Como comparar indices de shannon

A diversidade é composta pela variedade de espécies e o número de indivíduos dentro de cada espécie. Na maioria das vezes os estudos de diversidade estão relacionados aos padrões de variação espacial e ambiental. Desse modo, quanto maior a variação ambiental, maior será a diversidade de espécies do ecossistema.

Riqueza e diversidade de espécies são dois termos distintos ecologicamente que muitas vezes são utilizados de forma semelhante. A diversidade não está correlacionada ao número de indivíduos por hectare (densidade) da população, mas sim com conjunto de espécies e com o seu número de representantes. Já a riqueza, destaca o número de indivíduos de determinada espécies.

Uma das formas de quantificação da diversidade é através da contagem das espécies encontradas nas amostras. Dessa forma, a diversidade pode ser considerada a própria riqueza de espécies de determinada área. Segundo alguns autores, a diversidade é um parâmetro possível de ser mensurado, cujos valores encontrados podem ser explicados por uma série de teorias e expressões matemáticas.

Há também, autores que defendem que o conceito de riqueza de espécie, é o número de espécies amostradas na comunidade, o que poderia ser uma definição de diversidade. Seguindo essa vertente, estudos realizados apontam para o surgimento de um outro conceito, que é o de equabilidade, definida como a igualdade relativa dos valores de importância (VI) de espécies dentro de uma amostra. A seguir estão descritos alguns dos principais índices de diversidade:

Índice de Shannon-Weaver (H’)

O índice de diversidade de Shannon-Weaver, considera igual peso entre as espécies raras e abundantes. Ele fornece uma ideia do grau de incerteza em prever, a qual espécie pertenceria um indivíduo retirado aleatoriamente da população. Quanto maior for o valor de H’, maior será a diversidade florística da população em estudo. Este índice pode expressar riqueza e uniformidade e é dado por:

Como comparar indices de shannon

em que:

N = número total de indivíduos amostrados;

n i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;

S = número de espécies amostradas;

 ln = logaritmo de base neperiana (e).

Simpson (C)

O Índice de dominância de Simpson mede a probabilidade de dois indivíduos, selecionados ao acaso na amostra, pertencer à mesma espécie.

Uma comunidade de espécies com maior diversidade terá uma menor dominância.
O valor estimado de C varia de 0 (zero) a 1 (um), sendo que para valores próximos de um, a diversidade é considerada maior.

Ele tem formulação derivada da teoria das probabilidades e é utilizado em análises quantitativas de comunidades biológicas. Este índice fornece a ideia da probabilidade de se coletar aleatoriamente dois indivíduos da comunidade e, obrigatoriamente, pertencerem à espécies diferentes.

Como comparar indices de shannon

Como comparar indices de shannon

em que:

 l = é a medida de dominância

C = índice de dominância de Simpson;

n i = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;

N = número total de indivíduos amostrados;

S = número de espécies amostradas.

Equabilidade de Pielou (J)

O índice de Equabilidade pertence ao intervalo [0,1], onde 1 representa a máxima diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente abundantes. O índice de Equabilidade de Pielou é derivado do índice de diversidade de Shannon e permite representar a uniformidade da distribuição dos indivíduos entre as espécies existentes. Seu valor apresenta uma amplitude de 0, que é a uniformidade mínima, até 1, sendo esta, a uniformidade máxima.

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em que:

 J’ = índice de Equabilidade de Pielou;

 H’ max = ln(S) = diversidade máxima;

S = número de espécies amostradas = riqueza.

Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM)

O “Coeficiente de Mistura de Jentsch” dá uma idéia geral da composição florística da floresta, pois indica, em média, o número de árvores de cada espécie que é encontrado no povoamento. Dessa forma, tem-se um fator para medir a intensidade de mistura das espécies e os possíveis problemas de manejo, dada as condições de variabilidade de espécies.

Como comparar indices de shannon

em que:

S = número de espécies amostradas;

N = número total de indivíduos amostrados.

Quanto mais próximo de 1 (um) o valor de QM , mais diversa é a população.

No caso do software Mata Nativa 4, o valor de QM é apresentado em forma de proporção, ou seja, o programa faz uma divisão de N/S (inverte a expressão original) e o resultado apresentado é uma proporção do número de indivíduos em relação ao número de espécies para cada parcela e para o total.

Jackknife

Estimativas de Jackknife para índice de diversidade de Shannon-Weave são utilizadas onde a pressuposição de normalidade dos dados não é verificada.

Após se estimar o índice de Shannon-Weaver (H’), estima-se n pseudovalores aplicando a seguinte expressão:

Como comparar indices de shannon
para i = 1,…, n

Em seguida, estima-se a média (J) dos n pseudovalores Ji, o desvio-padrão (Sj) e o erro-padrão (Sj), mediante o emprego das seguintes expressões:

Como comparar indices de shannon

Como comparar indices de shannon

Como comparar indices de shannon

E estima-se o intervalo de confiança para H’, mediante o emprego da expressão:

Como comparar indices de shannon

em que:

Ji = pseudovalores de Jackknife

H’i = índice de Diversidade de Shanno-Weaver

N = parcelas de área fixa

 J= média aritmética dos n pseudovalores de

 Sj= Desvio-padrão

 SJ= Erro-padrão

IC= Intervalo de Confiança para H’

Cálculos dos índices de diversidade com o Mata Nativa

Com o Mata Nativa também é possível calcular os índices de diversidade. Basta selecionar a aba “diversidade“, escolher as opções de cálculo e clicar em calcular.

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Como comparar indices de shannon

Como comparar indices de shannon

Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa. Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou grande parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Fibria Celulose S/A e como consultora em projetos de Inventário Florestal, Averbação de Reserva Legal e Mapeamento de Áreas, na Florestal Jr. Atualmente é mestranda em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela UFRJ, Consultora de Comunicação da Ocyan e Gestora de Conteúdo do blog Mata Nativa.

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