A importância dos movimentos sociais para a sociedade

##semicolon## Movimentos sociais. Lutas sociais. Luta de classes.

O artigo faz uma breve análise da importância histórica dos movimentos sociais para a sociedade e os desafios enfrentados por eles. É contextualizado o surgimento dos movimentos sociais no Brasil e os seus desdobramentos, bem como são apontadas tendências daqueles na cena contemporânea. Ademais, é realizada uma reflexão sobre a articulação do Serviço Social com os movimentos sociais.

A importância dos movimentos sociais para a sociedade

O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MT) promoveu o debate “A importância dos Movimentos Sociais na materialização das políticas sociais” durante o evento “80 anos do Serviço Social: uma profissão inscrita no Brasil”. O encontro teve o intuito de celebrar o dia do Assistente Social, comemorado dia 15 de maio. Realizada na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, no último dia 13, a plenária foi conduzida pela professora doutora Imar Domingos Queiróz. Para ela, os movimentos sociais são importantes também para a consolidação dos direitos sociais e direitos humanos.

“Os movimentos sociais foram, têm sido e são as forças sociais que mais produzem ou produziram avanços na sociedade de uma maneira geral. Porque, a partir deles, diversos movimentos sociais vão reivindicando direitos que contemplam não apenas eles, mas a sociedade como um todo. Se você pega o movimento feminista, por exemplo, elas lutam contra as relações de dominação e opressão. Mas são relações que, apesar de ser uma luta delas, beneficia a sociedade como um todo porque produz relações menos desiguais, menos violentas e de menor opressão. Esses movimentos têm momentos de ciclos, de fluxos e refluxos, estão muito vinculados à conjuntura. Determinadas conjunturas influenciam a atuação desses movimentos e eles têm mais forças e conseguem exercer pressão sobre o Estado para implementação de políticas públicas de direitos sociais”, disse Imar.

Diante desse quadro, tem-se a preocupação de retratarmos um assunto pouco relevante para alguns na sociedade, os movimentos sociais como são conhecidos, são organizações da sociedade civil, tendo como principal meio de formação o ato coletivo.

Os movimentos sociais são imprescindíveis instrumentos de reivindicações, influência, e transformações na sociedade, são eles responsáveis pelas divergentes reconquistas e cobranças de mudanças e medidas, estando sempre focado na manutenção dos direitos de seus respectivos militantes, o objetivo sempre é alcançar as alterações necessárias. O movimento dos trabalhadores sem terra (MST) e o movimento dos trabalhadores sem teto (MSTS), são respectivos movimentos brasileiros, merecedores de destaque. Os movimentos são contínuos e com aspectos de mudanças sociais.

A luta pelos direitos constitucionais e pela igualdade social, racial, e moral são características peculiares do mesmo. Infelizmente a sociedade em sua grande parte tem forjado o conhecimento, se tornando opositores a essas ações que são engrenagens fortes do cumprimento das leis. Medeiros (2014) “se cita como exemplos de Movimentos Sociais o Movimento Negro e Movimento Indígena. Ambos os movimentos se unem pela força de uma identidade étnica (negra ou índia) e combatem o adversário do colonialismo, racismo e expropriação, tendo como objeto de luta o reconhecimento de sua identidade, suas tradições, seus valores e até mesmo de manutenção de um território que vive sob constante ameaça de invasão, como é o caso das reservas indígenas e das áreas de quilombos”.

Grande parte dessas mobilidades sociais é constituída por pessoas que representam as minorias sociais e por OGNs e sindicatos, unidos pela renovação e pela resistência. Eles exercem um importante papel na democracia representativa que o Brasil vive, pois a democracia não existe sem a cidadania, e serão através dessas manifestações pacíficas e organizadas que poderemos garantir a eficiência de nossas leis. Lembrando que o mesmo não são especificamente manifestações irrefletidas, eles podem ser caracterizados de duas formas, estrutural e conjuntural.

Não sejamos pessoas fáceis de enganar, procure se informar antes de se posicionar, a informação é indispensável para a formação de uma boa ideia. Lutemos enquanto podemos, somente nós sabemos a relevância de nossos direitos, visando, sobretudo, o comprimento da constituição.

