O que é poder politico

O poder e a política são questões centrais, não apenas na Sociologia como também no dia a dia dos cidadãos, afetando a sociedade como um todo, em diversos momentos. Política não é feita apenas pelo presidente da República, pelos deputados, pelos senadores e por outros atores eleitos de quatro em quatro anos.

A política está no cotidiano, nas relações familiares, de vizinhança, escolares, de trabalho, comerciais, etc. Dialogar, explicar, compreender, convencer, ser convencido faz parte da política, assim como as relações de poder que interferem na vida dos indivíduos. Por isso é tão importante estudar o conceito de poder político e entender como ele funciona do ponto de vista teórico-acadêmico e como isso se aplica no dia a dia.

O que é poder político?

Antes de falar especificamente do poder político, é fundamental compreender o que é poder. Numa explicação mais geral, poder aponta para a capacidade de ação ou de produção de algum efeito.

No âmbito social, o poder está ligado à possibilidade de o indivíduo agir em relação a outro sujeito, determinando o comportamento do outro a partir de sua ação. As pessoas podem não apenas exercer poder, mas também ser objeto sobre o qual o poder é exercido.

Antonio Ozaí da Silva coloca no artigo O que é poder político? que o poder “se refere aos meios necessários para se alcançar fins almejados; ele se expressa na relação com a natureza – domínio do homem sobre esta – e nas relações que envolvem o gênero humano”.

Mas, toda ação humana, incluindo a de poder, é política? Para isso, deve-se entender a política. Inúmeros autores concordam que a política pode ser enquadrada como toda ação de mediação de conflito feita no meio social, que não descambe para violência física. Claro que esse termo diz profundamente muito mais coisas, podendo ser aplicado para questões de Estado e de governo, mas para o que importa neste texto já dá para compreender o todo.

Características

O poder político faz a junção dos dois conceitos ora aqui apresentados. Porém, neste caso, o conceito deve ser considerado a partir de um contexto específico do Estado moderno que é o monopólio do uso da força. Ou seja, o Estado mantém o seu poder político a partir da exclusividade da utilização da violência de forma legítima para proteger a ordem estabelecida.

Vale dizer que o poder político não é meramente o uso da violência física pelo Estado, mas a capacidade de o Estado ter o controle de poder usar esse recurso para combater ou coagir os indivíduos.

“O poder político pertence à categoria do poder do homem sobre outro homem, não à do poder do homem sobre a natureza. Esta relação de poder é expressa de mil maneiras, onde se reconhecem fórmulas típicas da linguagem política: como relação entre governantes e governados, entre soberano e súditos, entre Estado e cidadãos, entre autoridade e obediência, etc. Há várias formas de poder do homem sobre o homem; o poder político é apenas uma delas”, explica Norberto Bobbio, em “Estado, governo e sociedade”, citado por Silva.

Exemplos

Como se vê, esse monopólio tem que fazer parte de toda a sociedade, em que o poder de coação individual seja de exclusividade do Estado. Ou seja, o cidadão não pode pegar uma arma e matar outro indivíduo por discordar de algo ou achar que o outro praticou algum crime contra ele. A pessoa deverá denunciar o outro indivíduo na polícia, para que haja a investigação, e a Justiça é quem definirá se o sujeito é culpado ou não.

Sendo assim, a polícia (civil e militar, no caso brasileiro) é um exemplo de órgão do Estado que está autorizado a utilizar a força e a violência para manter a lei e a ordem que foram aceitas pelas pessoas que compõem a sociedade, já que a maioria age dentro dos limites das leis definidas pelas instituições do referido Estado.

Conclusão

Como vimos, o poder político pertence ao Estado, por uma condição dada a partir da constituição dos Estados modernos, em que o uso da força e da violência física saiu das mãos dos indivíduos (quando só se respondia à lei natural) ou do monopólio do rei (nos tempos da monarquia) e foi para os braços do Estado, responsável por garantir a segurança dos seus cidadãos e também por sustentar a ordem e o respeito às leis.

Esse poder político é exercido pelo representante do Estado eleito, seja o presidente, o governador ou o prefeito, a partir da nomeação de nomes para compor os cargos principais das pastas de segurança e das chefias das polícias.

