A professora cantada na música popular brasileira

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Jornalismo

Porprofessor

02/09/2017

- Ampliar o repertório musical das crianças
- Aprender a ouvir/apreciar músicas diversas

- Estimular o desenvolvimento da linguagem das crianças

Conteúdo(s) 

  • Escuta musical
  • Repertório musical
  • Poesia
  • Canções

Ano(s) 

Tempo estimado 

4 aulas

Material necessário 

CDs: A Arca de Noé - volumes 1 e 2 (poemas de Vinícius de Moraes), Universal; De Paes para Filhos, de Paulo Bi (poemas de José Paulo Paes), MCD Records; Quero Passear, do Grupo Rumo, Palavra Cantada; Canções dos Direitos das Crianças, diversos artistas, Movieplay.

Desenvolvimento 

Avaliação 

Quando a atividade envolve música, é importante que o professor não compare as aprendizagens, mas que consiga observar as características de cada criança dentro do grupo. Ao escutar uma canção, elas não manifestam seu prazer e seu interesse da mesma maneira. Nem todas dançam ou batem palmas; algumas preferem se manter atentas, apenas escutando, o que não significa não gostar do que ouvem. É importante que o professor reconheça as manifestações de prazer e desprazer de seus alunos diante da música. Ele pode organizar rodas de apreciação musical, em que todos conversarão sobre suas músicas preferidas, sobre porque gostam ou não de determinada obra. Com isso em mente, podem ser bons critérios de observação: - As crianças incorporaram canções apresentadas na roda de música ao seu repertório? Cantam-nas espontaneamente? - As crianças se interessaram em procurar e localizar os poemas/letras de canções nos livros? - As crianças pedem, em outros momentos do dia, para que o professor toque as canções que escutaram na roda de música?   Quer saber mais? INTERNET Declaração Universal dos Direitos da Criança - Unicef A poesia infantil no Brasil: um panorama histórico, por Luís Camargo (escritor e ilustrador de livros para crianças) A arca de Vinícius de Moraes(letras dos poemas e link para ouvir as canções) BIBLIOGRAFIA A Arca de Noé, de Vinícius de Moraes, Cia. Das Letrinhas; Poemas para brincar, de José Paulo Paes, Ed. Ática; Declaração dos Direitos das Crianças, documento elaborado pela Organização das Nações Unidas, a ONU.   

Créditos: Maria Paula Zurawski Formação: Atriz, professora de Teatro e Música, co-autora do Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (área de Movimento), lançado pelo MEC em 1998.

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A reedição do livro Letras e letras da MPB, de Charles A. Perrone, professor da Universidade da Flórida e profundo conhecedor da música e da poesia brasileira contemporâneas, é de extrema importância para nos debruçarmos sobre os rumos atuais de nosso cancioneiro e de nossa poesia. Lançado em 1988, como desdobramento de sua tese de doutoramento, o livro apresenta uma série de portas de entrada e saída para o leitor que queira (re) pensar, hoje, a função, tanto social quanto estrutural, da canção popular brasileira, que, um dia, já foi chamada de nossa verdadeira grande arte...

O recorte temporal acionado para análise por Letras e letras da MPB, de fins dos anos 60 a meados dos anos 80, é sintomático de um momento específico dessa produção: quando fica explícito, na moderna sociedade de massas brasileira, geradora de frutos suculentos e artistas geniais, o enredamento poroso entre as raízes da música popular e da literatura culta, o intercâmbio criativo entre poetas, letristas, compositores, intérpretes, teóricos, críticos, acadêmicos. Fenômeno que pode ser visto como um desdobramento "natural" do coro de contrários, de viés anarcomístico ou construtivo/ experimental, formado pelos artistas brasileiros - plásticos, teatrais, literários, musicais, cinematográficos - como reação à ditadura, antes da dispersão e exílios, forçados ou não, causados pelo AI-5.

Contudo, tal conúbio canção popular/ literatura, dentro da história da música de mercado brasileira, tem precursores do porte de Orestes Barbosa ou Vinicius de Moraes, para não nos estendermos muito; e, se alargamos o espectro para a configuração de nossa cultura em geral, pode ser pensado como índice conceitual de nossa formação cultural rizomática, libertina/ libertária, ainda que sob condições coloniais, imperiais, ditatoriais. Gerador de obras que vão de Gregório de Matos, Domingos Caldas Barbosa, dos românticos freqüentadores da gráfica de Paula Brito, dos acadêmicos da Belle Époque com seus encontros fortuitos com os sambistas Donga e Pixinguinha, até as pesquisas nacionais populares de nossos modernistas.

