Publicado pelo Ministério da Saúde e apoiado pelo Idec, o Guia Alimentar para a População Brasileira mostra que uma alimentação saudável ajuda a promover a sustentabilidade, a cultura alimentar e a produção local de alimentos. Show
A adoção do Guia Alimentar como base para orientar a população brasileira a promover uma alimentação saudável e fortalecer a formulação de políticas públicas voltadas a possibilitar escolhas alimentares mais saudáveis. O que é importante saber sobre o assunto
Dados importantesO alto consumo de ultraprocessados está comprovadamente associado à problemas de saúdeEstudos realizados com populações variadas e com diferentes desenhos metodológicos confirmam que o consumo de produtos ultraprocessados provocam ganho de peso e aumento da adiposidade, diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares, depressão, câncer de mama e cânceres em geral, asma em crianças, disfunções renais e mortes prematuras. Fontes: Diálogo sobre ultraprocessados: soluções para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis; Alimentos ultraprocessados: Uma ameaça global à saúde pública Porque os ultraprocessados fazem mal à saúde?O consumo de ultraprocessados piora a ingestão nutricional por conta de sua alta quantidade de açúcares, sódio, gorduras saturadas, gorduras trans e carboidratos altamente refinados na alimentação. Além disso, contém substâncias químicas prejudiciais à saúde como contaminantes, aditivos industriais e compostos químicos decorrentes das embalagens. Fonte: Diálogo sobre ultraprocessados: soluções para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis Porque o consumo de ultraprocessados está tão alto?O consumo excessivo de ultraprocessados está associado a conveniência, sabor e marketing abusivo. Os produtos em geral são prontos para comer ou para esquentar e são elaborados para não saciar o consumidor. O marketing é altamente abrangente e persuasivo, frequentemente direcionado a crianças, bem como posicionamento eficaz das marcas. Além disso, muitas vezes os preços dos ultraprocessados são mais atrativos do que os produtos in natura. Fonte: Diálogo sobre ultraprocessados: soluções para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis Efeitos dos alimentos ultraprocessados para o meio ambienteA cadeia produtiva que privilegia as monoculturas – fonte dos ultraprocessados – tem sido apontada como o principal agente causador de grandes impactos ambientais. Ela é responsável por 80% da conversão do uso da terra e perda da biodiversidade, 80% do consumo de recursos hídricos e da contaminação de lençóis freáticos e por 20 a 30% das emissões de gases de efeito estufa. As embalagens desses produtos também são outra ameaça para a natureza. Fonte: Diálogo sobre ultraprocessados: soluções para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis Linha do Tempo
2011-2013
Etapas do processo de elaboração da nova versão do Guia: Etapa 1: Oficina de escuta na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, com participantes de todo o Brasil (profissionais dos setores da saúde, educação, assistência social e agricultura, professores de universidades, dirigentes de conselhos profissionais e de associações profissionais e membros de organizações de controle social de políticas públicas e de defesa do consumidor) Etapa 2: Elaboração da primeira versão da nova edição do guia alimentar por uma equipe integrada por técnicos do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde e pesquisadores do Nupens/USP. Etapa 3: Oficina de avaliação na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP). Participaram gestores, profissionais, representantes da sociedade civil organizada e pesquisadores (relação de participantes ao final deste Anexo). Etapa 4: Elaboração da segunda versão da nova edição do guia alimentar por uma equipe integrada por técnicos do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde e pesquisadores do Nupens/USP Etapa 5: Consulta pública, 27 oficinas estaduais. Encontros com conselhos regionais de nutricionistas e universidades locais e outras reuniões 2014
Processo de consulta pública da nova proposta do Guia Alimentar da População Brasileira (CP nº 04/2014, DOU 7/2/2014). O processo gerou 3.125 contribuições de 436 indivíduos e/ou instituições diferente, sendo 201 representantes de instituições de ensino; 102 pessoas físicas; 58 secretarias, departamentos, coordenações de órgãos federais, estaduais e municipais; 53 associações, conselhos e entidades da área de alimentação e nutrição e/ou segurança alimentar e nutricional e organizações e instituições sem fins lucrativos; 17 indústrias, associações e sindicatos de alimentos; entre outros. Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira: Relatório final da consulta pública 2014
Etapa 6: Elaboração da versão final da nova edição do guia alimentar após as contribuições da consulta públicapela mesma equipe formada por técnicos e pesquisadores da CGAN/MS, da Opas e do Nupens/USP. Publicação da 2ª versão final do Guia Alimentar da População Brasileira. Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira Os mitos sobre os alimentos ultraprocessados
As políticas que visam reduzir o consumo de produtos ultraprocessados prejudicarão o emprego.
Pelo contrário, o impacto destas políticas é positivo na saúde e na economia. Isso se confirmou com exemplos como o do Chile, que criou um conjunto de ações — restrições de marketing e venda de produtos alimentícios ultraprocessados e alterações na rotulagem frontal dos produtos — e não experimentou uma redução nos postos de trabalho ou nos vencimentos médios no setor de alimentos e bebidas. O mesmo ocorreu no México, em 2014. A criação de imposto sobre bebidas açucaradas na Filadélfia (EUA) tampouco impactou nos empregos da indústria.
Os produtos ultraprocessados podem simplesmente ser reformulados de modo a ficarem mais saudáveis.
A mera substituição de ingredientes ou adição de compostos “saudáveis” para melhorar ou mascarar um perfil nutricional deficiente não exime os produtos ultraprocessados de serem prejudiciais à saúde. Isso porque, independentemente dos ingredientes, permanecem os processamentos intensos (como extrusão ou fritura por imersão), métodos considerados problemáticos. Além disso, há uma série de outras questões, como a alta palatabilidade que pode levar à dependência destes produtos, o conteúdo de contaminantes prejudiciais e a diminuição de alimentos mais saudáveis e minimamente processados da dieta.
A indústria de alimentos oferece ao consumidor apenas o que ele quer
Na realidade, a indústria cultiva a demanda dos consumidores por produtos ultraprocessados de maneira agressiva. Tais demandas são geradas por meio de campanhas publicitárias, promoções e construção de relacionamento com consumidores desde a infância. Além disso, as corporações transnacionais de alimentos e bebidas alavancaram seu enorme poder de mercado para alterar todos os sistemas alimentícios em seu benefício: elas controlam o preço, a disponibilidade, a qualidade nutricional e a conveniência de seus produtos e o resultado visto em todo o mundo é o rápido crescimento no consumo de produtos ultraprocessados e de doenças relacionadas ao seu consumo. O que está acontecendoConjunto de ataques ao Guia Alimentar
Coordenadora do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, Ana Paula Bortoletto, fala sobre os recentes ataques ao Guia Alimentar. Artigo de Teresa Liporace, diretora executiva do Idec, publicado na coluna Tendências e Debates da Folha de S. Paulo. O Idec notificou o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) exigindo transparência e publicização dos processo internos que motivaram o pedido de revisão urgente do Guia Alimentar para a População Brasileira encaminhado como nota técnica ao Ministério da Saúde. O Idec assina o manifesto em defesa do Guia contra o pedido da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, enviou ofício ao Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, solicitando a urgente revisão do Guia Alimentar para a População Brasileira. O ofício é acompanhado de uma nota técnica que tenta negar as evidências científicas que atestam os malefícios à saúde provocados pelos produtos ultraprocessados. NotíciasPosicionamentos
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