Como faz para ser um neurocientista? Para ficar mais claro, vamos entender um pouco mais sobre essa área. A neurociência é um ramo da ciência que estuda, entre outras coisas, o funcionamento do sistema central, ou seja, a partir do nosso cérebro e suas ramificações. É uma área repleta de mistérios e que desperta a curiosidade de muitas pessoas. Na prática, a neurociência é uma especialidade de pós-graduação, e pode ser feita por profissionais de áreas como:
- Ciências Biológicas;
- Biomedicina;
- Medicina;
- Física;
- Engenharias, entre outras.
Entre todas as suas vertentes, a neurociência nos ajuda a entender melhor o nosso sistema nervoso e qual a influência sobre o funcionamento do corpo humano. E mesmo sendo amplamente citada no noticiário, principalmente quando acontece alguma descoberta na área, o entendimento da neurociência ainda é um mistério para muitas pessoas.
Confira neste artigo mais informações sobre a neurociência e como ser neurocientista. Descubra também as áreas de atuação e conheça alguns dos neurocientistas mais famosos do mundo. Como posso ser um neurocientista? Você saberá ao ler esse post!
Acompanhe!
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O que é neurociência
A neurociência é uma ciência interdisciplinar que se dedica ao estudo do sistema nervoso com o objetivo de:
- Entender o seu funcionamento,
- Compreender a sua estrutura;
- Desvendar o seu desenvolvimento;
- Entender as eventuais alterações do sistema nervoso no decorrer da vida.
E é por isso que o trabalho dos neurocientistas é extremamente minucioso e exige muita dedicação e estudos.
A neurociência estuda três elementos:
- O cérebro;
- A medula espinhal;
- Os nervos periféricos.
Afinal, em que trabalha um neurocientista?
De forma resumida podemos dizer que um neurocientista é o profissional responsável pelo estudo e análise das manifestações macro e microscópicas que ocorrem no sistema nervoso.
Entre as áreas de atuação de um neurocientistas estão:
- Neurofisiologia: estuda as funções do sistema nervoso;
- Neuroanatomia: estuda a estrutura do sistema nervoso e suas funções, dividindo-o em cérebro, coluna vertebral e nervos periféricos externos;
- Neuropsicologia: estuda a relação entre o sistema nervoso e as funções psíquicas;
- Neurociência comportamental: área relacionada a psicologia comportamental, estuda os fatores internos (pensamentos, emoções) e sua relação com o comportamento visível (fala, gestos, entre outras);
- Neurociência cognitiva: estudo da capacidade cognitiva do indivíduo, que inclui o raciocínio, a memória e o aprendizado.
Desse modo, um neurocientista pode trabalhar em laboratórios, clínicas, organizações de pesquisa, hospitais e também como professor em escolas e universidades. Assim, quanto maior a especialização nesta área, maior também é o campo de atuação profissional.
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Qual é o salário de um neurocientista?
A neurociência é uma área que remunera muito bem seus profissionais. Estima-se que assistentes de pesquisa em neurociência possam ganhar entre R$ 25 mil e R$ 35 mil. Já pesquisadores em fase pós-doutoral podem ganhar até R$ 45 mil, enquanto que os neurocientistas mais experientes ultrapassar a marca de R$ 60 mil. Segundo levantamento do site Glassdor, um neurocientista no Brasil pode ganhar em média R$ 20.146.
Quem pode cursar neurociência?
Como já citado no início deste artigo, para se tornar um neurocientista é preciso que o profissional, já graduado, faça uma especialização na área. Entre as graduações que preparam um profissional para se especializar em neurociência, estão os cursos superiores de:
É importante destacar que é a partir do curso de graduação que o profissional irá direcionar a sua área de atuação dentro das possibilidades da neurociência. No entanto outro caminho bastante procurado para trabalhar nesta área é investir em uma pós-graduação, principalmente para quem é professor ou pedagogo. Mais abaixo no texto listamos alguns cursos de pós-graduação que podem abrir os horizontes.
Mas, além da base de um curso de graduação e do aprimoramento por meio de uma pós-graduação, o que precisa mais para ser neurocientista. Veja uma lista de atribuições se você almeja ingressar na área:
O que precisa para ser um neurocientista:
- Realizar pesquisas que envolvem o entendimento do cérebro e do sistema nervoso;
- Analisar amostras de tecido cerebral;
- Utilizar resultados de exames conhecidos como ressonância magnética funcional (fMRI) e magnetoencefalografia (MEG), que permite acompanhar as operações cerebrais;
- Pesquisa e desenvolvimento de equipamentos na área a ser utilizado pelos médicos;
- Elaborar tratamentos para distúrbios do cérebro;
- Atuar sempre em conjunto com médicos e outros especialistas;
- Utilizar programação, análise de dados e tecnologia disponível;
- Buscar atualização em torno da bibliografia na área, além de participar de eventos e seminários.
Tem faculdade de neurociência?
A resposta é sim! A Universidade Federal do ABC, com Campus em Santo André e São Bernardo do Campo (São Paulo), oferece o curso superior em Neurociência na modalidade de Bacharelado. O aluno que deseja ingressar nessa formação precisa fazer isso por meio do Bacharelado interdisciplinar do curso de Ciência e Tecnologia.
Isso significa que o aluno deverá ser aprovado no curso de Ciência e Tecnologia e, após cumprir as disciplinas obrigatórias do curso e algumas exigências da graduação, solicitar uma reserva de vaga na formação específica em neurociência. E é por isso que a comunidade acadêmica não considera a Neurociência como uma graduação, mas sim uma especialização à parte.
