náuticas indicam que estamos na Ilha dos Pássaros, um santuário de aves. O calor da tarde e a água transparente convidam a um mergulho. Impossível resistir. E quem quer resistir? De volta ao barco, o crepúsculo nos reserva um espetáculo inesquecível: milhares de aves, voando em formação, como uma grande ponta de lança pontiaguda, retornam para seus ninhos, depois de um dia de pescaria em alto-mar. A algazarra é ensurdecedora. A câmara fotográfica de Vilfredo tenta registrar o momento mágico.
Capitan, hay un barco llegando, a estibordo! — O aviso de Jaime quebra o encanto e nos devolve ao mundo real. O perigo está de volta...
Sul das Filipinas, Mar de Sulu, terra de piratas!
O barco, aparentemente um pesqueiro, cruza as pequenas ondas da entrada da baía e traça uma reta, rumo ao Aysso. A pouco mais de 100 metros, diminui a marcha, rodopia sobre o próprio eixo e larga a âncora.
Com uma baía tão grande, precisavam chegar tão perto? — questiona Vilfredo, voz baixa, quase um pensamento. — E já que o fundo aqui é todo de areia, podiam ancorar seguros em qualquer canto.
O barco é velho, malconservado, sujo. Conto 12 homens a bordo. Como é costume na região, todos ocultam os rostos, enrolados em velhas camisetas. Alguns sentam-se na borda do barco, jogam linhas com anzóis na água. Podem estar
pescando, mas quem garante? Uma garrafa roda de boca em boca. Pode ser água, mas é pouco provável. Um dos' homens do grupo aponta o braço para nosso veleiro, os outros caem na gargalhada. As sombras ficam compridas. Escurece. [...]
Desde que entramos no Mar das Filipinas, há três meses, a tensão e o medo passaram a fazer parte da rotina. É preciso atenção permanente com os barcos que navegam nas proximidades. De noite, o cuidado é redobrado. {...]
Infelizmente, este não era um medo infundado. O Centro de Pirataria da Malásia, em Kuala Lumpur, emitia avisos com detalhes preocupantes, a intervalos ainda mais preocupantes. Não foram poucas as vezes em que o Aysso mudou seu rumo para evitar os locais de ataques recentes.
Há 16 anos nossa família navega pelos mares do mundo. [...]
Quando planejamos refazer a rota de Magalhães, sabíamos que o Mar de Sulu, por onde passou o navegador, agora era reduto de violentos piratas. Também é fato conhecido de todos os navegadores que as águas das Filipinas e da Indonésia não apenas são as mais perigosas, mas abrigam (ou seria escondem?) o maior reduto de piratas do mundo. Os piratas do Mar da China são famosos desde os tempos antigos, da época dos descobrimentos, quando seus juncos foram bastante romanceados. Hoje, a história é muito diferente. Os piratas modernos possuem barcos rápidos, quase sempre roubados, e armamentos pesados [...].
O que se podia fazer? Reduzir o risco ao mínimo indispensável.
Nós, as mulheres a bordo do Aysso, passamos a nos vestir de jeito masculino: calças compridas, camisetas largas, bonés escondendo os cabelos compridos. Brincos, pulseiras e pintura eram absolutamente proibidos. Dessa forma, além de ocultar a presença feminina a bordo, aumentávamos o número de tripulantes homens. Sempre que um barco navegava nas proximidades, Kat permanecia recolhida em sua cabine. Ao desembarcar em algum porto, qualquer porto, nada se falava sobre o barco, nunca se mencionava a rota ou o próximo destino. As armas de sinalização e os foguetes de pedido de auxílio ficavam sempre à mão [...].
Noite sem lua. Por duas vezes, o barco filipino muda de posição, dentro da baía. Buscavam um melhor pesqueiro ou, ao contrário, preparavam o ataque? Vilfredo continua vigiando. Os binóculos de visão noturna permitiam acompanhar os movimentos a bordo do barco vizinho. Os homens bebem, a algazarra é grande. Sem mais nem menos, as luzes se apagam e o barco mergulha na escuridão e no silêncio.
— Vamos embora! — o sussurro de Vilfredo é uma ordem.
Rápida e silenciosamente, cada um dos tripulantes passa a desempenhar suas tarefas. A âncora sobe sem o menor ruído, na força dos braços, sem uso do motor, que poderia denunciar nossa manobra. As velas levantadas enfunam-se com o vento. Vilfredo, no leme, conduz o Aysso para a saída da enseada. Tudo isso no escuro, nem a luz da bússola foi acesa. No interior do barco, apenas o radar seguia ligado.
Jaime, encarregado de vigiar com o binóculo, alerta Vilfredo:
— Capitan, ellos balaram los botes a l'água, con hombres...