A importância dos movimentos sociais para a sociedade

Wllisses Cavalcante Santos

Wllisses Cavalcante Santos é Acadêmico de licenciatura em História pela UNOPAR-GO, Acadêmico de licenciatura em Letras pela UEG- Câmpus São Luís de Montes Belos e Membro do Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade (GEFOPI). Contato: )

O que achou desse Artigo?

45 votos

Vivemos em uma sociedade altamente diversa e dinâmica, em que uma enorme gama de diferenças coexiste diariamente. Os indivíduos que integram nossa sociedade possuem necessidades inseridas em realidades diferentes. Essas necessidades precisam ser representadas em nosso contexto político para que sejam atendidas. Todavia, como bem sabemos, não é sempre que os interesses e necessidades de determinados grupos são supridos devidamente pelo Estado ou pelos nossos representantes políticos. A partir desse conflito de interesses é que os movimentos sociais tornam-se uma ferramenta de intervenção.

Os movimentos sociais são característicos de uma sociedade plural, que se constrói em torno do embate político por interesses coletivos e/ou individuais. Assim sendo, a organização de indivíduos em prol de uma causa é uma característica de uma sociedade politicamente ativa. Os grupos que produzem ação em busca da representação política de seus anseios atuam de modo a produzir pressão direta ou indireta no corpo político de um Estado. Para isso, várias formas de ações coletivas são usadas, como a denúncia, as passeatas, marchas etc.

A importância da organização desses grupos mobilizados é grande. A força da ação coletiva só é efetiva quando direcionada. Dessa forma, o surgimento de líderes que representem diretamente as demandas do grupo e a organização em nome de exigências ou ideias comuns são os pilares e a força motriz por traz desses grupos.

Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente ligados à resolução de problemas sociais, e não à reivindicação de posses materiais. No entanto, eles não se resumem apenas à revindicação de direitos ou à demanda pela representação de um grupo, pois um movimento pode surgir como agente construtor de uma proposta de reorganização social para mudar um ou outro aspecto de uma sociedade.

Temos como exemplo o movimento Passe Livre, que busca obter a isenção ou o custeamento da passagem de transporte coletivo pelo governo, tendo como argumento ideológico a ideia de que todos os indivíduos de uma sociedade devem ter o direito de ir e vir assegurado pelo Estado. O argumento pauta-se no princípio da liberdade de deslocamento sem que esse direito seja alienado ou tenha valor monetário atribuído à ação de ir e vir. Ao estipular um custo para o deslocamento individual, retira-se esse direito daqueles que não possuem meios de pagar por seu transporte.

O sociólogo francês Alain Touraine considera que a semente dos movimentos sociais está no conflito entre classes e vontades políticas. Para ele, os conflitos sociais estão enraizados em nossa forma de governo e em nosso Estado moderno, permeado por vontades individuais e pelas desigualdades sociais. Essa desigualdade, que fere os princípios de igualdade de um Estado democrático, torna-se um agente de segregação social, cultural e econômica, fatalmente interferindo nas formas de atuação civil daqueles afligidos por tal mal.

Diante disso, os movimentos sociais tornam-se entidades de mediação, isto é, a ferramenta de maior efetividade que os grupos minoritários e desfavorecidos dispõem para buscar a garantia de seus direitos. Sua existência deve ser garantida dentro de um Estado democrático, que depende da legitimação dos cidadãos que o integram para que possa exercer sua função de governar em nome do bem-estar comum.

*Créditos da imagem: YANGCHAO / Shutterstock.com

Terça, 31 de Agosto de 2021

Os movimentos sociais consistem em ações coletivas com o objetivo de lutar por causas sociais, que são mantidos por grupos organizados. Em boa parte dos casos, esses grupos levantam bandeiras sociais de parcelas de pessoas excluídas do processo democrático. É uma forma de essas pessoas ocuparem seus espaços de direito dentro da sociedade.

Afinal, por que movimentos sociais são importantes?

Movimentos sociais têm grande relevância na formação de uma sociedade democrática. Como mencionado, eles geralmente dão voz para pessoas que estão, de alguma forma, excluídas do contexto social. Além de garantir os direitos desses indivíduos, esses movimentos contribuem para tornar a sociedade mais plural.