Ao assistir a série norte-americana, Game of Thrones, é possível perceber um intenso jogo de poder e conquista, no qual os reinos- analogamente entendidos como os atuais Estados do mundo contemporâneo buscam conquistar a hegemonia do território. Essa conquista, muitas vezes, ocorre por meio de guerras, mas também pode ocorrer através de ações diplomáticas oriundas das relações políticas. Partindo da ficção, é possível compreender elementos da realidade, como os conceitos de Estado, poder e política, termos da sociologia e da filosofia que são cobrados com frequência na prova do Enem.

Fonte: //questoessociologicas.blogspot.com/2013/03/charge-estado-poder-e-policia.html. Acesso em 31/03/2020

O que é poder?

De modo geral, pode-se dizer que o termo “poder” designa a capacidade ou a possibilidade de agir e de produzir efeitos. Especificamente no sentido social, diz-se que poder se estende até a capacidade de um homem determinar o comportamento de outro homem, isto é, o poder do homem sobre os outros homens.

Além disso, há também o poder sobre as coisas inanimadas ou naturais, entretanto, esse tipo de poder só é relevante na medida em que se pode convertê-lo para exercer o poder sobre o homem. Por exemplo, o poder econômico não reside do dinheiro, ele reside no fato de que existe um outro indivíduo que se comporta da maneira almejada pelo detentor do dinheiro, devido à importância social do dinheiro. Ou seja, não é o objeto que possui poder, mas a relação social que esse objeto possui de determinar o comportamento alheio.

Tipos de poder:

  • Poder econômico: ocorre a partir da posse de determinados bens, necessários ou considerados importantes em algumas situações, utilizados para induzir aqueles que não os possuem a manter um comportamento, muitas vezes, a execução de um trabalho. (Exemplo: a posse dos meios de produção é uma grande fonte de poder).
  • Poder ideológico: se baseia na influência que algumas ideias possuem quando propagadas por uma pessoa com certa autoridade. A propagação dessas ideias produz mudanças no comportamento dos indivíduos. (Exemplo: a mídia possui poder ideológico, pois detém a posse de determinadas informações e o meio para propaga-las, mas, caso ela seja parcial, pode divulga-las de maneira manipulada para se beneficiar ou gerar determinado comportamento).
  • Poder político: baseado na posse de instrumentos para exercer força física, estabelecer leis ou definir as normas de conduta do agrupamento humano. Em suma, é possível dizer que o poder político possui o monopólio de direito (leis) e da força (coerção e repressão). (Exemplo: quando algum indivíduo infringe uma lei, ele pode ser privado do seu direito à liberdade).

O que é Estado?

Primordialmente, o Estado pode ser entendido como a instituição social que detém o poder de governo, isto é, o monopólio do direito e da força sobre o povo ou os povos de uma nação. No entanto, essa é uma definição genérica, pois diversos filósofos definem esse termo de maneiras diferentes. Dentre elas, pode-se citar:

Friedrich Hegel (1770-1831): afirmou que o Estado é a materialização do interesse geral da sociedade e está acima dos interesses particulares.

Karl Marx (1818-1883): na análise marxista, o Estado não representa o interesse geral, na verdade, ele defende os interesses das classes dominantes, donas das propriedades privadas. A forma de alterar isso seria a radicalização da democracia e, consequentemente, da emancipação política do homem. Entretanto, a emancipação política não seria suficiente para a libertação humana, que só poderia ser alcançada através da completa reorganização da sociedade, na qual se inclui a abolição da propriedade privada.

George Orwell (1903-1950): representa o Estado como um Grande Irmão (“Big Brother”), pois, de acordo com o autor, o Estado vigia os indivíduos vinte e quatro horas por dia, independente do lugar.

Questão

(Enem 2015) Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido, por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras.

(HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995).

Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a análise do historiador, na a) rigidez das normas jurídicas. b) prevalência dos interesses privados. c) solidez da organização institucional. d) legitimidade das ações burocráticas.

e) estabilidade das estruturas políticas.

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