No mesmo instante, ouvem-se gritos. As luzes do barco voltam a se acender e fachos de luz vasculham a baía, iluminando a ilha. O Aysso desliza ao encontro das ondas, mar aberto, a caminho da liberdade. Os sons vão se perdendo na distância. Tiros ecoam na noite. Em que atiravam? Nunca saberemos...
O vento aumenta e permanece firme. O Aysso segue rápido, silencioso, mar adentro, deixando para trás a enseada, a ponta da ilha, o susto.
Infelizmente, a tensão e o medo continuariam a bordo por mais um longo tempo!
Heloísa Schürmann. Família Schürmann: um mundo de aventuras.
Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 12-17.
Com base no boxe O que vem a seguir e no texto do relato, responda às questões.
a) O que você imaginou sobre o título do relato se confirmou na leitura? Explique.
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b) De que viagem o relato trata?
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c) Quem relata essa viagem?
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d) Que meio de transporte é utilizado?
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e) Como é a região onde os fatos relatados ocorreram?
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2. Nos dois parágrafos iniciais, a autora fala dos sentimentos vividos pela tripulação.
a) O que provoca a tensão e a ansiedade mencionadas no primeiro parágrafo?
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b) Que sentimento a tripulação experimentou antes dessa tensão? A que fato esse sentimento estava relacionado?
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c) No segundo parágrafo, são utilizadas as expressões mar liso, velas gordas de vento e riscando bigodes de espuma. Que imagem elas constroem acerca desse momento vivenciado pela tripulação?
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3. A princípio, o problema inicial enfrentado parece ter sido solucionado.
a) Que parágrafos indicam que a tripulação obteve sucesso em sua busca?
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b) Que ações dos tripulantes revelam um momento de tranquilidade?
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4. Essa tranquilidade é interrompida a partir de determinada situação.
a) Que situação é essa?
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b) Como essa informação é apresentada ao leitor?
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c) Uma das frases do texto explicita, de forma resumida, o que se teme no território navegado. Transcreva-a.
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5. A autora relata alguns acontecimentos que sugerem perigo.
a) Que acontecimentos são esses?
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b) Além desses acontecimentos, há um dado objetivo que indica o perigo de o veleiro viajar por aquela região. Que dado é esse?
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6. No relato, como são caracterizados os atuais piratas?
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7. Cite três estratégias dos Schürmann para prevenir ataques dos piratas.
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8. No fim do relato, os viajantes decidem sair da baía.
a) Que pistas indicavam um possível ataque do barco filipino?
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b) Copie no caderno as frases a seguir, numerando-as de 1 a 3, de acordo com a sequência dos acontecimentos
1. A luz do barco voltou a acender e os homens procuravam algo na baía.
II. Ouviram-se tiros.
III.Os tripulantes do navio filipino entraram em botes.
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ANOTE AÍ
Nos relatos de viagem, as informações são descritas para possibilitar que o leitor imagine os locais e as situações vivenciadas pelo viajante. As descrições de sentimentos e sensações vividos por quem escreve também auxilia a caracterizar a e situação e a sensibilizar o leitor.
SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES
9. Ao longo do relato, há diversas informações relacionadas ao tempo. Além disso, também notamos a sequência em que esses fatos relatados ocorreram.
a) Há quanto tempo a família Schürmann navegava pelo mar das Filipinas? Que outra indicação de tempo revela a experiência dessa família em navegar?
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b) Qual é a importância desse tipo de informação ao longo do relato?
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10. Releia os trechos a seguir e observe as indicações de tempo destacadas.
Ali, ali! — Braços agitados apontam a entrada da enseada. Desnecessária qualquer outra orientação, a larga experiência do capitão já tinha adivinhado a baía. Poucos minutos depois, o veleiro deslizava para o abrigo.
Jaime, encarregado de vigiar com o binóculo, alerta Vilfredo:
— Capitan, ellos bajaram los botes a l'água, con hombres,..
No mesmo instante, ouvem-se gritos. As luzes do barco voltam a se acender e fachos de luz vasculham a baía, iluminando a ilha.
a) Cada uma dessas indicações de tempo está relacionada a que ação?
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b) Que efeito a ausência das indicações de tempo produziria no texto?
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11. No relato, são apresentadas indicações e características do lugar em que os acontecimentos relatados ocorreram.
a) Copie as informações que trazem essas indicações.
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b) Esses locais estão associados a quais acontecimentos?
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ANOTE AÍ
Por seu caráter descritivo, o relato de viagem é, geralmente, escrito no tempo presente. Para organizar as informações e dar maior precisão aos acontecimentos são utilizados marcadores temporais, que comunicam quando e em que sequência os fatos ocorreram. A objetividade e a precisão das indicações de espaço, bem como sua caracterização, possibilitam ao leitor associar as informações do texto aos locais visitados. |
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