Conforme os movimentos sociais conseguem dar mais visibilidade para algumas pautas, surgem novas discussões. É interessante observar que os primeiros movimentos sociais tinham como objetivo ampliar os direitos políticos e sociais dos menos favorecidos financeiramente. Hoje em dia, muitos movimentos estão relacionados a pautas identitárias, voltadas para discussões sobre raça, gênero e orientação sexual.

Os movimentos sociais contribuem para direcionar a sociedade para um caminho mais democrático, em que todos os grupos possam ter voz. É possível perceber que esses movimentos ajudam a inserir novas discussões que, com o passar do tempo, se tornam temas normalizados. A evolução da sociedade está diretamente ligada aos movimentos sociais.

Movimentos sociais: conheça as suas características

Quando se tenta explicar os movimentos sociais de acordo com pensadores de áreas como filosofia e sociologia, é bastante difícil chegar a um consenso. Sociólogos como Marx, Weber e Durkheim, por exemplo, entendem esses movimentos como base de uma revolução, levantamento de um novo poder burocrático ou uma maior coesão social, respectivamente.

Já para pensadores mais conservadores – como o filósofo José Ortega y Gasset e o sociólogo e criminologista francês Gabriel de Tarde – enxergam nesses movimentos um grande perigo por terem a massificação como uma característica. Para esses pensadores, os movimentos sociais seguiam por caminhos irracionais que apenas perturbam a ordem estabelecida.

No entanto, também há convergências a respeito das características de movimentos sociais. A principal convergência é a de que eles eclodem quando há tensões sociais e podem levar a rupturas, com a consequência de mudanças sociais. É interessante observar que existe uma história antiga de tensões como pano de fundo de grandes movimentos sociais no mundo atual.

Queda da Bastilha

A Queda da Bastilha pode ser entendido como o movimento de massas mais antigo que deu início a um movimento social, um momento marcante da Revolução Francesa, em 1789. Tal movimento levou à queda da monarquia absolutista francesa.

Movimento Sufragista

O movimento sufragista também foi um grande movimento de massa que levou a um movimento social. Mulheres se organizaram para reivindicar direito ao voto e a participação cidadã na política. Considera-se esse movimento integrante da primeira onda feminista.

Como os movimentos sociais tiveram origem?

Sindicatos se institucionalizaram durante a passagem do século XIX para o século XX. O objetivo era defender os trabalhadores do regime de exploração em que trabalhavam. Com inspiração nos ideias do marxismo, surgiram diferentes movimentos sociais em várias partes do mundo. Surgiram também movimentos com inspiração anarquista que visavam uma revolução completa para alterar a ordem social vigente.

Nos anos 1960, surgiram movimentos, coletivos e ações por todo o mundo como uma resposta às consequências da Segunda Guerra Mundial e ao clima de polarização deixado pela Guerra Fria. Foi um momento em que ocorreu a diversificação das pautas defendidas pelos movimentos. Nos Estados Unidos e na África do Sul, por exemplo, eclodiu a revolta da população negra que era tratada com discriminação e mantida à margem da sociedade.

Também houve a organização de movimentos de mulheres que visavam assegurar seus direitos como um tratamento igualitário entre os gêneros e maior liberdade sexual, essa é considerada como a segunda onda do movimento feminista. A população LGBTQ+ também entrou na luta pelo direito se de expressar com liberdade sem segregação social.

Surgimento da Parada do Orgulho LGBTQ+

Um bom exemplo de um movimento de massa espontâneo que levou ao surgimento de movimento social grandioso foi um episódio ocorrido no Stonnewall Inn, em Nova Iorque.

O confronto com a polícia nessa noite levou ao nascimento da Parada do Orgulho Gay, que atualmente é chamada de Parada do Orgulho LGBTQ+. Várias cidades do mundo têm a sua parada, a de São Paulo é uma das mais famosas.

Movimentos sociais no Brasil

O Brasil possui alguns movimentos sociais de grande porte, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – chamado popularmente apenas de Movimento dos Sem-Terra) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

Essas são pautas de grande relevância pelo grande número de brasileiros que não têm acesso à terra para o trabalho rural ou a uma moradia. As demandas específicas do Brasil deram origem a movimentos sociais que visam resolver essas questões. Trata-se da luta para mudar uma realidade desigual e bastante cruel em uma série de aspectos.

Os movimentos sociais ajudam a inserir diferentes grupos à sociedade, dando voz para as suas causas.

Palavras-chave: movimentos sociais