Além disso, para se tornar um neurocientista você pode ter outras informações profissionais como já mostrado.
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Pós-graduação em neurociência
No Brasil existem diversas opções de especialização através de pós-graduação em neurociência. Essas especializações tem duração média de dois anos e meio e são ofertadas nas modalidades presencial e também a distância.
De forma geral, as especializações em neurociência abordam disciplinas como:
- Aspectos da Aprendizagem, Memória e Atenção na Neurociência
- Neuropsicofarmacologia
- Neurociência e Neuropsicologia
- Envelhecimento cerebral e patologias relacionadas
- Transtornos neuropsiquiátricos: estratégias de aprendizagem e inclusão, entre outras.
Algumas das faculdades brasileiras que oferecem a pós-graduação em neurociência são:
- Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC);
- Universidade Paulista (UNIP);
- Faculdade da Região Serrana (FARESE), no Espírito Santo;
- Instituto Pedagógico de Minas Gerais (IPEMIG);
- Grupo Educacional FAVENI, em Minas Gerais;
- Faculdade Metropolitana do Vale do Aço (FAMEV), em Minas Gerais;
- Instituto Souza, em Minas Gerais;
- Centro Educacional Dom Alberto, no Rio Grande do Sul;
- Faculdade Unyleya, no Rio de Janeiro e Maranhão, entre outras.
Portanto, o que é preciso para ser um neurocientista? A resposta é fazer uma graduação dentre as áreas correlatas e, depois, buscar uma pós-graduação em neurociência.
Neurociência aplicada à educação
Além das instituições citadas acima, outro curso bastante procurado na área é o de pós-graduação em Neurociência Aplicado à Educação, oferecido pela Estácio. A pós-graduação tem o objetivo de trabalhar uma nova compreensão de práticas pedagógicas a partir de processos cognitivos e emocionais. Nesse sentido, o aluno obtém conhecimentos neuropsicológicos a partir do campo da neurociência. Após o curso, o aluno pode trabalhar em clínicas, instituições de ensino e também em pesquisa científica.
O curso tem duração de 12 meses, com a abordagem de temas como a psicopatologia ao longo do ciclo de vida das pessoas. Além disso, trabalha conceitos na área como cognição, atenção, memória e linguagem.
Neuroeducação, Neuropsicopedagogia e Neuropsicologia
Outros três cursos de pós-graduação na área de neurociências estão em alta: Neuroeducação, Neuropsicopedagogia e Neuropsicologia.
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Neurocientistas famosos em todo o mundo
Para ajudar você a entender um pouco mais o papel da neurociência no desenvolvimento da humanidade, listamos aqui os neurocientistas mais famosos e importantes do mundo. Confira:
Antônio Damásio
Neurocientista português, Antônio Damásio dirige o Brain and Creativity Institute, na Universidade da Califórnia do Sul. Autor do livro “O Erro de Descartes”, o neurocientista defende que a parte do cérebro que controla as emoções e ações básicas está relacionado a parte da razão.
Sua frase mais famosa é “toda e qualquer expressão racional está baseada em emoções“.
César Nunes
O brasileiro César Nunes é professor titular da Faculdade de Educação da UNICAMP e coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas PAIDÉIA. Nunes é autor de 26 livros que abordam temas como: Ética, Filosofia, Educação e Sexualidade.
Conhecido no mundo todo, o neurocientista brasileiro é considerado um dos maiores palestrantes e conferencistas da área educacional.
Eric Kandell
Professor de neurociência na Universidade de Columbia, Eric Kandell é diretor do Instituto Kavli para a Ciência do Cérebro. Kandell defende a importância da neurociência para contribuir com mudanças significativas na Educação graças a estudos sobre o armazenamento de informações no cérebro.
Ivan Izquierdo
Radicado no Brasil, o neurocientista argentino Ivan Izquierdo é professor de medicina e coordenador do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Izquierdo possui um amplo trabalho sobre armazenamento e evocação da memória.
O neurocientista é um dos mais reconhecidos e respeitados de todo mundo. É Doutor Honoris causa da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e recebeu o Prêmio em Ciências da Fundação Conrado Wessel (2007). Seu título mais importante é a nomeação como Professor Honorário da Universidade de Buenos Aires.
Susan Adele Greenfield
A neurocientista britânica Susan Greenfield é cofundadora da Neuro-Bio, empresa de biotecnologia com foco no tratamento de doenças degenerativas.
Famoso por popularizar a ciência, Greenfield pesquisa a psicologia do cérebro com ênfase no estudo das causas do mal de Parkinson e Alzheimer. Além disso, é reconhecida por seus livros, que abordam temas da neurociência, mas em linguagem acessível ao grande público.
Suzana Herculano-Houzel
Reconhecida por seu trabalho de divulgação científica, a brasileira Suzana Herculano-Houzel tem como foco a pesquisa de neuroanatomia comparada.
Entre as descobertas de seus estudos estão a um método de contagem de neurônios em cérebros humanos e de outros animais e a relação entre a área e espessura do córtex cerebral e o número de dobras em sua superfície.
Aposte na área de neurociência
Como faço para ser neurocientista? Fez sentido para você? Agora é hora de buscar mais informações sobre as graduações que podem capacitar você para atuar neste ramo tão importante da ciência.
Por isso, confira no nosso blog informações e dicas sobre graduações superiores das mais diversas áreas.