Contudo, Perrone delimita o terreno onde vai pisar, introduzindo uma terminologia e modo de abordagem - complementar ao brilhante uso que faz da [End Page 245] análise lingüística e intersemiótica - até os dias de hoje não de todo absorvido como instrumental por nossos estudiosos de música popular e poesia, extremamente necessário para a compreensão da arte da canção/ poema na era pós-industrial: o de literatura como performance. Embora se detenha apenas na performance acústica, o autor já deixa em aberto para as gerações futuras de exegetas, a perspectiva de aproximação performativa-crítica do acontecimento canção - seja no universo virtual, hipertextual, na cena dos shows, nos recitativos, no teatro, nos registros digitais - quando relembra o conceito grego de mousike, que "englobava melodia e verso como uma unidade integrada, juntamente com a dança" (p. 24).

Com orelha de Augusto de Campos e prefácio de Amador Ribeiro Neto, esta segunda edição histórica comemorativa do 20º aniversário, revisada pelo autor, mantém a estrutura originária: partindo dos primórdios da poesia cantada no Ocidente para definir a especificidade do objeto abordado, faz reflexões morfofônicas, verbais, sintáticas e performativas sobre as modificações do verbo musical viajante. Nessa trajetória, passa por momentos de pico da arte do "motz el som," como, por exemplo, nas manifestações dos trovadores provençais medievais, até chegar ao dinamismo cultural eletrônico dos anos 60 no Brasil, quando, então, se aproxima do núcleo de seus estudos: as análises estilísticas, de estilete e inteligência técnico-conceitual em punho, que empreende sobre as obras de Caetano e Chico durante o período estudado.

Só pela qualidade dessas análises, o livro já seria um cl...

A professora cantada na música popular brasileira

Regina Machado é cantora, violonista e professora de canto com larga experiência tanto didática quanto artística. Possui 4 cds lançados (“Sobre a Paixão”, “Pulsar”, “agora o céu vai ficando claro” e “Multiplicar-se única – canções de Tom Zé”). Mestre em Música pela UNICAMP (2007) e Doutora em Letras pela FFLCH-USP, é professora da graduação em Música Popular e da pós-graduação em Música da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) além de idealizadora e proprietária do Canto do Brasil Atividade e Ensino Musical (São Paulo). Coordena o Vox Mundi – grupo de estudos da voz cantada. Em 2011 teve publicado seu livro A voz na canção popular brasileira-um estudo sobre a vanguarda paulista pelo Ateliê Editorial. Em 2017 escreveu o capítulo “Do cóccix ao fim do mundo – dois tempos de Elza Soares” para o livro As bambas do samba – mulher e poder na roda (EDUFBA) organizado por Marilda Santana. Nos anos de 2013, 2015 e 2018 organizou, respectivamente, o I, II e III Encontro de Estudos do Canto e da Canção Popular na UNICAMP. Em 2018 apresentou ao lado de Ná Ozzetti, Badi Assad e Lucina o show “Substantivo Feminino” em duas noites no Sesc Vila Mariana. No ano de 2019 teve o artigo escrito em parceria com Ricardo Lima, “Actâncias vocais – uma cartografia gestual do canto popular brasileiro contemporâneo” publicado pela Opus Revista Eletrônica da ANPPOM. Também em 2019 passou a integrar o trio “Líricas Modernas”, juntamente com Badi Assad e Lucina, dentro do projeto Sonora Brasil realizado pelo Sesc Nacional. Foram mais de 40 shows por diversas cidades do sul, sudeste e centro-oeste,  no qual atuam como cantoras, instrumentistas e compositoras. Em 03 de agosto de 2020, lançou juntamente com Consuelo de Paula, o vídeo da canção “Ayrá” https://www.youtube.com/watch?v=1RdymfJllpg , composta por ambas e que faz parte de uma obra (Pássaro Futuro) nascida nesses meses de isolamento social. Em julho deste ano participou como palestrante e integrante de mesa debatedora sobre o  ensino do canto popular no Festival Internacional de Música em Casa – FIMUCA (EMUFRN).